A BUCHA MIGROU PARA A FARIA-LIMA

 A BUCHA


 Que conhece o passado, controla o presente, quem conhece o passado e controla o presente, decide o futuro. 


Existe uma sociedade secreta que mandou no Brasil, e ainda manda em boa parte. Essa sociedade é mais conhecida como A BUCHA. 


No Largo do São Francisco, lá no centro de São Paulo, bem próximo da Praça Patriarca, da Rua Direita, do Largo de São Bento, do Viaduto do Chá, está a Universidade de Direito, da USP, região das Arcadas. Lá dentro da Faculdade está o túmulo de Julius Frank, o único e verdadeiro criador da Bucha. Ha quem afirme e jure que foi um discípulo direto de Adam Weishaupt, jesuíta e maçon alemão considerado o fundador da Ordem dos Iluminatti, da Baviera, em 1776. Segundo outras vozes, a dinastia Rothschild esteve desde o início ligada a Adam Weishaupt.


 A história do Brasil vem se repetindo há mais de 200 anos, dominada por grupos de poder, alheios à população em geral, como oligarquias, elites burguesas, classes dominantes, chame como quiser, o que é consenso geral, de qualquer um que se debruçar sobre o nosso país, é que a elite dominante joga para explorar o nosso país e o nosso povo. 

 Por trás das poucas famílias que dominam o Brasil estão famílias ainda mais poderosas, nos Estados Unidos, nas grandes corporações, no grande capital. Podemos chamá-los de  imperialistas, globalistas, internacionalistas, mas no fundo, no fundo, são dinastias familiares, patriarcais, tradicionais, centenárias.


 A bucha surge na Alemanha, se chamava Burschenschaft. A  Burschenschaft Paulista, apelidada de Bucha, defendia ideias liberais e republicanas na Faculdade de Direito de São Paulo. Outras sociedades desta natureza surgiram em outras comunidades acadêmicas no Brasil, como a Tugendbund na Faculdade de Direito de Olinda, a Landsmannschaft na Escola Politécnica de São Paulo e do Rio de Janeiro, e a Jungendschaft na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

A origem do nome, Burschenschaft - do alemão bursch, significa camarada, e schaft, confraria. Essa associação existia na Alemanha, inclusive com o mesmo nome pertencia na Universidade de Göttingen,  terra natal de Julius Frank. Julius dizia, "os que estiverem na Academia farão obra de assistência; os que terminarem o curso terão na Academia uma sociedade de ex-alunos, extremamente útil, e se auxiliarão mutuamente, através do tempo. E, ainda mais tarde, se quiserem, poderão governar o país..."

De fato, muito membros da Bucha governaram o Brasil. 



Na faculdade de direito da USP do Largo do São Francisco existiu a mais importante sociedade secreta do Brasil. Pouca gente tem noção do poder,  da influência e da magnitude desta sociedade. 

O poder da bucha está por trás dos principais acontecimentos da história do Brasil, sobretudo a Proclamação da República e boa parte do que lhe sucedeu.


 Vamos traçar um episódio do passado, vejam, o avô de FHC foi quem entregou a carta de deposição a Dom Pedro II, o historiador Laurentino Gomes diz mesmo que o avô de FHC propôs metralhar a família real para não deixar descendentes. Em sua obra, 1889, o jornalista Laurentino Gomes comenta as contradições que marcaram a troca do regime monárquico pelo Republicano no Brasil, e fala do perfil aguerrido do brasileiro de então, principalmente do avô de Fernando Henrique Cardoso, caso a família real resistisse ao exílio a coisa poderia ter ficado feia mesmo. 


 Naquele 15 de novembro de 1889, há 135 anos, Pedro II escapou por pouco da ira do do Alferes Joaquim Inácio Batista Cardoso. Às 11 horas da noite de 6 de novembro de 1889 um grupo de militares se reuniu na casa do Tenente Coronel benjamin constant, professor de matemática da Escola Militar da Praia Vermelha do Rio de Janeiro, o objetivo era tratar dos preparativos para a derrubada da Monarquia; entre o grupo de revolucionários estava o Alferes Joaquim Inácio Batista Cardoso, o avô do FHC; à certa altura Benjamim Constant mostrou-se preocupado com o destino do Imperador Dom Pedro II; "o que devemos fazer com ele", pergunta Benjamim costant, "exila-se" propôs o avô do FHC; "E se ele resistir", indagou o Benjamim;  e o avô falou, bem bem bem, daí nós baleamos.... Benjamim assustou-se com tamanho sangue Frio; Oh, você é um sanguinário! 

Para a sorte de Pedro II, no dia 15 de Novembro prevaleceu a posição de Benjamim constant.


 Ora, FHC não surgiu do nada, não virou um político do nada, se pesquisar descobre-se que ele recebeu uma doação de centenas de milhares de dólares da fundação Ford, em 1969, foi quando abriu lá o CEBRAP. Hoje temos um conglomerado de ONGs atuando no Brasil, então já nem lembramis mais como é que esse negócio de ONGs estrangeiras vão se apossando das políticas públicas brasileiras e determinando tudo o que se pode ou não se pode fazer no Brasil, por exemplo, falar TODES pode, explorar o petróleo no Amazonas não pode, dona Marina Silva não deixa. 

É uma montanha de cargos judiciais, em tribunais, nas prefeituras, nos legislativos, nas secretarias, autarquias, etc, etc. Muitos dos que exercem o poder no Brasil, senão uns 90% vem de estirpes, de tradições, de famílias patriarcais, de sociedades fechadas e exclusivas. 


Não é a questão de que o avô de FHC deu um golpe liberal, positivista, republicano, maçônico no Brasil, é preciso entender que a história do Brasil é totalmente marcada por disputas e interesses familiares, de famílias, o Brasil vive sob uma oligarquia de algumas famílias poderosas, até os dias atuais, já fiz um vídeo sobre isso. As famílias vem desde as capitanias hereditárias. Claro, não são mais 13 capitanias, agora cada família patriarcal tem seu feudo, mas no final do dia são os mesmos nomes que vão se repetindo ao longo da história brasileira, às vezes quando o nome muda, muda para outra família também conhecida, mas a forma de atuar é sempre a mesma entao vamos lá,  vamos ver quem foi este alemão enterrado na Faculdade de Direito de São Paulo, alemão que fundou uma poderosa sociedade secreta. Lá na Faculdade existe o túmulo de Július Frank, ao fundo do saguão, um dos pátios principais, tem um pequeno obelisco, o túmulo é um monumento, uma homenagem ao intelectual alemão Johan Julius gotfrid Ludwig Frank, nascido em 1808 migrou para o Brasil em 1828, indivíduo avido por conhecimento, extremamente erudito, começou a ganhar vida dando aulas particulares em repúblicas estudantis de São Paulo, acabou se tornando professor na faculdade de direito em 1834, nomeado professor de história, filosofia e geografia na Instituição de então, que funcionava como uma Escola Preparatória, mas o que renderia, anos mais tarde, o direito de ser sepultado com inteiro destaque no interior da Faculdade de Direito mais importante do Brasil, foi a sociedade secreta que Frank fundou, a Burschenschaft Paulista, mais conhecida como a bucha.  Oficialmente a bucha foi fundada em 4 de julho de 1830, com os professores e alunos mais destacados de 1830. O alemão organiza seus estudos dentro de uma lógica e um código moral muito específico, segundo o historiador Luís Soares de Camargo, a sociedade tinha um cunho filantrópico, uma espécie de cooperativa para ajudar os estudantes, mas também servia para propagar o ideal liberal e republicano na cidade, daí, a necessidade de ser secreta naquele momento. 

A Bucha tinha uma estrutura bem definida e funcionava sob a liderança de um "chaveiro" (pessoa que detinha maior poder), apoiado por um "Conselho de Apóstolos" e um "Conselho dos Invisíveis". O ritual de admissão de um candidato era como de um clube fechado. Para o ingresso na sociedade, era necessário que a admissão fosse proposta por outros membros e, uma vez aceito, o novo "bucheiro" deveria pagar mensalidades proporcionais à sua hierarquia. A hierarquia, começando do nível mais baixo, estruturava-se em "catecúmenos", "crentes" e "apóstolos" (estes no total de 12, considerados membros mais importantes). O "bucheiro" iniciado deveria fazer o seguinte juramento: "Juro pela minha honra jamais revelar a quem quer que seja o que me vai ser confiado hoje. Serei o mais infame dos homens se faltar a esse meu juramento".

Em História Secreta do Brasil, o controverso e polêmico intelectual Gustavo Barroso (1888-1959) afirmou que Júlio Frank seria um heterônimo de Karl Ludwig Sand (1795-1820), estudante da Universidade de Jena, na Turíngia, integrante da Burschenschaft de lá. Oficialmente, Sand foi decapitado em 20 de maio de 1820, condenado pelo assassinato do dramaturgo August von Kotzebue (1761-1819), escrevendo Barroso: "As últimas testemunhas falaram de Júlio Frank como de um homem singular, que apareceu em São Paulo ali por volta de 1830, jamais se referindo ao seu passado".


O necrológio de Júlio Frank, publicado na Revista Trimensal do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1841, afirma que Julius Frank chegou ao Brasil em 1828, foi preso no Forte Tamandaré da Laje, no Rio de Janeiro, aparentemente por problemas com o capitão do navio. Logo foi libertado, dirigir-se para a cidade de Ipanema, próxima a Sorocaba, onde Frederico Luís Guilherme de Varnhagem, pai do futuro Visconde de Porto Seguro, dirigia a Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema, também chamada de Fundição Ipanema, onde diversos técnicos dessa primeira siderúrgica brasileira eram alemães. Julius era um leitor absolutamente voraz, estava sempre lendo e procurando por livros, em suas andanças, os quais ia substituindo velozmente. 

Após algum tempo, fixa-se em Sorocaba como caixeiro de uma loja e passa a dar aulas. Posteriormente, fixa-se em São Paulo, em uma "república" de estudantes, ajudando os filhos da elite brasileira a conseguirem prestar os exames preparatórios para a Academia de Direito de São Paulo.


Em 183,  passa no concurso para dar aulas no Curso Anexo da Academia de São Paulo, que havia sido criada em 1827. Como estrangeiro, não poderia ser efetivado, sendo então contratado temporariamente por dez anos. Seu salário anual era de seiscentos mil réis. Em 1834 tinha 38 alunos, em 1836 tinha somente 22, conforme anotações do Marechal Daniel Pedro Muller, em seu livro Ensaios D´Um Quadro Estatístico da Província de São Paulo. Em 1839, como material de apoio para suas aulas, publica o "Resumo de História Universal", em co-autoria com Antônio Joaquim Ribas, seu aluno e futuro professor da mesma cátedra. A obra valeu a Frank a entrada como membro correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, assim como Libero Badaró, médico, jornalista e também professor do Curso Anexo.


Frank era adepto da filosofia liberal, disciplina que também lecionou ao trabalhar com Kant e Fichte na Alemanha. Em uma reunião, numa das repúblicas estudantis, isso por volta de 1831, sugeriu a criação de uma associação de estudantes para ajudar os menos favorecidos, através de uma rede de alunos e ex-alunos alunos da Academia, surgiu a Bucha ..


O Brasil vivia o período Regencial, entre 1830 e 1840, uma turma de estudantes de Direito falando em "república" em pleno período monárquico era algo impensável. Mas foi ali que nasceu a geração que veio a fazer o 15 de novembro de 1889, ou melhor, o golpe do 15 de novembro de 89. Se você olhar a Wikipédia vai ser difícil entender o quão revolucionária era uma sociedade secreta liberal e filantrópica, que defendia ideias republicanas na Faculdade de Direito de São Paulo. 

E daí vc começa a ver uma quantidade crescente de políticos, ministros e presidentes da República, que foram bucheiros, foram da bucha.

 O velho lema católico de Fé, esperança e caridade, sofreria grandes influências dogmáticas do Iluminismo e da Maçonaria, e viraria, liberdade, igualdade e fraternidade para os membros da bucha. 

 Muitos juristas brasileiros, por que não dizer, os mais importantes juristas brasileiros vieram da bucha de Julius Frank. Diversos membros da Bucha tiveram enorme influência nos acontecimentos políticos ocorridos a partir do séc. XIX. Entre os 133 participantes da Convenção de Itu, em 1873, que resultou na criação do Partido Republicano Paulista, predominavam bucheiros como Campos Salles, Francisco Glicério, Américo de Campos e Rangel Pestana. Esses últimos foram, ao lado de Júlio de Mesquita, os fundadores do jornal O Estado de S. Paulo, que foi também uma espécie de órgão oficial da Bucha. Consta que Júlio de Mesquita Filho foi "chaveiro" da Bucha.


A famosa Comissão dos Cinco, encarregada de elaborar o anteprojeto da Constituição republicana, tinha entre seus membros três "bucheiros", Saldanha Marinho, Américo Brasiliense e Santos Werneck. Os três ministros civis mais proeminentes do governo do marechal Deodoro da Fonseca eram da Bucha: Ruy Barbosa (Fazenda), Campos Sales (Justiça) e Quintino Bocaiúva (Negócios Estrangeiros). Além disso, também foram bucheiros na República do café com leite os presidentes paulistas Prudente de Morais, Campos Sales, Rodrigues Alves, Washington Luís e Júlio Prestes, eleito em 1930 e que não chegou a assumir, assim como os presidentes mineiros Afonso Pena, Venceslau Brás e Artur Bernardes.


Poetas como Castro Alves, Álvares de Azevedo, Fagundes Varella e outras personalidades da história do Brasil como o Barão do Rio Branco também pertenceram à Bucha. Diferentemente das  ancestrais alemãs, a Bucha Paulista sempre foi uma sociedade absolutamente secreta, e submersa na mais rigorosa clandestinidade após a Revolução de 1930.


Mas vamos voltar a 1830, a Bucha foi criada como uma organização secreta, ultra seleta, era um grupo dos mais seletos dos seletos, só os melhores dos melhores eram alunos diretos de Julius Frank, havia um número bastante limitado de membros, e famílias importantes de São Paulo enviaram seus filhos para as aulas particulares de Julius, alguns dos quais vieram a pertencer à Bucha. 

Existe uma dissertação de Mestrado, da PUC de São Paulo, dedicada à bucha e à formação da sociedade secreta estudantil, no centro de São Paulo, com base nos ideais liberais e antiabsolutistas trazidos por Julius Frank. Julius também auxiliava estudantes sem recursos, desde que demonstrassem excepcional capacidade intelectual e a total submissão ao estudo duro e constante, para que se destacassem, sob todos os aspectos.



 Mas vamos voltar a Júlio de Mesquita filho, em seu último ano de faculdade em 1916, foi anunciado no Jornal Estado de São Paulo a festa da chave, cerimônia na qual se passava uma chave, no último ano da Faculdade. Às 20 horas em ponto, na Faculdade de Direito de São Paulo, no dia 2 de dezembro de 1916 havia a tradicional cerimônia da chave, no salão nobre da Faculdade de Direito. 

Abelardo Vergueiro recebeu a chave das mãos do bacharelando Júlio de Mesquita filho. Vc entregava publicamente uma função, simbolizada por uma chave, que somente os iniciados na bucha entendiam de fato o que significava. Existem relatos da passagem da chave desde o século XIX. Uma galera mais secreta e revolucionária existe até hoje  em grandes universidades, por exemplo, em Yale , tem a famosa Skull and Bones, mas há várias outras. 


Bom, e em 1930 teve muita confusão no Brasil, quando surge Vargas, a república do café com leite ficou meio que na ilegalidade. Então a turma diz que a bucha acabou em 1930. Só que em 1931 é criada a Associação dos antigos alunos da Faculdade de Direito da USP. E passam a se encontrar todo ano. No site da maior faculdade direito do país tem história, arquivos, estatutos etc. 

Antigos alunos foram presidentes do Brasil, até Júlio Prestes, então cabe a pergunta, a gente teve a política do café com leite por causa da política da bucha ou a política da bucha é que foi a política do café com leite? Na prática, é a mesma coisa! 


O Brasil tinha como capital o Rio de Janeiro, antes foi Salvador, depois do Rio foi Brasília, mas qual foi o estado que realmente cresceu e se desenvolveu?  O Estado de São Paulo, onde um grupo secreto cresceu em torno de um alemão, um indivíduo com excepcional capacidade intelectual e revolucionária. Nasceu em 1830, na Faculdade de Direito, 59 anos, a República foi proclamada. Um projeto de poder nasceu lá em 1830, poderoso a ponto de derrubar a monarquia, fundar empresas, abrir jornais, editoras, criar tribunais, fazer a grande política. Aí você olha no Brasil de hoje, o nosso Judiciário, são as grandes famílias, os sobrenomes mais importantes que estão nas grandes avenidas, nas rodovias, nos cargos.


 O Judiciário teve um papel bem diferenciado, desde 1830. Mas em 1930 já não era mais o ideal republicano, foi quando chega Vargas. Depois, em 1945, veio o governo interino de José Linhares, veio Nereu Ramos, e Janio Quadros.


A bucha nunca acabou, ela migrou para Brasília. Num.próximo vídeo daremos sequência a este breve resumo da sociedade secreta mais influente da história do Brasil. 






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