A ÁGUIA VAI VOAR MAIS UM POUCO OU VAI CAIR MAIS DEPRESSA?
Eu estou lendo as notícias de fora do Brasil ou seja da imprensa oficial do Ocidente. O Japão é o maior credor dos EUA e vai começar a se desfazer dos bonds americanos. A China acabou de proibir qualquer investimento em empresas americanas ou no solo americano. Está desfeito o acordo da produção de baterias de lítio entre a CATL e a Ford, com a construção de uma nova fábrica nos EUA.
Os grandes vão atacar as deficiências americanas. Não vai haver a reindustrialização americana. A UE vai taxar as 7 grandes do Vale do Silício. Na verdade o “dia da libertação” é o dia do início do fim do império americano.
Mas qual é a resposta da China à taxação dos EUA?
Tarifas de 34% sobre todas as importações dos EUA (além das tarifas de 10% e 15% que Pequim havia imposto anteriormente sobre vários produtos dos EUA).
Uma queixa apresentada à Organização Mundial do Comércio (OMC) alegando que Washington está se envolvendo em uma "prática unilateral e intimidatória que coloca em risco a estabilidade da ordem econômica e comercial global".
Controles de exportação para os EUA de sete categorias de terras raras, incluindo gadolínio, ítrio, samário e térbio, várias das quais são cobiçadas pela indústria de tecnologia militar. Na verdade, esses elementos são procurados por Washington na Groenlândia e na Ucrânia.
As 11 empresas que a China adicionou à sua lista de entidades não confiáveis em 4 de abril de 2025 são: Skydio Inc., BRINC Drones, Inc., Red Six Solutions, SYNEXXUS, Inc., Firestorm Labs, Inc., Kratos Unmanned Aerial Systems, Inc., HavocAI, Neros Technologies, Domo Tactical Communications, Rapid Flight LLC e Insitu, Inc.
Então vamos a mais uma análise de cunho geoeconômico.
O presidente Donald Trump anunciou o maior aumento de tarifas da história moderna dos Estados Unidos: 10% sobre todas as importações de cerca de 185 países.
Mas não para por aí.
Parceiros comerciais cruciais, como União Europeia, China e Japão, enfrentarão tarifas ainda mais pesadas.
A China, por exemplo, agora encara uma taxa total de 54%. Trump revelou o plano em uma palestra no Rose Garden, na Casa Branca, com a pompa e circunstância que lhe é característica.
Mas o que isso realmente significa? Estamos diante de uma jogada genial ou de um tiro no escuro que pode afundar a economia global? Hoje, vamos dissecar isso ainda mais, em complemento ao vídeo de ontem.
"O impacto dessas tarifas será sentido em cada canto do planeta. Trump jura que elas vão turbinar a economia americana, mas economistas alertam: isso pode ser o gatilho para uma recessão — ou algo ainda pior.
E não é só economia. Estamos falando de uma guerra comercial que pode redesenhar alianças globais.
Países já estão se mexendo: China, Japão e Coreia do Sul anunciaram planos para fortalecer laços comerciais e coordenar uma resposta conjunta.
Será que Trump subestimou o tabuleiro?
Richard Wolff, professor emérito de economia da Universidade de Massachusetts, Amherst, e fundador da Democracy at Work vai nos ajudar a entender para onde está indo os EUA. Wolff tem um programa semanal, Economic Update, e é autor de obras como *Entendendo o Capitalismo* e *A Doença é o Sistema*. Professor Wolff, seja bem-vindo novamente.
Então vejam, Trump sempre flertou com essa retórica protecionista. Mas o que ele está realmente tentando fazer? Ele diz que é um momento histórico, que vai ‘fazer a América forte de novo’. Mas é pura fantasia, uma jogada de "o aprendiz", autopromoção atroz. Ele pinta os Estados Unidos como uma pobre vítima, como se os estrangeiros tivessem nos colocado de joelhos. Isso é completamente ridículo! Nos últimos 50 anos, fomos um dos maiores beneficiários da economia global — especialmente os ricaços como Trump. Culpar o mundo por nossos problemas é uma tática barata, indigna de um líder sério.
O que está em jogo aqui é maior: a economia americana está vulnerável, o império americano está em declínio, e Trump prefere apontar o dedo a encarar a realidade."
"Declínio? É uma palavra forte, Mas vamos ao cerne da questão. Trump insiste que suas tarifas vão nos salvar. Economistas dizem o contrário: recessão, inflação, perda de empregos. E o resto do mundo não vai ficar de braços cruzados. China, Japão e Coreia do Sul já estão se alinhando. Isso é um sinal de fraqueza americana?
"Deixa eu explicar melhor esse lance de "tarifas". Uma tarifa é um imposto — simples assim. Um imposto sobre produtos que cruzam a fronteira. Quem paga? As empresas americanas que importam produtos para os EUA, elas repassam esse imposto para o consumidor — para você, eu, todo mundo, quer dizer, neste caso, para o consumidor americano, estamos falando dos EUA, mas isso vale para todos os paises. O Trump gosta de dizer que os outros países é que pagam os impostos, com aquele papo do México, do muro etc.
Mas nunca aconteceu e nunca vai acontecer de um outro país pagar um imposto sobre um produto que vc compra no teu país, ninguém vai te dar dinheiro de graça para vc consumir. A tarifa do Trump é um imposto americano, para o norte-americana pagar.
E olha a ironia: o Partido Republicano, que se vendia como anti-impostos, há um século, agora lança a maior taxação do século, de dois séculos. Por quê? Porque os EUA estão em apuros, estamos vendo tentativa desesperada de espremer o resto do mundo. Mas isso não vai funcionar. Os EUA não tem mais o poder de ditar as regras como fazia no século XX."
Tem gente aplaudindo as tarifas, dizendo que elas combatem o ‘desastre do mercado livre’, o que "destruiu comunidades operárias". Também criticam Trump por ameaçar contratos de 700 mil trabalhadores federais. Mas Trump pode ajudar os trabalhadores da indústria automotiva?. Sim, as tarifas podem proteger alguns empregos domésticos — mas a um custo. Qual custo? Vejam, produtos importados ficam mais caros, empresas americanas sobem os preços aproveitando a brecha das tarifas para aumentar preços ao consumidor e daí? Bom e daí haverá inflação. Quem vai sofrer mais? Adivinhe,ca classe trabalhadora, que já está apertada. E tem mais: trabalhadores automotivos também dependem de exportações. Se a China e Japão o retaliarem — e vão retaliar —, os EUA perderão mercados. Empregos vão sumir. Ninguém sabe se o saldo será positivo ou negativo.
É um risco enorme, um passe de mágica, como show de truman, ou como no futebol americano.
O Trump joga a bola e cruza os dedos. Isso é liderança ou desespero?"
Vamos a outra questão, as tarifas podem custar trilhões — alguns falam em 4 trilhões de dólares. Quem ganha com isso? E como elas se conectam aos cortes que Trump e seu superego, Elon Musk, parecem querer evitar tocar, como a Seguridade Social e a Medicaid?"
Vejam, as tarifas são uma peça do quebra-cabeça, Trump cortou impostos em 2017, beneficiando corporações e os ricos. Esses cortes expiram em 2025, e ele não quer que subam — é a base dele, os donos do dinheiro não querem que os impostos voltem. Mas sem aumento de arrecadação e com gastos altos, o déficit explode, não é? Então, o que ele faz? Tenta cortar na carne — na carne da classe trabalhadora, vcs estão entendendo? Musk entra com essa ideia de ‘eficiência’, que é um eufemismo para "demissões em massa", sem um plano, sem um estudo de médio e longo prazo. É um tiro no escuro disfarçado de solução.
E as tarifas? Elas encarecem tudo, reduzem o poder de compra, empobrecem os trabalhadores.
A ironia? Isso está unindo o mundo contra os EUA. Europa, China, Japão, Coreia do Sul — países com histórico de rivalidade — agora se alinham. Os EUA já trilham o caminho do idolacionismo, já estão virando os loucos do planeta."
O ex-ministro grego Yanis Varoufakis diz que os críticos de Trump não entendem o plano. Ele acha que as tarifas vão forçar bancos estrangeiros a cortar juros, desvalorizar euro, yen e renminbi, e neutralizar o impacto nos preços aqui. Os outros países, diz ele, é que vão pagar. Será que o mundo vai pagar para os EUA pintarem e gozarem com a cara de todo mundo.
Wolff é quem diz, e ele diz o seguinte,
"eu respeito o Yanis, trabalhamos juntos, mas não concordo. É uma possibilidade, sim, mas é um tiro no escuro. Tarifas são um jogo imprevisível — dependem de taxas de juros, câmbio, economias globais. Nos últimos 50 anos, evitamos isso com o livre comércio, a globalização. Trump está jogando tudo fora, apostando no nacionalismo. Pode ser que ele esteja tentando salvar a pele política dele, sem admitir que a economia americana está afundando. Mas a história mostra: isso raramente acaba bem. Estamos vendo blocos se formarem — Europa, Ásia, América. E nós? Mais fracos do que nunca."
Bom, já fiz alguns vídeos sobre esse tema, mas vamos perguntar de novo, será que estamos presenciando o começo do fim do Ja está nesse caminho do declínio há uma década. O G7 mais os EUA representam 28% do PIB global. China e seus aliados? 35%. China e seus aliados já são maiores, vcs estão compreendendo? O mundo não depende mais de Washington. Países vão a Pequim, Nova Délhi, São Paulo — e saem com acordos melhores. O império americano está encolhendo, ele só não quer admitir. É como o alcoólatra, ele acaba tomando mais uma, e mais uma, afinal, está se sentindo bem, né..., por que vai admitir que está bebendo demais? O primeiro passo é reconhecer o problema. Posso estar enganado, mas acho que as tarifas vão acelerar a queda da águia, ela vai ficar ainda mais pesada.
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