A DECOMPOSIÇÃO DA DEMOCRACIA LIBERAL
Fontes de hoje, Alfredo Jalife, Daniel Estulin, Pepe Escobar, revista EIR à frente.
Parece que estamos metidos até o pescoço numa segunda Guerra Fria, e há uma tendência de queda demográfica, mais ou menos global.
Uma queda demográfica começa a surgir ainda discretamente na Índia, na China também, e nos Estados Unidos. Nos EUA, analistas de geopolítica já apontam como declinante, é um declive, a descida de um Estado, uma decomposição lenta e gradual.
É uma decomposição de toda uma cosmovisão herdada do Reino Unido, de uma cultura anglo-sionista-saxã, que tem sido hegemônica no mundo, desde há dois séculos.
Por falar em decomposição, Heitor Villa-Lobos, o maior músico, compositor erudito brasileiro de todos os tempos, doente, já no final de sua vida, recebe a visita de um querido amigo, e daí este pergunta ao Maestro, “e então, maestro, o que o sr está compondo ultimamente”? E o maestro, sempre com seu inalterável bom humor, responde, “meu amigo, ultimamente só estou mesmo decompondo”.
O que aconteceu com a democracia? Tendemos a crer que a democracia é boa e melhor do que os outros regimes por si mesma, por si só, apenas por existir, como se não trouxesse nenhum problema. Segundo Churchill, era o pior regime, com a exceção de todos os outros. Se a democracia não funciona, e parece que não funciona mais, seria por que temos uma consciência pervertida, talvez escravizada, não estamos à altura da democracia?
Bom, vamos ver, Churchill viveu numa época que viu ditaduras fascistas, nazismo, regimes de ditadura do proletariado, comunismo, monarquias absolutas etc, e considerava que a democracia liberal era mais avançada, a burguesia capitalista de seu tempo, era o que de melhor poderia haver, aliás foi a democracia burguesa e corporativa norte-americana a que deu as cartas após a II guerra mundial. Mas hoje, a democracia liberal é apenas um jargão, não há democracia liberal, temos oligarquias, temos plutocracia em estado bruto e absoluto. Mesmo numa democracia enquanto tal, existem grupos oligárquicos, não necessariamente oligarquias de burgueses, de corporações industriais, mas oligarquias no sentido de reservas de mercado, de grupos políticos com regalias, de grupos privilegiados, seja na área militar, empresarial, ideológica, religiosa etc. No final, todo sistema político, isso se sabe desde Aristóteles e Platão, é uma mistura de vários sistemas, que coexistem, numa integração precária, frágil. Há elementos democráticos, há elementos aristocráticos, há elementos oligárquicos, militares, religiosos e o modo como se equilibram uns e outros, e funcionam ou se boicotam é que será o pano de fundo onde vivemos e sobrevivemos.
De um ponto de vista marxista, vejam, partindo do pressuposto de que há uma guerra entre oligarquias, que em toda organização de um certo porte, em toda a organização política, seja um partido, um sindicato, ou mesmo um Estado constituído, haverá sempre uma classe que vai dirigir essa oligarquia, Para Platão, na República, o importante era a origem dessa classe, pressupunha uma aristocracia do espírito, espécie de sacerdócio ético, moral, espiritual, na prática, contudo, os aristocratas eram a classe que detinham a posse da terra. Bom, voltando à questão da democracia atual, temos a ilusão de que o voto serve para algo maior e melhor. Só que as decisões importantes são tomadas por pessoas que nem sequer votam por aqui, pessoas que vc sequer conhece, que estão a milhares de quilômetros de distância.
Por isso falamos no Estado Profundo, por trás da suposta democracia que dirige o mundo ocidental, ocidental aqui refere-se aos países mais importantes do ocidente. Podemos, a grosso modo, falar em democracias liberais, e esse liberalismo tem duas faces, uma à esquerda e outra à direita. A da esquerda é, digamos, uma socialdemocracia, desmarxistizada, ela é fabiana, perdeu seu idealismo marxista, a socialdemocracia seguiu os parâmetros do liberalismo alemão, da economia social de mercado, de Willy Brandt e, depois da queda da União Soviética, de Tony Blair, do Reino Unido.
Então, essa facção de liberalismo de esquerda é hegemônica, ela cresceu e dominou as instituições, ela chamaria a direita de fascista, mas por muito que possa chamar a direita de fascista, de totalitária, de radical, a política econômica do fascismo, a sua forma de estado era mais socialista do que a esquerda liberal.
A democracia liberal de esquerda se desenvolveu sob uma política econômica, industrialista, protecionista, um tanto baseada na doutrina social da Igreja. Se Getúlio Vargas, Franco ou Salazar ressuscitassem e apresentassem um programa político-econômico, haveria muita gente, sobretudo os liberais de direita, que o considerariam um perigoso bolchevique.
Agora, onde está o elemento da justiça social? Porque o que as pessoas reclamam nos EUA, no Canadá, na Venezuela, na Espanha, no Brasil nos países todos é a famosa justiça social. O problema é que “justiça social” é uma expressão prostituída, esvaziada de sentido, do mesmo modo que o termo “democracia”. A ideia de justiça social veio do Vaticano, da Igrejas Católica, do século XIX, veio de um cardeal e jesuíta, um jesuíta italiano, Luigi Taparelli, é quem criou o termo "justiça social", dentro do marco da doutrina social da Igreja, que depois se ampliou com a Rerum Novarum, com Leão XIII, Pio XII e todos os papas seguintes.
O que aconteceu? Ora, essa facção de esquerda, do liberalismo hegemônico, a social-democracia, anabolizou a ideia de justiça social, mas dessacralizada, secularizada, politizada. Para o liberalismo de direita, hoje chamaríamos de neoliberalismo, a justiça social está falida, defenestrada, estragada, o próprio Friedrich Hayek a criticou veementemente, o Millei disse que a “justiça social” é a fonte de toda pobreza.
Hoje em dia “justiça social” é o justiçamento, é fazer justiça com as próprias mãos, é latrocínio, roubo seguido de morte, tem gente nos EUA, como da Rússia, Espanha, Brasil, que chegam matando e roubando, brasileiros andam fazendo desgraça em Portugal, imigrantes e ilegais na Alemanha, na Inglaterra, na França etc. Eu disse Rússia? Olha a imigração da Ásia Central para a Europa, sobretudo vinda das ex-repúblicas soviéticas, os istãos, que estão chegando, alguns chegam matando e roubando. Estamos falando de 15 milhões de imigrantes, é impossível saber quem é quem no meio da multidão.
O mesmo estamos vendo em várias partes da Europa. Esta é a parte da justiça social. Seria o caso de decretar pena de morte? Ou dictadura? Poderia funcionar hoje em dia? Bom, agora está acontecendo uma coisa rara, as democracias estão ficando parecidas com o regime mexicano do século XX, quando o PRI ganhou eleições sem parar, durante 80 anos seguidos. É uma espécie de democracia formal com um partido hegemônico que não faz mais que governar tudo, o pessoal chama isso, aqui no Brasil, de aparelhamento de esquerda.
É o que vai indo, por exemplo, na Espanha, o PSOE, é o que pretende fazer o Partido Democrata nos EUA. E pregam muito a ideia de justiça social, como se deu na Rússia. Mas veja só, a justiça social veio do catolicismo, só que o catolicismo, também defende a pena capital, a pena de morte! Então, claro, o que rouba, o que mata, o que pratica um crime horrível, essa categoria de pessoa, é uma categoria antropológica, jurídica, penal, psicanalítica etc, não é mais uma pessoa, usa a máscara de uma pessoa, como no teatro grego-romano, mas é um alien, um estranho, alguém que deixou de ser uma pessoa como eu ou vc, o que pratica um crime hediondo deixa de ser pessoa, não é nem mesmo alguém, passa a ser um algo, uma coisa, um delírio vivo.
Porque cruzou uma linha, cruzou um limite, através do qual já não pode ser igualado numa sociedade de iguais, de pessoas, numa sociedade comum, ele tem que ficar separado, apartado, isolado. Então, vamos dizer agora, entrar no âmago do problema, veja, uma sociedade que não é mais capaz de ser exemplar, que não tem mais a capacidade de exercer a pena capital dentro de uma lógica coerente, uma lógica correta do ponto de vista do limite da sociedade, uma sociedade que não tem mais limite, ou que pensa em justiça apenas como um justiçamento, é uma sociedade fadada à extinção, não tem como se sustentar, vai implodir, por dentro, não terá mais justiça, mas apenas justiçamentos, os quais são apenas vinganças individuais, ou chacinas, como na Europa medieval.
Agora, eu defendo a ideia de justiça social como foi pensada pelos papas desde o século XIX, não o mero socialismo, que é uma espécie de justiça social laica, ateu, secular, puramente materialista, mas uma justiça social que reafirme a própria bondade do humano em sociedade, o desumano não pode mais ser considerado como humano, justiça social tem de reafirmar sua ética humano e divina, pensada como uma expressão do ser humano como um ser digno, voltado para o bem, para a bondade, para o bom.
Outro ponto, também temos de pensar em como produzir a riqueza, e, uma vez produzida, como distribui-la, e distribui-la totalmente. Dinheiro guardado em grandes volumes é um fator de desequilíbrio social, de injustiça, de justificativa para crimes, não é só o crime do imigrante ensandecido que sai com um facão no parquinho, mas é o grande crime, o grande roubo, o matar toda uma dinastia, como se deu na Rússia, para se apossar de toda sua imensa riqueza, ou quando pegaram o ex-vice-ministro da defesa, que tinha 100 milhões de dólares em dinheiro vivo, guardado em sua própria casa, uma mansão maior que o palácio de Versailles. É preciso assegurar que não haja super-ricos, em nenhuma sociedade do mundo, mas não vamos advogar por meter-lhe uma bala na nuca, é um problema estrutural, a concentração descabida de renda é um grande fator de desequilíbrio social, pode-se dizer que a existência de um BlackRock, com seus 15 trilhões de dólares de ativos virtuais, garante que haverá ilegais com facão na creche.
2ª parte
Uma análise que chamou muito a minha atenção.
O autor afirma que os BRICS não são uma alternativa ao globalismo, mas um parceiro dele. Os BRICS não são inimigos do cartel mafioso financeiro, que chamamos aqui no canal de máfia Khazar, os BRICS propõem é uma outra forma de fazer negócios.
Ernst Wolff expõe a verdade por trás do domínio Blackrock, a verdade por trás dos BRICS e a verdade por trás da inteligência artificial, revelando como o mundo unipolar está corroendo a soberania global
Ernst Wolff é um escritor, jornalista e investigador alemão especializado na análise crítica do sistema financeiro global e do complexo mundo digital. Ele é conhecido por denunciar o poder desmedido dos gestores de ativos como o Blackrock, bem como o processo em curso de centralização econômica por meio de moedas digitais e inteligência artificial.
O complexo financeiro digital, liderado por gestores de ativos como a Blackrock e grandes empresas tecnológicas visa a consolidar um “mundo unipolar”.
As guerras, as moedas digitais e a inteligência artificial são utilizadas para saquear os sistemas tradicionais, contudo, países como a Alemanha e mesmo a Europa toda perdem a sua soberania econômica e política.
Wolff afirma que os BRICS não são a verdadeira alternativa ao mundo unipolar, mas uma extensão do mesmo esquema de controle global e destaca que o futuro, infelizmente, trará desemprego em massa e desintegração social, e considera que o único modo de manter emprego e coesão social será através de uma “consciência individual e de uma resistência organizada”, valores meritocráticos e coletivos, ao mesmo tempo, por contraditório que o possa parecer.
O fato é que já vivemos sob o maior e mais poderoso cartel que já existiu..
“Blackrock, Vanguard, State Street e Fidelity administram entre US$ 25 e US$ 30 trilhões em ativos.”
“As guerras em curso estão, discretamente, promovendo o saque sistemático de velhas fortunas e condenando todo o sistema financeiro antigo", não se sabe exatamente como isso se dá na prática, mas o próprio modo como a guerra vem sendo travada, com drones, IA, mísseis hipersônicos, armas autônomas etc, já pressupõe o sucateamento de tanques, navios, porta-aviões e bombas de fogo etc.
Wolff diz que os BRICS não são inimigos do cartel financeiro, mas sim uma outra forma de fazer negócios.”. “A Europa não tem mais soberania desde, pelo menos, a Segunda Guerra Mundial, porque depende do sistema financeiro baseado no dólar.” O “Blackrock assumiu o controle da Alemanha e domina a política do país como nunca antes.”
Wolf insiste em que estamos caminhando para o mundo mais unipolar da história, e não para a multipolaridade, como faz parecer o discurso de certos líderes, inclusive bastante admirados até mesmo no Ocidente, é a opinião de Wolff, não a minha opinião, na minha opinião se o BRICS fossem mais do mesmo não geraria tanta oposição da parte do Ocidente coletivo.
Wolff diz coisas como, “A inteligência artificial causará a maior perda de empregos na história da economia global até 2030.” “O complexo financeiro digital tem mais poder do que qualquer governo; “Não importa quem é ou nao é o presidente dos Estados Unidos.”. Isso acho mesmo correto, o mundo que se aproxima será sempre sujeito à IA, sobretudo nos grandes lances econômicos, isso vale, evidentemente, para o BRICS também.
Wolff diz, “O que precisamos é de uma revolução nas cabeças das pessoas, não nas ruas, para resistir a este controle cibernético total.” Certíssimo, buscar melhorar a própria vida, adquirir mais conhecimento, mais experiência e mais desconfiômetro, aquilo que os gregos clássicos chamavam de ceticismo, só que ceticismo não é pessimismo, existe um ceticismo sadio, quando o indivíduo compreende que só aquilo que pode dar certo vai dar certo. Os indianos tem uma doutrina que considero muito saudável, chamada karma yoga, consiste em tentar sempre fazer o melhor, mas não esperar elogios, nem contar com o sucesso etc, simplesmente vc continua a trabalhar da melhor forma possível e pronto, vida segue.
O autor alemão, Wolff ,convida-nos a nos preparar e explica que a preparação para o mundo que está por vir requer tanto “consciência individual” como “acção coletiva”.
No nível pessoal, é essencial compreender a dinâmica do poder financeiro e digital para tomar decisões que nos protejam. No nível colectivo, é crucial “promover comunidades resilientes” que promovam a soberania econômica, a educação crítica e a utilização ética da tecnologia.
O segredo será reduzir a dependência de estruturas centralizadas” e desenvolver competências que nos permitam adaptar-nos a um ambiente cada vez mais automatizado e incerto, sem perder de vista a importância de preservar a dignidade humana e o bem-estar comum.
Eu não acho a tese de Wolff descabida, existe obviamente uma guerra em curso, só que esta guerra não é necessariamente do mundo unipolar dos EUA contra o mundo multipolar da Rússia; eu cansei de ouvir o Putin dizer que ele respeita os EUA; teve um outro tema que eu abordei no canal e mostrava que o BIS, o centro financeiro do globalismo, estava integrado aos BRICs e à China. A China por sua vez promove um globalismo a seu modo, não necessariamente dominado pelos EUA. Eu diria que existe uma competição acirrada em curso, mas uma competição não exatamente para o mundo "multipolar", pois que haverá líderes, mas se encaminha para o mundo digital, com moeda descentralizada, com blocos de países, e com relações entre blocos sem o sufocamento por um poder unipolar, hoje estamos sufocados pelo mundo unipolar do ocidente coletivo. Pepe Escobar chamou o mundo novo de mundo multinodal, com muitos modos de ser no mundo, só que será digital, tecnocratico, com IA, com vigilância global, com competências por parte do indivíduo que não são mais as de antigamente, mas inseridas no contexto deste novo mundo. É claro que os BRICs vão exercer um papel crucial nisso daí, mas há um ponto , a meu ver essencial, se os BRICs não agregarem o Sul Global ao mundo multipolar que os BRICs mencionam, não vai adiantar nada os BRICs vencerem a parada. Então, a meu ver, a melhoria de vida do Sul Global é até mais importante do que a vitória final dos BRICS. Se a Cúpula de Kazan transcorrer sem nenhum incidente, sem nenhum golpe baixo da parte do Ocidente, vou apostar que na tese dos DGs, os dominadores globais, sempre citada pelo professor Antônio Peixoto Vale, é muito certa, então, veja, não existem DGs unipolares e DGs multipolares, existem DGs, simplesmente, e estarão no topo, qualquer que seja o resultado do embate travado por administrações, por exemplo, administração Biden ou Trump, administração Netanyahu e por aí vai. Os orientais estão liderando a mudança ou operando mais próximos aos DGs, ao passo que os ocidentais estão sendo usados pelos DGs mais como catalisadores e promotores do caos, a questão é que o caos é necessário a fim de acelerar o processo todo para uma sociedade controlada e digitalizada.
3ª parte
Enquanto o mundo aguarda com pavor os esperados ataques militares de Israel ao Irã, ainda há motivos para esperança. A maior parte do mundo, enojada com a inação das potências ocidentais e a impotência das Nações Unidas em tomar medidas decisivas, sonha com novas formas de relações internacionais. As discussões sobre a transformação do Conselho de Segurança da ONU estão ganhando força, e o fórum dos BRICS está atraindo países de todo o mundo.
Qual deve ser a missão dessas instituições internacionais e de países individuais?
Os Estados Unidos precisam particularmente de uma missão! Enquanto os EUA desperdiçam trilhões em gastos militares, sua infraestrutura está em mau estado. Considere a recente inundação induzida por furacões na Carolina do Norte, que matou mais de 100 pessoas. As estimativas são de que 90 mortes poderiam ter sido evitadas com uma infraestrutura melhor de gerenciamento de inundações.
Os efeitos mortais da ideologia "verde" são vistos na Flórida, onde as autoridades de controle de inundações propõem recriar ambientes naturais, o que significa destruir a infraestrutura de controle de água. Os seres humanos melhoram o meio ambiente por meio de obras, o que é chamado de infraestrutura, criando um ambiente sustentável e sintético muito superior ao produto pronto da natureza.
Abordar as necessidades domésticas e internacionais, em vez de insistir em conflito contra a Rússia, China e Irã, estaria de acordo com os princípios da Revolução Americana, uma revolução cada vez mais fadada ao fracasso
Veja a situação no Sudoeste Asiático, considere a situação no Líbano, parece cada vez mais prestes a se assemelhar a Gaza. As ordens de evacuação sionistas cobrem um quarto da nação, até mesmo as forças de paz da ONU estão inseguras. O tirano Netanyahu, o qual manda no presidente dos EUA, disse que atacará apenas alvos militares no Irã.
Bom, o programa nuclear do Irã, há muito tempo um alvo do planejamento sionista, é um programa subterrâneo e disperso — um único ataque não poderia eliminá-lo, a menos que os zions usassem suas armas nucleares.
A sensacionalista mídia ocidental pinta Putin da Rússia como alguém que está levando o mundo a um conflito nuclear, mas quem está fazendo isso daí, na verdade, é a OTAN. A OTAN está dando treinamento a vários agentes, de vários países, sobre o manuseio de armas nucleares. A “segurança” proporcionada aos EUA quando gastou trilhões de dólares em milhares de armas nucleares desnecessárias excedeu a “segurança” que trilhões de dólares de investimento em infraestrutura teriam garantido.
Agora, veja as prioridades da China. Sua posição em inovação aumentou, o investimento em P&D excede meio trilhão de dólares anualmente. O diplomata chefe da China está falando com os líderes de Israel e do Irã sobre a necessidade de um cessar-fogo, e também sobre os potenciais de cooperação econômica com ambas as nações.
No vai e vem da retaliação entre Israel e o Irão, a reunião agendada para a “Cimeira de Desdolarização dos BRICS” em Kazan foi antecipada em 11 dias – que abordará a agenda geofinanceiro de um novo sistema de pagamentos e a adoção de moedas digitais, além de buscar uma nova ordem mundial multipolar/policêntrica/desdolarizada — entre os líderes da Rússia e do Irã em Ashgabat, capital da potência gasosa do Turcomenistão.
O diplomata indiano Bhadrakumar comentou, na véspera da reunião, que "a Rússia se alinha com o Irã e as nuvens da guerra estão se dispersando, o que significaria que Putin traçou a sua linha vermelha antes de qualquer aventura militar de Israel e dos EUA com o objectivo de destruir as instalações nucleares e/ou de hidrocarbonetos do país persa.
Contrariamente à guerra de propaganda e desinformação por parte dos sionistas e seus aliados ocidentais, o Bhadrakumar afirma que o ataque com mísseis hipersónicos do Irão em 1 de Outubro foi um “sucesso ” e “exibiu a capacidade de dissuasão” contra os Zions e suas mais de 300 bombas nucleares clandestinas.
Tanto o ex-diplomata britânico Alastair Crooke como Bhadra expuseram a transferência de armamento russo sofisticado para o Irão, que inclui os eficientes mísseis defensivos S-400 e o sistema de guerra electrónica “, o Murmansk” que pode atingir sistemas electrónicos a 5.000 km de distância, e pode embaralhar os sistemas de comunicação por satélite de alta frequência dos EUA e da OTAN.
O acordo estratégico multidimensional entre a Rússia e o Irão deve estar pronto e especula-se que poderia ser assinado em Kazan em 22 de Outubro, ou já foi assinado em Ashgabat, com 11 dias de antecedência.
Dois sinais importantes são que o preço do petróleo mudou ligeiramente e que após 55 dias Biden comunicou com o criminoso de guerra em Israel, Netanyahu, que uma colisão com a Rússia não é lá muito inteligente.
Os EUA querem vender a ideia de que NÃO participará de um ataque punitivo ao Irã, os EUA e o país Zion não conseguiram interceptar 90% dos mísseis persas, em 1º de outubro.
Por sua vez, o presidente iraniano Pezeshkián – um cardiologista de profissão, comentou que a sua relação com a Rússia é estratégica e que é provável que assinem a esperada "Associação Estratégica Abrangente" na Cimeira de Kazan.
À medida que se aproxima a cimeira de Kazan, também se aproxima a eleição de 5 de novembro nos EUA, o tabuleiro de xadrez mundial terá alguns movimentos de importantes peças, vamos ver.
A próxima conferência do BRICS em Kazan, Rússia, de 22 a 24 de outubro contará com a presença de líderes de 24 países, bem como do Secretário-Geral da ONU Antonio Guterres, 26 outros países se candidataram à filiação; há a Conferência do Fundo Monetário Internacional em Washington, acontecendo exatamente no mesmo horário (21 a 26 de outubro); há a reunião organizada pelos candidatos independentes de LaRouche, Jose Vega e Diane Sare, em 26 de outubro, "Construa um Coro de Paz"; e há eventos, ainda desconhecidos, que certamente se desenrolarão nos próximos sete dias.
Haverá ataques israelenses contra Irã/Líbano/Gaza/Síria. Fecharão algumas agências de notícias, como a Sputnik. Prenderão pessoas acusadas de "defenderem a Palestina". Haverá o anúncio de que a Ucrânia pretende "desenvolver uma arma nuclear". Haverá ações e propostas imperialistas sobre Gaza, Ucrânia, haverá também a ideia de realizar uma reforma econômica para Sul Global, feitas no contexto da reunião do BRICS.
Os ingênuos podem afirmar que "o ritmo dos eventos parece ter aumentado radicalmente". A história, no entanto, não é movida por eventos, mas por princípios, algo que pessoas excessivamente práticas e oportunistas não têm.
O que está ocorrendo mesmo, em nosso tempo, é uma mudança estrutural, o presidente russo Vladimir Putin apontou para isso na palestra que fez no Fórum Empresarial do BRICS nesta semana: "O PIB total da associação [BRICS] excede US$ 60 trilhões, e sua participação geral no PIB global ultrapassou o chamado G7, e continua a crescer. … Em 2023, nosso grupo de países foi responsável por 37,4%, enquanto o G7 [foi responsável] por 29,3%, em 2023, a produção e PIB do BRUCS é 8% maior,vem 2024 poderá ser 12 ou 15% maior e por aí vai.
A lacuna está aumentando e continuará a crescer; isso é inevitável. Essa tendência obedece a uma lógica.
Isto significa que, pela primeira vez em 500 anos, as nações que Henry Kissinger declarou não fazem parte da história — "A história não é feita no Sul", ele declarou uma vez — são agora fisicamente tão ou mais poderosas do que as nações do G7, G7 que é o Canadá, Japão, Alemanha, Itália, França, Reino Unido e Estados Unidos. Em termos de capacidade de produção, de densidade populacional, o Sul Global tem um potencial maior neste momento do que aqueles do setor transatlântico ou atlanticista, termo da tradição geopolítica . Ainda é verdade que, se o setor atlanticista passasse por uma reversão fundamental de seus axiomas imperiais, uma "virada dos contrabandistas" morais, por assim dizer, ele poderia retornar a uma posição de liderança no mundo — infelizmente para todos os envolvidos, parece não haver o menor perigo de que isso ocorra, pelo menos não por parte das forças dominantes. O imperialismo obedece a uma compulsão atavica, psicótica e irreversível, ele não cede em nada, parece o indivíduo capaz de atropelar alguém para não precisar frear, é exatamente assim.
Algumas candidaturas independentes nos EUA, por exemplo, a candidata ao Senado, Diane Sare ,em Nova York, o candidato ao Congresso, Jose Vega, no Bronx, e outras corridas nacionais independentes agora trabalham para evitar a ameaça de guerra termonuclear. Isso não quer dizer, no entanto, que a política dos Estados Unidos e suas eleições em si sejam o fator mais decisivo.
“A verdadeira razão pela qual isso está chegando ao auge não é apenas o cronograma da eleição dos EUA... mas obviamente também porque o sistema financeiro do mundo transatlântico está em péssimas condições. Eles querem impedir por todos os meios o surgimento de um novo sistema; mas é exatamente isso que está acontecendo. O ex-vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Paulo Nogueira Batista, disse acertadamente que o FMI é irreformável... Nogueira insiste que uma nova arquitetura financeira internacional é necessária; uma nova moeda de reserva...”
Embora o acordo entre as nações BRICS não seja, de forma alguma, unânime em tais questões, o próprio fato de que a discussão sobre a criação de uma nova alternativa séria ao FMI ocorrerá, exatamente no momento em que o Fundo Monetário Internacional se reunirá em Washington, D.C., revela as duas noções diferentes de progresso humano que estão em disputa — e realmente em ação na Ucrânia e no Sudoeste Asiático ou Oriente Medio. É importante dizer que não há como um novo sistema mundial emergir sem incorporar com sucesso a população do setor transatlântico. A perspectiva imperialista expressa nas guerras populacionais no Sudoeste Asiático, Ucrânia, em golpes tremendos, como a destruição da Líbia e outros, deve ser derrotada na esfera da OTAN.
Taxas negativas de crescimento populacional caracterizam os países do setor atlanticista, refletem o desespero e o niilismo que a cultura da unipolaridade produziu. Em contraste, considere o otimismo da resposta, dada pela candidata Diane Sare, a uma pergunta de um repórter do South Asian Herald: “Em vez de desenvolver tecnologia avançada para a guerra, deveríamos colaborar com nações como a Índia, que tem um programa espacial muito ousado e está formando milhares de engenheiros e cientistas... , quando a Índia estava trabalhando em uma das órbitas de Marte, todos estavam muito animados. Havia um otimismo tremendo. Isso une as pessoas e as enobrece, cria uma espécie de amor pela humanidade, e acho que é isso que precisamos restaurar urgentemente nos Estados Unidos.”
Sim, há genocídio em Gaza. Sim, o assassinato como modo de substituição da diplomacia é agora uma prática geral e aceita. Sim, Zelensky da Ucrânia, o palhaço louco, agora ameaça “ficar do mal" e construir uma arma nuclear. Só que isso não significa que precisamos permitir essa perspectiva maligna seja a nossa perspectiva, pois oprime o mundo todo.
A humanidade é fundamentalmente boa e forte, toda fonte da riqueza vem da somatória de ações das pessoas mais comuns, adotar um padrão minimamente mais humano e mais digno é a base mais eficiente para a paz.
Comentários
Postar um comentário