Os chacais financeiros

O presidente de Burkina Faso, Ibrahim Traoré revogou algumas licenças de mineração para vários países estrangeiros, e de certa forma é bom acabar com esses benefícios que esses países anteriormente tinham para explorar esses recursos naturais, incluindo metais preciosos, bom, vamos falar um pouco da África, esse enorme e incrível continente, que forneceu braços fortes ao mundo, que cimentou nossas calçadas, rodovias e ferrovias, que sentou nossos tijolos, bom, que fez o trabalho mais penoso e insalubre.

 

A África são muitos povos e nações, o Congo, Sudão, Mali norte do bom Sudão, Darfur etc. A pilhagem da África e a exploração de seus povos são velhos conhecidos, são velhas práticas aí dos poderes financeiros constituídos, ou seja, Reino Unido, Europa e Estados Unidos, o mundo capitalista ocidental, o primeiro mundo, o que vive à farta à custa dos recursos naturais dos países do Terceiro Mundo, principalmente dos países africanos. Burkina é um país pobre, muito pobre, mas veja, o país é rico em ouro, cobre, manganês, fosfato, calcários, em quantidades significativas, é um país absolutamente capaz de se levantar sem o apoio do fundo monetário, do Banco Mundial, sem o abraço de tamanduá dos “irmãos mais espertos do norte, eles também tem reservas importantes, diamantes, bauxita, níquel, mas o que também é verdade é que existem as crises de violência interétnica, que duram centenas de anos, conflitos armados, pobreza, desigualdade, insegurança alimentar, mudança ambiental. A questão do terrorismo também é uma questão muito importante, então vejam, qualquer líder africano ou líder do Terceiro Mundo que se coloca à frente do partido comunista e entra em acordo com as potências económicas e financeiras, do fundo monetário internacional, do Banco Mundial ou quem quer que seja, para pedir apoio, não deve fazer como a Argentina fez na época do Macri, ou seja, não para garantir a venda e o desmantelamento do país, Então vamos analisar como funcionam as hienas e abutres econômicos. Vamos lá, os poderes do capital financeiro têm um objetivo de longo prazo, nada menos do que criar um sistema mundial de controle financeiro em mãos privadas, capazes de dominar o sistema político de cada país e, finalmente, a economia do mundo como um todo. Esse sistema seria controlado de uma forma feudal, especialmente através dos bancos centrais do mundo, e obviamente agindo em conjunto através de acordos secretos concluídos em lojas e ur-lodges, reuniões privadas, conferências, Forum de Davos, reunioes do Fundo Monetário, do Banco Mundial, do Banco de Compensações Internacionais em Basileia, na Suíça, o BIS, banco central dos bancos centrais, agora como funcionam as operações desses devoradores econômicos?  Ora, um país precisa de dinheiro, o fundo monetário vem e explica para você: olha, vamos chegar a um acordo por meio desse acordo mútuo, vamos te dar dinheiro, mas existem condições e essas condições devem ser atendidas

 Daí você olha para as condições, são condições duríssimas, o país é forçado a tomar medidas de austeridade, desmantelamento do país, privatizações. O elemento-chave sob o controle das economias das nações soberanas sempre foi a moeda nacional e dessa forma a moeda está diretamente relacionada à perda de poder de compra, outro elemento-chave em toda essa história, ou seja, as nações em processo de desenvolvimento eram o alvo óbvio da elite neoliberal, já que a elite corporativa global não permitiria que elas expusessem quantidades suficientes de, por exemplo, grãos, carne bovina etc, e força-os, em vez disso, a depender dos países capitalistas do primeiro mundo para obter valores e produtos agregados. As nações do terceiro mundo, bem, elas são forçadas a se concentrarem na exportação de frutas, açúcar, vegetais, ou seja, pequenas coisas, desde que não seja algo que vai melhorar substancialmente a vida das pessoas do país com base em infraestrutura, energia, tecnologia, etc, então, graças às divisas obtidas com as vendas de frutas, vegetais. Ou seja, eles vao importar tecnologia dos Estados Unidos e da Europa e terão de pagar por isso, e sua matéria-prima não cobre suas dívidas, então precisam de mais créditos do fundo monetário internacional.

Portanto o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional estão por trás dessas crises econômicas, por trás da instabilidade política, até mesmo do conflito étnico e social, então as intervenções se dão no seio de guerras étnicas, genocídios etc, os lados conflitantes sempre adquirem armas, daí as intervenções internacionais em países como Iugoslávia, Ruanda, Etiópia, Sudão, Mali, Burquina Faso, Líbia, Afeganistão etc. Muito importante para os capitalistas são as políticas de controle populacional, tornaram-se um requisito fundamental para o desembolso de empréstimos pelo Banco Mundial e pelo fundo monetário, agora mesmo o Partido Democrata discute exageradamente controle populacional e a  questão do aborto dos países africanos, a mesma conversa de sempre, você quer dinheiro, então você tem que permitir aborto, é necessário reduzir a população mundial, são  comedores inúteis segundo dizem. Daí vc começa a olhar para esses programas de exigências estruturais, desvalorização dos bens primários para pagar barato, liberalização dos costumes para gerar conflitos sociais, privatização das economias nacionais dos principais setores do país, por exemplo, saúde, educação, política de controle, demografia, trânsito, são coisas que jamais deveriam ser privatizadas, pelo contrário, o setor de saúde, o setor educacional tem que estar absolutamente sob o controle do governo do país, o qual que supostamente trabalha em favor do povo e não em favor dos bancos do FMI, Banco Mundial etc.

O objetivo de todos esses programas monetários internacionais é o oposto de pensar num bem comum, no benefício de um país, no respeito a um povo. É o contrário disso daí, o capitalismo proposto pelo ocidente é altamente destrutivo, acaba um ciclo sempre numa tremenda guerra. No tempo de paz, seu objetivo é destruir países para que nunca jamais possam competir consigo, pregam livre-mercado, mas esse livre-mercado é exclusivamente para suas corporações. O imperativo moral, na verdade, totalmente imoral, de de todos esses programas internacionais de concessão de dinheiro, é reduzir o crescimento populacional o mais rápido e lucrativamente possível, porque a elite considera que todos os recursos naturais são escassos. Por isso a elite atlantista tem um ódio insano da Rússia, diz que não é justo que um oitavo do mundo seja de um país e que este país tem todos os recursos naturais. Por isso lutam loucamente contra a Rússia, em todos os níveis, ideológico, filosófico, religioso, etc., etc, e querem destruir a Russia, não porque Putin é um ditador mas para tomar seus recursos, suas terras, suas vidas,  simplesmente. Daí que a elite sempre trabalha para gerar primeiro uma crise econômica, e depois destruir o sistema financeiro nacional. O caso da Argentina é absolutamente flagrante, eu implemento uma desregulamentação draconiana e daí assumo o controle de todas as indústrias disponíveis. A elite fez isso na Rússia nos anos 90, eles venderam e destruíram quase tudo, nas mãos de oligarcas reformistas, quintas-coluna, traidores, vendidos etc, toda a economia do país, que era a segundo potência industrial, a 2ª economia do mundo foi destruída e vendida como sucata, passou para as mãos de potências estrangeiras, algumas das maiores empresas da Rússia. Putin conseguiu colocar um basta nesse desmonte, prendeu, baniu e executou vários. Agora, entendam, a entrada do Ocidente na Rússia gerou, liberou, trouxe à tona conflitos étnicos, a Ucrânia é o exemplo mais sério disso daí, isso jamais seria possível quando o governo russo era forte e a Rússia era uma grande potência, na época da URSS. Na Iugoslávia você tinha segmentos com centenas de anos de luta ideológica, política, étnica, etc, etc. Na África o mesmo problema, no norte e sul do Sudão, e o Ocidente sabe armar esses grupos e incitá-los usando técnicas de propaganda nazista, criadas por Goebbels, onde você quiser, você pode manipular esses grupos, até mesmo gerar grupos

Terroristas. Você está financiando armas para os dois grupos e você está ganhando dos dois lados, enquanto eles estão matando uns aos outros, é o que estamos vendo agora na Ucrânia. E quando o conflito arrefecer, a elite vira com a proposta de reconstrução, ajuste estrutural para os sobreviventes, com a condição de que eles sigam as políticas draconianas etc.  

Sabemos perfeitamente agora que as instituições financeiras internacionais lançam as bases para a instabilidade política. Os serviços de inteligência ocidentais aprendeu a usar grupos radicais e descontentes, a rebelião se torna mesmo uma desculpa para uma intervenção militar, por exemplo, no Haiti, o país foi desmantelado pelos grupos de terror, e as chamadas forças de paz não estão lá realmente para garantir a paz, mas para impor uma presença militar imperial, por centenas de anos muitos africanos vestiram capacetes azuis e reprimiram seus próprios povos, trabalharam para os interesses do Império Britânico, pelos poderes constituídos dos Estados Unidos, daí vc tem essa situação onde as elites ocidentais, anglo-americanas e européias  assumem essa posição estratégica na região, assume os recursos naturais, adquire as melhores terras, sempre contam com colaboradores  na estratégia ancestral do império, de dividir para conquistar.

John Perkins, mostrou, em seu livro, “Confissões de um assassino econômico”, como o imperialismo financeiro atua, no nível prático, como eles fazem, muito simples, o mais comum é identificar o país com os recursos de que a corporação necessita, ou seja, as potências financeiras econômicas, em seus vários setores corporativos precisa ter fontes constantes de petróleo, gás, minerais como o lítio, o níquel, o titânio, o coltán etc, produtos que fazem parte de uma cadeia industrial. Pois bem, daí então o que eles fazem é organizar um grande empréstimo para o governo daquele país, através do Banco Mundial, e do FMI, fundo monetário, ou de uma de suas organizações coligadas, só que na realidade esse dinheiro nunca vai chegar ao país em questão, o país não recebe nada, em vez disso, o dinheiro vai para as próprias corporações entrarem dentro daquele país, para projetos de infraestrutura, naturalmente que isso vai beneficiar uma parte da elite daquele país, das pessoas mais ricas, mas, acima de tudo, todo o esquema é projetado e concebido para beneficiar as grandes corporações. Via de regra, o país que vai receber o “incentivo” cai numa dívida impagável, dívida de uma quantia que ele nunca de fato recebeu.  o executivo do país vai dizer aos tubarões, olha, não posso pagar esta dívida, eu não recebi o dinheiro, os tubarões vão dizer, é claro que você pode, nós viemos e colocamos a planta industrial aqui, a mineradora, a refinaria, o gasoduto, a ferrovia, o porto, a termoelétrica etc, etc, então vc tem de pagar, vc tem de cobrar impostos da tua população, você tem que vender ainda mais barato para nós o teu petróleo e o teu gás, caso vc não aceite enfiaremos sanções no teu país, vamos destruir mesmo a tua economia, você não vai conseguir nem um centavo mais e não vai poder atuar no mercado financeiro internacional, então você vai fazer o seguinte, vc vai vender os teus recursos bem barato para nossas corporações e sem nenhum tipo de restrição ambiental ou regulamentação social, e nós evitaremos que a sua classe média seja destrúída. Veja, os poderes constituídos, as pessoas mais ricas estão muito preocupadas que o meio ambiente na Suíça, em Lichtenstein, em Luxemburgo, seja totalmente muito bem cuidado, mas para os países do Terceiro Mundo não dão a mínima pelota. Mais ainda, diz o tubarão, nós vamos construir uma base militar no teu território, vamos privatizar todo o setor estratégico de energia, eletricidade, água, escola, saúde etc. Vc vai vender para as nossas corporações, detalhe, o preço estará umas dez vezes menor do que aquilo que realmente vale. Esse é todo o modus operandi do imperialismo ocidental, às vezes, leva um tempo porque nem todos os presidentes são subservientes, o imperialismo já matou muitos presidentes teimosos, nacionalistas, o imperialismo tem um ódio mortal dos nacionalistas, quase sempre dá um jeito de meter o Ministro das Finanças, certos secretários, conselheiros e acessores em torno do poder executivo de um país. Bom, daí o líder patriota diz “eu não aceito isso daí porque isso é ruim para o meu país”. As hienas econômicas vão focar em vc, na tua família, nos seus primos de primeiro grau, com dinheiro, e elas vão dizer “ você tem setores comerciais e bancos estatais, nós vamos comprá-los e vamos investir nesse setor, você vai ser muito rico, você e a sua família, nós vamos te dar um Green Card nos Estados Unidos. Isso funciona, veja, o zelenski tem um green card, o millei tem um, gente ligada a maduro tem, então vc tem muitos familiares de presidentes, primeiros-ministros, sheiks e sultões que moram nos Estados Unidos, esse esquema existe na Ucrãnia, Venezuela, Cuba, Nicarágua, Rússia, China etc, no mundo todo. Muitos países têm estes tipos de relações com o sistema corporativo financeiro, certas elites estão blindadas e privilegiadas. Por outro lado, quando um líder resiste a ser parte de uma elite predatória e privilegiada em relação a seu próprio povo, correrá um grande risco.

A história de John Perkins é mais ou menos a seguinte, em 1970, ele trabalhava numa instituição, Corpo de Paz, no Equador, conheceu um alto executivo da empresa de consultoria internacional, MAIN, que era também um agente da Agência de Segurança Nacional, a poderosa NSA. O Perkins é convidado para entrar para a MAIN. Ele alega que ali dentro recebeu todo um treinamento para se tornar um assassino econômico. Cresce na MAIN, torna-se sócio. É encarregado de míssões na Indonésia, no Panamá, Equador e Arábia Saudita, para os quais elabora, segundo escreveu em seu livro, estudos econômicos falsos, com o fito de fazer esses países tomarem empréstimos que serão impagáveis no futuro e, assim, tornam-se economicamente dependentes dos países e corporações credores.

Com as estranhas mortes dos presidentes Jaime Roldós, do Equador e Omar Torrijos, do Panamá, com problemas de consciência, Perkins decide em 1981 deixar a MAIN e denunciar em livro as atividades da empresa.

No entanto, recebe subornos e ameaças, adia o projeto do livro. Consegue  lançar o Confissões de um Assassino Econômico em 2004, o livro é um sucesso de vendas, ganha traduções em diversas línguas, inclusive o português.9

Em 1982, Perkins cria uma empresa de energia elétrica e passa a se interessar por culturas indígenas e xamanismo. Visita freqüentemente a Amazônia equatoriana e escreve livros sobre esses temas. O fato básico sebre a motivação de Perkins foi que os dois presidentes foram eliminados porque Perkins falhou, ele não conseguiu convencê-los. É comum que membros das forças especiais das FFAAs dos EUA, ligados à Inteligência americana, a CIA, façam o trabalho sujo, sempre de modo clandestino, não-oficial. Se os tubarões falham, vem o exército americano, e eliminam simplesmente o empecilho, como se deu com Sadam Hussein, com Gadafi e outros. Por trás dos assassinos econômicos existem círculos concêntricos de poder, ligados a instituições financeiras internacionais, ou seja, é um império governamental, os Estados Unidos são um império corporativo, seus poderes econômicos e financeiros tem mais poder, provavelmente, do que qualquer governo da terra, apesar da ameaça representada pela China e pela Rússia. Pode-se chamá-los de corporação, autocracia, deep state, estado profundo, máfia khazar, cabala, tem muitos nomes, os líderes das maiores corporações do mundo, as empresas mundiais, que não consideram suas corporações como americanas, russas, francesas, chinesas ou alemãs são multinacionais, para elas não há fronteiras, estão no topo, no BlackRock e no Vanguard, como expliquei no vídeo de ontem. 





David Rockefeller, por exemplo, um alto membro do deep state, era americano, tinha passaporte americano, mas reiteradamente disse que era um globalista, e seus interesses estavam acima dos EUA, que os EUA deveriam servir totalmente ao globalista, é a política mesma do partido democrata.



 O presidente Zelaya de Honduras controlava uma grande parte das terras agrícolas de seu país. Os assassinos econômicos abordaram Zelaya lhe ofereceram muito dinheiro, contas secretas etc, contas aliás que podem ser tomadas de você a qualquer momento, e então sofreu um golpe de estado, o mesmo golpe de estado que vimos repetidamente acontecer, desde os anos 50. Muitos golpes na AL foram planejados na escola das Américas, escola onde Pentágono americano treinou alguns dos mais letais assassinos no período da guerra-fria. Muitos dos mais altos comandantes militares, na maioria dos países da AL, foram treinados na escola das Américas. Ontem , abordamos Burkina Faso e seu presidente, é um guerreiro da nova geração de jovens líderes africanos que perceberam, que viram exatamente o que o seu continente se tornou. Viram como a velha guarda foi comprada muito facimente, uma vez que tudo o que queriam, em muitos casos, era dinheiro na conta, na França, em Londres, nos Estados Unidos etc. No caso da África, a França e a Inglaterra tem um atrativo poderoso, foram muitas colônias, interesses, privilégios etc.

 Pergunta aqui, há assassinos econômicos chineses, russos ou de outros países ou são apenas os gringos?, O imperialismo é exclusivo do gringo-ianque ocidental ou se aplica também a chineses, russos? O modo imperialista, de assassinato econômico é um modus operandi exclusivo, ocidental até o osso, absolutamente ocidental, capitalista. Os chineses têm outra metodologia, muito diferente, é uma cultura milenar, os chineses não tem nada de estúpidos, eles têm o seu próprio império, seu sistema funciona ininterruptamente por 4, por 5 mil anos, mas qual é o modo de operação dos chineses? O modo de operação dos chineses hoje é a rota da seda, é a estrada da seda, o Cinturão e Rota, é a expansão territorial para o exterior, mas usando métodos muito mais sutis. Suas armas são muito mais comerciais e de interesse mútuo com seus clientes, não querem destruir países e tampouco impor seu regime. De certa forma é muito mais estratégico e muito mais lento e caro. O problema dos americanos é que eles não podem esperar 5.000 anos, ou 3.000 anos, ou 500 anos, ou mesmo 100 anos porque a filosofia americana, a verdadeira filosofia é absolutamente imediatista e materialista ao extremo, então é muito mais fácil para os americanos colocar você na mira de uma arma, e te obrigar a assinar uns acordos. Só que isso também é trabalhoso, você tem de armar milícias, criar divisões ideológicas, sabotar, explodir gasodutos etc. Sua estratégia é te prender com empréstimos impagáveis, e o fundo monetário internacional assume os teus portos, empresas etc. Essa metodologia maquiavélica é uma metodologia capitalista puramente ocidental. 

Por isso há quem diga que os chineses acabarão vencendo no final, pode até ser, mas terão de construir uma força militar, policial e tecnológica absolutamente invencível, e muito gente deverá ir para o cadafalso.

Vamos falar sobre a desglobalização. 

Fala-se agora em regionalização das economias. Blocos estão se consolidando, aos poucos. A resposta de 1 milhão de dólares é a seguinte, o processo de globalização é reversível, ou melhor, a desglobalização é inevitável? As potências ocidentais podem reverter essa coisa da regionalização e do mundo multipolar? Vejam, Samuel Huntington falou em choques de civilizações, Francis Fukuyama falou em fim da história, mas ora, não existe nem uma coisa nem outra. O conceito de choque de civilizações foi mais pregado pelo aiatolá Khomeini, Huntington poderia, analogicamente falando, ter pegado um pouco a tese de Khomeini sobre o choque de civilizações, mas Khomeini falou especificamente sobre o Islã e o Ocidente, que estavam indo em direções morais e éticas opostas.  

Agora, os interesses estão muito mais articulados, o estado-nação está enfraquecendo, Nos anos 60, numa reunião do clube Bilderberg, eles lançaram o conceito de globalismo 2.0, da empresa mundial SA, de poderes econômicos e financeiros com muito mais poder e dinheiro do que qualquer governo da Terra, então a globalização, a revolução científica, a revolução tecnológica, a tecnocracia, a sociedade vigiada etc, bom, o governo global aperta um botão e um país vai à falência. As maiores gestoras de ativos do mundo, a BlackRock, o Vanguard, o State Street, a Fidelity, os fundos Morgan, o Goldmann Sachs Group, o Allianz  Group controlam os mercados de capitais globais. Detalhe, existem uns 20 grupos com mais de um trilhão de dólares; segundo a Forbes existem 2.781 bilionários no mundo, deve ser um número um pouco maior, talvez uns 5 mil bilionários, uma vez que alguns bilionários simplesmente escondem tudo a seu próprio respeito. O nosso Silvio Santos aqui, ele deixou 1,9 bilhão, quase dois bilhões em dinheiro para suas filhas, se somarmos o valor de suas 35 empresas daria um valor monetário perto de 4 bilhões. 

Voltando ao tema da regionalização, podemos falar de três cidades em países diferentes: penang na Malásia, medang na Indonésia, phuket na Tailândia, totalmente interligadas, o comércio flui intensa e naturalmente, é um triângulo da prosperidade, de economia regional. Isso é a regionalização e a auto suficiência da economia, e é sustentável, e a seu modo, limpo. É uma região com 500 milhões de pessoas. Ou por exemplo, Estados Unidos, Canadá e México, é uma região de 500 milhões de pessoas, a América Latina com as Ilhas do Caribe seria uma outra região. Agora, se formos ver os processos econômicos do mundo global, os sistemas  interligam, no máximo uns 20% dos povos e países, é muito pouco, quase um clube fechado. 

 um sociólogo polonês chamado Zigmund Bauman, um judeu polonês, ele diz que os globais vivem em um mundo à parte, movem-se nos grandes e mais caros hotéis, empresários, políticos, artistas, intelectuais, etc. Agora o indivíduo localizado, sem recursos, se ele deixar o seu local de residência vai ser um refugiado, um migrante, legal ou ilegal, isso se aplica à África, Sudeste Asiático, América Latina etc, eles vão de um lugar para outro, mas permanecerão sendo moradores locais. 

A desglobalização será parte da chamada "área cinzenta", termo militar, refere-se a partes do espaço que não são vistas pelos radares, então nas áreas cinzentas, onde o Estado perdeu quase completamente o controle, ou seja, o poder foi privatizado por tribos, por clãs locais, por máfias, por cartéis, pelo crime organizado etc, são espaços concentrados na África tomado por guerrilhas, no Sudeste Asiático, na Ásia Central idem. Na América Latina são  gangues criminosas, "comandos" com tentáculos no governo, pode-se falar em comunidades criminosas e seus vínculos. O triângulo dourado que é a travessia da Birmânia para a Tailândia, Laos e Afeganistão, para falar da Ásia, na AL temos Colômbia, Venezuela, Peru, temos movimentos partidários, grupos separatistas, milícias, facções, unidades de autodefesa, etc, especialmente em países do Terceiro Mundo. Mas os tons cinzentos podem aparecer em bairros de cidades muito ricas como Nova York, como o South Bronx,  o Harlem, ou de cidades grandes como a Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, certos bairros de São Paulo etc, tudo isso ocorre no mundo da globalização, mas não é o mundo liberal homogêneo, são processos independentes de regionalizações, e em muitos casos, de marginalização. O capitalismo resolveu seus problemas de excessos populacionais em seus núcleos digamos, dos bem nascidos, deslocando as periferias para longe ou fora de si, por isso se chamam periferia. O capitalismo abriu muitos novos mercados, as mercadorias poderiam ser vendidas em todo e qualquer lugar, após as duas Guerras Mundiais, as infraestruturas coloniais e de impérios monárquicos, foram completamente substituídas. A industrialização requereu muita classe trabalhadora e muito consumo da classe média, e das famílias, só que, hoje, a produção pós-industrial, baseada na ciência, na robótica, na IA, não precisa mais disso daí, de trabalhadores em massa ou de classe média consumidora. Veja, para dar um exemplo, na década de 1990, a Microsoft tinha 16.400 funcionários em centenas de filiais, agora não precisa mais disso daí, a Amazon substituiu milhares de funcionários por robôs, estamos sob um novo paradigma tecnológico e trabalhista. O capitalismo de hoje é planetário e gera crises porque sua urbanização e modernização vem de fora para dentro. Mas os problemas regionais, os círculos fechados, os clãs, as máfias vão se resolver de dentro para fora, por regionalização. 

Já se pode imaginar quem serão as primeiras vítimas, é sobre as classes médias que estamos falando, as classes médias ocidentais estão acuadas, diminuindo, no Canadá, nos Estados Unidos, na Espanha, na Argentina, é uma mudança de ordem tecnológica, pós-industrial, mais ainda, é trans-industrial, é a  robótica do mundo virtual, da Inteligência Artificial, da tecnocracia, então a lógica é que a classe média vai desaparecer, os trabalhadores que estavam lá ganhando muito dinheiro nos anos anteriores, que são os vencedores do período pós-Segunda Guerra Mundial, essas pessoas, bem, já não restam muitas dessas pessoas, da época dourada, das três décadas de ouro, anos 50, 60 e 70. Agora são dinossauros, supérfluos, deslocados, desatualizados, é uma luta de gerações do Ocidente pós-guerra e do pós-Ocidente, do Ocidente de hoje. Os enclaves regionais estão se formando agora, nos Estados Unido tem o enclave mexicano, tem os turcos na França e na Alemanha, tem árabes na África, a  mesma coisa na Espanha, na Inglaterra. Huntington pensava nisso quando falou no conflito civilizacional, dois ou mais povos, duas ou mais civilizações diferentes, em níveis e graus de informação e visão de mundo diferentes, todos na era da tecnocracia, da informação e das redes sociais, com incongruências morais e comportamentais insolúveis. Ninguém tem as respostas para isso daí. As respostas dos nacionalistas, dos conservadores, dos direitistas é tímida, é quase como se estivessem pedindo desculpas por estarem se sentindo acuados. Estamos vivendo em terras ancestrais, de antepassados nossos que levantaram quarteirões inteiros, e estão nos dizendo que somos de segunda classe. Ora, precisarão de ideologia, de muita ideologia para unir seus clãs, estabelecer caminhos e passagens entre uma comunidade e outra, em uma região, com dois, três ou quatro línguas e povos diferentes. O mais forte e arrojado vai vencer, os mais capazes vão poder envelhecer. 

Concluindo, existe uma elite no comando sim, mas estão no comando porque a sociedade está dormindo, vive como num sonho, distraída com os jogos de futebol, os programas de auditório, os shows de rock,  o fantástico entretenimento, o qual aliás, não podemos viver sem ele, mas, a questão é que finalmente percebemos quem realmente nos controla, porque a elite faz qualquer coisa com as pessoas. 

Veja, sobre a mudança de um mundo ocidental para um mundo pós-ocidental, tome, por exemplo, Elon Musk, tido como o homem mais rico. O seu dinheiro é um dinheiro novo, recente, tem 30 anos amealhando e disseminando suas empresas, mas, veja, compare, existem fortunas no mundo que remontam a 10, 15 séculos, frequentemente nunca ouvimos falar, e não temos a menor ideia do poder e do tamanho de certas famílias, por exemplo, os donos do Standard Chartered Bank, uma família anglo-judia, está em 70 países, tem 1700 agências, emprega dezenas de milhares de pessoas. E daí aparece o Elon Musk que em 20, 30 anos acumulou uma fortuna maior do que a de uma família milenar, bancarizada. A Standard Charter Bank foi fundada no mesmo ano que a dinastia Romanov, em 1613, e veja, para os Romanov a coisa se encerrou há 100 anos, e bom, quem é mais forte? Se vc procurar os rothschild no Google não encontrará muita coisa, nem na revista Forbes. Por que? Porque é um poder invisível, precisamente porque são mais importantes. O KGB tinhal uma divisão, um departamento que veio desde a época do czar, da okrana, no século XIX, eles já investigavam essa questão das famílias dinásticas. Os segredos mais profundos da máfia global estão muito bem guardado. A biblioteca do Vaticano contém informações que , simplesmente não podem sair de lá, por exemplo, sobre quem realmente foi ou não foi Jesus Cristo, não o que a tradição revela, o que diz a escolástica, o tomismo, o catecismo, pois isso é doutrinal, é pedagógico, é matéria de fé; tem, não há dúvida, um valor perene, edificativo, moral, ético, espiritual, ascético etc. Mas estou falando do fato gerador, do acontecimento, sobre o qual há muita controvérsia e calorosos debates, cismas e heresias. Mas está lá no Vaticano, de vez em quando o papa atual solta uma frasesinha qualquer, revelando alguma coisa nas entrelinhas e a internet quase vem abaixo de tanto brigaiada. Bom, há que se dizer, toda a história que cremos é, no mínimo, parcialmente falsa.

máfia global manipula os seres humanos há milênios, para nos dividir, para nos controlar, sem que percebamos; vamos ver  um exemplo, imagine que você é da máfia global, veja, todo mundo aprendeu a dizer  Rockfeller, Rothschild etc, agora, veja bem, ele não tem um exército, não tem armas nucleares, pelo menos não diretamente, ou seja, mas quiser controlar o mundo, e sempre o controlou, fará isso através de outras forças, forças inferiores, equivalente e superiores. Mas como é isso se vc ele tem um exército seu, não tem as armas nucleares, elas são do Putin, do Xi Jinping, do Pentágono etc. Então como é que essas pessoas podem controlar o mundo inteiro? Esta é a pergunta que deve ser respondida.

Acima de tudo precisamos de algumas ferramentas para nos defender, para nos proteger e, acima de tudo, para vencer na luta pela sobrevivência.



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