TRUMP DIZ QUE RECUSAR O DOLAR SERA O ARMAGEDDON
A guerra econômica está se tornando global, analistas preveem um armageddon financeiro. A palavra Armagedon é usada dentro do contexto escatológico e maniqueísta bíblico como o lugar onde se dará a batalha final entre as forças do bem contra as forças do mal. O que já se sabe é que os EUA estão se tornando fortemente protecionistas, e não apenas contra a China. O plano é proteger a economia interna da concorrência das exportações globais chinesas.
Fazer os importados mais caros parece ser o grande plano de Trump. Sua ideia é que o made in China, made in Japan, made in Canada, made in Mexico etc será tão caro que os consumidores norte-americanas vão preferir comprar coisas feitas na América, pelos norte-americanos. Trump já prometeu mais um tarifaço, de mais 10% cima dos produtos chineses. O México e o Canadá também serão punidos com uma nova tarifa de 25%, o que é realmente surreal. O México e o Canadá, grandes e velhos parceiros dos EUA, ou seja, nenhum país no mundo está seguro. É bom lembrar que os EUA são os maiores consumidores do mundo, compram do mundo todo, em comercio interno a China deve consumir agora mais do que os EUA. Após as ameaças de Trump, o dólar caiu, carregando para baixo o peso mexicano e o dólar canadense. Há um novo risco de inflação para esses países. No México, em poucas horas, o peso mexicano despencou. As autoridades canadenses, de um país que já esta em crise, estão bastante preocupadas. O tarifaço pode nocautear as moedas. Se o México exportar menos para os EUA, ganham menos dólares, e há uma queda da moeda local. Trump disse várias vezes durante sua campanha que se China ou qualquer país “nos faz pagar uma tarifa de 100% ou 200%, nós os faremos pagar uma tarifa recíproca de 100% ou 200% de volta”. É completamente falso isso daí. Trump diz, se você nos enganar, nós te enganaremos. Ora, quem está tarifando é mesmo o Trump, ou ele está usando isso como uma tática de negociação ou então vai mesmo impor tarifas enormes, e indefinidamente.
Os EUA tem, portanto, um novo plano de jogo para em 2025. Ele diz que vai trazer a manufatura de volta. A estratégia então é fazer o preço dos importados disparar, para eliminar a concorrência. A manufatura dos EUA tem piorado, desde 2022. Preços de energia mais altos faz com que a produção de qualquer coisa fique mais cara nos EUA.
Os consumidores estão mesmo é comprando produtos mais baratos ao redor do mundo. Então, a tarifa de comércio recíproco é uma medida para forçar as pessoas a comprar localmente. A China, o Canadá e o México são alguns dos maiores exportadores de produtos para os EUA, o que significa que a repercussão do tarifaço, para estes países, pode ser enorme. Estes três países significam mais de 40% do comércio dos EUA, 600 bilhões com a China, e mais 700 bilhões com o o Canadá e o México. Os EUA têm um grande déficit de comércio, são deficitários, compram muito mais do que vendem.
Importam muito mais do que exportam, especialmente quando se trata da China. Então, as exportações punitivas vão danificar bastante o PIB do país tarifado.
Vamos falar primeiro sobre o Canadá.
Eles exportam um monte de produtos para os EUA. As empresas americanas têm grandes fábricas em Ontario e uma tarifa de 25% vai derrubar suas margens de lucro. Assim como os EUA, as indústrias do Canadá não são tão competitivas quanto as da China. Não será fácil levar suas exportações para longe dos EUA, num mundo altamente competitivo e em boa parte já dominado pela pujança sino-asiática. O líder da oposição no Canadá está tocando o alarme. O Canadá vai enfrentar um dos seus maiores desafios de sua história, causado pelo seu grande “amigo”. Há 20 dias, Chrystia Freeland disse “não se preocupe, o Canadá estará bem”. Então, a economia está numa sinuca mas “está tudo bem” lá, com o Trudeau frequentando festas e shoopings. Com os tarifaços de Trump, as duas maiores indústrias do Canadá serão pulverizadas, o PIB vai afundar. A agenda de Trump é trazer as fábricas de carros para os EUA, também pretende elevar a demanda para as empresas de petróleo dos EUA. O Canadá exportou mais de 170 bilhões de dólares de energia para os EUA, a venda de veículos foi de 81 bilhões de dólares, outras indústrias com margens extremamente fortes estão no xeque agora. Químicos, metais e papel são importações de larga escala. Uma tarifa de 25% é brutal. Primeiro que o negócio de carros é dos mais difíceis do mundo, competir com as empresas de carros dos EUA dentro dos EUA já é bem complicado, nem vamos mencionar o competir com a China. A tarifa vai empresas como Ford deixarem suas produções feitas no Canadá e voltarem para os EUA. Isso quebrará a indústria do automóvel canadense. Serão muito empregos e muitos desempregados. No entanto, o verdadeiro dano será nas exportações de petróleo canadense. Uma grande tarifa de petróleo será um uppercut no queixo. A maçã canadense, o suco da maçã, por exemplo, é um negócio de 63 bilhões de dólares por ano, 97% da maçã é vendida para os EUA, 3% vão para outros lugares, sem dizer que as margens de lucros são baixas.
Se os EUA conseguirem acelerar a produção de seu próprio petróleo, o suficiente, os preços do petróleo canadense vão disparar. A situação não é boa. Os EUA de Trump diz que será autossuficiente em tudo.
Vamos deslocar o foco para a China e o México. Ambas essas economias estão conectadas quando se trata de terras. Primeiramente, a China enfrentará mais 10% de taxas. Com Joe Biden foram 100% para os EVs, 50% para os tetos solares e semicondutores, e 25% para quase tudo o mais, uma infinidade de coisas. Agora, você bota mais 10% em cima de tudo.
Trump anunciou para o mundo que os EUA estão deixando a China. Isto vai impactar a China no curto prazo. Agora, o índice de Hang Seng, o índice de Shanghai, todos os indicadores estão descendo. E por que o governo chinês está planejando um grande pacote de estímulos? Eles têm de substituir rapidamente a enorme demanda dos EUA. Como? Ora, é claro, vendendo para os próprios chineses, no comércio interno, local, mas isso não é fácil e nem rápido.
No caso do México, o Trump quer a guerra comercial também, os mexicanos estão percebendo que terão de procurar outros mercados. A linha vermelha está à vista. De acordo com o México, uma tarifa estadunidense será seguida por outra mexicana, em resposta. Empresas comuns estarão em perigo. Eles não vão ficar de bobeira.
Os principais exportadores do México para os EUA são a General Motors, a Stellantis e a Ford Motor Company. Punir o México significa afetar o lucro de suas próprias empresas, dos EUA. Vamos perguntar, a guerra de negócios do Trump faz sentido? Do ponto de vista geopolítico e geoeconômico faz. Ele simplesmente quer trazer a fabricação de volta para o territorio dos EUA. Para a GM e a Ford, significa fabricar nos EUA, realocar emprego e trabalho de volta para os EUA. Agora, uma razão para punir o México tem ligações com o fluxo de imigrantes. Mas também tem a ver com a China. Em 2023, o México superou a China, se tornou o maior exportador de produtos para os EUA.
Mas isso é apenas um lado da equação. Que lado? O lado da China. A China está construindo um monte de fábricas em cidades mexicanas para enviar os produtos para os EUA.
Isso facilita muito na guerra de barreiras para os consumidores dos EUA. Não é um acidente que o México é o objetivo da guerra de negócios de Trump. Desde 2020, o negócio chinês com o México cresce como pão fermentado.
Foi de 60 bilhões de dólares a mais de 100 bilhões, no ano passado. Claro, uma parte disso são EVs para o próprio mercado mexicano, mas há um monte de eletrônicos e maquinaria que transita do México para os EUA.
O Trump quer fechar essa barreira. Poderia ser o caso de que ele quer forçar o México a brecar os investimentos chinesas, daí ameaça com a o tarifa de 25%. Ele está dizendo assim, nas entrelinhas,
pare de ajudar a China e daí não faremos tarifaço.
Há causas e efeitos a considerar, vamos lá, vejam, quando o Trump impor as tarifas não é a China ou o México que vão pagar as taxas. São os consumidores dos EUA que irão pagar muito mais.
O Instituto Peterson afirma que o plano de tarifas será como passear na selva descalço. O preço dos importados vai subir, especialmente quando você quer punir o México, o Canadá e a China tudo ao mesmo tempo. Uma tarifa de 10% significa, é claro, um aumento de 10% no preço do produto .
As carnes e enlatados do Walmart vão subir, significativamente. Uma tarifa de 60% nos produtos da China significa um preço final 44% mais caro para o estadunidense. Os iPhones custarão mais, as roupas custarão mais, o custo de tudo irá subir. A soma de todas essas tarifas resultará em algo como 2% do PIB dos EUA. Na prática, os consumidores vão pagar mais pelas mesmas coisas e a economia como um todo irá sofrer.
O que acontece quando você tem uma inflação alta? Os preços ficam mais altos por mais tempo, isso não é bom para a economia dos EUA. Os alugueis ficarão msis caros, os preços dod carros irão aumentar muito e por aí. A oposição vai crescer, o México está ameaçando o Trump com a guerra comercial contrária.
400 mil trabalhos dos EUA, de norte-americanas, no México seriam perdidos, realocá-los nos EUA é fácil de fala. O México poderia lutar de volta para ter as terras tomadas pelos EUA, de volta. Carros que são fabricados no México ficarão $3.000 em media, mais caros, se Trump for em frente.
O efeito de curto a médio prazo é inflação mais alta. É estranha ou exagerada essa onda protecionista, porque os EUA importam a maioria das coisas produzidas no mundo. Mesmo se o Trump restaurar a produção nos EUA, isto é, SE, um grande se, vai levar anos ou até mesmo mais de uma década. Até então, o nível de vida vai piorar.
As tarifas irão afetar os padrões de vida das pessoas. Uns 20% das pessoas vão sofrer uma perda aquisitiva no rendimento. Até mesmo a classe média alta, que é bastante alta nos EUA, e mesmo a classe alta vai ter um aumento considerável nos gastos. Somente os super-ricos vão dar risada da infelicidade alheia, de uns 90% de seus “compatriotas”.
As pessoas também poderão cortar gastos, ou comprar produtos de 2ª linha, usados etc.
Os EUA são uma economia baseada em consumo. 70% do PIB vem do rendimento e consumo doméstico.
Poucas pessoas estão analisando os riscos da retaliação. O México já está dando a grita, a China vai retaliar de volta, até mesmo o Canadá poderia retaliar. Mesmo sem retaliar, as políticas tarifárias de Trump não dão uma imagem lá muito auspiciosa para os EUA.
Num previsão possível, mais realista, o PIB dos EUA poderá cair um pouco, os salários seriam mantidos, haveria uma crise de emprego. Os EUA poderiam perder 300 mil empregos em vez de aumentar o mercado de trabalho. Pois há muitos vendedores e revendedores nos EUA. E se você acha que as pessoas não estão gastando agora, imagine se houver desemprego.
Num cenário piorado ou pessimista, haveria uma recessão econômica.
Então, concluindo, parece que a estratégia de Trump é um tanto arriscada e até mesmo perigosa. Por outro lado, pode ser uma tática para que os países abaixem suas próprias barreiras de comércio.
Mas se não for assim, se ele realmente quer cair de pé, a economia estará em perigo. É certo que os países retaliação, afinal não queimam dinheiro, nem consideram os EUA um país que pratique bondades, muito pelo contrário.
Trump ameaçou também impor tarifas de 100% ao Brics caso o bloco apoie moeda para substituir o dólar
'Eles podem procurar outro otário', afirma o presidente eleito dos EUA sobre ameaça dos Brics
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, exigiu no sábado (30) que os países membros do Brics se comprometam a não criar uma nova moeda ou apoiar outra divisa que substitua o dólar, sob pena de sofrerem tarifas de 100%.
"Exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do Brics nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano, caso contrário, eles sofrerão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana", escreveu Trump em sua plataforma de mídia social, Truth Social.
Donald Trump ameaça tarifa de 100% caso o Brics tenha sua moeda própria para substituir o dólar
Em outubro, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em reunião de cúpula virtual dos países dos Brics em Kazan, na Rússia, que o bloco de países emergentes avançasse 0na criação de meios de pagamento alternativos entre si, fugindo da necessidade do uso do dólar.
Trump é claro, "eles podem procurar outro 'otário'", ou seja, não deve haver nenhuma chance dos Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dizer adeus aos Estados Unidos. Acho que é isso mesmo que vai acontecer.
Desde janeiro deste ano, o grupo Brics tem dez membros plenos. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o bloco teve a inclusão como membros permanentes, do Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.
A Presidência da República e o Ministério de Relações Exteriores do Brasil não comentaram as ameaças de Trump, por enquanto .
Elon Musk será chefe do novo "Departamento de Eficiência Governamental" no governo Trump David. O desenvolvimento de um mecanismo de compensação de pagamentos em moedas locais é uma das prioridades do Brasil no Brics, que quer ficar um pouco menos dependente do uso do dólar nas suas transações internas. Sobretudo quando confiscam 50% das tuas reservas nos grandes bancos ocidentais, como se deu com a Rússia, o que trouxe grande desconfiança em relação ao sistema de pagamento do banco mundial, FMI, Swift, BIS etc.
O Brasil assume a presidência do bloco a partir deste ano e durante 2025, e tem a intenção de acelerar essa proposta e também ampliar a atuação do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco do Brics, atualmente presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff, a qual iniciou uma prorrogação de sua excelente gestão junto ao organismo, e por convite direto de Vladimir Putin.
Trump faz ameaça à agenda de Lula, Lula, segundo se diz, quer 'driblar' o dólar dentro dos Brics
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou uma ameaça contra o Brasil e os demais países do Brics. Segundo ele, se o bloco optar por criar uma moeda alternativa ao dólar, os países serão sobretaxados em 100% para qualquer produto que seja exportado ao mercado dos EUA.
O recado, porém, vem num momento que o Brasil se prepara para assumir a presidência do bloco BRICs e quer colocar o debate da moeda como um dos pilares dos trabalhos em 2025.
"Exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do Brics, nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano, caso contrário, eles sofrerão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana", escreveu Trump em sua rede social, Truth Social.
Essa não é a primeira vez que Trump faz a ameaça. Em outubro, ele usou exatamente o mesmo argumento. Naquele momento, porém, ele era apenas um candidato.
"Eles podem procurar outro 'otário'. Não há nenhuma chance dos Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dizer adeus aos Estados Unidos", disse Trump, neste sábado.
O dólar representava 85% das reservas globais em 1970, proporção que caiu para 58% hoje, de acordo com o FMI. O euro representa 20%, contra um volume ainda insignificante das demais moedas.
A ameaça, porém, vai ao centro de um dos pilares da agenda brasileira para a presidência do Brics, ao longo de 2025.
No próximo ano, uma das bandeiras da presidência do Brasil no Brics será o avanço da ideia de criar um mecanismo que permita as trocas comerciais em moedas nacionais, sem passar pelo dólar.
O governo brasileiro sabe das dificuldades que terá e quer impedir que o debate se transforme em uma disputa contra os EUA. Dentro do governo brasileiro, vozes começam a se movimentar para trabalhar qual seria a agenda do governo Lula quando, no final do ano, o país assumir a presidência do Brics.
De acordo com o Planalto, a primeira reunião da presidência brasileira do bloco ocorrerá em fevereiro, poucos dias depois da posse de Trump. A expectativa é de que o encontro seja crítico para definir a agenda de trabalho do ano e as prioridades. No Itamaraty, diferentes embaixadores reagiram de forma preocupada a atenção extremada que Trump vem dando ao Brics.
Na presidência russa, o tom dos Brics nunca foi de oposição aberta ao ocidente ou agressivo em relação ao dólar, ou discurso antissistema, o Brasil quer adotar uma postura ainda mais diplomática como uma "ponte" entre os emergentes e o G7.
Uma das possibilidades seria destravar o debate sobre a moeda, sem que isso signifique uma afronta às sanções ou às potências ocidentais.
Entre as ideias, circula a possibilidade de criar um grupo de trabalho com a missão de examinar a possibilidade de criar uma unidade monetária, o que poderia ser o embrião de uma moeda comum. A função, durante a presidência brasileira do bloco em 2025, seria criar um roteiro para desenvolver a ideia e dar passos concretos para os próximos anos.
O grupo não seria composto apenas por economias e especialistas dos países emergentes. Haverá convites a eminências dos EUA e Europa, um caminho para dar um sinal de que o projeto não é, absolutamente, um ataque ao ocidente, como defendem os fanáticos neocons e globalistas ocidentais.
A avaliação entre negociadores brasileiros é que Lula na presidência do Brics pode ser uma "oportunidade de legitimidade" para um projeto ousado e que, na voz de outros emergentes, poderia ser interpretado pelos belicosos de plantão como um "ataque" aos EUA.
A direção dos Brics aponta para uma redução do uso do dólar e uma diminuição da dependência em relação à moeda americana. Conforme os próprios diplomatas apontam, porém, não se trata de uma questão financeira, mas de um posicionamento geopolítico.
Já para o governo americano, a redução do papel do dólar não significa apenas uma perda de hegemonia. Parte das sanções unilaterais aplicadas pelos EUA é no sistema financeiro, dada a presença ultradominante do dólar. Um país, portanto, pode ser asfixiado caso seja impedido de usar a moeda americana, pois perde o acesso a uma grande parte do comércio mundial. O dólar é mais de 50% da moeda circulante do mundo. Mas, se um sistema financeiro paralelo for criado com moedas alternativas, o poder da Casa Branca de impor sanções é será reduzido, e essa redução crescerá com o tempo.
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