PRIVATIZAR PARA OS AMIGOS
Já criticamos a privatização da água, da Sabesp, uma das maiores empresas de tratamento de água do Brasil e consequentemente do mundo. Pessoas têm pouca noção de como é importante que bens públicos, é nenhum bem se compara à água em importância, exceto talvez o próprio ar
Hoje o dono da Sabesp graças a políticos entreguistas como Temer, Bolsonaro e Tarcísio é o governo italiano através de uma empresa italiana de tratamento de água que é pública lá na Itália e privada aqui.
Neste caso é imperialismo europeu, como se já não fosse suficiente o imperialismo ianque.
Mas qual é o problema da empresa de água brasileira ser vendida para empresa italiana? Qual é o problema de perder serviços públicos básicos para empresas privadas e ainda estrangeiras?
É um ponto pacífico de que água é um bem.publico, ela não pode ser privada, não deve ser pensada para gerar lucros, fortunas, monopólios, poder de pequenos grupos. Primeiro que a água deve ter o melhor tratamento de água possível e ser o mais acessível possível.
Se se quer tirar lucro daquilo, alguém estará perdendo e sendo prejudicado de uma forma ou outra, ou estará gente pagando caro demais por aquele serviço.
Eu sou um defensor de que bens públicos não pode ser administrado por entes privados.
O próprio nome já diz, é um bem público.
O tratamento da água não deve ser encarado como um mero custo do sistema.
O estado deve fornecer sem visar o lucro, até porque muitas empresas privadas coligadas, que fornecem maquinário, manutenção, logística etc, vão ser beneficiadas.
Vale o mesmo raciocínio para o transporte público. São Paulo, por exemplo, tem uma enorme malha de transporte público, ônibus, metro, rodoviária, ferroviária, tem uma mobilidade urbana grande. A malha de transporte público deve facilitar a vida da classe trabalhadora para atender, veja bem, uma infinidade de empresas privadas. Se o estado facilita a mobilidade da classe trabalhadora ele está atendendo as empresas privadas. Então não deveria haver custo para o trabalhador e nem para a empresa. No máximo, se for um custo, teris que ser para a empresa e não para o trabalhador. É cruel o trabalhador, o elemento que é a base maior da pirâmide social, ter de pagar para trabalhar, veja, parte do pequeno salário que ele recebe é para pagar para ir trabalhar.
O Estado tem que prover isso.
A partir do momento que você privatiza, obviamente, o interesse da empresa privada não é mais facilitar nada a ninguém a menos que haja lucro.
Por isso todo o processo de privatização de bem público, no discurso é uma coisa linda, mas depois cai a qualidade de serviço, porque a empresa privada se sente obrigada a modernizar os ativos, a fazer a manutenção correta, a investir, se ela consegue um lucro suficiente para os seus objetivos, ela se acomoda, para que vai investir se está ganhando? Até que um dia começa a faltar água ou fica mais caro.
No transporte público, é preciso investir continuamente em novos trens. A empresa vai mexer no seu fluxo de caixa para investir? Vai tirar de seu lucro? Vai diminuir o retorno acionista? Não. Não vai
Então, muito logicamente, o raciocínio da empresa privada é, "eu vou adiar o máximo as manutenções que eu tenho que fazer," "vou depreciar pelo maior tempo possível", vou adiar o quanto puder trocar os trens". Se for necessário vou reduzir o fluxo, mas não mexo no lucro nem que a vaca tussa.
Lembre-se o lucro líquido é do empresário, do acionista. Ele fará das tripas coração diminuir o fluxo de lucro dele e dos acionistas.
Então, na hora que as despesas crescerem, que precisar de novos equipamentos, trens, manutenção etc, ele diminui o fluxo, principalmente, ele corta trabalhadores, corta despesa com pessoal, diminuiu a demanda do fornecedor, adia a manutenção, compra menos ativos, e no limite, como faziam as empresas americanas, espreme o fornecedor até matar o cara.
Geralmente, o fornecedor de grandes empresas são muito menores, são empresas pequenas, não tem um poder de mercado para negociar. Além disso, a empresa privada sempre quer diminuir o fluxo do governo, quer evitar ao máximo o pagamento de tributos, sempre quer ter benefício fiscal, isenção, exoneração, terceirização, precarização do trabalhador, para o fluxo dele aumentar.
A lógica econômica de um processo de privatização é que vai piorar. O cara ou o grupo compra, e vai imediatamente querer aumentar o lucro dele, e vai usar todos os truques e artimanhas que a imaginação pode conceber.
E o resultado é o serviço deteriorado e o Estado será obrigado a tomar de volta para não ter de lidar com um estado de caos social. As nações desenvolvidas economicamente, principalmente na Europa, estão estatizando agora. Houve a pressão política da própria sociedade, pois o serviço piorou, ficou mais caro.
Não há nenhuma vantagem em privatizar água, transporte público, energia elétrica. Privatizar para quem? Para os ricos, que já são ricos. Para quem realmente usa o serviço, piorou o negócio.
E aí você tem que pegar de volta, e está deteriorado, o estado deverá reinvestir o dinheiro, porque aquilo não foi mantido, você vai gastar mais dinheiro nesse processo.
Aqui em São Paulo é escandaloso privatizar porque quem tem poder de financiamento, de grana, para construir grandes estações de tratamento de água, de usinas elétricas, de metrô é o Estado.
A gente pode dar o exemplo da China, por exemplo, a China construiu muitas linhas de trem, tem trens-bala, na China inteira, tem o maglev, trens que vão a 600 km/h. Mas no Brasil a parceria público-privada do Trem-Bala no Brasil não sai do papel.
Porque quem tem que enfiar dinheiro de verdade nesse negócio é o Estado, porque nenhuma empresa vai investir 10 bilhões de dólares para construir uma estrada de ferro no Brasil, porque esse dinheiro nunca vai voltar na forma de lucro sobre a passagem.
O normal é o estado pegar o projeto,, constrói metrô, e depois entrega para a mão da iniciativa privada, que vai pagar o mínimo possível para fazer aquele serviço funcionar.
Na há viabilidade econômica do ponto de vista do investidor privado. Então, no fim das contas, investimento de longo prazo, quem faz é só o Estado. Porque quando você faz uma análise de viabilidade econômica vc só investe se der retorno rapido. Só que, no caso de transporte público, vai dar retorno daqui 50 anos.
Você vai ter que vender passagem por 50 anos para o negócio valer a pena. Aí, nenhuma empresa privada faz isso. Não vai fazer um investimento para daqui a 50 anos.
O Estado faz, pois é obra, é empresa, é empreitada de interesse público, interesse social, interesse permanente. O objetivo não é recuperar o dinheiro do investimento, o objetivo é solucionar um problema humano, um problema permanente.
Solucionar um problema público, um problema social, melhorar as condições de vida da classe trabalhadora, das classes menos privilegiadas. Esse é o interesse do Estado. Inclusive, em tecnologia, em inovação.
Toda a inovação que a gente usa hoje foi investimento do Estado. Seja ele do Estado americano, japonês, brasileiro etc.
Veja a Embraer. O governo privatizou a Embraer, depois que todo o trabalho pesado foi feito, depois de toda uma imensa dificuldade, finalmente a empresa decolou, deu certo. Bom, agora vou privatizar. Vou vender. Isso é o que há de mais estúpido no mundo. A China vai bem exatamente porque não faz isso daí, ela segue controlando a empresa, em parcerias publico-privadas,cê todos os lucros servem à função social, a seguir avançando. Para de ter uma ideia, hoje, o trem-bala chinês que ia a 200 km/h, ele vai sendo melhorado, para 300 km/h, até chegar à velocidade ideal, que não é necessariamente a mais rápida possível, mas é a mais rápida possível com toda a segurança e controle
30 anos de investimento na empresa e dá certo. E nos bens públicos que se torna privado? A tendência é piorar a qualidade, e aumentar o preço para as classes mais pobres.
O Kobori, economista, ele deu um exemplo da Enel. Na Vila Nova Conceição, há dois anos, choveu pesado, ficou três semanas sem energia, caíram muitas árvores, derrubou tudo. Daí, na Vila Mariana, em menos de 24 horas, a Enel já tinha enviado uma frota de caminhões para resolver o problema. A Vila Mariana é um bairro mais rico. Aí você pergunta, por que a Enel, que foi privatizada, mas tem que atender todo mundo, atendeu primeiro o bairro mais de elite? Porque ali naquele bairro tem alguém ali, tem um poder político, passou a mão no telefone, ligou para o governador, reclamou. Alguém tem o contato do governador.
É, tem o contato do governador, daí em quatro horas estava o caminhão lá resolvendo tudo. Se você estiver lá em Itaquera, você não vai conseguir fazer isso. Não.
Primeiro que não vai ter ninguém da elite econômica em Itaquera.
Poder econômico é poder político.
A Enel privada vai primeiro atender o bairro onde tem um amigo do governador, pode ter um deputado, pode ter alguém ali que pode me dar um problema lá na frente quando eu precisar do governo para alguma coisa.
Então eu vou resolver o dos meus "amigos" influentes e o resto que se dane. Resolvo daqui um mês. Então vejam, o serviço piora mesmo para os mais pobres.
Para os mais ricos o serviço não piora.
Nenhum rico vai reclamar do problema do metrô, porque rico não pega metrô e Já criticamos a privatização da água, da Sabesp, uma das maiores empresas de tratamento de água do Brasil e consequentemente do mundo. Pessoas têm pouca noção de como é importante que bens públicos, é nenhum bem se compara à água em importância, exceto talvez o próprio ar
Hoje o dono da Sabesp graças a políticos entreguistas como Temer, Bolsonaro e Tarcísio é o governo italiano através de uma empresa italiana de tratamento de água que é pública lá na Itália e privada aqui.
Neste caso é imperialismo europeu, como se já não fosse suficiente o imperialismo ianque.
Mas qual é o problema da empresa de água brasileira ser vendida para empresa italiana? Qual é o problema de perder serviços públicos básicos para empresas privadas e ainda estrangeiras?
É um ponto pacífico de que água é um bem.publico, ela não pode ser privada, não deve ser pensada para gerar lucros, fortunas, monopólios, poder de pequenos grupos. Primeiro que a água deve ter o melhor tratamento de água possível e ser o mais acessível possível.
Se se quer tirar lucro daquilo, alguém estará perdendo e sendo prejudicado de uma forma ou outra, ou estará gente pagando caro demais por aquele serviço.
Eu sou um defensor de que bens públicos não pode ser administrado por entes privados.
O próprio nome já diz, é um bem público.
O tratamento da água não deve ser encarado como um mero custo do sistema.
O estado deve fornecer sem visar o lucro, até porque muitas empresas privadas coligadas, que fornecem maquinário, manutenção, logística etc, vão ser beneficiadas.
Vale o mesmo raciocínio para o transporte público. São Paulo, por exemplo, tem uma enorme malha de transporte público, ônibus, metro, rodoviária, ferroviária, tem uma mobilidade urbana grande. A malha de transporte público deve facilitar a vida da classe trabalhadora para atender, veja bem, uma infinidade de empresas privadas. Se o estado facilita a mobilidade da classe trabalhadora ele está atendendo as empresas privadas. Então não deveria haver custo para o trabalhador e nem para a empresa. No máximo, se for um custo, teris que ser para a empresa e não para o trabalhador. É cruel o trabalhador, o elemento que é a base maior da pirâmide social, ter de pagar para trabalhar, veja, parte do pequeno salário que ele recebe é para pagar para ir trabalhar.
O Estado tem que prover isso.
A partir do momento que você privatiza, obviamente, o interesse da empresa privada não é mais facilitar nada a ninguém a menos que haja lucro.
Por isso todo o processo de privatização de bem público, no discurso é uma coisa linda, mas depois cai a qualidade de serviço, porque a empresa privada se sente obrigada a modernizar os ativos, a fazer a manutenção correta, a investir, se ela consegue um lucro suficiente para os seus objetivos, ela se acomoda, para que vai investir se está ganhando? Até que um dia começa a faltar água ou fica mais caro.
No transporte público, é preciso investir continuamente em novos trens. A empresa vai mexer no seu fluxo de caixa para investir? Vai tirar de seu lucro? Vai diminuir o retorno acionista? Não. Não vai
Então, muito logicamente, o raciocínio da empresa privada é, "eu vou adiar o máximo as manutenções que eu tenho que fazer," "vou depreciar pelo maior tempo possível", vou adiar o quanto puder trocar os trens". Se for necessário vou reduzir o fluxo, mas não mexo no lucro nem que a vaca tussa.
Lembre-se o lucro líquido é do empresário, do acionista. Ele fará das tripas coração diminuir o fluxo de lucro dele e dos acionistas.
Então, na hora que as despesas crescerem, que precisar de novos equipamentos, trens, manutenção etc, ele diminui o fluxo, principalmente, ele corta trabalhadores, corta despesa com pessoal, diminuiu a demanda do fornecedor, adia a manutenção, compra menos ativos, e no limite, como faziam as empresas americanas, espreme o fornecedor até matar o cara.
Geralmente, o fornecedor de grandes empresas são muito menores, são empresas pequenas, não tem um poder de mercado para negociar. Além disso, a empresa privada sempre quer diminuir o fluxo do governo, quer evitar ao máximo o pagamento de tributos, sempre quer ter benefício fiscal, isenção, exoneração, terceirização, precarização do trabalhador, para o fluxo dele aumentar.
A lógica econômica de um processo de privatização é que vai piorar. O cara ou o grupo compra, e vai imediatamente querer aumentar o lucro dele, e vai usar todos os truques e artimanhas que a imaginação pode conceber.
E o resultado é o serviço deteriorado e o Estado será obrigado a tomar de volta para não ter de lidar com um estado de caos social. As nações desenvolvidas economicamente, principalmente na Europa, estão estatizando agora. Houve a pressão política da própria sociedade, pois o serviço piorou, ficou mais caro.
Não há nenhuma vantagem em privatizar água, transporte público, energia elétrica. Privatizar para quem? Para os ricos, que já são ricos. Para quem realmente usa o serviço, piorou o negócio.
E aí você tem que pegar de volta, e está deteriorado, o estado deverá reinvestir o dinheiro, porque aquilo não foi mantido, você vai gastar mais dinheiro nesse processo.
Aqui em São Paulo é escandaloso privatizar porque quem tem poder de financiamento, de grana, para construir grandes estações de tratamento de água, de usinas elétricas, de metrô é o Estado.
A gente pode dar o exemplo da China, por exemplo, a China construiu muitas linhas de trem, tem trens-bala, na China inteira, tem o maglev, trens que vão a 600 km/h. Mas no Brasil a parceria público-privada do Trem-Bala no Brasil não sai do papel.
Porque quem tem que enfiar dinheiro de verdade nesse negócio é o Estado, porque nenhuma empresa vai investir 10 bilhões de dólares para construir uma estrada de ferro no Brasil, porque esse dinheiro nunca vai voltar na forma de lucro sobre a passagem.
O normal é o estado pegar o projeto,, constrói metrô, e depois entrega para a mão da iniciativa privada, que vai pagar o mínimo possível para fazer aquele serviço funcionar.
Na há viabilidade econômica do ponto de vista do investidor privado. Então, no fim das contas, investimento de longo prazo, quem faz é só o Estado. Porque quando você faz uma análise de viabilidade econômica vc só investe se der retorno rapido. Só que, no caso de transporte público, vai dar retorno daqui 50 anos.
Você vai ter que vender passagem por 50 anos para o negócio valer a pena. Aí, nenhuma empresa privada faz isso. Não vai fazer um investimento para daqui a 50 anos.
O Estado faz, pois é obra, é empresa, é empreitada de interesse público, interesse social, interesse permanente. O objetivo não é recuperar o dinheiro do investimento, o objetivo é solucionar um problema humano, um problema permanente.
Solucionar um problema público, um problema social, melhorar as condições de vida da classe trabalhadora, das classes menos privilegiadas. Esse é o interesse do Estado. Inclusive, em tecnologia, em inovação.
Toda a inovação que a gente usa hoje foi investimento do Estado. Seja ele do Estado americano, japonês, brasileiro etc.
Veja a Embraer. O governo privatizou a Embraer, depois que todo o trabalho pesado foi feito, depois de toda uma imensa dificuldade, finalmente a empresa decolou, deu certo. Bom, agora vou privatizar. Vou vender. Isso é o que há de mais estúpido no mundo. A China vai bem exatamente porque não faz isso daí, ela segue controlando a empresa, em parcerias publico-privadas,cê todos os lucros servem à função social, a seguir avançando. Para de ter uma ideia, hoje, o trem-bala chinês que ia a 200 km/h, ele vai sendo melhorado, para 300 km/h, até chegar à velocidade ideal, que não é necessariamente a mais rápida possível, mas é a mais rápida possível com toda a segurança e controle
30 anos de investimento na empresa e dá certo. E nos bens públicos que se torna privado? A tendência é piorar a qualidade, e aumentar o preço para as classes mais pobres.
O Kobori, economista, ele deu um exemplo da Enel. Na Vila Nova Conceição, há dois anos, choveu pesado, ficou três semanas sem energia, caíram muitas árvores, derrubou tudo. Daí, na Vila Mariana, em menos de 24 horas, a Enel já tinha enviado uma frota de caminhões para resolver o problema. A Vila Mariana é um bairro mais rico. Aí você pergunta, por que a Enel, que foi privatizada, mas tem que atender todo mundo, atendeu primeiro o bairro mais de elite? Porque ali naquele bairro tem alguém ali, tem um poder político, passou a mão no telefone, ligou para o governador, reclamou. Alguém tem o contato do governador.
É, tem o contato do governador, daí em quatro horas estava o caminhão lá resolvendo tudo. Se você estiver lá em Itaquera, você não vai conseguir fazer isso. Não.
Primeiro que não vai ter ninguém da elite econômica em Itaquera.
Poder econômico é poder político.
A Enel privada vai primeiro atender o bairro onde tem um amigo do governador, pode ter um deputado, pode ter alguém ali que pode me dar um problema lá na frente quando eu precisar do governo para alguma coisa.
Então eu vou resolver o dos meus "amigos" influentes e o resto que se dane. Resolvo daqui um mês. Então vejam, o serviço piora mesmo para os mais pobres.
Para os mais ricos o serviço não piora.
Nenhum rico vai reclamar do problema d
o metrô, porque rico não pega metrô e não tem problema se ficar melhor, pior, mais caro.
tem problema se ficar melhor, pior, mais caro.
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