RÚSSIA x EUA

 A Relação Conturbada entre Estados Unidos e Rússia 

Em um mundo onde a diplomacia e as relações internacionais são moldadas pela economia, a convivência global tem sido motivo de grandes tensões regionais que podem culminar com a III Guerra Mundial. 

Por um lado a imprensa neoliberal tenta convencer o seu público de que a "democracia ocidental", sob a batuta dos EUA, é a expressão máxima da "civilização"; O outro lado,  critico, e mais presente na mídia alternativa, denuncia as sabotagens do ocidente ávido das riquezas da Rússia, pretendendo destruir sua soberania e roubar seus bens, simplesmente.

Por que o establishment norte-americano "odeia" tanto a Rússia - sentimento que transcende a figura de Putin e abrange o país, seu povo, sua história e sua cultura como um todo?

A rivalidade entre os Estados Unidos e a União Soviética durante a Guerra Fria é inquestionável. A bipolaridade "Capitalismo x Comunismo" é a grande marca daquela disputa e ficou incorporada no debate até hoje, moldando inclusive a figura do "chapéu de alumínio", e a fé cega dos canais de moleque no Rambo americano.

A Guerra-Fria, marcada por disputas econômicas e bélicas, também foi pontuada por momentos de cooperação, por exemplo, a colaboração no espaço e acordos de controle armamentista, sob as administrações de Nixon e Gorbachev.  

Agora vamos analisar esta última figura, Gorba, o "traidor", para os russos, é visto como um "salvador" pelos neocons ocidentais. 

"Gorbachev. De traidor para os comunistas russos a estadista elogiado por Merkel

Louvado no Ocidente por ter posto fim à Guerra Fria (fenômeno que vai de 1947 e 1991), Gorbachev foi vendido pela mídia neoliberal como um pacifista, mas Vladimir Putin é vendido como um belicista. O Diário de Notícias, publicação portuguesa, colocou  como um bárbaro, enquanto o traidor Gorba é exaltado como um homem fino, sofisticado, pacífico, compreensivo. O importante aqui é demonizar Putin e a Rússia wide run não posso humilhar e submeter e elogiar Gorba e a Rússia que eu posso roubar à vontade.  

Vamos entender de onde vem tanta soberba ocidental em relação a Rússia 

Como sabemos, após a queda da União Soviética em 1991, a Rússia estreitou laços com os Estados Unidos, o presidente Yeltsin e sua administração mostraram-se altamente receptivos às influências e às políticas neoliberais americanas. Tal proximidade incluiu desde a adoção de leis até o controle de setores sensíveis, como o nuclear.


A realidade é que com Yeltsin a Rússia mergulhou num profundo caos. Toda a política americana consistia e retalhar a Rússia em 17 Estados frágeis e ricos, e usurpá-los. 

A chegada de Vladmir Putin em 1999 foi um verdadeiro pesadelo para os planos dos piratas ocidentais, pois é exatamente isso o que são de fato. O caos instaurado, cenário perfeito para os interesses ocidentais, passou a ser combatido com toda força de uma personalidade inteligente, focada e determinada, e aflorou de um sentimento nacionalista entre os russos. 

A facilidade dos ocidentais, num primeiro momento, de se apropriarem dos recursos naturais e das empresas russas por um baixo custo, foi duramente golpeada. A Rússia resgatou as noções de nacionalismo e do orgulho ao solo pátrio, características da própria "Mãe Rússia" da era soviética. 

O Ocidente reagiu, diante da resistência da Rússia ao caos neoliberal, jurou expandir as fronteiras da OTAN, de 1997, aos  países que faziam parte do Pacto de Varsóvia soviético. Essa expansão foi vista pelos russos como o que realmente é: uma afronta e uma violação da soberania de uma nação ancestral. A Rússia experimentava um dos mais severos períodos de crise de sua história, e, por algum tempo não era mais vista como uma "ameaça" aos ocidentais. Mas a resposta russa veio de um modo lento e inexorável, reafirmou sua soberania e sobretudo fortaleceu ssuas6 capacidades militares. 

Silenciosamente, Putin construiu pontes com diversos atores internacionais e reergueu o país na economia, na educação (inclusive pesquisa científica aplicada à defesa), assegurou o controle russo das principais fontes de receita, e pouco a pouco, garantiu a soberania da Rússia.  

Nos anos que se seguiram, Putin liderou uma política que levou a Rússia a cultivar laços estreitos com vários líderes europeus, traduzindo-se em investimentos e cooperações significativas, especialmente com Alemanha, França e Itália. Essa aproximação preocupou tremendamente os Estados Unidos. Os ianques viram o risco da própria OTAN vir a ser, um dia, controlada ou liderada pela própria Rússia, ou, no mínimo, viu uma Europa alinhada à Rússia.

A manifesta oposição conjunta da Rússia, França e Alemanha à guerra no Iraque em 2003 sinalizou um momento de unidade europeia, desafiando abertamente as posições americanas. Essa oposição sem precedentes solidificou ainda mais a determinação dos Estados Unidos em isolar a Rússia e reafirmar sua influência sobre o continente europeu. 

A sabotagem dos EUA se deu através da aplicação de uma estratégia de crescente confrontação entre a Rússia e o ocidente, pela via da própria Europa.

O convite para Geórgia e Ucrânia ingressarem na OTAN em 2008 agravou ainda mais as tensões, culminando em conflitos e na decisão russa de intensificar seu armamento. A instalação de mísseis norte-americanos em território polonês e romeno, apesar dos protestos de Putin, evidenciou o crescente afastamento entre a Rússia e o Ocidente.

Sob a liderança de Putin, a Rússia viveu um amplo projeto de renascimento nacional, revitalizando a economia, melhorando o padrão de vida da grande maioria dos russos e reafirmando sua presença no cenário mundial. 

Esses esforços, no entanto, encontraram formidável resistência nos Estados Unidos, onde a Rússia era vendida sob a ótica depreciativa dos anos 90. A agenda de "demonização" da Rússia e dos russos, formatada pela própria CIA, deveria ser incorporada às mentes européias também.

Cientes de que um rompimento com os europeus seria inevitável, os russos tiraram o máximo de proveito possível das pontes ainda existentes, usando o gás, petróleo e outros recursos para o acúmulo de capital e a sua própria preparação para "tempos difíceis", e estes tempos chegaram.

A crise na Ucrânia foi deflagrada em 2014, com a ascensão de forças neoliberais pró-OTAN, aqui se produziu uma das maiores crises nas relações russo-americanas em décadas. A resposta da Rússia, em especial sua atuação na Criméia e no Donbas, evidenciou o abismo crescente entre as expectativas russas e as imposições ocidentais.

Hoje, a estrutura das relações internacionais encontra-se marcada por uma clara tensão entre essas duas potências. A reinstauração da Rússia como uma força militar de ponta, capaz de desafiar a hegemonia americana, cristaliza o cerne do descontentamento do establishment americano. O arsenal nuclear mais avançado da Rússia, representa um ponto de inflexão na dinâmica do poder global, desafiando diretamente a posição dominante dos Estados Unidos.

Neste panorama sombrio das relações internacionais, a relação entre Rússia e Estados Unidos desvela uma luta pelo poder, pela influência e pela competitividade global. O desenvolvimento contínuo dessas relações, carregado de tensões políticas, é um tópico de relevância indiscutível para os próximos anos, desafiando os analistas e os líderes mundiais.

(adaptado de Wellington Calasans)


Tropas regulares da França, Alemanha e Polônia chegam a Cherkassy, a sul de Kiev. Não, não foram os russos que "invadiram a Europa", são os europeus que, obedientes a tio Sam, vão lá fustigar o urso siberiano. Que os jogos comecem!


MOSCOVO COMEÇA A PRODUÇÃO MACIÇA DA FAB-3000 DE 3 TONELADAS


O Ministério da Defesa russo comunicou na quinta-feira que «Sergei Shoigu, ministro da Defesa da Rússia, foi informado de que a produção de bombas aéreas FAB-500 foi multiplicada, a produção de FAB-1500 foi duplicada e, desde fevereiro deste ano, a produção em massa de FAB-3000 foi organizada».

A gama de munições de artilharia produzidas também foi alargada, segundo o ministério.

Desde o ano passado, a produção da fábrica de munições de artilharia e aviação quintuplicou, acrescentou o ministério.

Estas bombas aéreas literalmente arrasam as fortificações terrestres do exército ucraniano, e os sistemas de defesa aérea existentes são impotentes neste caso, dizem os especialistas militares russos.

As bombas aéreas guiadas FAB-1500 equipadas com um módulo de controlo UMPK são capazes de destruir edifícios inteiros e bunkers subterrâneos a uma distância de cerca de 100 km do local de lançamento;

Os caças Su-34 podem lançar duas bombas FAB-1500 e eliminar, com um só golpe, as fortificações defensivas e as forças inimigas numa área de quatro quilómetros quadrados, a partir da linha da frente;

O Ocidente está enviando alguns soldados  franceses, alemães e poloneses para os locais. São lançadas cerca de 100 bombas por dia. Imagino que a Europa quer ver se são mesmo bombinhas de São João, e querem dançar a quadrilha. 


Ironias da história, o desgoverno ocidental da Ucrânia vive falando em "descomunizar" a Ucrânia. Hoje estão mais próximos deste belo objetivo, a maior hidrelétrica da Ucrânia - a DniproHES, construída por Stalin, em 1932, não existe mais, acabou de virar pó, como uma parte ínfima do ataque massivo esta manhã, com drones, mísseis balísticos, mísseis hipersônicos, mísseis de cruzeiro e ASMs Kh-22 lançados em diferentes partes do país. Tudo leva a crer que a Rússia está preparando o chão para a chegada das "infinitas armas e tropas que a Alemanha, a França e a Polônia" juraram enviar.



Diante de um cenário militar cada vez mais favorável à Rússia na guerra da Ucrânia e da preocupação de que uma eventual vitória de Donald Trump nas próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos leve a uma redução da ajuda militar norte-americana à Ucrania e ao enfraquecimento da Otan, a União Europeia se envolve cada vez mais no conflito por meio de ajuda militar e financeira à Ucrânia.

Segundo matéria do NYT, “O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius aconselhou os alemães a se prepararem para um confronto com a Rússia — afirmando que "Vladimir Putin planejam invadir a Alemanha". Pistorius afirmou que “as Forças Armadas da Rússia estão ocupadas com a Ucrânia, mas assim que houver uma trégua, o líder russo considerará testar a unidade da Otan”. Ou seja, não é o Ocidente que armou a Ucrânia contra a Rússia, mas a Rússia que é "um perigo para a Alemanha". Como já dissemos várias vezes, Hitler perdeu a guerra mas o nazismo nunca deixou o coração do alemão. 

Putin afirmou a Tucker Carlson que a Rússia não tem interesse em atacar países da Otan – “Não temos interesse na Polônia, na Letônia ou em qualquer outro lugar”. A Alemanha, sob Merkel, construiu relações próximas com a Rússia, nas últimas décadas, por meio de acordos comerciais e construção de gasodutos abasteceu-se com o gás russo, tornou-se um país rico graças à essa parceria. Mas nazistas são nazistas, a Alemanha éo  país da Europa que mais tem contribuído militar e financeiramente com a Ucrânia. A Alemanha já deu € 17 bilhões à Ucrânia, além de armas e munições, a França, por exemplo, deu apenas € 0,5 bilhão.

Kaupo Rosin, chefe da agência de inteligência da Estônia, afirmou que a Rússia se prepara para um confronto com o Ocidente na próxima década e vai aumentar o contingente nas fronteiras com países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nos próximos anos.

A paranoia tomou  conta dos líderes ocidentais, seu medo é que Donald Trump deixe-os à própria sorte. Saiu no Wall Street Journal, “A perspectiva de uma Ucrânia derrotada e Donald Trump retorne à Casa Branca deixa os nervos europeus à flor da pele, enervando os cérebros americanizados. Há muito pouco tempo, a Rússia era seu melhor parceiro....

Segundo a revista inglesa The Economist, “A beligerância cada vez mais profunda da Rússia, a deterioração da posição da Ucrânia e o possível retorno de Trump à Casa Branca levaram a Europa à sua conjuntura mais perigosa em décadas. A questão não é apenas se os EUA abandonarão a Ucrânia, mas se poderão abandonar a Europa. Para a Europa preencher o espaço deixado pela ausência dos Estados Unidos seria necessário muito mais do que aumentar os gastos com defesa. Teria de revitalizar a sua indústria de armamento, conceber um novo guarda-chuva nuclear e criar uma nova estrutura de comando”.

“Os EUA têm que se concentrar mais no Leste Asiático. Esse será o futuro da política externa americana pelos próximos 40 anos, e a Europa tem que acordar para esse fato”, disse o senador J.D. Vance, republicano de Ohio, na semana passada na Conferência de Segurança de Munique, onde se recusou a participar de uma reunião da delegação do Congresso com Zelensky. “O problema da Europa é que ela não fornece dissuasão suficiente por si só porque não tomou a iniciativa em sua própria segurança. Acho que o cobertor de segurança americano permitiu que a segurança europeia atrofiasse”, acrescentou.

Ainda segundo o WSJ, “O debate que se desenrola na Alemanha sobre a possibilidade de estender o guarda-chuva nuclear britânico e francês a seus aliados europeus mostra o quão assustados os europeus se tornaram com o fato de os EUA potencialmente abandonarem tanto a Ucrânia quanto seus outros compromissos europeus, acrescentou Benner. “Isso diz sobre o nível de dúvida e medo sobre o mundo em que estamos entrando – aquele em que os EUA não estão lá para nós e onde as superpotências hostis da Rússia e da China estão potencialmente se alinhando contra nós.”

Diante desse quadro de incertezas, é pouco provável que a Otan tome a iniciativa de enviar suas tropas para lutar na Ucrânia, como foi sugerido pelo presidente da França, Emanuel Macron. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que “O mero fato de discutir a possibilidade de enviar alguns contingentes de países da Otan para a Ucrânia é um novo elemento muito importante. Neste caso, nós temos de falar não sobre a possibilidade, mas sobre a inevitabilidade de uma guerra Rússia-Otan”. Logo após está fala,  os demais líderes europeus e os Estados Unidos apressaram-se a desautorizar as palavras de Macron.


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