"NUNCA HAVERIA GUERRA DA UCRÂNIA SE EU FOSSE O PRESIDENTE" (TRUMP)

David Goldman Ásia Times

Isso nunca teria acontecido se eu fosse presidente”, disse Trump. “A Ucrânia nunca teria acontecido. O ataque israelense nunca teria acontecido. A inflação nunca teria acontecido. Essas são três coisas grandes. A Ucrânia não têm soldados, não têm mão de obra, querem usar pessoas velhas.”

“A idade média dos soldados deles é 43, então eles estão ficando sem gente”, Sacks perguntou “Sr. Presidente, você quer trazer um acordo de paz para a Ucrânia para que as pessoas parem de morrer, e eu concordo de todo o coração com esse sentimento. Você estaria disposto a tirar a expansão da OTAN da mesa, para fazer os russos e ucranianos fazerem um acordo?
Trump respondeu: “Por vinte anos, ouvi dizer 'se a Ucrânia entrar na OTAN será um problema real para a Rússia'. Eu ouvi isso por muito tempo. E é realmente por isso que essa guerra começou... Biden sempre diz as coisas erradas, uma das coisas erradas era, 'a Ucrânia entrará na OTAN'. Quando o ouvi falar está tolice, eu disse: 'Esse cara vai começar uma guerra.' Como você sabe, por quatro anos nunca se falou da Rússia entrar na Ucrânia. Isso nunca teria acontecido. A Rússia nunca iria atacar a Ucrânia.”

“Então, de repente, eles atacam. Eu disse: 'O que está acontecendo aqui?' Mas se você olhar para a retórica de Biden..., e ele ainda está dizendo isso”, acrescentou Trump.

O ex-presidente e candidato republicano em 2024 explodiu a lenda negra de um "ataque russo "não provocado" à Ucrânia", repetido incessantemente na câmara de eco da grande mídia. O stablishment dos EUA agora sofre a dupla humilhação de ter provocado uma guerra com a Rússia e depois tê-la perdido. "Pior do que um crime", brincou o ministro das Relações Exteriores de Napoleão, Talleyrand, "é um erro".

Um dia depois, o líder do Partido Reformista Britânico,  Nigel Farage , um amigo de Trump, repetiu a acusação de Trump. “A expansão cada vez mais para o leste da OTAN e da União Europeia deu a esse homem [Putin] uma razão para o povo russo dizer que eles estão vindo atrás de nós novamente".
Nós provocamos essa guerra”, Farage disse a um entrevistador da BBC. “Claro que é culpa dele – ele usou o que fizemos como desculpa.”

Em contraste com o silêncio pétreo de seus colegas americanos, toda a mídia britânica criticou Farage, o líder do Brexit cujo Partido Reformista agora está à frente dos conservadores britânicos. A mídia americana ignorou completamente os comentários de Trump.

Vale a pena citar aqui detalhadamente os comentários não divulgados de Trump, porque nenhuma mídia americana os publica.

“Um mês antes da invasão russa, [o Secretário de Estado Antony] Blinken disse ao [Ministro das Relações Exteriores russo Sergei] Lavrov que a administração Biden não só levaria a Ucrânia para a OTAN, mas que os EUA colocariam armas nucleares na Ucrânia. Os russos ficaram furiosos. Foi a mais pura e rematada provocação.”

Trump disse: “Digamos que você estivesse comandando a Rússia. Você não ficaria muito feliz, não é mesmo? Os EUA colocar ogivas nucleares na tua fronteira. Eles vao quer soldados na fronteira deles? Ora, isso já era bem entendido, e antes mesmo de Putin. Você pode ir contra a vontade deles, isso não significa que eles estejam certos, mas é muito provocativo.”

Biden se fez de desentendido sobre a possível filiação da Ucrânia à OTAN, mas  disse ao presidente ucraniano Zelensky  em dezembro de 2021 que cabia à Ucrânia aderir ou não, um endosso de fato à filiação da Ucrânia à OTAN. Não faltou clareza sobre a posição de Biden.  O senador Josh Hawley, aliado de Trump, pediu à administração Biden que retirasse seu apoio à filiação da Ucrânia à OTAN em fevereiro de 2022, pouco antes da invasão russa.

Em seu discurso de 23 de fevereiro de 2022, na véspera da invasão russa, Putin explicou por que a Rússia não toleraria a filiação da Ucrânia à OTAN. Isso permitiria que os Estados Unidos colocassem mísseis de curto alcance a poucos minutos de voo de Moscou. “A Aliança, sua infraestrutura militar, chegou às fronteiras da Rússia”, disse Putin, acrescentando:

Esta é uma das principais causas da crise de segurança europeia; teve o impacto mais negativo em todo o sistema de relações internacionais e levou à perda de confiança mútua...

Os Estados Unidos estão desenvolvendo seu Standard Missile-6 para todos os propósitos, pode fornecer defesa aérea e de mísseis, bem como atingir alvos terrestres e de superfície. Em outras palavras, o sistema de defesa de mísseis supostamente defensivo dos EUA está se desenvolvendo e se expandindo, são suas novas capacidades ofensivas….

O Pentágono vem desenvolvendo abertamente muitas armas de ataque terrestres, incluindo mísseis balísticos capazes de atingir alvos a uma distância de até 5.500 km. Se implantados na Ucrânia, tais sistemas poderão atingir alvos em toda a parte europeia da Rússia. O tempo de voo dos mísseis de cruzeiro Tomahawk para Moscou será de menos de 35 minutos; mísseis balísticos de Kharkov levarão de sete a oito minutos; e armas de assalto hipersônicas, de quatro a cinco minutos.

É como uma faca na garganta. Não tenho dúvidas de que eles esperam executar esses planos, como fizeram muitas vezes no passado, expandindo a OTAN para o leste, movendo sua infraestrutura militar para as fronteiras russas e ignorando completamente nossas preocupações, protestos e avisos.

As questões são as mesmas da Crise dos Mísseis Cubanos de 1962. Os Estados Unidos colocaram mísseis nucleares de médio alcance na fronteira turca com a Rússia, e a Rússia respondeu enviando mísseis para Cuba. A Rússia concordou em remover os mísseis de Cuba depois que os EUA concordaram em remover seus mísseis da Turquia, um acordo mantido em segredo por anos por razões de salvar a face.
Membros do establishment de Washington sabiam como a Rússia responderia, porque a Rússia lhes disse em detalhes e longamente como responderia. Mas o establishment viu isso como uma oportunidade de cercar a Rússia e esmagá-la com sanções econômicas.

Biden  tuitou  em 22 de março de 2022: “Como resultado de nossas sanções sem precedentes, o rublo foi quase imediatamente reduzido a escombros. A economia russa está a caminho de ser cortada pela metade. Ela era classificada como a 11ª maior economia do mundo antes dessa invasão — e em breve, nem estará entre as 20 maiores.”

Em 2023, a Rússia ultrapassou o Japão e ficou em quarto lugar no ranking econômico mundial, de acordo com o Banco Mundial.

Mais do que as “guerras eternas” no Afeganistão e no Iraque, o desastre da Ucrânia tem o potencial de minar a hegemonia americana para sempre. Os aliados da América (ou futuros ex-aliados) não têm ilusões sobre isso.

“A Ucrânia e o colapso do Ocidente” foi a manchete de 23 de junho do boletim diário de maior circulação da Alemanha, o  Pioneer Briefing . “A Ucrânia está exausta, o campo conservador está dividido e os negócios gostariam de normalizar as relações com a Rússia, escreveu o editor Gabor Steingart. Ele citou seis razões pelas quais a guerra foi perdida:
A Ucrânia é um “país exausto”;
a estratégia do Ocidente de isolar a Rússia falhou;
A América está cansada de exportar democracia;
A Alemanha está recuando no apoio à continuação da guerra:
O campo conservador está dividido, com o proeminente democrata-cristão Armin Laschet a apoiar o governo social-democrata em relação à Ucrânia; e
as empresas já estão olhando para a reconstrução.
Laschet, o candidato democrata-cristão de 2021 para chanceler, endossou a política de “prudência e cautela” de Olaf Scholz em relação à Ucrânia, derrubando a posição agressiva do líder da CDU, Friedrich Merz.

Nas eleições de 9 de junho para o Parlamento Europeu, partidos antiguerra, mais proeminentemente a Alternative für Deutschland (AfD), ganharam acentuadamente às custas dos Social-democratas e dos Verdes. Ainda mais notavelmente, uma pluralidade de membros dos Democratas Cristãos, o maior partido da Alemanha, disse ao Die Welt em uma pesquisa recente que eles prefeririam uma coalizão com a AfD do que qualquer outro partido.

Dados de pesquisas internas da AfD mostram que a guerra na Ucrânia foi a principal questão entre os eleitores alemães. Vinte e seis por cento dos entrevistados disseram que “garantir a paz” era sua preocupação número um, seguido pela previdência social (com 23 por cento) e imigração com 17 por cento.

Tendo falhado em isolar, muito menos derrotar a Rússia, o establishment está pedindo medidas desesperadas, incluindo ataques à infraestrutura militar com armas ocidentais do território ucraniano. Putin respondeu oferecendo armamento russo de alta tecnologia, ainda não especificado, à Coreia do Norte, uma potência nuclear considerada um curinga por seus vizinhos.

A visita de Putin à Coreia do Norte na semana passada causou um arrepio no Establishment. O  New York Times  escreveu:
Em um dos momentos mais marcantes de retorno à Guerra Fria até agora, a visita do Sr. Putin a Pyongyang na quarta-feira — e o anúncio de um pacto para fornecer "assistência mútua em caso de agressão" — ressaltou que os esforços das três maiores potências nucleares do mundo para deter a proliferação nuclear da Coreia do Norte estavam morrendo há algum tempo...

Putin fez muito mais do que abandonar qualquer aparência de desejo de garantir contenção nuclear. Ele prometeu ajuda tecnológica não especificada que — se incluir as poucas tecnologias críticas que o Sr. Kim buscou aperfeiçoar — poderia ajudar o Norte a projetar uma ogiva que pudesse sobreviver à reentrada na atmosfera e ameaçar seus muitos adversários, começando pelos Estados Unidos.

Americanos jogam Banco Imobiliário; russos jogam xadrez . Putin abriu um flanco geopolítico que poderá prejudicar o Ocidente, com o objetivo de forçar o Ocidente a aceitar ganhos territoriais russos na Ucrânia, bem como a neutralidade ucraniana.



A ideia da 3ª Roma ser Moscou é muito mais antiga do que URSS e ainda muito mais do que a era Putin. 

Muitas das profecias foram implantadas na mente ocidental pela CIA, no período da Guerra-Fria, essa é a real!

O Ocidente coletivo já admite que a Rússia foi obrigada a invadir a Ucrânia. 

O ocidental não tem a menor ideia do que é perder 25% da população masculina para destruir os exércitos nazistas. Por mais de 30 anos seguidos, os russos disseram que a Ucrânia não poderia ser parte da OTAN e os EUA não poderiam colocar ogivas nucleares por lá, pois foi exatamente o que Joe Biden disse que faria, assim que assumiu ("nunca menospreze a capacidade de Joe Biden dizer bobagens"...).

E daí vem a pregação olavete dos "erros da Rússia" e bla-bla-blá, có-có-có. 

Áh, tenha paciência!

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