O GENOCÍDIO DO POVO PALESTINO É MUITO MAIOR DO QUE ALEGA ISRAEL

 Falar sobre a revolta européia. Chegou a hora de separar os produtores e trabalhadores dos cartéis e exploradores? 

A ostensiva rebelião do eleitorado europeu contra suas elites políticas, sobretudo na Alemanha e na França, reforçou um tanto a bancada "conservadora" no Parlamento Europeu, em certa medida alimentada pelos protestos dos produtores agropecuários do continente, desde 2022 se rebelando contra os excessos da agenda ambientalista e climática da União Europeia (UE).

Para tentar abafar os rebeldes, os “eurocratas” de Bruxelas, comandados pela generala não eleita Ursula von der Leyen, concordaram em suspender a aplicação de algumas medidas do chamado Pacto Verde (Green Deal), entre elas, a necessidade de preservação da vegetação original em 4% das propriedades rurais para a proteção da biodiversidade. 

É isso mesmo, quatro por cento; no Brasil, sempre apontado como “vilão ambiental” internacional, o menor índice de preservação vegetal imposto pelo Código Florestal é de 20%, nas propriedades situadas no bioma Mata Atlântica (no bioma Amazônia é de 80%). Até por isso temos imensas florestas e a Europa não tem, até por isso.os europeus vivem nos demonizando e acusando daquilo que eles fazem.

Mas o momento não é o da Ursula ficar apontando o dedo e trocando acusações com os produtores de Europa, e sim o de unir esforços em defesa da segurança alimentícia global. Esta sim, grandemente ameaçada pelo efeito combinado da agenda darwinista e malthusiana do ambientalismo politicamente instrumentalizado e ainda mais ameaçada pela atuação dos grandes cartéis transnacionais de alimentos, fortes apoiadores da agenda fanática, verde, sobretudo, nos países em desenvolvimento e exportadores de alimentos como é o caso do Brasil.

Representantes dos setores produtivos dos países produtores, inclusive brasileiros, se deixam levar pela possibilidade de seus países “contornarem” o forte protecionismo da UE e dos EUA, oferecendo-se como “soluções” para a suposta crise climática global.

Um deles é o ex-diplomata e ex-presidente da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, que disse em entrevista ao “Estadão” de 26 de junho: “Há uma modernização extraordinária em curso no agronegócio brasileiro, que não só está sendo mais produtivo, mas está sendo mais produtivo com menor pegada de carbono. Pouco disso, no entanto, será reconhecido se nós esperarmos que esse reconhecimento venha de graça. Ele não virá de graça. Por isso, precisamos usar os momentos que nós temos pela frente para justamente apresentar essa face do agronegócio brasileiro como potencial solução para o problema climático e não como um problema em si.”

Ou seja, os europeus podem deixar de lado a agenda climática (por lá, poucos creem que a suspensão do Pacto Verde será apenas temporária), mas os brasileiros podem continuar seguindo essa pauta disfuncional, bancando o bom moço enquanto tenta  fazer negócios. Não por acaso, Azevêdo, que é lobista da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), é também sócio da gestora de investimentos verdes YvY, junto com o ex-ministro da Economia Paulo Guedes e o ex-presidente do BNDES Gustavo Montezano.

A rigor, a emergência real não tem nada a ver com o clima global, mas com a retirada das cangalhas que os cartéis mantêm sobre os produtores d’aquém e d’além-mar. Neoliberalismo e produção agrícola não combinam, financeirizar e ideologizar os alimentos é parte da guerra híbrida contra o Sul Global e os países em desenvolvimento. 


A revista médica britânica Lancet publicou uma carta em 5 de julho de três especialistas em políticas de saúde pública. Alertam que o número real de mortos civis, resultante da guerra de Israel em Gaza, pode ser muito superior à contagem de corpos comunicada pelo Ministério da Saúde de Gaza. Isto se deve aos efeitos decorrentes da destruição sobre a população, como a total destruição de infra-estruturas civis, de instalações médicas, da interrupção do abastecimento de alimentos, da incapacidade de retirar corpos dos escombros de edifícios destruídos e até mesmo do colapso da capacidade de manter uma contagem precisa dos mortos. Utilizando uma proporção de quatro mortes indiretas para cada morte causada por ação militar, os autores calculam que o número real de mortos está em torno de 186 mil – e pode inclusive ser ainda maior do que isso.

 “É essencial um cessar-fogo imediato e urgente na Faixa de Gaza, acompanhado de medidas que permitam a distribuição de suprimentos médicos, alimentos, água potável e outros recursos para as necessidades humanas básicas”, escrevem os autores.  

“Ao mesmo tempo, é necessário registar a escala e a natureza do sofrimento neste conflito. Documentar a verdadeira escala é crucial para garantir a responsabilização histórica e reconhecer o custo total da guerra. Também é uma exigência legal. As medidas provisórias estabelecidas pelo Tribunal Internacional de Justiça em Janeiro de 2024, exigem que Israel cesse a destruição, e exigem provas relacionadas às alegações de actos de Israel no âmbito de sua "Convenção do Genocídio’”.

Estamos vivendo tempos de maldades sombrias, feitas em nome de Deuses de milênios atrás, cujo ódio pela raça humana é absoluto. 




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