TRANSIÇÃO PARA UMA NOVA ORDEM GLOBAL EM CURSO

Os títulos do Tesouro dos EUA foram vendidos em grande quantidade nesta quarta-feira (9/4/2025), após as tarifas de Donald Trump contra a China entrarem em vigor. Isso fez os rendimentos subirem: o de 10 anos foi a 4,45% (alta de 0,19 pontos no dia) e o de 30 anos passou de 5%. Rendimentos sobem quando os preços dos títulos caem, refletindo menor demanda. Isso preocupa investidores, pois os títulos americanos são vistos como "porto seguro" em tempos de crise, e essa confiança pode estar diminuindo.

A venda aumentou os custos de empréstimos no mundo todo, afetando países como Reino Unido e Japão. Analistas dizem que investidores estão trocando títulos por dinheiro, fugindo de riscos, enquanto fundos de hedge vendem para reduzir perdas em estratégias como o "basis trade" (que explora diferenças entre títulos e futuros). Isso cria estresse nos mercados, lembrando a crise de 2020, quando o Fed (banco central dos EUA) interveio comprando títulos.

A situação desafia Trump, que queria rendimentos baixos, e pode indicar que os mercados globais estão vendo os EUA como menos estáveis. Larry Summers comparou o país a um mercado emergente em apuros. Há quem tema que a China esteja vendendo títulos em retaliação às tarifas, e a volatilidade deve continuar. Sem ação do Fed, alguns alertam para uma possível crise financeira grave.



Vamos entender o Fim da Globalização e o Surgimento de uma Nova Era

Bem-vindos ao canal LNFDT! Hoje, gostaria de explorar um tema essencial para compreender o mundo em que vivemos: a estratégia de Donald Trump contra a China, o colapso da globalização e como isso está moldando uma nova ordem mundial. O objetivo é explicar tudo de forma simples, com dados e reflexões, para que o nosso ouvinte e seguidor saia daqui com uma visão clara sobre o que está em jogo. 

1. Trump vs. China: Uma Estratégia de Alto Risco**

Donald Trump, ex-presidente dos EUA e agora em seu segundo mandato, adotou uma postura dura contra a China. Mas o que isso significa na prática? Ele impôs **tarifas** (taxas extras sobre produtos importados) e usou uma retórica forte para tentar limitar a influência chinesa no comércio global. A ideia era simples: impedir que a China continuasse se beneficiando do sistema econômico mundial, que por décadas favoreceu sua ascensão.


Por que isso é importante? Durante os últimos cinco anos, vimos o fim da **globalização** — aquele modelo em que países trocavam bens e serviços livremente pelo mundo. No lugar dela, surgiu a **regionalização econômica**, com blocos de países mais fechados e focados em si mesmos. Nesse cenário, o **yuan** (moeda da China) está ganhando força e desafiando o **dólar** como a principal moeda global. Alguns analistas preveem que, em 20 anos, essa disputa pode mudar o jogo financeiro mundial.

Enquanto isso, a China enfrenta desafios. Seu **superávit comercial** com os EUA (quando exporta mais do que importa) diminuiu, o que já foi um motor do seu crescimento. Mas Pequim não parece interessada em guerra; a estratégia é se adaptar a essa nova realidade. Será que Trump consegue frear esse gigante? Vamos explorar mais adiante.

2. A Economia Chinesa: Resiliente ou Vulnerável?**

Mesmo com as tarifas de Trump, a China tem mostrado resiliência. Mas o que torna sua economia forte? Dois fatores principais: um **consumo interno robusto** (os chineses estão comprando mais dentro do próprio país) e um esforço do governo para melhorar a qualidade de vida da população. Um analista chegou a dizer: “O céu não está caindo”. Isso significa que a China está se preparando para crescer de forma estável, sem depender tanto dos EUA.

Vamos aos números para entender melhor:

- **2007**: As exportações da China para os EUA somavam **US$ 321 bilhões**, o equivalente a **8,6% do PIB chinês** (a soma de tudo que o país produz).

- **2024**: Esse valor subiu para **US$ 526 bilhões**, mas agora representa apenas **2,7% do PIB**.

O que isso mostra? A China depende menos dos EUA hoje. No total, ela exporta **US$ 3,3 trilhões** por ano para o mundo, enquanto os EUA exportam **US$ 3,2 trilhões** (dados de 2024). Se as exportações americanas caírem, digamos, 10%, os produtos chineses — mais baratos e muitas vezes de boa qualidade — podem dominar mercados globais, empurrando os EUA para um papel secundário no comércio. Trump, no entanto, acredita que a China “vai voltar rastejando” por precisar dos EUA. Será que ele está certo, ou está subestimando o adversário?

A Estratégia de Trump e o Papel de Scott Bessen**

Nos EUA, Trump quer reverter o jogo. Sua estratégia é incentivar a **produção interna** (fazer mais coisas “Made in USA”) e reduzir a dependência de importações chinesas. Para isso, ele conta com **Scott Bessen**, seu novo Secretário do Tesouro. Quem é esse cara? Bessen acredita que uma relação pessoal entre Trump e **Xi Jinping** (líder da China) poderia acalmar as tensões. Ele também observa algo curioso: a China está comprando muito **ouro**, o que pode indicar desconfiança no yuan como moeda forte.

A visão de Bessen é ambiciosa: ele quer um ajuste global. Isso seria a China consumindo mais e produzindo menos, enquanto os EUA fariam o oposto. As tarifas de Trump, segundo ele, são como um bloqueio — impedem que a China use os EUA como “válvula de escape” para seus problemas econômicos. Mais do que isso, elas poderiam atrair empresas que hoje estão na China para os EUA, diminuindo o **déficit comercial americano** (quando um país importa mais do que exporta). Mas será que Xi Jinping aceitaria esse plano? Ou isso é só um sonho americano?

4. O Fim da Globalização e a Nova Ordem Mundial**

O mundo está mudando rápido. A globalização, como dissemos, acabou. Isso significa que as cadeias de produção globais (quando um celular é feito com peças de vários países) estão dando lugar a blocos regionais. Mas quem vai definir as regras desse novo jogo? Líderes como Trump, Xi Jinping e **Vladimir Putin** (presidente da Rússia) têm algo em comum: todos criticam as elites do velho sistema globalista. Uma aliança entre eles não é impossível, mas cada um enfrenta seus próprios problemas:

- **Trump**: Governa um país dividido politicamente.

- **Xi**: Precisa manter o crescimento econômico da China.

- **Putin**: Vê a Rússia cada vez mais dependente da China.

O sistema econômico global precisa de um novo modelo para substituir o que foi criado em **Bretton Woods** (acordo de 1944 que definiu o dólar como moeda principal). Outros jogadores, como **Narendra Modi** (primeiro-ministro da Índia) e até o **México** (que pode lucrar com sua proximidade dos EUA), querem uma fatia desse bolo. O dólar está perdendo força, o yuan está subindo, mas o domínio americano não deve colapsar tão cedo.

5. Uma Era em Crise e o Papel de Trump**

Estamos vivendo o fim de uma era. O **capitalismo**, como o conhecemos, está em crise — desigualdades crescem, e o modelo atual parece não dar conta dos desafios. Trump é uma figura central nessa transição. Em seu segundo mandato, ele quer liderar essa mudança, mas não está sozinho: há forças poderosas nos bastidores influenciando suas decisões.

Nos EUA, however, há um ponto fraco: a **classe média**. Ela é rica em comparação com outros países, mas está muito endividada. Isso limita as opções de Trump. Mesmo assim, ele sonha com uma reorganização global. Alguns falam em um **G-2** (aliança entre EUA e Rússia), mas o cenário mais provável é **tripolar**: EUA, China e Rússia, com a Índia como possível quarto jogador. Cada um tem seu papel:

- **China**: A “fábrica do mundo”, produzindo bens em massa.

- **Rússia**: Um país enigmático, com recursos e ambições.

- **Índia**: Uma potência manufatureira em ascensão.

- **EUA**: Quer liderar, mas pode acabar como financista ou mediador.

6. Financeirização, Economia Real e o Risco de Guerra**

Nos EUA, a economia virou um jogo financeiro. A **financeirização** significa que bancos e investimentos dominam, enquanto a produção real (fábricas, agricultura) foi para a China. Historicamente, quando esse desequilíbrio cresce, as elites financeiras recorrem a **guerras** para “resetar” o sistema. Um autor famoso, Michael Rivero, escreveu em *Todas as Guerras São Guerras de Banqueiros* que conflitos muitas vezes nascem dessas distorções econômicas. Será que estamos caminhando para isso? É um tema para acompanhar de perto!

Conclusão: O Mundo Nunca Mais Será o Mesmo**

Donald Trump apostou alto contra a China, mas o resultado ainda é incerto. A China resiste, a globalização deu lugar à regionalização, e o futuro econômico mundial é uma incógnita. Será que o yuan vai superar o dólar? Uma aliança entre Trump, Xi e Putin pode surgir? E qual será o papel de países como Índia e México? O tabuleiro está montado, e as peças estão se movendo. 

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