ARMAS E DROGAS? O TIO SAM GARANTE

 CIA e Mossad de olho na Tríplice Fronteira


A **Tríplice Fronteira** é a região onde se encontram as fronteiras de três países da América do Sul: **Brasil, Argentina e Paraguai**. Ela está situada nas cidades de **Foz do Iguaçu (Brasil)**, **Puerto Iguazú (Argentina)** e **Ciudad del Este (Paraguai)**, às margens dos rios Iguaçu e Paraná.


### Características principais:


* **Geografia:** É uma região marcada pela confluência dos rios e por uma intensa movimentação de pessoas, mercadorias e capitais.

* **Economia:** Tem um comércio muito forte, especialmente na cidade de Ciudad del Este, conhecida pelo comércio de eletrônicos, roupas e outros produtos, muitos deles com preços mais baixos devido às diferenças tributárias.

* **Turismo:** É um polo turístico por causa das **Cataratas do Iguaçu**, da **Usina de Itaipu** (uma das maiores hidrelétricas do mundo) e pela própria experiência de visitar três países em poucos minutos.

* **Aspectos culturais:** É uma região multicultural, com presença de comunidades árabes, chinesas, libanesas, coreanas, entre outras.


### Questões sensíveis:


* **Segurança e ilícitos:** A Tríplice Fronteira também é famosa por ser uma região de difícil controle estatal, sendo frequentemente citada em relatórios internacionais como rota para contrabando, tráfico de drogas, armas, falsificação e lavagem de dinheiro.

* **Geopolítica:** Agências internacionais, como o FBI e a CIA, já manifestaram preocupações de que grupos extremistas poderiam usar a região para financiar atividades ilegais, embora isso seja alvo de debates e também de críticas por parte dos governos locais, que consideram parte dessas acusações exageradas ou com interesses políticos.


Se quiser, posso te explicar mais sobre o contexto histórico, os desafios de segurança, ou como essa região funciona do ponto de vista econômico e geopolítico. Quer?



A política dos Estados Unidos e de Israel em relação à Tríplice Fronteira (Foz do Iguaçu, Brasil; Ciudad del Este, Paraguai; e Puerto Iguazú, Argentina) tem se centrado, nas últimas décadas, em preocupações com segurança, terrorismo e atividades criminosas transnacionais, embora as abordagens de cada país tenham nuances distintas e nem sempre estejam alinhadas diretamente. Com base nas informações disponíveis, incluindo fontes recentes, aqui está uma análise objetiva e fundamentada sobre o tema:


### **Política dos Estados Unidos**

Os EUA têm uma longa história de interesse na Tríplice Fronteira, especialmente desde o final dos anos 1990, devido à percepção de que a região é um potencial centro de atividades ilícitas que poderiam financiar organizações terroristas, como o Hezbollah. As principais características da política americana incluem:


1. **Preocupação com Terrorismo e Financiamento**:

   - Os EUA classificam o Hezbollah como uma organização terrorista desde 1997 e, desde os atentados de 11 de setembro de 2001, intensificaram o foco na Tríplice Fronteira como um suposto hub de financiamento de grupos como Hezbollah e Hamas. Relatórios do Departamento de Estado, como o de 2014, destacam a região como um ponto de preocupação devido a atividades como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, contrabando e falsificação, que poderiam gerar recursos para organizações terroristas.[](https://veja.abril.com.br/mundo/relatorio-dos-eua-aponta-preocupacao-com-terrorismo-na-triplice-fronteira/)

   - Em maio de 2025, a Embaixada dos EUA no Brasil anunciou uma recompensa de até US$ 10 milhões por informações sobre "mecanismos financeiros" do Hezbollah na Tríplice Fronteira, por meio do programa Rewards for Justice (RFJ). O programa alega que o Hezbollah utiliza a região para atividades como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, falsificação de dólares, comércio ilegal de diamantes e contrabando de dinheiro, cigarros e petróleo.[](https://www.bbc.com/portuguese/articles/c62vv389q0lo)[](https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2025/05/amp/7151198-o-que-se-sabe-sobre-presenca-do-hezbollah-na-fronteira-entre-brasil-paraguai-e-argentina.html)[](https://x.com/bolsonarotv_/status/1924601520168825215)

   - Um caso notório foi a prisão de Assad Ahmad Barakat em 2018, em Foz do Iguaçu, acusado de ser um "tesoureiro" do Hezbollah e de lavar cerca de US$ 10 milhões em cassinos na região. Ele foi extraditado para o Paraguai em 2020, mas negou as acusações, alegando um "complô econômico".[](https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2025/05/amp/7151198-o-que-se-sabe-sobre-presenca-do-hezbollah-na-fronteira-entre-brasil-paraguai-e-argentina.html)


2. **Cooperação Regional e Monitoramento**:

   - Desde 2002, os EUA participam do Grupo 3+1 (Argentina, Brasil, Paraguai e EUA), criado para fortalecer a segurança na região. Em 2005, foi estabelecido um centro de inteligência conjunto em Foz do Iguaçu para monitorar atividades na fronteira.[](https://en.wikipedia.org/wiki/Triple_Frontier)

   - Apesar dessas iniciativas, relatórios americanos apontam "melhorias modestas" no combate ao terrorismo e na segurança de fronteiras, citando corrupção, instituições fracas e falta de cooperação interinstitucional como obstáculos.[](https://veja.abril.com.br/mundo/relatorio-dos-eua-aponta-preocupacao-com-terrorismo-na-triplice-fronteira/)


3. **Críticas à Abordagem**:

   - Especialistas locais, como o professor Mamadou Alpha Diallo, da UNILA, argumentam que as acusações dos EUA, especialmente sob o governo Trump, carecem de provas concretas e fazem parte de uma estratégia política para criar um "inimigo externo" e justificar intervenções. Ele sugere que essas narrativas podem ser usadas para desviar a atenção de outras questões domésticas americanas.[](https://www.h2foz.com.br/reportagem-especial/sem-provas-eua-reacendem-suspeitas-sobre-hezbollah-na-triplice-fronteira/)[](https://www.h2foz.com.br/en/reportagem-especial/sem-provas-eua-reacendem-suspeitas-sobre-hezbollah-na-triplice-fronteira/)

   - Membros da comunidade árabe-libanesa em Foz do Iguaçu, como o jornalista Ali Farhat, afirmam que tais acusações geram preconceito e perseguição contra imigrantes e brasileiros de origem libanesa, criando um ambiente de desconfiança sem evidências sólidas.[](https://www.h2foz.com.br/en/reportagem-especial/sem-provas-eua-reacendem-suspeitas-sobre-hezbollah-na-triplice-fronteira/)


4. **Interesses Geopolíticos**:

   - Além do terrorismo, os EUA têm interesse em recursos estratégicos na região, como o Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água potável do mundo, localizada sob a Tríplice Fronteira. A região também é estratégica por sua proximidade com a Usina de Itaipu e pelo intenso comércio transnacional no âmbito do Mercosul.[](https://en.wikipedia.org/wiki/Triple_Frontier)


### **Política de Israel**

A política de Israel em relação à Tríplice Fronteira é menos explícita, mas está intimamente ligada às preocupações com o Hezbollah, grupo que Israel considera uma ameaça direta devido ao seu conflito com o Líbano e ao apoio iraniano ao grupo. As principais características incluem:


1. **Foco no Hezbollah**:

   - Israel associa a Tríplice Fronteira a atividades de apoio logístico ao Hezbollah, especialmente após os atentados contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires (1992) e a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA, 1994), que mataram mais de 100 pessoas. Autoridades argentinas, citando Alison August Treppel, da OEA, afirmam que esses ataques tiveram organização logística na Tríplice Fronteira, embora as evidências sejam inconclusivas.[](https://www.bbc.com/portuguese/articles/c62vv389q0lo)[](https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2025/05/amp/7151198-o-que-se-sabe-sobre-presenca-do-hezbollah-na-fronteira-entre-brasil-paraguai-e-argentina.html)

   - Não há, no entanto, menções recentes (até maio de 2025) de operações específicas de Israel na região, como ações de inteligência ou cooperação direta com Brasil, Paraguai ou Argentina.


2. **Cooperação com os EUA**:

   - Israel frequentemente alinha sua narrativa com a dos EUA, reforçando a ideia de que a Tríplice Fronteira é um ponto de financiamento do Hezbollah. Essa percepção é amplificada por relatórios de inteligência americanos, que citam a influência do Irã na região como uma preocupação.[](https://veja.abril.com.br/mundo/relatorio-dos-eua-aponta-preocupacao-com-terrorismo-na-triplice-fronteira/)

   - A relação entre Israel e os países da Tríplice Fronteira é limitada, mas há cooperação em fóruns internacionais, como a OEA, onde Israel apoia iniciativas de contraterrorismo.[](https://www.bbc.com/portuguese/articles/c62vv389q0lo)


3. **Neutralidade Regional**:

   - Diferentemente dos EUA, Israel não tem uma presença significativa na Tríplice Fronteira em termos de política externa direta. Sua abordagem é mais indireta, focando em pressionar por medidas contra o Hezbollah em fóruns globais e apoiando investigações sobre os atentados de 1992 e 1994 na Argentina. No entanto, essas investigações não produziram provas definitivas de envolvimento da Tríplice Fronteira.[](https://www.h2foz.com.br/reportagem-especial/sem-provas-eua-reacendem-suspeitas-sobre-hezbollah-na-triplice-fronteira/)


### **Contexto Regional e Contrapontos**

- **Perspectiva Local**: A Tríplice Fronteira é uma região de intensa integração cultural, econômica e turística, com mais de 900 mil habitantes e circulação diária de mais de 100 mil pessoas pelas pontes que conectam os três países. Líderes locais, como o presidente da comunidade muçulmana de Foz do Iguaçu, Mohamad Hussein Ghazzawi, negam a existência de células terroristas e destacam a harmonia entre as mais de 70 etnias que convivem na região.[](https://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%25C3%25ADplice_Fronteira_%28Argentina%2C_Brasil_e_Paraguai%29)[](https://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%25C3%25ADplice_Fronteira_do_Igua%25C3%25A7u)[](https://g1.globo.com/globo-news/noticia/2013/11/gabeira-visita-triplice-fronteira-entre-brasil-paraguai-e-argentina.html)

- **Integração Econômica**: A região é marcada pelo comércio (especialmente em Ciudad del Este), turismo (Cataratas do Iguaçu e Marco das Três Fronteiras) e cooperação energética (Usina de Itaipu). Essas dinâmicas contrastam com a narrativa de segurança dos EUA e de Israel, que muitas vezes é vista como exagerada ou descontextualizada por atores locais.[](https://www.h2foz.com.br/editorial/tres-fronteiras-sob-mira-eua-geopolitica/)[](https://turismoitaipu.com.br/blog/triplice-fronteira-brasil-paraguai-argentina/)

- **Ausência de Provas Concretas**: Apesar das acusações de longa data, tanto dos EUA quanto de Israel, relatórios recentes, como os do H2FOZ, apontam que não há evidências sólidas de que a Tríplice Fronteira seja um centro ativo de terrorismo. A ênfase em atividades ilícitas, como contrabando e lavagem de dinheiro, é reconhecida, mas a ligação direta com o Hezbollah é contestada por falta de provas.[](https://www.h2foz.com.br/editorial/tres-fronteiras-sob-mira-eua-geopolitica/)[](https://www.h2foz.com.br/reportagem-especial/sem-provas-eua-reacendem-suspeitas-sobre-hezbollah-na-triplice-fronteira/)


### **Conexão com a Pergunta Original**

Relacionando à sua pergunta original sobre a Ucrânia e o Brasil, as alegações de que os EUA e Israel estariam "armando" algo na Tríplice Fronteira com a conivência da direita brasileira não encontram respaldo nas fontes disponíveis. A política americana na região é focada em segurança e contraterrorismo, mas não há evidências de uma conspiração orquestrada com Israel ou de um paralelo direto com o conflito ucraniano. A menção à "direita iluminada" no Brasil parece refletir uma crítica política subjetiva, possivelmente ligada à percepção de alinhamento de setores conservadores com os EUA durante o governo Bolsonaro (2019-2022). No entanto, a política externa brasileira sob Lula (2023-atual) tem mantido uma postura de neutralidade em relação a conflitos globais e de diálogo com os países da Tríplice Fronteira, sem indícios de conivência com agendas externas específicas.[](https://www.camara.leg.br/radio/programas/1009074-plenario-aprova-tres-acordos-de-cooperacao-entre-brasil-e-israel/)


### **Conclusão**

Os EUA veem a Tríplice Fronteira como uma área de risco para atividades ilícitas e financiamento de terrorismo, com foco no Hezbollah, promovendo iniciativas como recompensas financeiras e cooperação regional, mas muitas dessas alegações são criticadas por falta de provas. Israel compartilha preocupações similares, especialmente devido aos atentados na Argentina nos anos 1990, mas sua atuação na região é menos visível e mais alinhada à cooperação internacional com os EUA. Não há evidências recentes que sugiram uma política conjunta dos dois países para desestabilizar a região ou paralelos diretos com o conflito na Ucrânia. A Tríplice Fronteira continua sendo uma área de integração cultural e econômica, e as narrativas de terrorismo são frequentemente contestadas por atores locais como exageradas ou motivadas por interesses geopolíticos externos.[](https://www.h2foz.com.br/editorial/tres-fronteiras-sob-mira-eua-geopolitica/)[](https://www.h2foz.com.br/en/reportagem-especial/sem-provas-eua-reacendem-suspeitas-sobre-hezbollah-na-triplice-fronteira/)



### **CIA e Narcotráfico: O que foi citado no Congresso dos EUA?**


Ao longo da história, a **CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA)** foi várias vezes acusada de envolvimento indireto — e às vezes direto — com o narcotráfico, especialmente em operações secretas durante a Guerra Fria. Esses casos vieram à tona em audiências no **Congresso dos EUA**, investigações internas e reportagens jornalísticas.


### **Casos mais conhecidos:**


1. **Irã-Contras (década de 1980)**

   Durante o governo Reagan, a CIA foi envolvida no escândalo Irã-Contras, onde vendiam armas secretamente para o Irã (violando embargos) e usavam o dinheiro para financiar os **Contras**, grupos paramilitares de direita que combatiam o governo sandinista (esquerda) na Nicarágua.

   Relatórios e denúncias indicaram que a CIA **tolerou ou ignorou** que esses grupos financiassem parte da guerra por meio do tráfico de cocaína para os Estados Unidos.


2. **Gary Webb e o caso "Dark Alliance" (1996)**

   O jornalista **Gary Webb**, do *San Jose Mercury News*, publicou uma série de reportagens chamada **“Dark Alliance”**, mostrando como traficantes ligados aos Contras ajudaram a espalhar crack em comunidades negras de Los Angeles, enquanto recebiam proteção ou conivência da CIA.

   O caso causou enorme repercussão. Apesar da campanha de difamação que destruiu a carreira de Webb, anos depois, documentos da própria CIA desclassificados confirmaram que a agência sabia que aliados estavam envolvidos com drogas, mas **optou por não intervir para não comprometer os objetivos geopolíticos**.


3. **Sudeste Asiático – Guerra do Vietnã**

   Durante a Guerra do Vietnã, há relatos de que a CIA facilitava o transporte de heroína a partir do **Triângulo Dourado** (Laos, Mianmar e Tailândia), utilizando companhias aéreas de fachada como a **Air America**, tanto para financiar operações quanto para manter aliados locais no poder.


### **Reconhecimento oficial:**


Audiências no **Senado dos EUA**, como as lideradas pelo senador **John Kerry** na década de 1980, investigaram a ligação entre narcotráfico e financiamento dos Contras. O relatório reconheceu que houve, sim, **colaboração indireta e negligência proposital da CIA**, que ignorou evidências de tráfico de drogas por parte dos seus aliados.


### **Por quê?**


A lógica era simples, embora perversa:

**"Os fins justificam os meios."**

Para combater governos considerados "comunistas" ou "inimigos", a CIA estava disposta a fechar os olhos para crimes como narcotráfico, desde que os aliados locais garantissem os interesses estratégicos dos EUA.


### **Conclusão:**


Não se trata de uma teoria da conspiração pura, mas de fatos documentados, debatidos no Congresso dos EUA e reconhecidos em parte até pelos próprios órgãos do governo norte-americano. É um dos exemplos mais evidentes de como o jogo geopolítico muitas vezes atropela a ética, os direitos humanos e até a própria legalidade internacional.



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