AS ORIGENS DA RUSSOFOBIA

  Antes de 1945, antes da Segunda Guerra Mundial, não havia um uso generalizado de armas de guerra nos EUA. Havia uma pequena tradição militar oriunda da Guerra Civil, mas não era algo grande, era uma coisa pequena.

Não havia grandes problemas ainda. Daí que, após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a União Soviética saíram vitoriosos, e não seria mais possível para os Estados Unidos compartilhar o seu poder com outro poder.

Vamos falar um pouco sobre a russofobia. Russofobia significa uma espécie de medo irracional da Rússia. Sim, pode ser irracional, mas também pode ser muito racional, porque é uma forma de racismo, de ódio insano a estrangeiros ou xenofobia.

No Ocidente, especialmente em alguns países ocidentais, é irracional, está calcado em impressões emocionais construídas ao longo de décadas e mesmo séculos por uma formidável máquina de propaganda. Também existem graus de aversão, de racismo e de russofobia, vejam, a propaganda é a ciência de convencer o público num sentido emocional, sem apelar para a razão. O Ocidente e a Rússia foram colocados em posições opostas, no sentido do Ocidente contra o Oriente, os europeus contra os asiáticos, os civilizados contra os bárbaros, os modernos contra os ultrapassados, os liberais contra os autocratas, os bons contra os malignos e por aí vai.

Então, durante a Guerra Fria, essa linha de divisão ideológica caiu naturalmente no debate de capitalismo contra o comunismo, democracia contra o totalitarismo, cristandade contra o ateísmo. Então, deixe-me perguntar, quais são as raízes da russofobia do Ocidente? De onde vêm isso daí? Vamos entender como a russofobia funcionou no Ocidente e quais as suas origens.

As raízes históricas da russofobia nascem no cisma religioso no século XI. No século XI houve a separação entre a cristandade ocidental, católica, e a ortodoxia oriental, bizantina Eis aí a origem da russofobia.

O primeiro império que tentou integrar a religião no Ocidente foi Charles the Great, Charlemagne, Carlos Magno, Carolus Magnus em língua latina, isso lá no começo do século IX. Ele foi o primeiro a conseguir, até certo ponto, reconstruir o Império Romano, de Roma, com Roma como a capital do Ocidente, a Europa se vê, desde então como o centro do mundo.

Como se sabe, após o colapso do Império Romano, foi o império Bizantino que deu sequência ao Império Romano. O poder legítimo do Império Romano esteva, não mais em Roma, isso por vários séculos. O império bizantino recriou o Império Romano do Ocidente através de Constantinopla.

E aqui reside a primeira grande divisão geopolítica entre o Ocidente e o Ocidente. Nós somos a herança, a herança desses tempos. Naquela época, a ideologia política era a própria religião, a principal visão de uma ordem no mundo.

Esse império tentou organizar o indivíduo em uma base religiosa. Quando Carlos Magno tentou reconstruir o império, ele impôs as regras religiosas, e organizou a divisão entre o que se tornou o catolicismo e o que se tornou a ortodoxia, mais tarde, no século XI.

No século XV, a ortodoxia em Constantinopla, colapsou por causa do conquistador otomano. Depois disso, foram os czares, os novos czares em Moscou, que tomaram a herança da ortodoxia.

E podemos ver que os mesmos estereótipos criados pelos czares foram desenvolvidos pela Igreja Católica, eles se basearam nos mesmos conceitos, com denominações diferentes.

Vamos ver o seguinte, a civilização católica foi pensada como uma civilização contra os chamados bárbaros, a civilização seria uma espécie de democracia, digamos, contra o despotismo. Daí, os bizantinos, os ortodoxos foram chamados de despóticos, mas não os reis do Ocidente, não os papas do Ocidente, e assim por diante, esses, por mais nefastos que pudessem ser, eram os escolhidos, os merecedores de perdão, de indulgências, senhores de tributos, juízes do bem e do mal etc. 

Os grandes estereótipos dogmáticos, ditos, o temporais por indivíduos perfeitamente temporais, nasceram naquela época. Após o colapso da ortodoxia do império bizantino, em função da queda de Constantinopla, esses mesmos estereótipos foram usados, não mais contra os gregos do império bizantino, mas contra os russos e os czares russos.

Exatamente as mesmas coisas vemos agora repetidamente quando o Reino Unido e os Estados Unidos promovem a russofobia, no século XXI. Então as raízes da russofobia foram profundamente plantadas há mil anos, a Rússia mal existia ainda, contudo a base da russofobia veio da religião, estava na divisão religiosa. Algum tempo depois, no século XVIII, a base das religiões se tornarem fortemente politizadas e polarizada ideologicamente, com o mesmo tipo de argumento, com novos jargões, como capitalismo e comunismo, direita e esquerda, liberais e conservadores etc, e palavras doutrinárias no seio das igrejas.

Falando da igreja ortodoxa, veja, a história esta cheia de tabus, de estereótipos e de propaganda, dirigida contra a igreja ortodoxa.

A religião politizada e esvaziada pelos iluministas promove um fundamento místico que se exalta, frequentemente, através do desdém pela Rússia contemporânea. Vc se exalta porque vc não é ortodoxo. Vc se exalta porque vc é católico. Porque vc é santo e não um bárbaro. Entenderam a base maniqueísta onde o ocidente se apoia? Isso é ensinado, esse exclusivismo é catequético, e não é somente o exclusivismo doutrinário e dogmático, o problema é a exclusão, o banimento, o afastamento de tudo o mais, ou seja, a base é puramente maniqueísta.

Há dois estereótipos.

Um estereótipo é sobre, digamos, a forma do governo constituído. Então, naquela época, eles disseram, “oh, os impérios bizantinos são déspoticos, eles estão subjugando as pessoas, não há liberdade”.

Mas, nós, no Oeste, em Roma, em Paris, na Inglaterra etc, nós somos mais democráticos, temos um tipo de parlamento, algumas associações, e assim por diante. Esse foi o primeiro tipo de argumento. É a mesma coisa até hoje. Então, veja bem, não aceitam os russos, os chineses, os iranianos etc, mas se dizem democráticos, tolerantes, fraternos etc, etc.

No Oeste se diz, hoje em dia, nós somos os democráticos, lutamos contra os autoritários, contra a tirania, o senhor Putin é um despota, um tirano, um autoritário, e assim por diante, veja, é o mesmo tipo de argumento usado pela igreja católica contra a igreja bizantina.

O segundo estereótipo é sobre a conquista. Eles apresentam isso o tempo todo, mesmo nesse momento. Há séculos atrás, apesar da queda do império bizantino, o ocidente católico apresentou sempre o Leste, a igreja ortodoxa, os impérios bizantinos, os impérios gregos etc, como conquistadores.

Então, essas narrativas, essas pessoas que alimentam essas narrativas, elas têm apenas um objetivo em sua vida, desde as monarquias, que é conquistar o Oriente. É exatamente isso daí. Querem tomar a Rússia, o preço não importa. Daí vão usar o argumento de sempre. Qual? Você o ouve todas as horas do dia na grande mídia, “oh, a Rússia quer conquistar o Oeste, quer dominar as democracias, quer colocar sua armada na França, na Inglaterra, em Portugal, e assim por diante, o que é completamente falso, irreal, tão falso quanto um quadrado redondo. Porque se você olhar a história, era a Rússia que foi invadida pelos poderes estrangeiros, pelos mongóis, pelos franceses, pelos alemães, pelos franceses de novo, pelos nazistas, pelos suíços, e pelos poloneses. Então, isso é completamente o oposto do que prega o ocidente maquiavélico e malicioso. São exatamente esses os dois tipos de argumentos mais comuns, o oriente é tirânico, o oriente é conquistador, duas premissas falsas, dois fenômenos praticados desde sempre pelo império romano. 

Nos tempos modernos, havia os reis franceses, nos últimos séculos do século XVIII, eles modernizaram a antiga russofobia religiosa, e transformaram-na em uma russofobia moderna, ou seja, em uma política e uma geopolítica. Após a Guerra Fria, a propaganda antirussa filtrou todas as nuances políticas através dos slogans pueris da democracia, liberdade, igualdade, fraternidade etc, toda aquela conversa mole de, ‘estamos lutando contra o autoritarismo”, narrativas que não tem nenhum valor jurídico, narrativas incapazes de descreverem os fatos reais e as complexidades das relações geopolíticas e geoeconômicas, religiosas etc. E então, uma fonte-chave de propaganda contra a Rússia, é a propalada “destruição da civilização”.

A Rússia, portanto, durante a história, pode jogar dois papéis apenas, ou é um aprendiz da civilização ocidental, e deve aceitar um papel subordinado e manipulado, ou então é uma ameaça que deve ser contida e derrotada. Então, a pergunta é, qual é o objetivo do desmedido expansionismo ocidental quando fomenta a russofobia?



Trecho da mensagem do jornalista investigativo americano Mike Adams, publicada em sua conta no X, em 26 de novembro de 2024.

"O Ocidente não faz ideia do que é que acaba de atingi-los.

O sistema de armas Oreshnik da Rússia é um xeque para a OTAN e os EUA.

Todos os porta-aviões dos EUA poderão ser destruídos em minutos.

Todas as bases militares dos EUA, todos os bunkers subterrâneos, todos os silos de lançamento de ICBMs e estaleiros navais podem ser destruídos com a energia cinética NÃO NUCLEAR do Oreshnik.

Não há tratados em vigor que proíbam esse sistema de armas, e é um sistema que não destrói a infraestrutura ao redor ou causa mortes em massa de civis.

É uma arma devastadora, cirúrgica e imparável que basicamente lança relâmpagos metálicos do céu, como o Martelo de Thor ou os cometas de Deus.

Ninguém tem defesa contra isso, e o alcance dessas armas, uma vez montadas em propulsores intercontinentais, é global.

O Ocidente agora deve recuar ou partir para a ignorância nuclear.

Eles provavelmente escolherão o modo nuclear, por desespero — fique avisado.

A Rússia acabou de mudar o curso da guerra e alcançar a dominância global.

NINGUÉM na imprensa ocidental sequer tem uma pista.

Eles são muito estúpidos, muito 'wokes' ou muito arrogantes para perceber o que acabou de acontecer.

É como jogar xadrez com Putin pensando que você pode ser competitivo.

De repente, a rainha de Putin solta um lança-chamas no tabuleiro de xadrez e queima todas as suas peças, incendiando tudo.

Você achava que estava jogando 'xadrez', mas Putin estava jogando um jogo diferente chamado 'lança-chamas'.

É desse tamanho o impacto."



Por alguma razão, a nomeação da advogada texana Brooke Rollins (BR), de 52 anos, para o estratégico posto de Secretário de Agricultura, uma pasta com meio trilhão de orçamento, mais de cem mil funcionários, a nomeação não atraiu a devida atenção

Brooke é uma fundamentalista cristã, com a sua nomeação, Trump está recompensando a esmagadora votação rural que o favoreceu.

Para Trump, os agricultores americanos “constituem a verdadeira espinha dorsal dos EUA”.

O Secretário da Agricultura é onipotente: tem escritórios em todos os condados dos Estados Unidos, suas responsabilidades incluem programas agrícolas e nutricionais, segurança alimentar, desenvolvimento rural, investigação agrícola, empréstimos rurais e residenciais (associados ao programa Food Stamp, que fornece alimentos para pessoas de baixa renda), além do portfólio de cuidado florestal e silvicultura (ciência do manejo de florestas). 

O Serviço Florestal dos EUA reporta-se ao Secretário da Agricultura e é responsável por 770.000 km² de florestas e pastagens nacionais.

Além do fato de que os Estados Unidos são uma superpotência agroalimentar consagrada – setor no qual, no México, por exemplo, constitui uma das principais receitas via terceirização – não se pode ignorar a penetração transcendental que os dois gigabanks norte-americanos BlackRock e Vanguard têm no setor, bem como o posicionamento do bilionário Bill Gates, com sua agenda bastante polêmica 

O intercâmbio comercial agroalimentar entre o México e os EUA no final de 2022 atingiu mais de 73 bilhões de dólares. A agricultura, a alimentação e as suas indústrias contribuíram com 1,53 bilhões de dólares nos EUA, em 2023 

É possivel que os quase 1 milhão de km² de reflorestação/silvicultura e de pastagens terão certas proibições movidas pela importância da exploração de petróleo pelo gabinete Trump. Trump é vendido como um "ressurgimento do petróleo com Trump", e se colocou contra o oneroso acordo climático de Paris.

Para além da confissão do senador republicano Lindsey Graham, que afirma que a guerra na Ucrânia se deve à sua grande riqueza agrícola – em particular, à sua famosa terra negra “Chernozem” – a qual vale 10 bilhões de dólares, não se pode ignorar que duas consequências da guerra na Ucrânia foram o forte aumento do preço da energia na Europa e a importância dos fertilizantes, o que beneficiou um tanto as exportações russas. 

Já existe uma ameaça agroalimentar declarada pelos EUA à China e á Índia, dois membros proeminentes dos BRICS, e que precisam mais de alimentos do que qualquer outro país, e que podem sofrer a fúria agroalimentar dos Estados Unidos.


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