JUDEUS NO BRASIL

 A comunidade sefardita de Belmonte (Belmonte é uma vila portuguesa do distrito de Castelo Branco, na província da Beira Baixa, região do Centro e sub-região das Beiras e Serra da Estrela, com cerca de 3500 habitantes) detém um importante fato da história dos judeus sefarditas, relacionado com a resistência à intolerância religiosa em Portugal e na Península Ibérica. Foi instaurada uma lei que obrigava os judeus portugueses a se converterem ou deixarem o país. Muitos abandonaram Portugal por medo da Inquisição, outros se converteram ao cristianismo, mas mantiveram no seio da família o seu culto e tradições. Um terceiro grupo de judeus decidiu isolar-se do mundo exterior, cortando o contato com o resto do país e seguindo rigorosamente as suas tradições. Esses judeus foram chamados de marranos, uma alusão à proibição de comer carne de porco. Durante séculos, os Marranos de Belmonte mantiveram as suas tradições judaicas, tornando-se um caso raro de comunidade criptojudaica (prática da religião em segredo). Na década de 1970, essa comunidade estabeleceu contato com judeus de Israel e oficializou o judaísmo como sua religião. Em 2005, foi inaugurado o Museu Judaico de Belmonte, o primeiro do gênero em Portugal, no museu pode-se ver as tradições e o dia-a-dia dessa comunidade.

No que diz respeito ao Brasil, temos evidências precisas. O Brasil foi o país que mais recebeu, durante todo o seu povoamento, o maior número de cristãos-novos de Portugal e da Holanda (que primeiro chegavam à Portugal e depois ao Brasil), mais do que qualquer outro país no mundo. Os arquivos portugueses retêm uma fantástica quantidade de documentos que testemunham essa massiva imigração. Uma fonte nos arquivos da Inquisição é o "Livro dos Culpados", no qual estão registrados 1.819 nomes de marranos,  presos ou suspeitos de judaísmo e que vieram para o Brasil, isso no século XVII. Não se converter era perigoso, a pena capital, morte na fogueira, era feita nas praças. Práticas como a guarda do sábado, o jejum do "Dia Grande" (o Iom Quipur), acender velas na sexta-feira etc, e coisas amenas podiam merecer, segundo o fanatismo da época, punições menores como interrogatórios, inclusive diante da própria família, inspeção domiciliar, confisco de cordões, pulseiras, livros com escrita hebraica ou ladina (judeus espanhóis). Liberdade vigiada ou açoitamento eram penas menores infligidas a cristãos-novos se fossem pegos em tais práticas. Espiões delatavam criptojudeus, era comum acusá-los de bruxaria, lesbianismo, sodomia, assassinato e heresia. A descendência judaica era suficiente para que um cristão-novo fosse investigado. Naturalmente, neste clima de desconfiança, superstição e fanatismo era facílimo acusar alguém ou ser, da mesma forma, acusado. Também não se pode dizer que a Inquisição foi só opressão, foi neste período que surge o instituto do contraditório e da ampla defesa, contudo, o populacho costuma fazer "justiça" com as próprias mãos, aliás, desde sempre. 

Os cristãos-novos, no Brasil, em geral são os chamados marranos durante a inquisição católica, no termo judeu são Benei-anussim (filhos-dos-forçados), judeus cristianizados à revelia, ou seja, obrigados, foram aos poucos assimilando o cristianismo católico e se convertendo de fato a ele, outros se tornaram adeptos do protestantismo holandês que lhes dava melhor tratamento e mais amigáveis como os judeus, muitos deles permaneceram praticando o judaísmo em segredo, paralelamente a sua vida de cristão católico. Para todos os portugueses iniciou-se a “era dos cristãos-novos” (meu avô cearense paterno mencionou descender de "cristão-novo", meu tio materno, por sua vez, afirmou descender de um artista espanhol). 

Pesquisas realizadas por uma equipe de historiadores da Universidade de São Paulo ampliaram consideravelmente os estudos sobre o marranismo, que se revelou um fenômeno diferente do europeu, uma vez que adquiriu características específicamente brasileiras. O novo habitat moldou um novo homem, o vasto continente, a selva, o clima, as culturas diversificadas, o medo dos nativos, das moléstias, a luta pela sobrevivência, as dificuldades dos trópicos etc, criaram uma psicologia que condicionou os cristãos-novos a realizarem empreendimentos inconcebíveis em outro contexto. Criou-se também um novo marranismo, influenciado por novas condições de vida. Atravessando o Atlântico, os convertidos trouxeram para o Brasil uma bagagem cultural e heranças que nunca se apagaram de todo, mas se misturaram com as representações católicas e ambientais do Brasil antigo. No Brasil, os cristãos-novos tiveram mais facilidade para se assimilarem, porém, mesmo integrados, mantiveram uma postura crítica e um certo talento nas letras, mas artes, nos negócios e atividades mais intelectuais em geral. O pensamento aguçou-se frente à superstição, e o ambiente brasileiro contribuiu muito para o exercício da crítica, ou mesmo de um franco ateísmo. Os marranos se destacaram, como dito na música e nas letras. Um exemplo do talento dos judeus no Brasil encontramos na vida e obra de Antônio José da Silva, o Judeu, poeta, dramaturgo e músico brasileiro, um dos principais nomes do Barroco tardio, em Portugal. Nascido em Ouro Preto, Minas Gerais, em 1705, viveu parte de sua vida em Lisboa, Portugal. Antônio José da Silva é mais conhecido por suas óperas-comédias, peças musicais satíricas e populares e que alcançaram grande sucesso em seu tempo. Sua obra mais famosa, "A Vida de D. Quixote de la Mancha", é considerada um marco na história da música brasileira erudita. "O Judeu" era um apelido pejorativo dado a Antônio José da Silva por seus inimigos, devido à sua ascendência judaica. Foi perseguido pela Inquisição Portuguesa pelas satíricas críticas à Igreja Católica, sendo condenado à morte pela Inquisição em 1739. Antônio José da Silva, o Judeu, deixou um legado importante para a música e a literatura brasileira. Este grande pioneiro foi um dos principais símbolos da cultura luso-brasileira.

Símbolo da cultura luso-brasileira, sua obra já contém elementos que refletem alguma experiência mestiça e miscigenada do Brasil.

Foi um grande defensor da liberdade de expressão, ou seja, sua atividade crítica e intelectual é mais necessária do que nunca, em pleno século XXI

Os marranos que deixaram Portugal vinham  para o Novo Mundo. Era difícil sair do país, as leis proibiam até mesmo ir de uma cidade a outra. Fugir para o Brasil era mais fácil, as naus que saíam dos portos portugueses eram, com frequência, pilotadas por judeus convertidos, ou seja, cristãos-novos, que ajudavam secretamente seus irmãos de fé e de destino. Segundo um viajante e contista francês daquela época, 3/4 do povoamento inicial do Brasil, no século XVI, era constituído por famílias luso-judaicas e exilados fugindo inquisição. Documentos de imigração são muito raros, documentos da inquisição foram perdidos ou destruídos, contudo, estima-se que no brasil havia 3 milhões de descendentes de judeus-portuguêses no final século XVI, algo que supera a própria população de judeus na Peninsula Ibérica  de Israel. 

Tom Jobim e Caetano Veloso, dentre outros artistas brasileiros se disseram descendentes de judeus sefarditas. Para melhor conhecer o assunto, veja, a principal diferença entre o sefardita e o marrano reside no seguinte, o sefarditas descendem dos judeus que viviam na Península Ibérica (Espanha e Portugal) até serem expulsos, no final do século XV,  sobretudo nos anos de 1492 e 1496. Conservam a fé judaica, seguem tradições e costumes específicos na como liturgia, na música e na culinária, portanto, buscam preservar a herança cultural e a memória histórica. Quantos aos chamados marranos, a grosso modo, vejam, são os sefarditas forçados a se converterem ao catolicismo no século XV. São criptos, ou seja, praticavam o judaísmo em segredo (criptojudaísmo), mas publicamente se dizem católicos a fim de evitar a repressão. Pode-se dizer que preservam boa parte de suas tradições por várias gerações mas o fazem de modo mais discreto. Asquenazis são outro grupo, mais presente em Israel, originários da Europa Oriental, segundo vários estudiosos vieram da Khazaria, eram kazares, um povo turco-mongol convertido ao judaísmo no século VII. A Khazaria corresponderia a atual Ucrânia.

Descendentes de marranos no Brasil sentiram-se livres para retornar ao judaísmo tradicional, outros adotaram francamente a religião católica, enquanto outros mantiveram identidades e práticas diversas.


Segundo pesquisas genéticas, os palestinos atuais descendem, cerca de 80% deles dos mais antigos levantinos (habitante do Levante, terras na costa leste do mar Mediterrâneo, região que se resume, a grosso modo, à Síria, Jordânia, Israel, Palestina, Líbano e Chipre), da Idade do Bronze (3º a 1º milênio A C.), de povos semitas, descendentes diretos dos antigos hebreus. Judeus asquenasis, mais presentes em Israel, estão bem mais miscigenados com europeus, possuem de 20% de ascendência hebraica. Os sefarditas tem uma genética israelita bem mais alta do que a asquenasi. Contudo, os judeus mizrahim (orientais) são, de todos, os mais similares, do ponto de vista genético, aos antigos judeus bíblicos.



A CIA faz das tripas coração (seu coração nunca foi nada além de tripas entupidas de mxrda) para infiltrar agentes terroristas entre os uigures, na região de Xinjiang, China. 

Todos sabemos que bandido não se cria na China, uma pesquisa básica na mídia independente (a única que presta) mostra que os uigures são uma minoria muçulmana muitíssimo melhor tratada na China do que, por exemplo, os veteranos de guerra americanos são tratados nos EUA, seu próprio país.

E daí, chega aquela hora em que um país abertamente genocida - os EUA são o maior genocida da Terra - acusa a China de "praticar genocídio contra os uigures". 

Já aqui no Brasil, a neodireita pró-americana defende prisões superlotadas, penas pesadas para pequenos delitos, política do "tem de matar" etc, etc.


A história é inexorável, ela pode ser deduzida e prevista dos fatos, daquilo que eles significam e simbolizam. 

A história viva é a estudante americana, tremendamente frágil e corajosa, protestando pelos palestinos, e levando porrada da polícia. Isso é mais forte do que todo o gabinete ensanguentado do netaniahu ou os chiliques de protesto hipócrita do biden. É o lado da história que conduz a própria história. 

Não vai "dar bom" para os EUA, pior ainda será para Israel. 

Naturalmente, o chapéu de alumínio estará sempre do lado errado da história, o lado que vai para o lixo.


É possível a criação de uma zona-tampão permanente entre o ocidente liberal e a Rússia conservadora, na região mesma da Ucrânia, em torno e ao longo do rio Dnieper. Uma zona de conflitos permanentes pode ser negociada na forma de uma espécie de linha ou limite, a exemplo do muro de Berlim. Os EUA não entrarão numa guerra direta contra a Rússia, usarão, como sempre, os seus proxies, a própria Europa.

Eu descrevo a guerra da Ucrânia como uma guerra de desgaste ou fricção, guerra civil, uma vez que russos e ucranianos são irmãos, uma guerra do ocidente contra a Rússia usando os ucranianos, uma relação de forças de 10 x 1 (500 mil ucranianos, 50 mil russos), e como a maior guerra desde a 2ª guerra mundial, maior até do que a guerra da Coréia. 

Detalhe, os EUA NUNCA travaram uma guerra desta intensidade, o mais próximo que tiveram foi a guerra civil, de secessão. É possível que aquilo que os EUA pretendiam para a Rússia (destruir seu governo e dividir em 18 territórios) poderá ocorrer mesmo, mas nos EUA, o qual se encaminha rapidamente para uma ditadura (o deep state já é uma ditadura).

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