O CESSAR-FOGO" TOTAL E COMPLETO EXISTE NA MENTE DO PATO DONALDDO

1. **Cessar-fogo Anunciado e Sua Fragilidade**

Na noite de 23 de junho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um cessar-fogo "completo e total" entre Israel e Irã, descrito como o fim da chamada "Guerra dos 12 Dias". Este anúncio, feito através da plataforma Truth Social, foi inicialmente recebido com otimismo, com Trump parabenizando ambos os países pela "resistência, coragem e inteligência" em aceitar a trégua. No entanto, a fragilidade deste acordo ficou evidente quando, menos de oito horas após sua decretação, tanto Israel quanto Irã violaram o cessar-fogo, com relatos de novos ataques. Israel justificou suas ações como uma resposta a supostas provocações iranianas, enquanto o Irã, por meio de seu chanceler Abbas Araghchi, negou a existência de um acordo formal, condicionando qualquer trégua à interrupção total dos ataques israelenses até as 4h de Teerã (21h30 de Brasília, 23/06/2025).


Essa violação mútua reflete a dificuldade de implementar acordos em um contexto de desconfiança recíproca e interesses divergentes. Trump, ciente da instabilidade, reiterou seu apelo por um novo cessar-fogo, expressando frustração com ambos os lados e exigindo, em particular, que Israel "se acalmasse" e evitasse novos bombardeios. A intervenção direta do presidente americano, incluindo conversas com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e mediações com o emir do Catar, foi crucial para restabelecer as negociações e evitar uma escalada imediata. A confirmação do cessar-fogo por parte da mídia estatal iraniana (SNN e Press TV) e do governo israelense na madrugada de 24 de junho indica que, pelo menos temporariamente, a diplomacia prevaleceu.

#### 2. **A Estratégia de Trump: Diplomacia de Pressão e Narrativa Mediática**

O papel de Donald Trump neste episódio é central e reflete seu estilo político pouco ortodoxo, caracterizado por uma combinação de ameaças públicas, pressão mediática e negociações nos bastidores. A decisão dos EUA de bombardear instalações nucleares iranianas (Fordow, Natanz e Isfahan) em 21 de junho, com a chamada "Operação Martelo da Meia-Noite", foi uma jogada de alto risco que colocou os EUA diretamente no conflito. Contudo, a operação foi precedida por avisos prévios ao Irã, mediados por aliados como o Catar, o que sugere uma intenção de limitar os danos e evitar uma guerra total. A retaliação iraniana contra a base americana Al Udeid, no Catar, também foi simbólica, com 14 mísseis lançados, dos quais 13 foram interceptados, e o 14º não causou danos significativos.

Essa troca de ataques coreografada, descrita como um "teatro Kabuki", indica que ambos os lados buscaram demonstrar força para suas audiências internas sem cruzar o limiar de uma escalada incontrolável. Trump capitalizou esse cenário para reforçar sua imagem de "pacificador", ao mesmo tempo em que atendia às pressões de aliados como Israel, que viam no programa nuclear iraniano uma ameaça existencial. A narrativa de que os ataques americanos "destruíram" o programa nuclear iraniano, embora não confirmada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), serviu para fortalecer a posição de Trump no cenário doméstico e internacional.

#### 3. **O Papel dos Atores Híbridos e da Diplomacia Multipolar**

O conflito também destacou a influência de atores híbridos e potências regionais e globais. O Catar emergiu como um mediador crucial, facilitando comunicações entre os EUA e o Irã, apesar de ter sido alvo de um ataque iraniano simbólico. A Rússia, embora limitada por seu envolvimento na Ucrânia, desempenhou um papel indireto, com o chanceler iraniano Abbas Araghchi buscando apoio de Vladimir Putin. A China, por sua vez, foi chamada a interceder para evitar o fechamento do Estreito de Ormuz, uma medida que poderia disparar uma crise econômica global ao interromper 20% do comércio mundial de petróleo.

A menção ao Paquistão como potencial aliado do Irã, com suas 190 armas nucleares, introduz uma camada adicional de complexidade. A possibilidade de uma "dissuasão mútua" (mutual deterrence) entre Israel, com seu arsenal nuclear clandestino em Dimona, e o Irã, com seus mísseis hipersônicos (como o Fatah-1 e o Fiverr), foi um fator decisivo para evitar uma escalada nuclear. A demonstração iraniana de capacidades balísticas avançadas, capazes de atingir alvos em Israel com precisão e velocidade (14 vezes a velocidade do som), expôs as limitações dos sistemas de defesa israelenses, como o Domo de Ferro e o Arrow, reforçando a percepção de um equilíbrio de terror


#### 4. **Implicações Geopolíticas e a Nova Fase na Região**

O conflito de 12 dias, embora breve, marca uma nova fase na geopolítica do Oriente Médio, caracterizada por guerras relâmpago, pressão mediática e a interação de estados e atores não estatais. A intervenção direta dos EUA, sob a liderança de Trump, contrasta com a relutância de potências europeias, que se limitaram a apelos diplomáticos por moderação. A proposta de resolução no Conselho de Segurança da ONU, liderada por Rússia, China e Paquistão, reflete a ascensão de um mundo multipolar, onde o Sul Global busca maior influência. A exclusão da Índia, acusada de alinhamento com Israel, evidencia tensões no bloco BRICS.


Além disso, a questão do urânio enriquecido iraniano (400 kg a 60%) permanece uma incógnita. Embora o Irã esteja próximo de atingir os 90% necessários para uma arma nuclear, a falta de um sistema de entrega (delivery system) e testes adequados sugere que o país ainda não possui uma bomba funcional. A possibilidade de que o urânio tenha sido transferido para a Rússia ou armazenado em local seguro reforça a ideia de que o Irã mantém sua capacidade estratégica, apesar dos ataques.


#### 5. **Perspectivas para a Diplomacia**

A aparente estabilização do cessar-fogo, confirmada por Israel e pela mídia iraniana na manhã de 24 de junho, sugere que a diplomacia, mediada por Trump e apoiada por atores como o Catar, pode prevalecer no curto prazo. A declaração do ministro da Defesa israelense, Israel Katz, de que Israel respeitará o cessar-fogo enquanto o Irã o fizer, indica uma trégua condicional, mas frágil. A pressão de Trump para evitar novos ataques, combinada com sua reunião iminente com Volodymyr Zelensky em Haia, no âmbito da OTAN, reforça sua tentativa de consolidar uma imagem de líder global capaz de resolver conflitos simultâneos.


No entanto, a capacidade de iniciativas multilaterais em Genebra, Bruxelas ou Cairo de substituir a mediação presidencial de Trump é limitada. A retórica bombástica e a presença mediática de Trump, aliadas ao peso militar e econômico dos EUA, conferem-lhe uma influência que outras potências, como China ou Rússia, exercem de forma mais discreta. A União Europeia, apesar de seus apelos por diplomacia, foi marginalizada, com Trump criticando sua ineficácia.


#### 6. **Impactos Econômicos e a Questão do Petróleo**

Um dos objetivos implícitos de Trump, como destacado, foi evitar uma alta nos preços do petróleo, que poderia prejudicar a economia global e sua popularidade doméstica. A decisão do Irã de não fechar o Estreito de Ormuz, após pressão chinesa e mediação do Catar, contribuiu para a estabilização temporária dos mercados. No entanto, o disparo inicial nas bolsas de valores americanas e a alta de mais de 10% no preço do petróleo refletem a sensibilidade do mercado a qualquer escalada no Oriente Médio. A aceitação de Trump de que o Irã venda petróleo à China sem sanções pode ser um sinal de desescalada, mas também uma concessão estratégica para manter a estabilidade econômica.


### Conclusão

As últimas 24 horas do conflito entre Israel e Irã ilustram uma dinâmica complexa, onde ações militares calculadas, pressão mediática e diplomacia de alto nível convergiram para evitar uma escalada catastrófica. O "teatro Kabuki" descrito reflete uma coreografia geopolítica em que os atores principais (EUA, Israel, Irã, Catar, Rússia e China) calibraram suas ações para alcançar objetivos estratégicos sem desencadear uma guerra total. A liderança de Trump, com sua combinação de ameaças públicas e negociações discretas, foi determinante para restabelecer o cessar-fogo, embora sua durabilidade permaneça incerta.


A dissuasão mútua, baseada no arsenal nuclear israelense e nos mísseis hipersônicos iranianos, criou um equilíbrio de terror que forçou ambos os lados a recuar. A intervenção de potências secundárias, como o Catar, e a influência indireta de Rússia e China destacam a transição para um mundo multipolar, onde os EUA ainda exercem hegemonia, mas enfrentam crescente competição. A reunião de Trump com Zelensky, marcada para 25 de junho em Haia, sugere que o presidente americano busca consolidar sua influência em múltiplas frentes de conflito, reforçando sua narrativa de "pacificador". Contudo, a fragilidade do cessar-fogo e as tensões internas em Israel e no Irã indicam que a diplomacia continuará sendo testada nos próximos dias.


Agora, vou mostrar aqui os 10 pontos angustiantes do ex-presidente Mnitri Medvedev, braço direito do próprio Presidente Vladimir Putin:

"O que os americanos conseguiram com seu bombardeio terrível nas três usinas nucleares do Irã?"


“1-A infraestrutura crítica do ciclo do combustível nuclear parece não ter sido afetada ou sofreu apenas danos menores.”


“2-O enriquecimento de material nuclear — e agora podemos dizê-lo abertamente, a futura produção de armas nucleares — continuará.”


“3-Um bom número de países está disposto a fornecer diretamente ao Irã suas próprias ogivas nucleares.”


“4-Israel está sob ataque, explosões estão sacudindo o país e a população está em pânico.”


“O EUA encontra-se envolvido num novo conflito, com perspectivas de uma operação terrestre (mega-sica!) a espreitar no horizonte.”


“6-O regime político do Irã sobreviveu --- e com toda a probabilidade se tornou mais forte.”


“7-A população se uniu em torno da liderança espiritual do país, incluindo aqueles que antes eram indiferentes ou se opunham a ela.”


“8-Donald Trump, outrora elogiado como um “presidente da paz”, empurrou os EUA para outra guerra.”


“9-A grande maioria dos países do mundo se opõe às ações de Israel e dos EUA.”


“10-Nesse ritmo, Trump pode esquecer o Prêmio Nobel da Paz, apesar de quão fraudado ele se tornou.”


"Que jeito de dar um toque especial, Sr. Presidente. Parabéns!"

Aliás, além dos apelos da oposição pela destituição do presidente dos EUA por ter iniciado uma guerra sem a permissão do Congresso, o que incomodou seus apoiadores do MAGA foi que, em seu breve discurso de 5 minutos, Trump mencionou Israel e os israelenses antes dos próprios EUA e seus soldados.

Incrivelmente, o agora sequestrado Trump, com uma roleta russa na mão, que se tornou o Cavalo de Troia de Netanyahu, abriu duas novas frentes em sua instável agenda global no mesmo dia: uma externa, a guerra contra o Irã, e outra interna, a revolta de seus apoiadores da base MAGA, que juntos colocam em questão sua governabilidade nas próximas eleições de meio de mandato, quando a esmagadora maioria da população dos EUA — de acordo com a pesquisa The Economist/YouGov — já havia se manifestado contra novas aventuras militares.

Trump terá um plano de saída? Tudo dependerá do que o Ministro das Relações Exteriores Aregchi e o Czar Vlady Putin decidirem amanhã em Moscou.

O ataque dos ianques sionistas ao Irã foi feito com bombas GBU-57. Elas têm a capacidade de atingir até 80 metros de profundidade. As instalações iranianas são mais profundas, além de 100 metros, portanto não atingiu o alvo.

Saiu na própria mídia israelense, em alguns portais, na The Economist, e também na mídia iraniana, que o ataque foi superficial, não inviabilizou o programa nuclear iraniano.

A reação ou resposta iraniana veio com um ataque com mísseis Raibar-Shakam. Atingiu o aeroporto internacional Ben Gurion, em Telavive, o qual está interditado, atingiu também o centro de pesquisas biológicas em Telavive, e também um centro de comando do Mossad, dentro de Israel.

A autoridade do Iraque anunciou que todas as bases americanas dentro do Iraque são alvos e poderão ser atacadas.

O parlamento iraniano aprovou o fechamento do Estreito de Hormuz, mas ainda requer o aval do Ayatollah Khamenei, um dos líderes mais equilibrados, ao contrário do que prega a mídia sionista.

Os radicais dentro do regime iraniano são os generais da guarda revolucionária que assumiram o poder, o que mostra a tremenda bobagem que Israel fez aí assassinar os líderes mais moderados do Irã, na verdade, mais uma peça de propaganda do que qualquer outra coisa.

Alguns oficiais israelenses vieram a público dizer que essa guerra vai se arrastar por muito tempo, saiu no canal 3 israelense que Israel quer reabrir as vias diplomáticas com o Irã, o que chega a ser bastante engraçado, depois do ataque ianque. O fato é que o Iron Dome está ficando obsoleto. Uma guerra de atrito é o pior dos mundos para Israel, o Irã tem grandes possibilidades de inviabilizar a economia israelense. A guerra custa a Israel 200 milhões de dólares por dia, Tel Aviv é atingida todo dia pelos mísseis balísticos iranianos, isso para não mencionar os mísseis hipersônicos, ainda sequer utilizados. 

O canal 3 israelense noticiou que Israel quer procurar vias diplomáticas, porque não acredita que a guerra será curta.

O complexo militar industrial ocidental terá muitas dificuldades em sustentar duas guerras de atrito contra dois países, Rússia e Irã, em algum momento as lideranças vão ter que de fazer a escolha de Minerva, escolher o seu favorito e deixar o outro perder a guerra. 

Desdobramentos da política interna americana mostram que Trump está derretendo, batendo recorde de desaprovação. Esse ataque vai aumentar a aprovação dele, aliás quando Trump assassinou unilateralmente o general Kassem Suleimani, ele passou por cima do Congresso. Um ataque como o de ontem ao Irã, segundo a lei americana, precisaria de aprovação do Congresso, e não existiu essa aprovação. 

Em termos do campo de batalha em si, o ataque não mudou praticamente nada, as capacidades de mísseis do Irã não foram atingidas, a capacidade do Irã nuclear segue a mesma, e aí vem a guerra de atrito.

Israel não tem a profundidade estratégica, Israel é 10 vezes menor que o Irã em população, e 75 vezes menor que o Irã em território, significa que a sociedade iraniana e o território iraniano conseguem absorver muito mais o dano e o atrito. Uma guerra de média e longo prazo é um pesadelo para Israel. 

Será que vai aparecer um cisne negro e mudar tudo para Israel? 

A pergunta é, por que o Irã negociaria se foi atacado exatamente no meio de uma negociação, com os EUA? O Irã estava sentado à mesa negociando com os Estados Unidos, quando foi atacado, brutalmente. 

Ou teremos um cisne negro, ou Israel viverá momentos muito trágicos, muito em breve.










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