O BRASIL TEM ARMAS DE DESTRUIÇÃO EM MASSA?
📢 “O Brasil tem armas de destruição em massa.”
Essa frase soa absurda, quase uma fake news. Mas vale perguntar: será mesmo tão absurdo assim?
Oficialmente, não. O Brasil é signatário de todos os tratados que proíbem armas nucleares, químicas e biológicas. Na prática, o país se apresenta como uma potência pacífica, que defende a desnuclearização do mundo e que faz da América do Sul uma zona livre de armas atômicas. Tudo muito bonito, muito diplomático.
Mas vamos olhar de outro ângulo. O Brasil domina o ciclo completo do urânio, tem tecnologia de enriquecimento própria — coisa que nem todos os países conseguem —, e está construindo um submarino nuclear. Isso não é pouca coisa. Significa que, se quisesse, o país poderia cruzar a fronteira tecnológica e se transformar, em poucos anos, em potência nuclear.
E aqui está a contradição: o Brasil abre mão da bomba em nome de uma posição moral no cenário internacional. Mas, num mundo em que Índia, Paquistão, Coreia do Norte, Israel e até potências em declínio como a Rússia e o Reino Unido mantêm arsenais atômicos, será que essa renúncia é estratégia ou ingenuidade?
Porque no fundo, quem tem armas de destruição em massa tem poder de veto, tem assento à mesa das grandes decisões. Quem não tem, assiste de fora. O Brasil prefere ser a “consciência limpa” do sistema, mas paga o preço de ser sempre uma potência periférica, dependente da proteção de normas internacionais que, quando interessa às grandes potências, simplesmente não valem nada.
Então a pergunta é: o Brasil não tem armas de destruição em massa por escolha ética — ou porque, no fundo, o sistema internacional não deixaria?
1. Conceito
Armas de destruição em massa (ADM) geralmente incluem armas nucleares, químicas e biológicas. São vetores capazes de causar mortes em larga escala e devastação ambiental.
2. Realidade brasileira
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Nuclear: o Brasil domina o ciclo do urânio (enriquecimento em Resende) e tem submarino nuclear em desenvolvimento, mas não possui armas nucleares. Pelo contrário, é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e do Tratado de Tlatelolco, que proíbe armas nucleares na América Latina.
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Químicas: o Brasil assinou a Convenção de Armas Químicas (1993), e não há evidências de programa ofensivo.
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Biológicas: é signatário da Convenção de Armas Biológicas (1972). A pesquisa biomédica e agropecuária existe, mas não voltada à militarização.
3. O “paradoxo brasileiro”
Apesar de não ter ADM, o Brasil tem capacidade tecnológica estratégica:
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pode enriquecer urânio em nível militar, se romper acordos;
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tem base industrial e científica suficiente para desenvolver tais armas em médio prazo;
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busca dissuasão convencional (Exército grande, submarinos, aviação).
4. Geopolítica
O Brasil prefere uma posição de “poder moral”: liderar pelo exemplo de não proliferação, reforçar a América do Sul como zona livre de ADM e cobrar das grandes potências coerência.
Mas existe um debate latente: em um mundo multipolar, até que ponto a renúncia absoluta a ADM torna o país vulnerável diante de potências que não abrem mão delas.
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