A ESCOLA DE TERRORISTAS DOS EUA

 Escola das Américas (School of the Americas) é um instituto do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, fundado em 1946. Em 1961, seu objetivo oficial passou a ser o de ensinar a "formação de contra-insurgência anticomunista".

A Escola treinou vários ditadores latino-americanos, e gerações de militares, durante os anos 1980, incluindo na formação curricular a arte de torturar.

Em 2001, mudou seu nome nefasto para Western Hemisphere Institute for Security Cooperation (WHINSEC). (Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança)

A instituição é mantida pelos Estados Unidos, oficialmente ministra cursos sobre assuntos militares a oficiais de outros países.

Atualmente situada em Fort Moore (antigo Fort Benning), Columbus, Geórgia, a escola, de 1946 a 1984, ficava no Panamá, onde se graduaram mais de 60 mil militares e policiais de cerca de 23 países da América Latina, alguns deles de especial relevância pelos seus crimes contra a humanidade como os generais Leopoldo Fortunato Galtieri e Manuel Noriega.

A Escola das Américas foi inicialmente criada em Fort Amador, no Panamá, como parte da iniciativa da conhecida Doutrina de Segurança Nacional. Sua denominação inicial foi "Centro de Adestramento Latino-americano - Divisão da Terra" ("Centro de Adiestramiento Latinoamericano - División de la Tierra"). Sua missão principal era preparar as nações latino-americanas para se submeterem aos interesses dos Estados Unidos e manipular e minar as crescentes organizações populares ou movimentos sociais.

Em 1950, a instituição mudou o nome para United States Army Caribbean School ( Escola Caribenha do Exército dos Estados Unidos) e se transferiu para Fort Gulick, também no Panamá; o espanhol foi adotado como a língua oficial da academia. Em julho de 1963, reorganizou-se sob o nome de United States Army School of the Americas (USARSA), ou mais popularmente conhecida como "Escola das Américas".

Durante as próximas décadas fomentou vários governos e regimes totalitários e brutais. Vários dos seus cursos de adestramento incluíam técnicas de contra insurgência, operações de comando, treinamento em golpes de Estado, guerra psicológica, intervenção militar, técnicas de interrogação e torturas. Manuais militares de instrução destas iniciativas, primeiramente confidenciais, foram liberados e publicados pelo Pentágono americano, em 1996. Os manuais ensinavam como violar direitos humanos, como por exemplo o uso oficial de tortura, execuções sumárias, desaparecimento de pessoas, causar "suicídio" etc, ou seja, seu objetivo era destruir organizações políticas e sindicais de esquerda ou simpáticas à causa soviética.

Em uma carta aberta enviada em 20 de julho de 1993 ao Columbus Ledger Enquirer, o comandante Joseph Blair, antigo instrutor da Escola das Américas, declarou: "Nos meus três anos de serviço na Escola nunca jamais ouvi nada sobre qualquer objetivo de promover liberdade, a democracia e direitos humanos. O pessoal militar da América Latina muitas vezes vinham a Columbus em busca de bolsas pagas, facilidades para adquirir armas e bens isentos de taxas de importação, passagens gratuitas etc, tudo pago pelos contribuintes americanos."

De acordo com o senador democrata Martin Meehan (Massachusetts): "Se a Escola das Américas decidisse celebrar uma reunião de ex-alunos, reuniria alguns dos mais infames e notórios malfeitores e criminosos do hemisfério sul".

A Escola das Américas, desde 1946, treinou mais de 60 mil militares da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Graduados notáveis

O grupo SOA Watch (SOA Watch ou School of Americas Watch) estuda o assunto da Escola das Américas e atualiza as informações sobre os graduados da "Escola de Assassinos", como é mais conhecida a Escola das Américas. A ONG compilou um banco de dados com informações documentadas sobre os que passaram pelo treinamento da Escola. O banco pode ser pesquisado por país e por nome de indivíduos que foram treinados na Escola das Américas.

O Brasil enviava regularmente militares para treinamento na Escola das Américas . Entre os graduados mais reconhecidos encontram-se os piores instigadores de crimes de guerra, relacionados estreitamente aos esquadrões da morte, milícia que caracterizou a época do regime militar brasileiro, e ao crime organizado, bem como com as ligações com a CIA.

Exemplo bem conhecido foi o General Manuel Noriega, responsável pela ditadura militar no Panamá, antigo colaborador da CIA, esteve preso por vários anos nos Estados Unidos por sua estreita relação com o narcotráfico, atualmente foi transferido para o Panamá;

General Hugo Banzer, responsável pelo Golpe Militar na Bolívia em 1971 e a subsequente ditadura militar que se prolongou até 1978. Hugo Banzer foi incluído em 1988 no Hall da Fama da Escola;

Roberto D'Aubuisson, graduado en 1972 e depois parte do serviço de inteligência de El Salvador, acusado como líder de esquadrões da morte, entre outros crimes.

General Héctor Gramajo, ex-ministro de Guatemala, autor de políticas genocidas nos anos oitenta.

Roberto Eduardo Viola, promotor do golpe de estado na Argentina em 1976.

Leopoldo Fortunato Galtieri, precursor da Guerra das Malvinas (1982), líder da Junta Militar da Argentina que supervisionou desde 1981, os dois anos finais da "guerra suja", a tortura se tornou extremamente comum na Argentina, acredita-se que mais de 100.000 pessoas sofreram inquéritos e coações violentas de todo tipo, mais de trinta mil argentinos foram assassinados ou desaparecidas, tratar-se de uma das mais brutais ditaduras de extremo-direita da A,L.

General Guillermo Rodríguez, responsável pelo golpe de estado de 1972 a 1976 no Equador.

Vladimiro Montesinos, advogado, militar, colaborador da CIA, responsável pelo Serviço de Inteligência do Peru durante o governo de Alberto Fujimori. Acusado de repressão política e golpe de estado, arrecadou uma grande fortuna graças a sua estreita sociedade com o narcotráfico.

Em 1976, uma Comissão parlamentar do Partido Democrata dos Estados Unidos, durante o governo de Jimmy Carter, reconheceu as práticas brutais da Escola das Américas e obrigou a Escola a suspender as suas atividades. Em 1977, diante das provisões dos Tratados Torrijos-Carter relativos ao Canal do Panamá, os Estados Unidos aceitaram a demanda panamenha de retirar de seu país a escola para recolocá-la em território americano em Fort Benning (atual Fort Moore), Georgia.

Em 1984, o governo de Ronald Reagan autorizou o reinício dos treinamentos de contra-guerrilha na Escola das Américas. Foi revisado o mais temido e polêmico manual da Escola, o manual de tortura, conhecido como Manuais KUBARK. Uma parte dos manuais foram desclassificados pela CIA em 1994, outro parte permanece inacessível ou documentação classificada. 

O manual passou a ser chamado de "Manual de adestramento para a exploração de recursos humanos", "Human Resource Exploitation Training Manual", em inglês.

Após o assassinato de quatro membros da Igreja Católica de El Salvador por formados pela Escola, comandados por D'Aubuisson, em 1989, isso após o surgimento da SOA Watch, a Observadora da Escola das Américas, (School of Americas Watch, em inglês), ONG dedicada à denuncia das atividades da Escola, liderada então pelo padre Roy Bourgeois, a atenção pública ao assunto se tornou cada vez maior.

Em 1996, sob pressão de vários jornais e organizações de Direitos Humanos, o Exército dos Estados Unidos publicou parte da documentação sobre a Escola, incluindo alguns dos manuais de tortura. Foram inclusive disponibilizados pelo National Security Archive.

A crítica às atividades da escola intensificou-se, em Outubro do ano 2000, durante a presidência de Bill Clinton, o congresso estadunidense analisou a situação e finalmente decidiu exigir a criação de um novo estatuto. Em 15 de dezembro de 2000 a escola foi fechada oficialmente, mas foi criada imediatamente em seu lugar, um substituto chamado "Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança". A Escola das Américas, até a data de 1 de julho de 1999 graduou 61.034 alunos. A partir de 2001 o seu nome já era o novo "Instituto do Hemisfério Ocidental em Segurança". 

Algumas organizações, como SOA Watch e a Anistia Internacional, criticaram a iniciativa afirmando que se tratou de uma "pura mudança cosmética", o próprio governo reconheceu a nova instituição, o Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança como sendo herdeiro da Escola das Américas.

Em 2004 a Venezuela informou que não mais enviaria seus cadetes para treinamento na organização americana, decisão que dois anos mais tarde foi seguida pelos governos da Argentina e do Uruguai. Recentemente em maio de 2007, a Costa Rica deixou de enviar membros de sua Força Policial também.

A organização citada a SOA Watch foi criada em 1990 pelo padre Roy Bourgeois depois de testemunhar o assassinato e tortura de milhares de pessoas na América Central durante os anos de 1980 e identificar o local onde eram treinados os torturadores, a Escola das Américas.

Suas campanhas pelo fim da Escola das Américas, incluem campanhas junto ao Congresso americano e protesto anual em frente as instalações do notório centro de treinamento atualmente conhecido como Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança, antiga denominação de Escola das Américas e conhecida como "Escola de Assassinos".

Vários documentários foram feitos sobre a Escola das Américas. Entre eles:

Hidden in Plain Sight - (2003) de Andrés Thomas - documentário feito por meio de entrevistas e depoimentos de Noam Chomsky, Eduardo Galeano e Christopher Hitchens. Revela o funcionamento do centro de treinamento, por onde passaram mais de 62 mil oficiais militares latino-americanos, do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.

Conta ainda a história desse centro de especialização de técnicas de tortura, desde sua criação no Panamá, em 1946, até a transferência para Fort Benning (atual Fort Moore), na Geórgia, quando foi mudado o nome de Escola das Américas para Instituto de Cooperação para a Segurança Hemisférica.

The War on Democracy - (2007) por John Pilger, se centra na interferência dos Estados Unidos nos assuntos políticos da América Latina e documenta sua atuação através da Escola das Américas.

Father Roy: Inside the School of Assassins - (1997) - O documentário Father Roy: Inside the School of Assassins , narrado por Susan Sarandon, conta a Historia do padre Roy Bourgeois e sua luta pelo fechamento da hedionda instituição estadunidense.

School of the Americas Assassins - (1995) produzido por Robert Richter, indicado para o Oscar de melhor documentário curto.

Documentário Tortura Made in USA - 2009 - de Marie-Monique Robin.

Documentário "Escadrons de la mort, l'école française" de 2003, Os Esquadrões da morte: A escola francesa. Este documentário trata da transferência das técnicas francesas de tortura pelo Serviço secreto francês para os sistemas de tortura de outros paises, incluindo os paises latino-americanos.




Irã

Um helicóptero no qual viajava o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, 63 anos, sofreu um incidente, ontem, faz um "pouso de emergência", de acordo com o Ministério do Interior iraniano.

Um porta-voz do regime disse que a situação era "difícil e complexa". A localização do acidente e o mau tempo dificultam maiores informações. Trata-se de uma região montanhosa do norte do país. 

A agência Reuters disse que o helicóptero caiu em terreno montanhoso quando Raisi voltava de uma visita à fronteira do Irã com o Azerbaijão.

As Forças Armadas do Irã afirmaram que vão utilizar "todos os seus recursos" nas operações de busca.

Vários países se solidarizaram e ofereceram ajuda a Teerã, incluindo a Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Turquia e Rússia. A Comissão Europeia, órgão da União Europeia, disse que ativou o seu serviço de mapeamento por satélite para auxiliar nas buscas pelo helicóptero de Raisi, a Turquia colocou à disposição um drone, um helicóptero e uma equipe de resgate.

O incidente aconteceu próximo à cidade de Jolfa, a cerca de 600 quilômetros da capital, Teerã. O presidente do Azerbaijão, Ilham Alyiev, com quem Raisi se encontrou horas antes do incidente também ofereceu a ajuda.

Apareceram muitas imagens de iranianos rezando pelo presidente, sobretudo em Mashhad, cidade natal do presidente, considerada sagrada para os muçulmanos xiitas, maioria no país persa.

Equipes de resgate estão em busca do helicóptero, o mau tempo e a neblina pesada dificultam as operações de resgate. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostrou os socorristas caminhando pela densa neblina em busca da aeronave.

A agência de notícias IRNA, do Irã, afirmou que Raisi estava acompanhado de outros dois helicópteros que transportavam ministros e autoridades, essas aeronaves teriam chegado com segurança ao seu destino. Isso gerou muita especulação pois o acidente no Irã ocorreu logo após o atentado contra o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, ainda em estado grave após ser baleado por um fanático na última quarta-feira. Ora, tanto Vico quanto Raisi são francos adeptos da multipolaridade e soberanistas.

O governo dos Estados Unidos através de um porta-voz do Departamento de Estado disse que a Casa Branca estava "acompanhando com atenção" as informações sobre o incidente. 

A lei iraniana estipula que, caso o presidente morra, o vice assume o poder e deve convocar eleições no prazo de 50 dias. O vice é Mohammad Mokhber, político conservador.

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, acalmou o país e disse que o incidente não afetará os assuntos do Estado. "Esperamos que Deus devolva o presidente e seus companheiros aos braços da nação", afirmou na TV iraniana.

Ebrahim Raisi foi eleito presidente em 2021 com 60% dos votos. Raisi foi chefe do Judiciário iraniano, é próximo do aiatolá Ali Khamenei, inclusive, Raisi é considerado um sucessor do sacerdote, que tem 85 anos.

Raisi não considera muito inteligente a doutrina woke, o neoliberalismo, a cultura progressista e permissiva do Ocidente, sempre desejoso de impor suas depravações ao recatado mundo muçulmano. 

Infiltrações no Irã criaram um movimento tipicamente norte-americano chamado, "Mulher, Vida e Liberdade", arruaças e protestos pagos pelos Estados Unidos e por Israel para enfraquecer a República Islâmica.


Palpiteiros virtuais não entendem que Ebrahim Raisi, se necessário, será sucedido suavemente por alguém ainda mais anti-ocidental, de fato, Raisi é considerado até mesmo um moderado

 O Irã possui mais de 150 partidos políticos, desde pequenas formações políticas locais até associações de envergadura nacional.

Todos os partidos iranianos se dividem em duas grandes categorias, os "principalistas" e os "reformistas", os principalistas representam a ala conservadora, e os reformistas representam a ala progressista.

A política iraniana é, contigo, dominada pelos principalistas, há bastante tempo, de modo que sempre conseguiram manter o controle sobre as instituições iranianas: o Conselho dos Guardiões, a Assembleia dos Especialistas e o Conselho do Discernimento e o Parlamento.

Entre os principalistas, costuma-se falar em três grandes facções.

1) a de Ebrahim Raisi, majoritária, tradicionalista e pragmática;

2) a ala de Mahmoud Ahmadinejad, minoritária e, atualmente "caída em desgraça", considerada  militarista e "neocon". 

3) e há ainda a ala mais conservadora, ligada à  Guarda Revolucionária, mas não majoritária, liderada por Sadegh Masouli, que defende uma postura de "zero compromisso com inimigos internos e externos", ou seja, endurecimento na política interna e externa.

E quanto aos "reformistas"? Estão praticamente excluídos das principais instituições, desde que se começou a suspeitar que muitos deles tinham vínculos com forças estrangeiras interessadas na subversão do sistema iraniano. Os vários partidos reformistas tem só 7% do Parlamento e número semelhante no Conselho do Discernimento (e ninguém na Assembléia dos Especialistas).

Isso significa que uma próxima liderança político-executiva do Irã, em caso de falecimento do Raisi (ou em eleições presidenciais iranianas), terá uma linha semelhante a Ebrahim Raisi, ou será ainda mais soberanista e tradicional. 



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