O novo 11/09

 O plano está escancarado, bibi pretende usar o ataque, algo previsto e esperado, para unir forças em torno do sionismo radical. Vai dar certo? Não há certo e errado aqui, já deu errado desde há muito tempo.

Pogrons, razias, blitzkriegs, sanções, boicotes, cercos, axsassínios diários, roubo de terras, de valores, de bens, de mantimentos etc, etc, é o dia a dia dos palestinos na Faixa de Gaza. Não é de agora, não é uma atitude de retaliação ao ataque recente do Hamas, o "novo 11/09", sempre foi assim, sobretudo sempre foi assim desde 14 de maio de 1948.

As palavras de Lula são alimento para reflexão. O presidente parece ignorar completamente a história recente e remota da Palestina, bem como as sensibilidades dos palestinos. Sua falta de tato é rara em um político de sua estatura. Não estaria Lula ciente do histórico longo e volumoso de abusos contra civis pelo estado de Israel, que inclui inúmeros massacres, limpeza étnica, roubo de terras férteis e destruição contínua de infraestrutura? Lula e seus oficiais deveriam saber que existem civis em Gaza também. E que estes civis, principalmente as mulheres e as crianças, são as vítimas preferenciais do bombardeamento contínuo de Gaza pelas forças armadas israelenses e dos ataques cotidianos perpetrados pelos inúmeros esquadrões da morte formados por colonos usurpadores de terra que operam nos territórios ocupados. Nada disso é segredo. Aliás, seu próprio conselheiro de política externa, Celso Amorim, que assina o prefácio do livro “Engajando o Mundo: a Construção da Política Externa do Hamas” – Daud Abdulah (Editora Memo), poderia lhe instruir sobre o assunto. 

Qual o sentido dos EUA enviarem um porta-aviões para o Oriente Médio?

Talvez o objetivo real de Israel seja uma guerra generalizada, permanente, de modo a impor seus termos numa vasta região. É realista isso daí? Como Israel vai lidar com o Egito em Gaza? Israel pretende massacrar o pessoal médico egípcio, incluindo membros uniformizados do exército egípcio? Existe agora uma possibilidade de eclosão de uma guerra regional como não se via desde a década de 1970.