ENERGIA, ENERGIA E MAIS ENERGIA
O gasto de energia per capita da China está agora no mesmo nível da União Europeia.
Significa que chinês comum usa tanta energia quanto o europeu comum.
As pessoas que vivem na Europa Ocidental, na Austrália e no Japão estão no topo em termos de gasto com eletricidade. O custo de eletricidade da China é de cerca de 15 centavos por kWh, é a metade do que os consumidores americanos pagam, e até menos do que o Canadá. O perfil de energia da China, portanto, é considerado um tanto pobre quando comparado com a América do Norte.
Até recentemente, as conclusões feitas pelos experts em energia diziam que a China tem uma baixa estatura para o seu desenvolvimento industrial e econômico por causa das limitações energéticas. A China é a maior produtora do mundo de carvão, importa grandes importadores de petróleo, e, desde 2005, foram a segunda maior produtora de eletricidade. Entretanto, existe ainda, uma pesada dependência de suplementos estrangeiros, o faz com que a China seja vulnerável a flutuações de moedas, a ciclos de negócios e, é claro, à geopolítica.
Estendendo a análise, vejam, o equilíbrio entre a demanda e o suplemento de energia da China só é possível porque a consumação per capita da China é baixa. Lá por 2005, a China viveu uma falta de demanda por eletricidade, o que impactou a produção industrial. A grande razão pela qual a China conseguiu produzir a maior parte da eletricidade necessária foi porque a
os chineses não usam muita eletricidade, mas agora eles usam.
Isso foi em 2005, os estudos daquela época, todos disseram a mesma coisa. A China tem desvantagens severas em energia, o que limitaria a produção industrial e o crescimento econômico. Então, foi inimaginável que a China agora pode estar no mesmo nível que outros países desenvolvidos, e em preços bem mais baixos se comparada à Noruega ou Canadá.
Mas aqui estamos. O que significam os preços baixos da China para a energia, comparado à Europa? Significa que escolhas difíceis estão sendo feitas por empresas alemãs. Mais da metade das maiores empresas alemães consideram mover a produção industrial para fora da Alemanha, especialmente empresas de indústrias energéticas.
Isso está causando problemas para Washington, pois Washington está empurrando fortemente as empresas alemães para que separem da China e da Rússia. Mas essas empresas estão indo para o outro lado. A BASF é uma das maiores empresas químicas do mundo e elas já têm 30 plantas na China.
E a BASF está construindo uma nova instalação na China que será tão grande quanto a sua matriz na Alemanha. O seu CEO diz que as divisões da China estão produzindo lucro, enquanto na Europa elas estao perdendo dinheiro. O CEO até desafiou, “diga o nome de um investimento na Europa onde se possa ganhar dinheiro”.
A Volkswagen tem o mesmo problema. Na Europa, os custos de energia são muito altos, os custos de trabalho são muito altos e a VW precisa de vender na China para subsidiar suas operações européias. A China caminhou um longo caminho no capitalismo em um curto prazo e muitas coisas tiveram que mudar.
A China desenvolveu ligações diplomáticas e econômicas com os grandes produtores de energia, a Rússia, o Oriente Médio e a Venezuela. A China também construiu seu portfólio de energia para incluir volumes massivos de poder renovável, produzido no âmbito domestico. Isso aumenta a quantidade de energia disponível para eles. Isso também reduz o custo. Eles conseguiram ampliar a produção de energia e o uso da energia também cortando custos. O uso da energia solar, por exemplo, é de uma importância crescente.
O aumento massivo da capacidade solar da China mantém os preços de energia baixos comparado com a Europa e os Estados Unidos. Os consumidores finais da China pagam menos da metade do que os europeus e os australianos, isso é uma vantagem considerável no mercado global. A China tem mais consumidores de eletricidade do que a Europa e os Estados Unidos juntos, e será uma vantagem histórica se os preços ficarem baixos e mais energia renovável estiver na equação.
A China é agora o número um em consumo de energia do vento. Número um em energia hidráulica, número um em energia solar. Por isso a China chegou onde chegou.
Mas isso não responde à pergunta, porque muitos dos problemas que os analistas apontaram em 2005 ainda estão presentes. Tivemos uma resposta da parte de um assistente da Irlanda, expert nos mercados de energia renovável. Ele mencionou o problema da transmissão da energia.
A China revolucionou a transmissão de energia em distâncias enormes, e isso aconteceu desde 2005. Vamos entender um pouco isso daí, o UHV refere-se à tecnologia de transmissão de energia em longa distância e larga transmissão. O UHV DC é, digamos, o ápice da tecnologia de transmissão de energia. O princípio aqui é que quanto mais altas as voltagens de energia enviadas para as linhas de distribuição, menor o custo das entregas de energia. O equipamento usual DC-UHV inclui transformadores conversores, válvulas conversoras e seus sistemas de controle e proteção, reatores de suavização, filtros DC, quadro de distribuição DC, equipamento de medição DC e pára-raios DC. Entre estes os principais são o transformador conversor, a válvula conversora, o sistema de controle e proteção e reator de suavização e por aí vai. Isso aqui foi só para termos uma ideia de que não é absolutamente um assunto para amadores, como é o meu caso. Uma coisa é o técnico ir fazer um reparo, outra é criar e interligar estes equipamentos, rs.
Isso também significa um menor arrasto ou perda por causa da mudança de temperatura, atrito, distâncias etc. Shikensen é um nome chinês, que veio de um nome japonês, para o seus trem-bala que são mais eficientes quando maior velocidade alcança. A maneira mais rápida de fornecer energia elétrica não é produzi-la nas estações de energia mais próximas, mas, na verdade, através da linha.
E aqui está o problema que a China teve em 2005 e ainda tem hoje. Os recursos naturais da China estão no norte e no leste, enquanto os centros de população da China estão no oeste e no sul. Há 20 anos, a China estava sofria de falta de energia
Uma enorme parte da logística do país estava dedicada a mover materiais e gerar energia elétrica. E eles não conseguiam continuar. Em 2006, se tornou uma estratégia naciona, desenvolver a transmissão UHV da China.
O primeiro projeto foi levar de Shaanxi, a região que produz mais carbono, para Hubei. No passado, a ideia seria levar o carbono da província de Shaanxi para Hubei, onde ele seria queimado para gerar eletricidade. Com o UHV, os operadores da rede de energia chinesa poderiam queimar a linha em Shaanxi e apenas enviar a eletricidade para Hubei.
Muitos outros projetos vieram na linha, o maior deles entregou energia hidroelétrica pelo rio Jinxia, através de oito regiões, para Shanghai. Essa linha UHV oferece energia para 40% da demanda elétrica de Shanghai. Agora, a China tem 38 dessas linhas UHV online, incluem forças elétricas e solares.
O UHV não foi inventado na China, mas a China o levou para o próximo nível, e desenvolveu muitas novas tecnologias e aplicações. E aqui entra o vento e o solar.
A China é um país grande. Ainda está claro em Xinjiang, Tibete e Sichuan, quando já está escuro no leste. Projetos solares proporcionam muito da energia chinesa, sem falar que o ar sempre está ventando em algum lugar, significa que as turbinas estão girando e gerando energia para muitos lugares.
A China compartilha um problema comum em todos os países grandes e populosos. O grande desafio é o custo da energia. Os projetos são muito caros para construir e para manter.
No caso dos Estados Unidos, um país autosuficiente em energia, os problemas não são tão urgentes quanto à China ou a Índia. Mas também há 7vários desafios devido às grandes distâncias, às muitas jurisdições que aprovam e proporcionam financiamento etc.
O Brasil, por seu lado, tem um perfil de energia e geografia que é similar, de muitas maneiras, à China.
O Brasil é um país enorme. É maior do que a grande maioria dos países do mundo. No Brasil, em geral, a energia hidráulica, de longe, a mais utilizada, ela é gerada e distribuída bem longe dos grandes centros populacionais.
A uma distância de 2.000 quilômetros, o projeto Belo Monte, de UHV, foi desenvolvido por algumas das mesmas empresas chinesas que construíram o UHV na China. Belo Monte serve 22 milhões de usuarios de energia, no Brasil.
Foi anunciado com certa pompa que a maior reserva de urânio do Brasil foi vendida à empresa chinesa por R$ 2 bilhões
A reserva de urânio fica na região da hidrelétrica de Balbina, em Presidente Figueiredo, há 107 quilômetros de Manaus, capital do Amazonas.
A área foi vendida pela mineradora Taboca para a empresa chinesa Nonferrous Trade, por US$ 340 milhões (R$ 2 bilhões). A informação veio do jornal O Globo.
Conforme a publicação, a empresa brasileira fez a transferência de 100% das ações, e a reserva ainda tem potencial de exploração de outros minerais estratégicos como nióbio, tório, estanho e tântalo, importantes para a indústria de alta tecnologia.
A venda gerou repercussões no Congresso Nacional por conta da venda de reservas estratégicas para outros países.
Bom, é importante mencionar que esta reserva foi privatizada pelos militares, na época do regime militar, para um empresa peruana, e foi esta empresa peruana que vendeu para os Chineses.
O que foi vendido aos chineses? A empresa "Mineração Taboca", que produz, principalmente, estanho na Mina de Pitinga. A área contém resíduos de urânio, mas o urânio nessa jazida, vai todo para o rejeito, segundo a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia e responsável pela exploração das minas de urânio no Brasil. A informação foi corrigida ontem, quinta-feira.
Na região, a exploração de potássio e gás natural está paralisada graças ao lobbie ongueiro. As ONGs alegam a "proteção ambiental", e impedem o Brasil de avançar. O certo seria o Brasil adquirir soberania e explorar seus próprios minerais, numa base muito mais ampla e tecnologicamente sustentável, seria necessário enquadrar todas as ONGs que trabalham diretamente para o dep. de est. dos EUA e para os interesses exclusivos dos banqueiros londrinos. O governo brasileiro precisa encarar as grandes fontes minerais, aquáticas, vegetais e ambientais brasileiras como uma questão de segurança nacional
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