O FIM DO NEOLIBERALISMO E O FUTURO DO MUNDO SOB A LIDERANÇA DA CHINA E DA RÚSSIA

A Reorganização da Economia Mundial: O Sul Global, a Queda do Neoliberalismo e o Futuro com China e Rússia

A globalização centrada nos Estados Unidos, que por décadas sufocou nações sob a promessa de um mercado "livre", está morta. Esse modelo, que na verdade era a americanização do mundo — com tecnologias, indústrias, bancos e o dólar como correntes — foi desmascarado. O neoliberalismo, seu motor ideológico, não apenas fracassou em entregar prosperidade, mas devastou economias, especialmente no Sul Global. Hoje, o mundo se reorganiza, e o Sul Global — liderado por potências como China e Rússia — está no centro dessa transformação. Mas para onde vamos? Um mundo fragmentado em blocos regionais? Uma nova liderança do Sul? Ou o caos imposto por um Ocidente em declínio? Inspirado nas ideias do economista Michael Hudson, este texto destrincha como a ascensão da China, a resiliência da Rússia e a revolta do Sul Global contra o neoliberalismo estão redesenhando a economia mundial.

O Colapso do Neoliberalismo e a Revolta do Sul Global

O neoliberalismo prometeu liberdade e prosperidade, mas entregou desigualdade, privatizações predatórias e dependência. Nos anos 1980 e 1990, o FMI e o Banco Mundial impuseram "ajustes estruturais" ao Sul Global — África, América Latina, Ásia — forçando países a privatizar recursos, cortar serviços públicos e abrir mercados para multinacionais ocidentais. O resultado? Economias saqueadas, dívidas impagáveis e populações empobrecidas. Países como Argentina, México e Nigéria viram suas riquezas naturais e indústrias serem engolidas por corporações estrangeiras, enquanto a austeridade destruía escolas, hospitais e esperanças.

Essa era acabou. O Sul Global está rejeitando o jugo neoliberal. Nações como Brasil, Índia e África do Sul, inspiradas pela China, buscam parcerias que respeitem sua soberania. A Iniciativa Cinturão e Rota da China, por exemplo, financia infraestrutura em mais de 150 países, de portos na África a ferrovias na América Latina, sem as amarras do FMI. Enquanto o Ocidente impõe sanções e condições humilhantes, o Sul Global encontra na China e na Rússia modelos de desenvolvimento que priorizam o crescimento coletivo, não a exploração.

 A Ascensão Imparável da China

A China é a força motriz dessa mudança. Sua ascensão é um marco na história: em poucas décadas, transformou-se de uma nação agrária em uma potência industrial. Como? Seguindo o mesmo caminho que os EUA e a Alemanha trilharam no século XIX: mantendo serviços essenciais — transporte, energia, saúde, educação — sob controle estatal, longe das garras do neoliberalismo. Sem uma elite financeira para parasitar a economia com dívidas e juros, a China criou seu próprio sistema bancário e moeda fiduciária, autofinanciando estradas, ferrovias e cidades inteiras.

Ao contrário do Ocidente, onde o capitalismo financeiro transforma tudo em lucro para bilionários, a China usa seu sistema financeiro para impulsionar o crescimento real. Abandonando o modelo exportador que a tornou a "fábrica do mundo", ela agora foca no mercado interno, investindo em tecnologia, sustentabilidade e qualidade de vida. Acusada de "neomercantilismo" pelos EUA, a China responde com uma política de "ganha-ganha", construindo parcerias com o Sul Global. No Vietnã, na Etiópia ou no Paquistão, a China oferece infraestrutura e comércio, não dívidas opressivas. Essa abordagem desafia diretamente o neoliberalismo, que vê o desenvolvimento como um jogo de soma zero, onde o ganho de um é a perda de outro.

A Falência do Neoliberalismo nos EUA

Se a China replica o capitalismo industrial que tornou os EUA uma potência no passado, por que os americanos não conseguem competir? Porque o neoliberalismo destruiu sua economia. Desde os anos 1980, os EUA privatizaram serviços públicos, desregularam bancos e cortaram impostos para os ricos, concentrando a riqueza nas mãos de 1%. O resultado é uma nação endividada, com infraestrutura decadente e indústrias desmontadas. O neoliberalismo transformou os EUA em um cassino financeiro, onde Wall Street lucra enquanto trabalhadores e pequenas empresas afundam.

Para competir com a China, os EUA teriam que desmantelar esse sistema: reestatizar serviços, adotar tributação progressiva e financiar o Estado com moeda própria, como a China faz. Mas isso é anátema para a elite americana, que lucra com a desigualdade. Em vez de competir, os EUA apostam na destruição: sanções contra a China, apoio a conflitos em Xinjiang e Taiwan, e uma retórica antiasiática que alimenta ódio e violência. Essa estratégia não é competição — é desespero. O neoliberalismo não apenas quebrou a economia americana; ele corroeu sua capacidade de inovar ou liderar.

 A Resiliência da Rússia e a Lição para o Sul Global

A Rússia, outro alvo do Ocidente, também desafia o neoliberalismo. Nos anos 1990, sob Boris Yeltsin, o país abraçou o livre mercado, guiado por "conselheiros" ocidentais. O resultado foi catastrófico: indústrias desmontadas, recursos naturais privatizados por cleptocratas e uma economia dependente de exportações de petróleo. O neoliberalismo transformou a Rússia em um "posto de gasolina", como o Ocidente zombava. Mas, desde Vladimir Putin, a narrativa mudou.

Apesar das sanções mais duras da história, a Rússia cresceu, tornando-se a quarta maior economia em paridade de poder de compra, segundo o Banco Mundial. Como? Putin forçou os cleptocratas a reinvestir lucros em agricultura, tecnologia e defesa, diversificando a economia. Embora ainda careça de uma teoria econômica robusta — herança do stalinismo, que apagou debates sobre renda e valor —, a Rússia prova que é possível resistir ao neoliberalismo com pragmatismo. Para o Sul Global, a lição é clara: soberania econômica é possível, mesmo sob pressão. Países como Irã e Venezuela, também sancionados, seguem o exemplo, buscando autonomia com apoio de China e Rússia.

 O Futuro: O Sul Global Contra o Caos Neoliberal

O neoliberalismo está em seus estertores. Nos EUA e na Europa, ele produz estagnação, desigualdade e crises. No Sul Global, deixou cicatrizes de exploração e subdesenvolvimento. Mas o futuro está sendo escrito por nações que rejeitam esse modelo. A China lidera com parcerias que elevam padrões de vida, da África à América Latina. A Rússia mostra que sanções podem ser superadas com resiliência. Juntos, esses países inspiram o Sul Global a construir economias soberanas, livres das amarras do FMI e do dólar.

O Ocidente, preso ao neoliberalismo, aposta no caos: sanções, guerras híbridas e divisões regionais. Mas o Sul Global não está mais disposto a ser peão nesse jogo. Para o público do @luznofimdotunel, a mensagem é urgente: o mundo unipolar ruiu, e o Sul Global está moldando um futuro de cooperação e soberania. O neoliberalismo é o verdadeiro inimigo — um sistema que enriquece poucos enquanto condena bilhões à miséria. Cabe a nós apoiar essa revolução global. O que você acha? Acredita que o Sul Global pode liderar?

Nos últimos três dias, surgiram informações indicando que o presidente Donald Trump sinalizou uma possível redução substancial nas tarifas impostas à China.

Trump afirmou publicamente que as tarifas sobre a China, atualmente em 145%, são "muito altas" e que "cairão substancialmente", embora tenha destacado que "não serão zero". Ele expressou otimismo sobre negociações comerciais, sugerindo uma abordagem mais amigável com a China, dizendo: "Seremos muito gentis, eles serão muito gentis, e vamos ver o que vai acontecer".

Essas declarações vieram após semanas de escalada na guerra comercial, com tarifas americanas sobre a China atingindo 145% e a China retaliando com tarifas de 125% sobre produtos dos EUA. A volatilidade nos mercados globais e a pressão de investidores e aliados podem ter influenciado essa mudança de tom.

Possível Redução para 50-65%: Segundo o *Wall Street Journal, a Casa Branca está considerando reduzir as tarifas sobre a China para uma faixa de 50% a 65%. Há também a possibilidade de adotar uma abordagem "escalonada", com tarifas de 35% para produtos não considerados ameaça à segurança nacional e até 100% para itens estratégicos. Essa redução seria parte de negociações com Pequim, mas não seria uma oferta unilateral.

O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, reforçou que as tarifas atuais de 145% são "insustentáveis" e expressou confiança em uma desescalada no conflito comercial com a China no "futuro próximo". Ele indicou que grandes países com déficits comerciais com os EUA estão dispostos a negociar

O Ministério das Relações Exteriores da China respondeu às declarações de Trump em 23 de abril, afirmando que os EUA deveriam "parar de fazer ameaças e recorrer à coerção" para chegar a um acordo. Pequim parece manter uma postura firme, indicando que não cederá facilmente, mas está aberta a negociações, insistindo em negociações igualitárias e rejeitando qualquer percepção de capitulação. Pequim usa a narrativa de resistência para reforçar sua imagem doméstica e internacional, enquanto projetos como o Porto de Chancay amplificam sua influência na América Latina, especialmente em meio às tensões EUA-Colômbia. A guerra tarifária permanece em um impasse, com a China apostando em sua resiliência econômica e parcerias globais para contrabalançar a pressão americana.

As declarações de Trump sobre uma possível redução nas tarifas geraram alívio nos mercados asiáticos, com um rali de recuperação em 23 de abril, após semanas de quedas devido à incerteza comercial. O índice S&P 500 também subiu significativamente após o anúncio da pausa de 90 dias em tarifas para outros países em 9 de abril

Posts em redes sociais, como no X, refletem ceticismo sobre as intenções de Trump, com alguns usuários brasileiros sugerindo que ele está "arregando" ou agindo sem explicações concretas.

Uma desescalada nas tarifas entre EUA e China pode beneficiar o Brasil indiretamente, reduzindo a volatilidade nos mercados globais e estabilizando preços de commodities. No entanto, se a China aumentar importações de produtos agrícolas dos EUA como parte de um acordo, isso pode reduzir a demanda por exportações brasileiras, como soja e carne.

- O Brasil continua com a tarifa mínima de 10% (exceto para aço, alumínio e etanol), o que mantém sua posição competitiva em relação a outros países. A possível retomada das tarifas mais altas após a pausa de 90 dias (em julho de 2025) ainda gera incerteza.

Conclusão

Analistas dizem que a de tom reflete pressões do mercado e a necessidade de evitar uma recessão global, mas ainda não há detalhes concretos sobre quando ou como essas reduções ocorrerão. A China mantém uma postura cautelosa, enquanto os mercados reagem positivamente à possibilidade de desescalada. Para o Brasil, o impacto dependerá dos termos de um eventual acordo EUA-China e da evolução das negociações globais.




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