DESGLOBALIZAÇÃO E MULTIPOLARIDADE

 Desglobalização

Desglobalização é o processo de diminuir a interdependência e depender menos de cadeias de integração entre certas unidades internacionais e nacionais em todo o mundo. 

O termo DESGLOBALIZAÇÃO é usado para descrever o atual período da história onde cresce uma tendência a tornar certas potências nacionais mais independentes de demandas globalistas, imposições de políticas imperialistas, e a busca de solução nacionais no que tange ao comércio econômico e menor dependência dos investimentos das grandes agências financeiristas como FMI, Banco Mundial, BIS, Federal Reserve, BlackRock, Vanguard, State Street, etc, etc. Trata-se de um contraste com a globalização, caracterizada está por unidades se tornam cada vez mais integradas ao longo do tempo.

O termo "desglobalização" derivou de algumas das mudanças mais profundas, em muitos países desenvolvidos, onde o comércio e a atividade econômica caiu muito, por exemplo, no período das 2 guerras mundiais, entre 1914 até 1950. Este declínio, refere-se a economias que se tornaram menos integradas com as economias restantes do mundo, apesar do aprofundamento da globalização econômica.

Enquanto a globalização se refere a dimensões econômicas, comerciais, sociais, tecnológicas, culturais e políticas, grande parte do trabalho que tem sido conduzido no estudo da desglobalização se refere ao campo da economia internacional.

Os períodos de desglobalização são comparados a períodos, como 1850-1914, e 1950-2008, nos quais a globalização foi a norma. A globalização é tomada como norma para grande quantidade de gente, frequentemente se toma os períodos de interação internacional estagnada como períodos de desglobalização. O índice de globalização do Swiss Economic Institute mostra uma ruptura clara no momento da crise imobiliária de 2008, onde grandes bancos faliram. O evento de 11 de setembro de 2001 retardiu o ritmo da globalização, mas a última crise econômica e financeira, antes da covide, a de 2008, criou um retrocesso para o processo de globalização".

Em 2010, a paralisação no processo de globalização prosseguiu, em termos gerais, mas com padrões regionais diferentes. "Um movimento ascendente, de crescimento econômico e globalização regional, ocorreu na Ásia Meridional. A América Latina e a África subsaariana registraram uma pequena diminuição na sua integração regional, países de rendimento mais elevado, em particular, os países da OCDE, associados aos G7, continuaram a sua tendência de estagnação, a começou mesmo antes da crise atual, mais especificamente na década de 70, quando das crises de petróleo no Oriente Medio.

 Desglobalização e Mundo Multipolar

A desglobalização e a multipolaridade são dois fenômenos complexos e interligados que estão moldando a geopolítica e a economia global no século XXI. É bom compreender suas nuances e implicações para melhor navegar neste cenário complexo e em constante mutação.

Lembrando, a desglobalização se refere à diminuição da interconexão econômica, social e cultural entre países e blocos. Diversos fatores contribuem para essa tendência, como a:

1) Crise da Pandemia: A COVID-19 expôs as fragilidades das cadeias de suprimentos globais, levando à busca por maior segurança e resiliência nas economias nacionais.

2) Tensões Geopolíticas: A guerra na Ucrânia e a rivalidade entre Estados Unidos e China acentuaram as divisões geopolíticas, levando à fragmentação de blocos econômicos e tecnológicos.

3) Nacionalismo Populista: O ressurgimento de movimentos nacionalistas em diversos países impulsiona políticas protecionistas e medidas que limitam o fluxo de bens, capitais e pessoas.

A desglobalização também apresenta oportunidades:

1) Fortalecimento das Economias Locais: A produção local pode ser estimulada, gerando mais empregos e renda dentro dos países. Antigamente era chamado de "política de substituição de importações". Hoje podemos falar de um novo impulso para agregar valor a matérias primas para um consumo essencialmente interno

2) Maior Proteção Ambiental: A redução da influência internacional que tenta se apossar e manipular os biomas através de ONGs pode significar soluções próprias, regionais, locais,  o controle da poluição, o mau uso do solo, o controle do ar no ambiente urbano, o uso inteligente de tecnologia, a consciência ambiental etc, tudo isso deve ser solucionado pelas próprias pessoas, evitando ao máximo as agendas ESG, questionando imposição de multas globais como as cobranças e créditos de carbono e por aí vai

3)Revalorização da Identidade Cultural: A preservação de culturas e tradições locais pode ser fortalecida com a menor influência global. A cultura regional brasileira é riquíssima, variada, tradicional, quanto mais a cultura tradicional, local, regional e nacional for preservada menor será a influência da TV, da cultura woke, identitária, progressista etc norte-americana e a cultura de massa comercial, estranha aos nossos costumes e tradições. 

Mundo Multipolar

A multipolaridade caracteriza-se pela distribuição do poder global em mais de um ou de varios polos, em contraste com a unipolaridade americana do pós-Guerra Fria, onde só há um polo e se impõe umz uniformidade estereotipada e massificada. 

Os principais polos de poder emergentes são:

1) China: A segunda maior economia do mundo, com ambições de liderança global em tecnologia, economia e geopolítica.

2) Índia: Uma potência regional em ascensão, com forte crescimento econômico e ambições de maior protagonismo no cenário internacional.

Outras Potências Regionais: Países como Rússia, Brasil, Turquia e Coreia do Sul também desempenham papéis importantes na geopolítica multipolar, defendendo seus próprios interesses e agendas.

A Interconexão entre Desglobalização e Multipolaridade

Esses dois fenômenos estão interligados de diversas maneiras:

A desglobalização pode impulsionar a multipolaridade e vice-versa. À medida que os países se desvinculam de um sistema globalizado liderado pelos Estados Unidos, eles buscam fortalecer suas próprias capacidades e parcerias com outros países, criando novos polos de poder.

A multipolaridade pode levar à desglobalização: A rivalidade entre os polos de poder pode gerar conflitos comerciais e tecnológicos, fragmentando o sistema global e erguendo barreiras entre nações submetidas a ideologias impostas desde fora.

 O futuro da globalização e da multipolaridade é incerto. Diversos cenários podem se desenrolar, dependendo das ações dos governos, empresas e, sobretudo, da sociedade civil, ou seja, nós mesmos. 

1) Globalização Moderada: Uma possível trajetória é a de uma globalização mais moderada, com maior regionalização e maior foco na segurança das cadeias de suprimentos nacionais, mas ainda mantendo um sistema comercial global interconectado.

2) Fragmentação Multipolar: Outro cenário possível é o de uma fragmentação multipolar, com blocos econômicos e tecnológicos distintos liderados por diferentes potências, levando a um aumento da competição e da instabilidade geopolítica. Neste caso, pode-se falar de algumas nações mais poderosas liderando blocos de países, ou um poder central dentro de um conjunto de países sob a sua esfera de influência. 

3) Transformação Colaborativa: Uma visão mais otimista sugere a possibilidade de uma transformação colaborativa do sistema global, com a construção de um novo modelo de governança global mais justo e sustentável, que beneficie a todos os países. Este conceito é o mais utópico de todos, a China advoga por este sistema ganha-ganha, não impõe uma primazia em seus contratos, mas prevê uma participação significativa do país onde ocorrerá o investimento. Naturalmente o país mais hegemônico de todos afirma, e não poderia agir de outra forma pois é exatamente o que ele mesmo faz, afirma que é uma estratégia maquiavélica, a China vai te ajudar para depois te dominar etc. O fato é que é melhor receber investimento do que não receber, e dos EUA não se espera mais nada de bom, seu modus operandi hoje é "eu ganho, portanto vc perde".

Conclusão

A desglobalização e a multipolaridade são tendências complexas com implicações profundas para o futuro da geopolítica e da economia global. Compreender suas nuances e interconexões é essencial para navegar neste cenário em mutação, a ideia é agir para e construir um futuro mais próspero e saudável. 





tonclaylima , seguidor do nosso canal, fez um excelente resumo dos canais sintonizados no Brasil que nós queremos,  nomes e/ou canais que convergem em 80, 90% nas questões de geopolítica, nacionalismo, soberania... que falam de união, de uma frente NACIONAL BRASILEIRA...

Arte da Guerra (comandante Robinson Farinazzo), Geoforça (Rubem Gonzalez), PCO (Rui Costa Pimenta), Xeque Mate Global (Luiz Antônio Peixoto Valle), História Militar em Debate (Ricardo Cabral),Verdade Concreta (prof. Thiago), Irmãos Russo (Leonardo Russo), Guerra patriótica (prof João Claudio Pitilo), Canal da Geopolítica (Lejeune Mirhan), Camarada Comissário (Cristiano Alves), Falando Geral (Nelson), Aldo Rebelo, Cibele Laura, Rodolfo Laterza, Albert Caballé, Linequer Santos, Edilson Pinto, Paulo Nogueira Batista, Wellington Calazans,  Paulo Diniz, Pepe Escobar, Alysson Mascaro, Felipe Quintas, Lucas Leiroz, Raphael Machado, Carlos Velasco, Rogerio Anitabliam, os internacionais Scott Ritter, Larry Johnson, Judge Napolitano, John Mersheimer, Danny Hayphong, Garland Nixon, generais portugueses, analistas na África e outros que iremos citando a cada dia... 


Por que a direita brasileira é, praticamente inútil para o mundo multipolar? Ela defende, aqui no Brasil, exclusivamente os interesses das elites empresariais, de preferência americanas ou israelenses. 

A direita só quer o dela, para ela, partindo do princípio de que o estado mínimo lhe deixará livre para o mais ignóbil capitalismo selvagem, não é exagero! Por exemplo, privatizar una praia idílica, frequentada por alguns quilombolas e caiçaras, para algum bilionário amigo, para botar ali um resort, um cassino ou um clube privê qualquer, o modelo é acolha da fantasia do Brian Epstein e seus amigos privês, privê significa privado, significa uma privada de ouro. 




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