TUDO O QUE É SOLIDO DESMANCHA NO AR

Regras que mudam ao sabor do vento não são regras absolutamente mas a ausência delas. A famosa "ordem internacional baseada em regras", tão cantada pelo Dep. de Est. dos EUA, não é nada mais e além de uma desordem internacional baseada na total ausência de regras.


Nenhum país sofreu mais profundamente a revolução colorida e a ação do neoliberalismo do que a Rússia após a queda da URSS, em 1991. Foi uma época terrível na Rússia, pouco se diz, mas o fato é que milhões de russos se viram desempregados e descartados pelo esfacelamento do estado e pela imposição do sistema neoliberal americano, do dia para a noite. A instabilidade social e profissional se tornou a regra, o número de suicídios foi imenso. A segurança advinda do estado de bem estar social, estagnado por diversos motivos, foi substituída pelo mundo do "homem lobo do homem", do "self made man", sem qualquer possibilidade de uma transição gradual ou pacífica. Milhões de russos pereceram nesse processo, algo como 4 ou 5 milhões, e morreram desesperados. Os índices demográficos demonstram a curva populacional.

E veio o homem providencial, a ponte entre dois mundos, não só entre dois mundos imediatos e opostos, mas entre duas eras, Vladimir Putin trouxe estabilidade, confiança, autoestima, sobretudo trouxe a soberania atacada em sua essência mesma pela soberba ocidental. Hoje a Rússia é o país onde "ser conservador" não é uma politicagem para ganhar voto, mas um modo de ser no mundo. O país é perseguido ferozmente por não aprovar coisas como identitarismo, lgbtismo, wokismo e porcarias do gênero. Sua guerra na Ucrânia é, essencialmente, uma guerra contra o modernismo neoliberal e ocidentalizante. A religião ortodoxa cristã, base da Rússia imperial czarista, voltou com tudo. Este grande e poderoso reino, legítimo herdeiro dos vikings, mongóis e hunos, sempre sujeito a ataques brutais de seus inimigos, como vimos recentemente no Crocus Hall, em Moscou, não vai parar e não vai ceder. 

A Rússia e os EUA ainda se darão a bom termo? Talvez numa próxima década, quando a atual geração tragicômica dos neocons e ancaps for para a lata de lixo da história.



Todo mundo espiona todo mundo na política brasileira, restaria saber o porquê, pois os políticos, em geral, parecem fazer exatamente as mesmas coisas.  

Por exemplo, parece que existiu uma ABIN paralela, que arapongava todo mundo que deveria ser arapongado, lá por 2019. Não se sabe até que ponto o sr Bebianno, ex-presidente do PSL, secretário-geral da presidência da República, por 48 dias, esteve disposto a denunciar o esquema de vigilância, pois veio a falecer de uma queda no banheiro de sua casa. Bebianno foi o homem por trás da candidatura de Jair Bolsonaro em 2018, eleito pelo PSL, faixa-preta em jiu-jitsu, sofreu uma queda fatal no banheiro de sua casa. 

É um episódio fatal que mostra com profundidade a fragilidade das coisas e das pessoas, úteis num momento, descartadas num outro, seja pelo seu proprio destino, seja por algo que não podemos explicar com propriedade. 

Lembremos, fazendo aqui uma analogia, aquela famosa frase, "Tudo que é sólido desmancha no ar", presente em, nada menos do que o "Manifesto Comunista", livreto de 1848, de Karl Marx e Friedrich Engels. 

A frase completa no Manifesto é: "Tudo que era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade a sua posição social e as suas relações recíprocas."

Com essa frase, Marx e Engels pretendiam descrever a natureza transformadora do capitalismo. O sistema capitalista, segundo eles, estaria dissolvendo as estruturas tradicionais da sociedade, como a família, a religião e as hierarquias advindas do sistema feudal. Essa dissolução, embora caótica, era vista como um passo necessário para a criação de uma nova ordem social mais justa e igualitária. Portanto, não era uma frase anti-capitalista, mas antes, uma análise sobre o mundo que se aproximava, sujeito  a profundas mudanças sociais nas relações humanas diante do modo de produção capitalista e industrial, já em pleno curso.

A frase "Tudo que é sólido desmancha no ar" se tornou uma das mais citadas do Manifesto Comunista, frequentemente utilizada para descrever processos de "mudança social e cultural", a frase também foi utilizada como título do livro do filósofo Marshall Berman, publicado em 1982, que analisa a modernidade e suas contradições.

É importante mencionar que a ideia de que as coisas sólidas se dissolvem no ar não é original de Marx e Engels. Heráclito de Éfeso, no século VI a.C., defendia a ideia de que a mudança é constante, que nada permanece o mesmo, que é impossível se banhar nas mesmas águas duas vezes. A frase de Marx e Engels é uma reinterpretação dessa ideia à luz da análise crítica do capitalismo.


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