PUTIN prepara golpe fatal na OTAN

 Alastair Crooke, nascido em 1949, é um ex-diplomata britânico, fundador e diretor do Conflicts Forum, com sede em Beirute, Líbano, organização que defende o envolvimento entre o Islã político e o Ocidente. Foi uma figura importante dentro da inteligência britânica (MI6) e diplomata da União Europeia. É uma das nossas fontes, aqui, no Luz no Fim do Túnel.

 Alaister tem escrito, já há algum tempo, que a Europa (e os EUA) estão num período alternativo de revolução e guerra civil.

 Tais conflitos tendem a se prolongar com episódios culminantes, revolucionários, mas que, na realidade, são apenas modos alternativos dentro de um mesmo fenômeno, picos revolucionários, como convulsões em meio ao "lento trabalho" de uma permanente guerra cultural.

Também cresce uma contra-revolução, pouco preparada para vivenciar valores morais tradicionalistas, pouco preparada para lidar com uma ordem internacional opressiva

A primeira nação a quebrar o molde liberal parece ser a França de Le Pen.  

 O resultado das eleições europeias para o Parlamento Europeu pode vir ser visto como o “primeiro gole” de uma bebida mais forte e um clima mais radicalizado. Em breve, teremos eleições antecipadas na Grã-Bretanha e na Alemanha, em grande parte da Europa. A Europa está entrando num estado de desordem política mais acentuada

As “Estruturas de Poder” ocidentais detêm a riqueza, detém as principais instituições da sociedade e os meios de aplicar a sua vontade excepcionalista. Mas como irão gerir um Ocidente que se aproxima do colapso moral, político e até financeiro? Provavelmente vão dobrar a aposta, sem compromisso, como já vem fazendo.

Mas dobrar a aposta pode vir a ser uma geopolítica de alto risco.

As “estruturas” dos EUA estão um tanto desconcertadas com o presságio eleitoral europeu. A Europa começou um movimento, um motim, como se o espelho estivesse se desfocando e nesse cenário, os EUA tem um seu Joe Biden visivelmente oscilante.

Seria uma fenda no seu excepcionalismo unipolar internacional?

 Já existe uma escalada militar liderada pelos EUA, ligada à Ucrânia, cujo objectivo é claramente provocar uma retaliação da Rússia. Os EUA fazem aumentar progressivamente as violações da OTAN, das “linhas vermelhas” estratégicas da Rússia. Os falcões dos EUA querem submeter Moscou, deixando a Moscou a opção de retaliar. As elites ocidentais não acreditam nos alertas de Moscou. Simplesmente desprezam os russos, simplesmente menosprezam os povos eslavos

 Há uma manobra de provocação das elites, concebida para adiar as eleições presidenciais dos EUA, à medida que as tensões globais aumentam. Pretendem mesmo criar uma sucessão antecipada de Biden. No seu plano demente, a Ucrânia precisa implodir. A elite estadunidense quer mudar seu foco para Taiwan, uma contingência que já está sendo preparada.

 Mas por que a Europa está em motim?

O motim surgiu porque já perceberam que a estrutura dominante ocidental não é um projeto liberal como querem fazer crer, mas sim um “sistema de controle” tecnocrático, mecânico, uma tecnocracia gerencial, imposta desde Washington, uma fraude que se apresenta como liberalismo, como se liberalismo fosse alguma espécie de salvação. Não é.

 É evidente que há muita alienação na Europa, por causa da Ucrânia, da imigração, da queda do altíssimo padrão de vida. Os europeus estão confusos, foram criados, desde a Guerra-Fria, na narrativa de que o liberalismo é o fim da história. 

 No entanto, isso é ilusório. A realidade é um controle crescente, vigilância, censura, cancelamentos, tecnocracia, confinamentos, emergência climática. Ou seja , um iliberalismo, até mesmo um totalitarismo. 

Ursula von der leyen diz que “se você pensa na manipulação das informações como um vírus, é melhor vacinar logo, para ficar logo inoculado com a doença”

 Quando é que liberalismo se tornou iliberal?

 A “reviravolta” ocorreu na década de 1970.

 Em 1970, Zbigniew Brzezinski (que se tornaria Conselheiro de Segurança Nacional do Presidente Jimmy Carter) publicou um livro intitulado: Entre Duas Idades: O Papel da América na Era Tecnotrônica.  

Brzezinski argumentou assim:

 “A era tecnotrônica envolve o aparecimento gradual de uma sociedade mais controlada. Tal sociedade é dominada por uma elite, que exerce uma vigilância contínua sobre cada cidadão, manipula o seu comportamento e molda o funcionamento intelectual de todas as pessoas … 

Ora, isso daí é que é o "novo normal"!

 Depois Brzezinski disse que “o Estado-nação, a unidade fundamental da vida organizada ou civilizada do homem, deixou de ser a principal força criativa dos nossos tempos; a banca e as corporações multinacionais agem muito à frente das necessidades políticas da nação- estado". 

E os anos 70 viram a criação da Comissão Trilateral, o coração secreto da matrix “Quando Carter assumiu o cargo em Janeiro de 1976, o seu Gabinete era composto inteiramente pelas fileiras da Comissão Trilateral dos Rockefeller – em Washington, o governo Carter era chamado de ‘Presidência de Rockefeller’”

 “A presidência dos EUA e os principais departamentos do governo federal foram assumidos por uma organização privada, dedicada à subordinação dos interesses internos dos Estados Unidos aos interesses internacionais dos bancos e corporações multinacionais. Seria injusto dizer que a Comissão Trilateral domina a Administração Carter. A Comissão Trilateral é a Administração Carter”.

 “Todos os principais cargos de política externa e económica do governo dos EUA, desde Carter, têm sido ocupados por alguém da Comissão Trilateral”. E assim continua, o público mal sabe quem realmente manda nos EUA. Há quem pense que o deep state dos neocons e rockfellers é uma "teoria da conspiração". Não é conspiração, é o “estado permanente” dos EUA

 E tem filiais em toda a Europa.

 E o europeu começa a se rebelar, muitos estão dispostos a uma mudança mais radical. 

 A barganha Rockefeller consistiu em impor a oligarquia financeirista às massas, vc pode ser o que vc quiser, te damos a política identitária, esfacelamos a tua identidade, te damos a sensação de pertencimento tribal, te damos a diversidade infinita dentro de nossas suítes executivas corporativas.

E as elites anglo-americanas mantiveram seus recursos económicos e seu poder sobre a Europa, mais ou menos assim: "o livre-mercado te dá uma identidade, uma cidadania, mas essa identidade não é vc, é uma identidade sobre você. 

Vamos voltar um pouco atrás. Há pouco tempo atrás, até o século XIX, a economia humana estava “incorporada” na sociedade, subordinada à política, aos costumes, à religião, às relações sociais e locais.

 O inverso disso é o paradigma tecnocrático, o mundo à moda Rockefeller leva à fragilização dos laços sociais, a atomização da comunidade, não há mais um conteúdo metafísico, não há mais propósito, o significado existencial se foi.

É assim que o europeu se sente: "olha, eu não conto, eu não pertenço, eu não tenho importância". Muitos europeus agora entendem isso. Eles veem à frente um jogo de soma zero, no qual eles vão perder. As pessoas se vêem mais e mais como “adversários”. Esse é o preço da democracia imposta pelo Oeste, debates intermináveis, sem que jamais se chegue a nenhum consenso. É uma diluição, uma despersonalização.  

Tome por exemplo, o conflito israelo-palestiniano. As camadas dominantes dos EUA apoiam zelosamente a Israel sionista. À medida que a Ordem Internacional começou a ruir, este segmento do poder estrutural dos EUA ficará mais e mais intransigente, temendo, ele também, cair num jogo de soma zero.

 Há uma narrativa israelita para a guerra e uma “narrativa do resto do mundo”, que acusa o genocídio, que aponta para a imoralidade extravagante de se fazer um porto em Gaza para vender gás para a Europa. São dois mundos e não se encontram. É um conflito que já está piorado, e pior, tende a piorar ainda mais, e cada vez mais .

 Voltando a David Rockefeller e seu grupo Bilderberg, vejam, sua política, a do deep state, previu que o século XXI seria o “Século Americano”. Como? "Controle o petróleo e mantenha o dólar no topo, o tempo todo".

Daí aparece um documento , do temível think-tank Clube de Roma, chamado *Limites ao Crescimento", em 1971. O Clube de Roma, olha só, é uma criação dos Rockefeller. A narrativa "científica" era que a civilização vai soçobrar devido ao aumento populacional, devido ao esgotamento dos recursos naturais e energéticos.

E vem os "especialistas", líderes de, multinacionais, CEOs de bancos, burocratas, a ONU, a Comissão Trilateral etc, eles é que tinham a visão e o conhecimento tecnológico para gerir a sociedade. 

O conselheiro do presidente Clinton para a Conferência da ONU, então, Tim Wirth, disse alegremente: “Temos que enfrentar a questão do aquecimento global. Mesmo que a teoria esteja errada, é a coisa certa a se fazer, em termos de política económica”.

 A coisa toda era errada, mas a política estava certa!!??

 O “padrinho” do totalitarismo ambiental, além de David Rockefeller, foi um seu protegido, além do indispensável” Klaus Schwab, chamado Maurice Strong. Os círculos diretamente ligados a David Rockefeller e Strong, na década de 1970, deram origem a organizações ultra fechadas e think tanks”.

Daí veio o Clube neo-Malthusiano de Roma; o estudo de autoria do MIT: ‘Limits to Growth’, e a Comissão Trilateral”.



Scott Ritter: 

A Rússia está destruindo o exército da Ucrânia e Putin já tem o golpe final na OTAN, pronto". 

Ex-inspetor de armas da ONU, Scott Ritter explica a perspectiva russa sobre o conflito em curso na Ucrânia. O envolvimento da Rússia no conflito está enraizado na década de 1990, quando a Rússia estava num estado de caos e decadência, já expliquei este ponto num vídeo anterior. Vladimir Putin assumiu o poder numa situação precária, concessões, tolerou vários níveis de corrupção interior, com grande capacidade estratégica, a fim de manter o poder. Um dos compromissos que foi obrigado a engolir foi permitir que os oligarcas, que estavam entrelaçados com o tecido social e económico russo, permanecessem no poder. No entanto, alguns oligarcas, como Khodorkovsky, envolveram-se na política e desafiaram Putin. A penetração do Ocidente na Rússia, durante a década de 1990, foi um período muito difícil para Putin limpar o sistema sem alienar o elemento pró-ocidental, o 5ª coluna, o neoliberal interno. Talvez ninguém compreendeu mais do que Vladimir Putin que o sistema capitalista atual é ineficiente e alimenta todo tipo de corrupção, mas teve de fazer compromissos para manter o poder.


Então , Vladimir enfrentou grandes desafios para levantar a Rússia, problemas como guerras, sanções económicas e corrupção desenfreada. Ele optou então, e isso decorre de sua personalidade praatics, pela sobrevivência da Rússia em detrimento da sua reconstrução, aceitando compromissos que permitiram a continuação de certas práticas corruptas, presentes desde a época soviética. Tudo se complicou muito mais quando os Estados Unidos resolveram usar a Ucrânia para criar uma revolução colorida, para tirar Putin do poder. Apesar desses desafios, Putin conseguiu resolver boa parte dos problemas fundamentais da Rússia, mas não se resolve tudo, e problemas podem inclusive regressar. A economia da Rússia não encolheu tanto quanto esperado pelos EUA ,devido às sanções, Putin investiu boa parte do dinheiro dos oligarcas na Rússia, diminuiu a dependência da Rússia dos oligarcas. 

O divórcio económico entre a Rússia e o Ocidente levou a uma onda de patriotismo entre os russos, que viram o Ocidente como uma ameaça mesmo redescobriram o orgulho pelo seu país. Essa revivescência pelo patriotismo fez com que os russos encarassem a guerra na Ucrânia como uma luta existencial pela sobrevivência da Rússia e se comprometessem com a vitória. A popularidade de Putin aumentou após as últimas eleições. Putin enquadrou as eleições como um apelo nacional à guerra e 88% dos que votaram o apoiaram. Após a sua tomada de posse, em 7 de maio último, Putin planejou acabar com a corrupção na Rússia, adotou uma política de tolerância zero, inclusive devido à guerra em curso. Esta transição para uma nova Rússia, livre da corrupção da década de 1990, foi uma consequência das tentativas do Ocidente de derrotar Putin. Em vez de permitir que Putin limpasse a casa e fizesse a transição para uma era pós-Putin, as acções do Ocidente reforçaram a posição da Rússia.  

Scott Ritter, nesta última entrevista a Danny Hayphong, também aborda o contexto do envolvimento da China na Guerra da Coreia , traçou um paralelo entre o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra da Coréia e a sua atual abordagem em relação à Ucrânia e à Rússia. Os EUA calcularam mal a sua capacidade de derrubar a Rússia usando a corrupção nazista na Ucrânia; da mesma forma subestimaram as consequências da sua intervenção na Coreia. Este erro de cálculo poderá ter sérias repercussões, conduzindo potencialmente a uma mudança dramática na dinâmica do poder global. Então nós temos essa disfuncionalidade política, as pessoas não entendem que não é um jogo de soma zero, onde se um lado ganha o outro tem de perder, a complexidade da economia tende a ficar ainda mais complexa. O Brasil é como um gigante no meio de dois fogos. Ele tem uma natural presença no mundo multipolar em formação, é mesmo um dos fundadores dos BRICS, no entanto ele tem um histórico de submissão, de vassalagem ao bróder do norte, então vemos essa imobilidade, essa timidez em investir na defesa, na tecnologia própria, no interesse nacional. 


E o Brasil? 

Do ponto de vista econômico, o Brasil apresenta deficits comerciais contínuos, não há um controle de gastos, de despesas, o teto de gastos já foi rompido, a situação econômica tende a se agravar nos próximos meses, a disputa entre o pres. da rep. e o pres. fo banco central não ajuda, a "política" do pres. do bc parece estar levando o dólar a casa dos 5,50, podendo chegar a 6 reais o dólar.  Um.problema sério no Brasil é determinar ou prever que poderes podem o que? Um poder interfere no outro, o tempo todo, e só podemos concluir que alguém, no topo das famílias da elite se beneficia muito deste imobilismo. A insegurança jurídica hoje é algo seguro, ou seja, é garantido que vai haver insegurança jurídica, um faz a lei mas o outro a desfaz como se o outro nem existisse. 



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