AS CARTAS NA MANGA E A ARTE DOS SEGREDOS
A análise de daniel estulin é sempre importante, trata-se de um dos melhores analistas e autores contemporâneos. Naturalmente temos analisado a questão geoeconômica, há muita incerteza no ar, muitas taxas estão sendo postas em ação, ainda não se sabe quais vão vigorar, quais não vão, quando vão, o mercado de ações está entrando em colapso, são bilhões, praticamente apagados, vaporizados, há grandes riscos de recessão. O banco Goldman Sax acabou de dizer que o risco é muito bom, talvez seja bom para eles.
No mundo real, uma grande quantidade de gente já vive em recessão, e o perigo é o aprofundamento dessa recessão e como ela se caracteriza. A criação ou o aprofundamento de uma recessão é uma estratégia deliberada? Ouvimos Scott Bessent, secretário do Tesouro, dizer que o mercado de ações dos eua estava inflado. O próprio Trump disse que o mercado de ações era fictício, as coisas estavam ruins e que mais cedo ou mais tarde tinha de haver um choque. Bom vamos lá, na teoria, basicamente, eles querem refinanciar a dívida americana com taxas de juros mais baixas, é um dos objetivos, baixar os juros do cartão de credito, do financiamento da casa, do carro, da escola do filho, mas há que se entender que o que estamos vendo, e o que está sendo mostrado é tão financeiro quanto político, e na política, os inimigos de Trump controlam grande parte das empresas, principalmente de Wall Street. Então vc quer destruir a economia, quer desmontar o modelo econômico globalista que não funciona mais, e o problema é, obviamente, é que eles precisam mudar, e não apenas o modelo econômico, mas o sistema global do dólar, todo o sistema jurídico que foi construído durante as últimas décadas, nos últimos 30 anos, desde a queda da União Soviética, queda causada por neoliberais. Então o que podemos ver é uma revolução em curso, o mercado de ações está caindo, o dólar caindo e subindo, trilhões de dólares perdidos. Estamos vendo o colapso do modelo econômico e uma revolução perpetrada pelo por Trump, e faz parte dessa aposta uma forte crise financeira e econômica, grande, se for tudo um blefe, as coisas ficarão muito escuras para trump e os caras por trás dele.
Toda a coisa foi pensada para explodir com força, um pequeno ajuste não iria funcionar, não há saída racional ou simples para a situação atual do Ocidente coletivo, liderado pelos Estados Unidos.
Como já dissemos em vários videos aqui no canal, chegamos ao limite de crescimento dentro do modelo econômico que começou no final da Segunda Guerra Mundial, que se chama Bretton Woods, esse modelo foi baseado primeiro na coexistencia de dois blocos, o Ocidente capitalista e o socialismo soviético, dois satélites que coexistiram entre si entre o final da Segunda Guerra Mundial e o final dos anos 80, e com a queda da União Soviética, o Ocidente foi capaz de se expandir e conquistar uns 50% do espaço mundial que pertencia ao bloco soviético.
É um modelo muito dinâmico, essa expansão foi feita em muito pouco tempo, entre 1991 e 2007, mas daí então, em 2007, atingiu-se um limite da expansão. Quando o bloco socialista morreu e quando o modelo capitalista se expandiu para o resto do mundo esbarrou no que chamamos de crise de subprime, crise imobiliária, crise do Lemon Brothers, tem vários nomes, em 2008, mas ali foi o começo do fim do
modelo econômico, esse modelo econômico hoje está em seu leito de morte, e não apenas nos EUA, mas na Europa Ocidental, incluindo a Europa expandida para os ex-paises soviéticos mais a leste. As elites euro-atlânticas viveram, já por muitos anos, sugando o sangue dos outros, são parasitas, você pode sobreviver às custas dos outros, mas vc acaba por atingir um limite geografico, geopolitico, além do qual vc já não pode mais expandir, porque não há mais a quem roubar. O processo de acumulação e roubo é inerente à essência mesma do modo de ser e existir do Ocidente coletivo, após a queda da União Soviética, nos anos 90, a elite de banqueiros e generais roubaram e destruíram, pode-se dizer, loucamente, desmantelaram a URSS, isso é chamada de estupro da Rússia, onde roubaram absolutamente tudo, foram os anos de Bill Clinton, presidente dos Estados Unidos, um governo que dilapidou a União Soviética. O que estamos agora vendo, através do plano lançado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, é a imposição de um imposto adicional sobre todo mundo, para o mundo inteiro, o que Trump está fazendo é desmantelando o modelo criado pelos liberais, banqueiros, financistas e satanistas, no final dos anos 80, no início dos anos 90.
E um grande problema para desmantelar de vez o sistema predatório, privateiro, financeirista, é a falta de tempo, não há tempo, os tempos aceleraram muito, tudo está sendo feito numa velocidade acelerada, todos os problemas causados pelos Estados Unidos nos últimos 40 anos serão resolvidos em 4 anos? Então Trump está, ao mesmo tempo, perseguindo o objetivo de corrigir a balança comercial em favor dos Estados Unidos, ok, para que os Estados Unidos vendam mais em vez de comprar mais, para que desenvolvam a produção nacional, que ficou nanica perto do que já foi, para a criação de empregos, pois muitos profissionais dos eua saíram dos EUA, para reduzir a dívida pública, então a Casa Branca está optando por um forte aumento das taxas de juros, em novas condições, para mudar as regras do jogo. Ok, agora se dividirmos o mundo em dois, como se divide hoje em dia, certos cientistas políticos, especialistas, economistas etc, estão dizendo que a tática de Trump é arriscada e o próprio fato de Trump, que os EUA já ultrapassaram a possibilidade de cura. É muito difícil reverter uma política neoliberal de 40 anos em apenas 4 anos.
Então, alguns analistas afirmam que a dívida nacional dos Estados Unidos ficará fora de controle,
eles não vão conseguir alcançar os chineses, e não saberão se posicionar no mundo multipolar emergente. Os Estados Unidos não serão mais capazes de ditar as regras do jogo, então o que Trump conseguir dependerá do quanto seus inimigos, os globalistas, responderão, seja no âmbito bilateral, seja no âmbito multilateral, dos blocos.
Os inimigos de Trump poderão dar uma resposta coletiva, o que seria um desastre para Trump. Na dinâmica do poder, os democratas, os que perderam nos Estados Unidos, pois bem, eles estão se aliando a Londres, centro globalista da casa Rothschild.
É uma briga civilizacional, Donald Trump, e todas essas pessoas com boné Maga, por trás disso existe uma agenda civilizacional, não, não é o inimigo de Darth Vader, não é a reação da Federação Intergaláctica, os Cavaleiros Jedi, não, Trump é o rosto de um projeto, ali por trás existem fortunas árabes, nacionalistas, industriais, basicamente, grupos que querem salvar a América às custas do resto do mundo.
É como se dissessem, "rsta é a nossa terra e não vamos entregá-la aos globalistas”.
Lá em 2011, quero lembrá-los, foi assinado um acordo, o Fundo Monetário Internacional ia assumir o dólar americano e Barack Obama, então, não estava disposto a entregar o poder do dólar americano a interesses estrangeiros, europeu. Por isso dizemos que Trump depende dos globalistas, se os globalistas derem uma resposta em bloco, será complicado. Apenas imaginem se o mundo se unir sob a liderança sino-russo contra os interesses nacionalistas dos EUA.
E vemos o partido democrata americano em Londres, em Bruxelas, unindo forças.
E podemos dizer que os democratas parecem mais dispostos a chegar a um acordo amistoso com a China, mais até com a China do que com a União Europeia. A própria EU parece estar indo bater na porta do Xi Jinping.
Os Estados Unidos não poderão desprezar os produtos chineses, nem hoje, nem amanhã, nem depois de amanhã, nem no ano que vem, porque não têm sua própria base de produção de bens semelhantes. Mas podem encarecer tudo para a endividada classe média americana. A União Europeia acaba de levar uma pinóia dos EUA, foram relegados a porta dos fundos, a EU já não é um sujeito, é um objeto, à beira do barranco. As instituições pan-europeias estão perdendo proeminência, claro que alguns países ainda mantêm boas relações com os Estados Unidos, o caso da Hungria, o caso de Meloni, na Itália, o caso da Eslováquia.
Melónia é um caso interessante porque a Itália é um país dividido, tem a nobreza negra veneziana, as antigas famílias, os velhos aristocráticas italiano, e tem algo que ninguém mais tem, tem o Vaticano, algumas das sociedades secretas mais importantes do mundo estão ou saíram da Itália. Vaticano é um lugar intocável, é um centro mental e emocional, e é uma parte que está unindo forças com os Estados Unidos, entendem?
Por isso eu falei no projeto cristão de Trump, mesmo clamor que Bolsonaro faz aqui, junto com Malafaia, teoria da prosperidade, teologia do domínio.
Mas, nunca podemos analisar no modo tico e teco da extremo-direita, ou da esquerda woke e liberal, o que estamos vendo agora é
verdadeiramente único na história mundial. Para mas entender tudo isso nós não dividir no modo, esses são os bons porque são capitalistas, e aqueles são os maus porque são comunistas. A análise no viés olavista, no Brasil, só funcionava na cabeça do Olavo mesmo, não funciona mais, para ninguém, porque dentro de cada um dos blocos se você tem, por exemplo, a Maçonaria, que obviamente faz parte do Império Britânico, faz parte dos inimigos de Donald Trump, e você tem ali a nobreza negra, terra e sangue, tudo isso é dirigido intelectualmente por uma
parte do Vaticano.
Trump não está sozinho, ok, ele está muito bem acompanhado, ao contrário de seu primeiro mandato. A guerra tarifária é um pano de fundo, Trump está se aproximando de seus primeiros 100 dias, até agora, tudo o que fez foi uma série de bravatas e murros na mesa, até agora não conseguiu nada, absolutamente nada, na Groenlândia nada, o mandaram à merda, o Canadá disse: "vamos ver, vamos ver, vamos ver, vamos enviar a carne para os britânicos”, o México está uma zueira, o Zelensky está incontrolável, o Irã, protegido desde Londres, está dizendo: "sem acordo, você quer guerra, haverá guerra".
Então não há nada no notebook de Donald Trump ao final de seus primeiros 100 dias que demonstre aos eleitores americanos a sua “marcha vitoriosa sobre o mundo”. Estamos vendo são dificuldades crescentes, o declínio inclusive militar, a decadência geopolítica da América, globalmente. Poderá reverter esse quadro via guerra tarifária? É um processo longo e poderia ser a primeira conquista de seu governo. Ele vai fechar acordos no dia 20 de abril, em seguida, dia 9 de maio vai a Moscou e comemorar a vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial, vcs estão entendendo?
A luta dos Estados Unidos Unidos é existencial, por isso vai a Putin, o russo vive numa luta existencial, e sabe do que se trata .
Para a Rússia também significa a oportunidade de chegar a um acordo com os Estados Unidos, um acordo sobre a divisão da Europa, significaria o colapso da União Europeia e da OTAN.
Daniel Estulin explicou bem este fogo americano-russo em seu livro Metapolítica, de 2021.
Estamos vendo o retorno de um império, na Europa, pouco se fala nisso, é austro húngaro, é Orbán. A Hungria está sob a proteção do Vaticano, estão preparando o sacro império romano-germânico, de novo, tiraram isso dos abismos da história europeia medieval, nunca se esqueceram disso .
O império austro-húngaro terá a Baviera, a parte leste da Alemanha, ou seja, aquela mais afim à velha URSS.
É possível que, nos próximos anos, a União Européia se desfaça e seja dividida de novo em vários países.
O projeto da Grande Europa é um projeto do Vaticano, em um nível conceitual, seria a 1ª Europa. A 2ª Europa seria uma recuperação ou renovação da liga Hanseatica, os países escandinavos mais a Holanda Bélgica, e talvez a Inglaterra, pois Londres não tem a sua própria zona de influenza econômica após o Brexit. Espanha nem Portugal, sul da França, sul da Itália, Bulgária, Romênia, esses dois já foram do Pacto de Varsóvia.
Essas mudanças são tendências de sub-blocos se formando na UR, os países se aglutinarão conforme certos laços de bastidores, históricos e culturais, parte disso virá do abalo possível das tarifas trumpistas e da guerra da Ucrânia, a qual impacta o imaginário dos europeus mais antigos.
É um processo parecido com a criação de novos países após a Primeira Guerra Mundial. Veja os bálticos, a Rússia, isso é uma possibilidade, vai invadir a Lituânia, a Letônia, a Estônia. Esses países, se forem acuados pelas taxações terão o abraço do urso, para se consolar, vão se juntar à Rússia. A velha URSS gastou 72 bilhões de dólares na Lituânia, após a Segunda Guerra Mundial, entre 1945 e 1989. O Plano Marshall, compare, após a Segunda Guerra Mundial, foi de US $ 13 bilhões. Os bálticos são os chiuauas, latem, latem, latem até levarem um tapa no lombo e começarem a lamber a mão do urso.
Polônia, a Polônia estará sob a proteção do Vaticano, como parte do projeto de renascimento do quarto Reich.
O mundo está mudando, estamos vendo isso, em 3D e a cores.
O Warren Buffet disse outro dia que o Trump é um gênio, Buffet, grande investidor, parece sempre saber de tudo antes de todo mundo, ele não é exatamente pró-Trump, o acontece é que ele entende o que Trump está fazendo, e sabe como lucrar primeiro.
As pessoas olham para tudo o que está acontecendo na perspectiva da queda dos mercados, na chegada da depressão, só que consequências muito mais importantes estão sendo possíveis, e em um nível mais alto. Veja, é necessário destruir a velha ordem mundial, criada pela Segunda Guerra Mundial e depois levada a níveis insustentáveis pelo liberalismo globalista planetário. Os americanos de tornaram os caras mais endividados, perdulários, consumistas e loucos do mundo. O grande fator de sua loucura se chama globalismo, o grande fator do seu “american way of life” vêm de sua elefantíase globalista.
Então, o globalismo é o grande inimigo dos Estados Unidos. Não são o “KGB” bicho papão dos olavetes, no Brasil, não são nem mesmo os chineses.
Vou dizer a vcs, o principal inimigo existencial dos Estados Unidos está em Londres, é a gente que criou o seu FED, vou fazer uma série de vídeos sobre este tema.
O governo Trump está de tentando reordenar a geopolítica e a geoeconomia, tenta ganhar. Tem sobre a mesa o tal acordo de Maralago, a casa de Trump na Flórida.
A China tem uma moeda subvalorizada, o dólar está supervalorizado e isso é parte do problema. Na melhor das hipóteses Trump estaria evitando uma crise econômica catastrófica no Ocidente, no longo prazo, em face de um evidente colapso do Império estadunidense. O que é evidente para todos é que ele quer reestruturar a dívida de 34 trilhoes de dólares, daí usa as tarifas para desvalorizar o dólar, forçando seus aliados a absorver uma parte do fardo.
Varios países como Rússia, China, União Europeia vêm criando sistemas alternativos De fato, alguns dizem que os números já estão acima de 20% do comércio internacional, substituindo lentamente o dólar. Cientes de que os EUA usam o dólar como uma arma de guerra.
Trump pretende controlar os danos e manter a hegemonia dos EUA, mesmo à custa de tensões com aliados históricos como a Europa, como o Japão, como a Coréia do Sul.
O Trump de agora é uma repetição do que já começou no primeiro mandato. No outono de 2018, Trump desencadeou uma guerra comercial contra a China, o presidente do Federal Reserve, inimigo de Donald Trump, imediatamente o sabotou o plano aumentando a taxa de juros, o dinheiro ficou mais caro e Trump não venceu. Observe que em um nível estrutural, os Estados Unidos prosperam com a emissão do dólar americano. Eu acho que os BRICS já substituíram mais de 20% mas ninguém sabe ao certo, ou melhor, a despolarização é um segredo, mas deve ser mais.
Se o déficit comercial e o comércio exterior com a China diminuírem, a saída de dólares americanos será reduzida. Isso significa que mais dólares permanecerão no país, o que pode gerar uma pressão inflacionária. Para neutralizar esse efeito, seria necessário aumentar as taxas de juros, o que, por sua vez, poderia reduzir a competitividade econômica – algo que Donald Trump busca evitar.
Esse cenário reflete uma relação comercial histórica entre China e Estados Unidos, que remonta aos acordos iniciados na era de Jimmy Carter e Deng Xiaoping, e reforçados por Bill Clinton em 1992. Ao longo desse período, a China tem promovido o consumo interno, elevando o padrão de vida de sua população por meio de grandes projetos de infraestrutura. Alguns desses projetos, como cidades construídas para milhões de habitantes, foram mostradas vazias, impressionam pela escala e levantam questionamentos. Embora haja quem duvide da veracidade dessas imagens, elas ilustram o esforço chinês para estimular sua economia.
Por outro lado, esses investimentos também criam o risco de inflação elevada. Para controlá-la, a China adota medidas produtivas. Historicamente, o país acumulou um grande superávit comercial, especialmente com os Estados Unidos, vendendo mais do que comprando. Esse excedente gerou um fluxo de dólares que a China usou para expandir sua influência em outros mercados, como a União Europeia, por meio de iniciativas como a Nova Rota da Seda. No entanto, com os EUA impondo tarifas e fechando seus mercados, e a Europa enfrentando limitações financeiras, a China vê seu acesso a recursos externos reduzido.
Apesar das tensões, há uma percepção de que líderes como Xi Jinping, Trump e Putin compartilham interesses estratégicos contra um sistema global em declínio, como o de Bretton Woods. Esse sistema, que beneficiou as elites globais, está enfraquecendo, e seus principais críticos – esses líderes – buscam alternativas. Xi Jinping, por exemplo, enfrenta o desafio de manter o padrão de vida dos chineses, mesmo com a redução de incentivos e o colapso de mercados externos, como o americano. Ele precisa encontrar mecanismos para sustentar a economia sem depender tanto das exportações.
Os Estados Unidos, por sua vez, já usaram uma estratégia semelhante no passado. Entre 1947 e 1971, o país experimentou um crescimento econômico notável ao expandir a influência do dólar sem gerar inflação, aproveitando sua posição global. A China poderia tentar algo parecido, fortalecendo o yuan e regionalizando sua economia no Sudeste Asiático. Isso permitiria ao país emitir moeda para estimular a demanda interna sem depender tanto de dólares, ao mesmo tempo em que avança em direção a novas tecnologias.
No curto prazo, porém, as opções são limitadas. Uma guerra está fora de questão para a China, e o colapso da globalização – evidente nos últimos cinco anos – deu lugar à regionalização econômica. Nesse novo contexto, o yuan poderia ganhar espaço, desafiando o dólar como moeda de reserva nos próximos 20 anos. Enquanto isso, a China precisa lidar com a queda do superávit comercial com os EUA.
Agora veja, apesar das novas tarifas dos EUA, economistas destacam que o forte consumo interno e o foco da China na melhoria da qualidade de vida das pessoas são escudos eficazes contra pressões externas.
“O céu não está caindo”, disse um analista, ele diz que a China está pronta para crescer de forma estável.
Alguns crêem mesmo que a China vai quebrar os EUA.
Será possível?
Veja, em 2007: as exportações da China para os EUA valeram US$ 321 bilhões, cerca 8,6% do PIB.
2024: as exportações da China para os EUA valeram cerca de US$ 526 bilhões, apenas 2,7% do PIB, não chega a 3% do PIB.
A alavancagem diminuiu muito
Mas Trump alardeia
“A China voltará rastejando até nós porque precisa nos vender”.
Vamos fazer as contas agora.
A China exporta US$ 400 bilhões para os EUA por ano.
A China exporta US$ 3,3 trilhões para o resto do mundo todo ano.
Os EUA exportaram US$ 3,2 trilhões para o mundo em 2024, ou seja, menos do que a China.
Esse número certamente diminuirá em 2025.
Se esse número cair 10%, o resto do mundo vai preenchê-lo com produtos chineses (que são muito mais baratos e melhores que os dos EUA e têm menos lucro embutido), nossos mercados ficarão inundados de produtos chineses que a gente nem imaginava existir e os EUA ficarão excluídos do comércio global.
Nos EUA, Trump busca reequilibrar a relação comercial com a China, incentivando a produção interna e reduzindo a dependência de importações. Scott Bessen, novo Secretário do Tesouro, sugeriu que uma relação pessoal entre Trump e Xi Jinping poderia evitar uma escalada nas tensões. Ele também apontou que a demanda chinesa por ouro reflete a desconfiança em sua própria moeda, enquanto propôs um cenário em que a China consumiria mais e produziria menos, e os EUA fariam o oposto – um ajuste que beneficiaria ambos, mas que parece mais um sonho de Bessen do que um sonho de Xi Jinping.
Bessen diz que a China está em uma posição vulnerável, com uma economia dependente de exportações e presa a uma recessão, será verdade? Ou é um desejo dele?
As tarifas de Trump visam impedir que a China use os EUA como uma saída para sua crise. Além disso, Bessen defende que as tarifas podem atrair empresas estrangeiras da China para os EUA, reduzindo o déficit comercial americano.
Globalmente, o sistema econômico atual está em transformação.
A globalização, como a conhecemos, acabou, e a regionalização está emergindo como o próximo estágio.
Isso exige novas regras, mas ainda não há consenso sobre quem as definirá.
Trump, Xi Jinping e Putin têm inimigos em comum – as elites ligadas ao modelo antigo – e podem buscar uma aliança estratégica.
No entanto, cada um enfrenta desafios internos: Trump lida com divisões nos EUA, Xi com a pressão por mais crescimento, e Putin com a dependência da Rússia em relação à China.
O futuro depende de um novo modelo econômico que substitua Bretton Woods. Líderes como Modi, da Índia, também podem ter um papel nessa mesa de negociações. O México, por exemplo, poderia se posicionar como parceiro dos EUA, aproveitando sua proximidade e força de trabalho, em vez de adotar uma postura de confronto.
Enquanto isso, o dólar perde força, e moedas como o yuan ganham terreno, mas o colapso total do domínio americano pode ainda estar distante, temos de aventar com todas as possibilidades.
O que está claro é que vivemos o fim de uma era.
O capitalismo, como o conhecemos, está em crise, e o que virá depois ainda não foi definido. Não há uma visão clara do futuro, e isso gera incerteza.
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