O Tabuleiro de Pequim: Como a China Está Se Preparando para Liderar o Século XXI


### **China 2025: O Xadrez Geopolítico e Econômico de Pequim**  


A China já traçou seu caminho para 2025. Durante o evento **Duas Sessões**, o governo definiu suas metas políticas e econômicas. Mas o que isso significa na prática?  


Este é o momento em que a **Assembleia Nacional do Povo** e a **Conferência Consultiva Política do Povo Chinês** se reúnem. A Assembleia Nacional do Povo, com quase **3.000 representantes**, é o órgão máximo do poder chinês. Seu modelo político se define como uma **"democracia popular de processo integral"**, onde a participação não se limita ao voto, mas ocorre por meio de consultas e deliberações dentro do Partido Comunista. Mas será que essa participação é realmente efetiva?  


### **Economia: Metas Ambiciosas e Desafios Reais**  


O primeiro-ministro **Li Qiang** anunciou a meta de **crescimento de 5%** para este ano, além da criação de **12 milhões de empregos urbanos** e a manutenção do **desemprego em 5,5%**. Mas será que a China conseguirá sustentar esse ritmo diante da desaceleração econômica e das tensões globais?  


Para impulsionar a economia, Pequim vai injetar **1,3 trilhão de yuans** (cerca de **182 bilhões de dólares**) por meio de títulos do governo. Além disso, setores como **internet, telecomunicações, saúde e educação** serão abertos a investidores estrangeiros.  


Outra prioridade é a **revitalização rural**, consolidando o fim da extrema pobreza declarado em 2020. Isso envolve investimentos em infraestrutura, transporte, moradia e agricultura. Mas até que ponto essas medidas são eficazes ou apenas parte da narrativa oficial?  


A deputada **Wang Enxiang**, de Shandong, defendeu o papel da **juventude e da tecnologia** na revitalização rural. Ela também destacou a importância da **agricultura orgânica** para a segurança alimentar da China. Mas será que um país com um dos maiores setores agrícolas do mundo está realmente disposto a reduzir a dependência de agrotóxicos?  


### **China no Tabuleiro Global: Cooperação ou Confronto?**  


O ministro das Relações Exteriores, **Wang Yi**, deixou claro que a China quer diálogo com os EUA – mas não aceitará tentativas de contenção. Sua mensagem foi direta:  


> *"Nenhum país deve fantasiar que pode conter a China e ao mesmo tempo manter boas relações conosco."*  


Ou seja, Pequim está aberta à cooperação, mas se houver confronto, responderá à altura.  


Além disso, Wang Yi reforçou que o **Sul Global** – responsável por mais de **40% do PIB mundial** – será essencial para um mundo mais estável e próspero. A China se posiciona como líder dessa nova ordem multipolar.  


Na relação com a **Rússia**, nenhuma novidade: Pequim mantém sua parceria estratégica e não cede a pressões externas. Um ponto intrigante foi a ausência da **Europa** nas discussões sobre a guerra na Ucrânia, o que sugere que Pequim vê esse conflito como uma disputa entre grandes potências, sem papel decisivo para os europeus.  


No **Oriente Médio**, Wang Yi rejeitou a proposta de Trump de transformar **Gaza** em um resort e reafirmou:  


> *"Gaza pertence ao povo palestino."*  


Já sobre a relação com a **União Europeia**, Pequim acredita no diálogo, mas sabe que Bruxelas pode pender para o lado dos EUA.  


### **Mar do Sul da China e Taiwan: Pequim Não Recua**  


O recado para as **Filipinas**, que vêm recebendo apoio dos EUA, foi claro:  


> *"Quem se deixa usar como peça de xadrez dos outros, cedo ou tarde será descartado."*  


Sobre **Taiwan**, Wang Yi reforçou a posição chinesa:  


> *"Taiwan nunca foi e nunca será um país independente."*  


Ou seja, Pequim não abre espaço para discussões sobre a soberania da ilha.  


### **"Made in China 2025": O Futuro Tecnológico da China**  


O projeto **"Made in China 2025"** está acelerando e já coloca Pequim à frente dos EUA em diversas áreas. Em setores como **inteligência artificial, 5G, biotecnologia e computação quântica**, a China vem avançando rapidamente.  


Entre **2003 e 2007**, os EUA lideravam em **60 das 64 tecnologias críticas**. Já entre **2019 e 2023**, a China passou a liderar em **57 dessas tecnologias**.  


Isso mostra que a estratégia de Pequim não é competir militarmente, mas expandir sua influência por meio da **educação, indústria, tecnologia e finanças** – uma abordagem que lembra **Sun Tzu**: vencer sem precisar lutar.  


### **O Que Esperar do Futuro?**  


Diante desse cenário, alguns pontos se destacam:  


1. **EUA-China:** Com **Trump 2.0** ou **Biden 2.0**, a relação seguirá tensa – mas Pequim está jogando com paciência estratégica.  

2. **Sul Global:** A China quer liderar essa nova ordem multipolar.  

3. **Disputa Tecnológica:** Esse será o verdadeiro campo de batalha – e a China já largou na frente.  

4. **Economia:** Pequim enfrentará desafios, mas continuará sendo um dos grandes motores do mundo.  


Xi Jinping já havia dito a Vladimir Putin que estamos vivendo **"mudanças nunca vistas em um século"**.  


A grande questão é: **o Ocidente está preparado para lidar com isso?**

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