CFR

Vamos falar aqui no canal, acho que pela primeira vez sobre o CFR (Conselho de Relações Exteriores), fundado na década de 1920, por apoiadores do presidente Woodrow Wilson, este um fervoroso defensor do globalismo e do movimento que desembocará nos neoconservadores, os neocons, de base trotskista e- mais tarde, também ligado ao lobby sionista.

Tanto o CFR quanto os neocons independem de qualquer partido, mas sua capacidade de influenciar o curso estratégico da política dos EUA é avassaladora. Ambas possuem ideologias bem estruturadas e claras, o globalismo liberal de esquerda no caso do CFR, e a hegemonia americana no caso dos neocons. O CFR pode ser considerado um globalismo de esquerda e os neocons um globalismo de direita.

O foco do CFR consistiu em transformar os EUA de um país ou Estado-nação em um “império” democrático global, sua tese é de que os eua estão destinados a se tornarem o mundo todo, liberal e democrático. Os ideais e valores da democracia liberal, do capitalismo e do individualismo estão, portanto, acima dos interesses nacionais. Ao longo de todo o século 20, uma rede de políticos, autores, representantes de grandes corporações, administradores etc, criaram organizações supranacionais: primeiro a Liga das Nações, depois as Nações Unidas, o Clube Bilderberg, a Comissão Trilateral, entre outras. A tarefa era criar uma elite liberal e global unida, sob a ideologia do globalismo em todos os aspectos — filosofia, cultura, ciência, economia, política, artes etc. As atividades dos globalistas dentro do CFR visavam ao estabelecimento de um governo mundial, o que implicava no gradual enfraquecimento dos estados-nação e na transferência de poder de antigas entidades soberanas para as mãos de uma oligarquia global, composta pelas elites liberais mundiais, treinadas de acordo com os modelos ocidentais.

Por meio de suas redes europeias, o CFR desempenhou um papel ativo na criação da União Europeia (um primeiro passo concreto em direção ao governo mundial). Seus representantes — particularmente Henry Kissinger, líder intelectual da organização — desempenharam um papel fundamental na integração da China ao mercado global, e no enfraquecimento do bloco socialista. O CFR promoveu ativamente uma teoria da convergência, por exemplo, convergir o mundo para a cosmovisão ocidental, conseguiu influenciar a liderança soviética, sobretudo Gorbachev. Sob a influência das estratégias geopolíticas do CFR, ideólogos soviéticos tardios, na linha de gorba, escreveram sobre a “governabilidade da comunidade global.”

Nos EUA, o CFR é estritamente apartidário e inclui democratas e republicanos. O CFR é o estado-maior do globalismo, com tentáculos no Fórum de Davos de Klaus Schwab, ramo europeu. Às vésperas do colapso da União Soviética, o CFR estabeleceu uma filial em Moscou,  o Instituto de Estudos Sistêmicos, sob o acadêmico Gvishiani, núcleo dos liberais da Rússia, já na década de 1990, base intelectual ou moral de inúmeros oligarcas.

O CFR se coloca como um círculo de debates entre “especialistas” independentes, na prática o seu poder é incomensuravelmente maior do que, por exemplo, o poder dos partidos, democrata e republicano, o CFR trata-se de um verdadeiro quartel-general ideológico. 

Trump veio como, apesar de bilionário e notável animador, um homem comum, com sua agenda conservadora calçada nos interesses americanos e na crítica ao globalismo, naturalmente entrou em conflito aberto com o CFR. Quem é Trump diante do CFR? Um presidente por 4 anos, e agora mais 4, diante de um CFR com mais de um século de determinação geopolítica na direção da política externa americana. O CFR formou uma extensa rede de influência, disseminou suas ideias entre militares, funcionários, expoentes culturais, artistas famosos, principalmente no meio acadêmico e universitário americano, meio esse que se tornou uma sua ponta de lança, cada vez mais ideologizada, ao longo do tempo. 

Os EUA negam sua dominação ideológica, ao mesmo tempo que apontam para seu destino manifesto, seu excepcionalismo etc, como base de sua própria existência privilegiada. 

O triunfo planetário da democracia, o estabelecimento de um governo mundial, a vitória completa do individualismo e das políticas de gênero, desviar-se desses objetivos é tão condenável quanto o assassinato doloso,  qualquer desvio é inaceitável, pois aqui tratar-se de uma seita, atéia e cientificista, só que tão ou mais fundamentalista do que as maiores religiões. 

O fato é que o nacionalismo de Trump, sua agenda “America First”, suas ameaças de “drenar o pântano globalista” representaram um desafio direto ao CFR, o guardião dos códigos do liberalismo totalitário, tão tirânico quanto as maiores tiranias já vistas na história.

Não é possível considerar o CFR (Conselho de Relações Exteriores) uma sociedade secreta. Ainda que um clube seleto, de gente muito rica e ilustrada, opera de forma aberta. 

Por exemplo, logo após o início da Operação Militar Especial Russa, líderes do CFR (Richard Haass, Fiona Hill e Celeste Wallander) discutiram abertamente a viabilidade de assassinar o presidente Putin (uma transcrição dessa discussão foi postada no site oficial do CFR). O Estado profundo americano não é o turco, ele pensa globalmente e acha que literalmente tudo no mundo lhe diz respeito.  Assim, eventos na Rússia ou na China são considerados “assuntos internos” nessa gente, em suma são psicopatas em ponto de bala, completamente imbuídos de que são os únicos a governarem o mundo, o mundo sem eles está perdido e blá, blá, blá. Essa gente intelectualmente aberrante e soberba não conseguiu matar Trump, não conseguiu prendê-lo, não conseguiu derrotá-lo nas eleições. São poderosos mas não podem tudo, apesar de suas certezas atávicas. 

É importante notar que as lojas maçônicas desempenham um papel fundamental no sistema político americano desde a Guerra de Independência dos EUA. Redes maçônicas estão entrelaçadas com o CFR, são corpos de recrutamento. Hoje, os globalistas liberais não precisam mais se esconder. Seus programas foram absolutamente da sigilo maçônico, quando tramavam o liberalismo em suas carbonárias, hoje, a agenda global liberal é aberta. Os maçons eliminavam fisicamente seus inimigos, embora isso era segredo. Hoje, eles falam abertamente. O próprio Trump não mandou matar Qasem Suleimani? O mesmo Trump defende a lei de Noé, o "não matarás", vai vendo....


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