INCENDIOS CRIMINOSOS

 Os Incêndios (Raphael Machado)

Alguns dizem não existir elementos concretos suficientes para explicar os incêndios que assolam o Brasil. Não haveria provas mais específicas das causas dos incêndios, apenas que um mínimo bom senso diria que alguém está pagando e coordenando estes crimes ambientais.

A dúvida e a paciência são o fundamento de toda sabedoria, mas não costuma dar Ibope, rende poucos cliques, o que vende jornal, tv e propaganda nos vídeos é a atenção do público, mais interessado em cadeiradas e carteiradas. Mas, no caso dos incêndios foi uma enxurrada de narrativas.

Existem narrativas completas, feitas por videntes, outros tem certeza que foi "o outro lado", o lado que ele não gosta. 

O governo de São Paulo, o estado mais afetados pelos incêndios, afirma que alguns incêndios são criminosos, outras, a maioria é natural. E completa dizendo que os incêndios criminosos estão sendo realizados por pessoas sem qualquer vínculo entre si. Assim, talvez por influência de Plutão, netuno e a Lua, os piromaníacos saíram todos ao mesmo tempo do armário e começaram a incendiar tudo, é algo mesmo muito natural, muito espontâneo, até mesmo puro, sem nenhuma coordenação, apenas por amor ao elemento fogo. O governo de São Paulo não gostaria de admitir que está de joelhos, de novo, diante da ação bem.planejada de um conluio criminoso. 

Existem outras narrativas. Alguns mais desconfiados especulam que os incêndios são pagos por ONGs ambientalistas, interessadas em uma intervenção internacional direta no Brasil. Eu sou dos que juram que os EUA acabam de perder uma grande venda de cereais para a China, também juro que a Europa se ressente muito do agronegócio brasileiro. 

Faz parte do segredo permanecer secreto, o poder se concentra é na escuridão. No fim do dia, ninguém sabe com certeza o que está acontecendo, ou melhor, todos sabemos, queimaram, queimou um tanto de vegetação em vários estados brasileiros do sudeste, sobretudo em São Paulo.

A incapacidade do Estado brasileiro de controlar e sufocar esses incêndios e diretamente proporcional à capacidade dos incêndios acontecerem. 

Uma das primeiras narrativas que apareceram, na ala direitista, foi a de que "o MST foi o responsável pelas queimadas". Segundo essa narrativa olavomacartista, o MST é uma perigosíssima organização comunista, bolshevique, revolucionária estalinista, e estaria incendiando o Brasil para espalhar o terror no campo e acabar com o latifúndio e voltarmos a plantar batatas e mandioca em pequenos lotes de terra. 

Uma outra narrativa, fantástica, tão confiável e coerente quanto a da direita, disse que o "agronegócio está incendiando as próprias terras", prejudica o próprio solo, o próprio lucro, a fim de "sabotar o governo Lula". Os produtores rurais seriam todos fanáticos por Mussolini e tem um desejo ardente de mostrar como o governo atual só rouba e mente, pois é todinho comunista. 

Na mídia de massa, Globo News, ouve-se que Gaia, espécie de virgem Maria na forma de um vaso de terra, está nos punindo por nossos pecados mortais contra a natureza tão boa, pura e sempre amorosa. O malvado humano segue, terrível heresia, tendo filhos, comendo carne e dirigindo carros, essas coisas atraem queimadas, é obvio. A malvadeza atrai a punição. Desastres ecológicos decorrem do fato das pessoas fumarem cigarros, naturalmente que o mesmo não vale se for daqueles fininhos, tá ligado?  

Uma narrativa menos fantástica veio de um grupo de produtores rurais, alegam que os incêndios são coordenados por gente ligada ao PCC. A ação é uma retaliação. O PCC perdeu negócios recentemente graças a investigações que contaram com o apoio e colaboração dos produtores de etanol. Postos de gasolina e serviços de transporte são os principais meios de lavagem de dinheiro e legalização de negócios ilícitos por parte do crime organizado. 



 Pepe Escobar,

A primeira reunião de especialistas em Segurança Nacional sob o formato BRICS+ expandido, no Palácio Konstantinovsky, em São Petersburgo, revelou algumas especiarias

 Comecemos pela China. O Ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, propôs quatro iniciativas de segurança centradas no BRICS. Essencialmente, os BRICS+ – e mais além, considerando uma maior expansão – devem visar à coexistência pacífica; independência; autonomia e o verdadeiro multilateralismo, o que implica necessariamente evitar o excepcionalismo sionista e ianque.

 Na mesa dos BRICS, o tema geral foi como é que os países membros devem apoiar-se mutuamente, apesar dos tantos desafios e sabotagens perpetrados pelos egocêntricos de sempre.

 Sobre a Índia, o Secretário do Conselho de Segurança Russo, Sergei Shoigu, reunido com o Conselheiro de Segurança Nacional Indiano, Ajit Doval, sublinhou a força da aliança, “resistindo com confiança ao teste do tempo”.

Um contexto mais amplo foi apresentado paralelamente, na Suíça, no Centro de Política de Segurança de Genebra, pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros S.Jaishankar, palavras dele:

 “Havia um clube chamado G7, mas não deixava mais ninguém entrar nele – então dissemos que iríamos formar nosso próprio clube (…) Na verdade, é um grupo muito interessante porque se você olhar para ele, normalmente qualquer clube ou qualquer grupo tem uma contiguidade geográfica ou alguma experiência histórica comum ou uma ligação económica muito forte.”  

Mas com os BRICS o que se destaca são “grandes países em ascensão no sistema internacional”.

Um corte aqui para o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, enfatizando como a Rússia e o Brasil “têm abordagens semelhantes para questões internacionais importantes”, enfatizando como Moscou valoriza a atual “compreensão e interação mútua bilateral, mesmo à luz da simultânea presidências "dois BRICS e o G20 este ano."

  Em 2024, a Rússia presidiu e preside o BRICS, enquanto o Brasil preside o G20.

  O Presidente Putin mantém reuniões bilaterais com todos os principais oradores. Putin observou como 34 nações “expressaram o seu desejo de participar nas atividades da nossa associação de uma forma ou de outra”.

  Reunindo-se com Wang Yi, Putin sublinhou que a parceria estratégica Rússia-China é a favor de uma ordem mundial justa, um princípio apoiado pelo Sul Global. Wang Yi confirmou que o presidente Xi Jinping receberá um convite oficial russo para a cimeira dos BRICS em Kazan no próximo mês.

  Putin também se reuniu com o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão, Ali Ahmadian. Putin confirmou que espera que o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, faça outra visita à Rússia, juntamente com a cimeira dos BRICS, para estabelecer o seu novo acordo de parceria estratégica.

  A geoeconomia é fundamental. O desenvolvimento do Corredor Internacional de Transporte Norte-Sul (INSTC) foi confirmado como uma das principais prioridades da Rússia-Irao.

  Shoigu, por sua vez, confirmou: “Estamos prontos para expandir a cooperação entre os nossos conselhos de segurança”. O acordo será assinado pelos dois presidentes em breve. Além disso, Shoigu enfatizou que com a entrada do Irão, os BRICS promovem a cooperação entre os membros para formar uma “arquitetura comum e indivisível de segurança estratégica e uma ordem mundial policêntrica justa”.

Agora compare-a com a nova “estratégia” colectiva do Ocidente – adoptada pelos EUA, Reino Unido, França e Alemanha: consiste numa onda de sanções contra o Irão relacionada com o caso dos mísseis iranianos transferidos para a Rússia. As estratégias dos EUA são sempre contra alguém cujo petróleo, ouro, lítio etc, eles queiram de forma doentia, psicótica, neurótica. 

 Ahmed Bakhshaish Ardestani, membro da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento iraniano, confirmou no início desta semana que o Irão vai enviar mísseis e drones para a Rússia como parte dos seus acordos de defesa.

 Mas o cerne da história é que esses mísseis são russos de qualquer maneira; eles estão apenas sendo produzidos no Irã.

 Enquanto a segurança era discutida em São Petersburgo, a China organizava o Fórum BRICS sobre Parceria para a Nova Revolução Industrial 2024 em Xiamen, na província de Fujian.

 A cooperação interligada dos BRICS, à medida que o Irão é sancionado pelos excepcionalistas, é obter acesso a novas tecnologias industriais, mediante a colaboração Irão-China, desde a IA até as tecnologias verdes..

 Um ponto focal da questão é a crescente influencia da China como a principal potência comercial global – à medida que dezenas de nações em todo o Sul Global se adaptam ao facto de que a interacção com a China é o vector privilegiado para melhorar os seus próprios padrões de vida nacionais e o desenvolvimento socioeconómico. Esta mudança monumental nas relações internacionais está reduzindo o Ocidente colectivo a um bando de hienas hilárias com suas máscaras e dentes pontudos.

 O aumento do poder da China reflecte-se em todos os grandes movimentos geoeconómicos: desde a RCEP (Parceria Económica Regional Abrangente), um mega acordo de comércio livre inter-asiático (FTA) até às inúmeras ramificações dos projectos da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), e em todo o caminho à cooperação BRICS+. O futuro de todas as nações do Sul Global envolvidas significa aproximar-se mais da China, cuja vocação milenar de "país do meio" vai sendo recuperada.

Em nítido contraste, o Hegemon, a plutocracia excludente e belicosa, simplesmente não consegue contemplar um mundo que não possa explorar de um modo ou de outro. Uma UE propensa a uma desagregação aguda “raciocina” na mesma linha. Para todo o Ocidente colectivo, o desejo demente de manter a hegemonia e ao mesmo tempo impedir a ascensão da China é como um pesadelo do qual não consegue acordar mais. 

 Adicione a isso a louca obsessão dos EUA cuja administração se propôs a infligir uma “derrota estratégica” à Rússia, uma vez que rejeitou a proposta de Moscovo, do final de 2021, para uma nova arquitectura de segurança europeia, na verdade uma “indivisibilidade da segurança” relativa a toda a Eurásia.

 Este novo sistema de segurança pan-eurasiático proposto por Putin foi discutido em detalhe na última cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (OCS). Na verdade, Putin afirmou que “foi tomada a decisão de transformar a estrutura antiterrorista regional da SCO num centro universal encarregado de responder a toda a gama de ameaças à segurança”.

 Tudo começou com o conceito de “Grande Parceria Eurasiática”, que Putin avançou no final de 2015. Isso foi refinado durante o seu discurso anual à Assembleia Federal em fevereiro passado. E depois, numa reunião com diplomatas russos em junho, Putin sublinhou que era o momento certo para iniciar uma discussão abrangente sobre garantias bilaterais e multilaterais incorporadas numa nova visão para a segurança colectiva da Eurásia.

 A ideia, desde o início, foi sempre inclusiva. Putin sublinhou a necessidade de criar uma arquitectura de segurança aberta a “todos os países da Eurásia que desejem participar”, incluindo “países europeus e da NATO”.

Acrescente-se a isso o impulso para conduzir discussões com todos os tipos de organizações multilaterais em toda a Eurásia, como o Estado da União da Rússia e da Bielorrússia, a CSTO, a EAEU, a CEI e a SCO.

 Fundamentalmente, esta nova arquitectura de segurança deverá “eliminar gradualmente a presença militar de potências externas na região da Eurásia”, tradução:, a OTAN.

 E na frente geoeconómica, além de desenvolver uma série de corredores de transporte internacionais através da Eurásia, como o INSTC, o novo acordo deverá “estabelecer alternativas aos mecanismos económicos controlados pelo Ocidente”, desde a expansão da utilização de moedas nacionais até ao estabelecimento de sistemas de pagamentos independentes. sistemas, duas das principais prioridades dos BRICS, que terão um lugar de destaque na cimeira de Kazan no próximo mês.

 Washington segue surda, muda e cega continua obcecada com o seu obstinado objectivo declarado de infligir uma derrota estratégica à Rússia.

 O Embaixador da Rússia nos EUA Anatoly Antonov vai directo ao assunto: “É impossível negociar com terroristas”, acrescentando que “não são possíveis esquemas ou as chamadas ‘iniciativas de paz’ para cessar fogo na Europa de Leste sem ter em conta os interesses nacionais da Rússia. As conferências também não ajudarão, por mais bonitos que sejam seus nomes. Tal como nos anos da Grande Guerra Patriótica, o fascismo deve ser erradicado. As metas e objetivos da operação militar especial serão cumpridos. “Ninguém deveria ter dúvidas de que é exatamente assim que vai ser.”

 E isso nos leva à atual conjuntura, existem apenas duas opções pela frente para os EUA. em sua guerra por procuração contra a Rússia na Ucrânia: uma rendição incondicional de Kiev ou a escalada para uma guerra da OTAN contra a Rússia.

Ryabkov não tem ilusões – mesmo quando diz de forma bastante diplomática:

 “Os sinais e ações que testemunhamos hoje visam a escalada. Esta observação não nos forçará a mudar o nosso rumo, mas criará riscos e perigos adicionais para os Estados Unidos e os seus aliados, clientes e satélites, não importa onde estejam.”

 Depois de bombardear o conceito de diplomacia, o Hegemon também bombardeou o conceito de segurança. A CIA sonha com uma guerra em três frentes, a nação que se vende como excepcional, como “nação indispensável”, pois bem, sua poderosa Marinha está sendo humilhada pelos Houthis, uma tribo guerreira, no Mar Vermelho.

 É realmente um espetáculo para todos os tempos ver a plutocracia de uma nação cujo rumo na história parece apontar para um.orecipicio, e que em apenas uns 200 anos de sua história basicamente saqueou a maior parte de suas terras de outros povos, acreditando que pode desafiar simultaneamente os persas, os russos e uma civilização asiática com 5.000 anos de história registrada. Pense bem quem são os selvagens nesta história. 



Operação Formosa 2024: Brasil recebe EUA e China em exercício militar conjunto

Exercícios seguem até o dia 17 de setembro e incluem simulações de combate em cenários variados

 A Operação Formosa 2024, um dos maiores exercícios militares do Brasil, está em andamento no Campo de Instrução de Formosa (CIF), em Goiás. Organizada pela Marinha do Brasil e com a participação das Forças Armadas, a edição deste ano inclui pela primeira vez tropas dos Estados Unidos e da China, além de observadores de oito outras nações. A integração de forças estrangeiras reforça o caráter internacional do evento, que busca fortalecer a cooperação militar e aprimorar as habilidades de combate em diferentes cenários, tanto em solo quanto no ar, segundo comunicado do Ministério da Defesa.

Com mais de 3 mil militares brasileiros envolvidos, o treinamento conta com uma ampla gama de equipamentos, como carros de combate, aeronaves e lançadores de foguetes. A operação também destaca a presença inédita de 73 fuzileiras navais, a primeira turma feminina a participar do exercício. A inclusão dessas combatentes marca um avanço significativo na presença feminina nas Forças Armadas do Brasil, que, ao lado das tropas estrangeiras, realizam manobras táticas e disparos com munição real em plena capacidade.

Os exercícios seguem até o dia 17 de setembro e incluem simulações de combate em cenários variados, desde infiltração de paraquedistas até o uso de unidades de trauma e descontaminação. O envolvimento de países como os EUA e a China, duas das maiores potências militares do mundo, ressalta a importância estratégica do evento, que visa não apenas o treinamento das tropas, mas também o fortalecimento das relações internacionais no âmbito da defesa.


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