BRASIL TOMA O AGRONEGÓCIO DOS EUA
A dinâmica global é complexa e imprevisível, com conflitos, crises econômicas, avanços tecnológicos e mudanças políticas podendo alterar significativamente o equilíbrio de poder. Embora os EUA e a China sejam os principais candidatos, a situação pode evoluir de maneiras inesperadas. O gás é um dos negócios mais importantes do mundo e sua presença e influência na geopolítica é determinante.
Imagine conectar dois países através de um gigantesco duto subterrâneo que transporta gás natural por mais de 3.000 quilômetros. No Brasil e na Bolívia região onde a dependência de energia é crucial para o desenvolvimento econômico, garantir um fluxo contínuo de gás natural era vital.
A solução foi construir um gasoduto que atravessasse montanhas, rios e florestas, unindo os dois países em uma rede energética eficiente. O Gasoduto Brasil-Bolívia é o maior projeto de infraestrutura de gás natural da América Latina.
A construção deste gasoduto mudou o cenário energético da América Latina.
O Gasoduto Brasil-Bolívia, conhecido como Gasbol, se estende por exatos 3.150 quilômetros e possui um custo estimado de 2,154 bilhões de dólares, sendo que 435 milhões, 20% correspondem a investimentos do lado boliviano e 1,719 bilhões 80%, do lado brasileiro. Começa na pequena localidade de Rio Grande, 40 quilômetros ao sul de Santa Cruz de Laceira, na Bolívia. Dali se estende por 557 quilômetros até a fronteira com o Brasil em Porto Soares. Em seguida, vem Corumbá, Mato Grosso do Sul, onde a operação do gasoduto é assumida pela Transportadora Brasileira Gasoduto Brasil-Bolívia, ou TBG. Continuando no solo brasileiro, o gasoduto percorre aproximadamente 2.593 quilômetros, cortando os estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, até atingir seu destino final, Porto Alegre. Ao longo deste trajeto, atravessou umas 5.000 propriedades, em 135 municípios.
O gasoduto passa por áreas que representam 71% do consumo energético, 82% da produção industrial e 75% do PIB nacional.
Vamos entrar um pouco na história do GasBol, ideia do gasoduto começou a tomar forma nos anos de 1990, quando o Brasil precisava diversificar sua matriz energética para acompanhar o rápido crescimento populacional e industrial. Já a Bolívia, com suas vastas reservas de gás natural, precisava de um mercado confiável para impulsionar sua economia. Os negócios diplomáticos e comerciais se intensificaram ainda no início da década de 1990, culminando com um acordo entre a Petrobras, a IPFB e a Cementos Boliviana, em 1996.
A construção iniciou-se em 1997, enfrentou diversos como terrenos acidentados, preocupações ambientais, instabilidade política e tensões sociais na Bolívia. Seguiu firme, começando a funcionar em julho de 1999 e se tornou totalmente operacional em março de 2000, e foi ampliado ao longo do tempo. Esse marco não apenas fortaleceu a parceria entre Brasil e Bolívia, mas também estabeleceu um modelo de colaboração internacional, superando desafios geográficos e políticos para criar um corredor energético vital para ambos os países.
Mas como será que foi realizado a construção do maior gasoduto da América Latina? A construção do gasoduto Brasil-Bolívia é uma das impressionantes façanhas de engenharia do final do século XX, enfrentando e superando condições extremas ao longo de seu percurso. Desde a perfuração inicial até a última solda, cada etapa foi cuidadosamente planejada e executada para assegurar a integridade e eficiência do projeto, que é vital para a integração energética entre os dois países. O projeto teve início nas ricas reservas de gás de San Alberto e San Antônio, na Bolívia, onde as tubulações, essenciais para o transporte seguro de gás, foram colocadas em uma profundidade de 1 a 3 metros, garantindo proteção contra impactos ambientais e humanos.
Essa profundidade foi cuidadosamente calculada para evitar danos que poderiam comprometer o fluxo de gás e a segurança do gasoduto. Um dos aspectos mais inovadores da construção foi a utilização de técnicas de perfuração horizontal. Essa técnica permite a passagem sob obstáculos naturais sem a necessidade de grandes escavações.
Com esta abordagem, não apenas minimizou o impacto ambiental, mas também demonstrou o compromisso do projeto por práticas sustentáveis. Já para garantir o fluxo contínuo e eficiente de gás, foram instaladas 15 estações de compressão que são responsáveis por manter a pressão necessária para que o gás alcance seu destino no Brasil. Também foram construídos 47 pontos de entrega, ou Serigate, que reduzem a pressão para entregar o gás à distribuidora local, e 4 estações de medição, sendo 3 no Brasil que controlam pressão e variáveis operacionais.
É importante ressaltar que a construção do GasBol foi gerada por duas empresas distintas, a Companhia Boliviana de Transportes GTB, no lado boliviano, e a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil TGB, no lado brasileiro. Essas empresas foram criadas especificamente para supervisionar e operar o gasoduto em seus respectivos territórios, garantindo que todas as normas técnicas e da segurança fossem rigorosamente seguidas. Com a conclusão desse projeto, o Brasil não só diversificou sua matriz energética, mas também solidificou sua posição como uma potência industrial na América do Sul, simbolizando uma aliança estratégica entre as duas nações, mostrando como projetos de infraestrutura bem planejados e executados podem transformar desafios em oportunidades de desenvolvimento sustentável.
Para compreender a magnitude do gasoduto Brasil-Bolívia, é valioso compará-lo com outros megaprojetos de infraestrutura energética que compartilham características semelhantes em termos de extensão e impacto econômico. Um projeto comparável é o gasoduto Nord Stream, que conecta a Rússia à Alemanha através do Mar Báltico. Com aproximadamente 1.200 quilômetros de extensão, este gasoduto foi inaugurado em 2011 e representa um investimento de cerca de 9 bilhões de euros.
O Nord Stream é fundamental para o fornecimento de gás natural à Europa Ocidental, destacando-se por sua capacidade de transportar grandes volumes de gás de maneira eficiente. Anualmente, o Nord Stream transporta cerca de 55 bilhões de metros cúbicos de gás natural, reforçando sua importância para o suprimento energético europeu. Outro projeto significativo é o gasoduto TAP Turcomenistão-Afeganistão-Paquistão-Índia, que está em construção e prevê uma extensão de cerca de 1.814 quilômetros.
Este gasoduto é projetado para transportar gás natural das vastas reservas do Turcomenistão para o sul da Ásia, promovendo a cooperação econômica entre os países envolvidos. Com um custo estimado de 10 bilhões de dólares, o TAP enfrenta desafios consideráveis devido às condições políticas e à segurança nas regiões que atravessa. Quando concluído, espera-se que o TAP transporte aproximadamente 33 bilhões de metros cúbicos de gás natural por ano, atendendo às crescentes necessidades energéticas da Ásia Meridional.
Comparando com o gasoduto Brasil-Bolívia, que se estende por mais de 3 mil quilômetros, vemos tanto semelhanças quanto diferenças. Assim como Nord Stream e o TAP, ele também é crucial para a segurança energética, conectando o mercado boliviano de gás natural ao crescente mercado brasileiro. Além disso, o projeto que liga o Brasil é responsável por transportar cerca de 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, o que corresponde a aproximadamente 11 milhões de metros cúbicos por ano.
Dessa forma, ressalta sua importância estratégica e promove a integração econômica regional e a diversificação da matriz energética brasileira. O impacto do gasoduto Brasil-Bolívia é vasto e multifacetado, trazendo benefícios significativos para ambos os países. No Brasil, o gasoduto foi crucial para reduzir a dependência de fontes de energia mais poluentes, como petróleo e carvão, facilitando a transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável.
Isso não apenas vai melhorar a qualidade do ar nas grandes cidades, mas também alinha o Brasil com as tendências globais de sustentabilidade. Economicamente, o projeto impulsionou o crescimento industrial, especialmente em estados como São Paulo e Mato Grosso do Sul. A disponibilidade constante de gás natural promoveu o desenvolvimento de novas tecnologias e indústrias, gerando empregos e ampliando as oportunidades econômicas.
Já na Bolívia, a exportação de gás natural através do gás-pol gerou receitas significativas que foram investidas em infraestrutura, educação e programas de desenvolvimento social, resultando em melhorias tangíveis na qualidade de vida da população. Esse fluxo de recursos contribuiu para o fortalecimento das bases econômicas do país e para a redução da pobreza em várias regiões. Em conclusão, o Gasoduto Brasil-Bolívia não é apenas uma obra de infraestrutura.
O Brasil toma mercados de agronegócio dos EUA
Durante as últimas quatro décadas, a China tem sido a maior importadora de alimentos do mundo, e os agricultores americanos foram grandes exportadores para a China. Isso está mudando agora.
A China está agora sendo, cada vez mais, suprida pela Rússia e pelo Brasil, e menos pelos EUA. A China mecanizou grandemente sua própria agricultura e bate recordes na produção agrícola doméstica.
Neste ano de 2024, colheram 700 milhões de toneladas de grãos, um aumento de mais de 10 milhões de toneladas em relação a 2023.
Um grande negócio de grãos acontece entre a Rússia e a China, novos corredores de grãos levam grãos russos para a China e para outros países na Ásia do Sul. Bom, isso cresceu após as sanções impostas à Rússia pelo ocidente hegemônico.
Agora cresce a exportação de grãos do Brasil para a China. Enquanto os grãos russos estão tomando o mercado dos agricultores americanos e canadenses, o Brasil está tomando boa parte do comércio de carne.
O status de vida na China só cresce e a demanda por carne também só cresce. A importação de carne da China levava muito lucro para os agrícolas da América do Norte, mas eles estão sendo substituídos rapidamente, por exemplo, nos primeiros nove meses de 2024, as exportações da América do Norte para a China foram as mais baixas em quatro anos, isso numa demanda crescente de proteína animal, batendo recordes.
Não são apenas os agricultores americanos que estão suprindo a demanda. O Brasil é o cara da vez. A produção e exportação de carne dos EUA está declinando. A agricultura dos EUA está sendo trocada por agricultores brasileiros.
Os mercados de carne da América do Norte são os mais baixos nos últimos 70 anos. O setor agrícola estadunidense, em 2024, teve um déficit de comércio, um prejuízo, em torno de 32 bilhões de dólares.
Em 2025 será pior, o déficit deverá atingir os 45 bilhões de dólares. O problema aqui é que a exportação diminui. Os preços brasileiros são muito competitivos agora.
Os consumidores americanos ficariam surpresos se soubessem que os preços de alimentos estão caindo, em geral, em todo o mundo. Só que isso não é verdade nos supermercados dos EUA. Todos os fatores macroeconômicos que anteriormente beneficiavam os agricultores americanos e europeus estão desaparecendo.
A população mundial está estabilizando nas próximos décadas, então a demanda por alimentos, a longo prazo, vai mais devagar. E muitos lugares do mundo, onde os geógrafos apontavam subnutrição e fome, como na China e na Índia, estão agora batendo recordes de produção. Então, os preços estão caindo e os agricultores gringos não estão mais com a bola nos pés, determinando as jogadas e os preços.
Muito do mercado agrícola global está sendo feito bilateralmente, fora dos sistemas financeiros ianques. Quantidades imensas de grãos estão fluindo para a China desde a Rússia, Kazaquistão e Brasil. É um comércio gigante, e nós nem sabemos quão grandes são, mas podemos dizer dos preços nos nossos mercados de comércio que eles são grandes o suficiente para alimentar a Ásia.
O segredo mais bem guardado do colapso soviético:
Traição interna e sabotagem externa é que derrubaram a União Soviética.
O capitalismo liberal e a nomenklatura monopolista bloquearam os avanços que poderiam ter mudado o destino do mundo.
Na década de 1960, a União Soviética estava à beira de uma transformação histórica que poderia tê-la tornado a primeira sociedade pós-capitalista do mundo.
Tecnologias inovadoras, sistemas de gestão automatizados e fontes de energia revolucionárias estavam prontos para serem implantados, ameaçando deixar o Ocidente nas sombras.
No entanto, uma combinação de interesses particulares da elite soviética e a pressão das potências capitalistas selaram o destino do sistema socialista. A URSS não conseguiu fazer a transição para o futuro, vamos revelar as forças ocultas por trás do seu colapso.
Na década de 1960, a União Soviética tinha a tecnologia e o conhecimento nas suas mãos para superar o capitalismo global e transformar o mundo, mas sua própria elite sabotou estes avanços.
Projetos revolucionários como o OGAS e a fusão nuclear fria foram bloqueados por interesses internos e externos, garantindo a estagnação do sistema soviético.
A integração da Nomenklatura Soviética no capitalismo mundial marcou o início do fim para a União Soviética, entregando-a como saque às potências ocidentais.
Sistema Nacional Automatizado de Coleta e Processamento de Informações para Contabilidade, Planejamento e Gestão da Economia Nacional (OGAS):
* Na história da computação: Foi o primeiro projeto integral de um estado digital, desenvolvido na União Soviética na década de 1960. O objetivo era criar um sistema automatizado para coletar e processar dados econômicos do país.
A fusão nuclear fria.
Diferente da fusão nuclear que ocorreria em estrelas e requer temperaturas altíssimas, a fusão fria busca realizar essa reação em condições de temperatura ambiente. A ideia é combinar núcleos atômicos para liberar energia, mas sem a necessidade de equipamentos gigantescos e condições extremas.
* Energia limpa: Se fosse possível dominar essa tecnologia, teríamos uma fonte de energia praticamente inesgotável e sem emissão de gases do efeito estufa.
* Compacta: Os reatores de fusão fria poderiam ser muito menores que os atuais reatores nucleares, tornando a energia nuclear mais acessível.
* Falta de comprovação: Apesar de alguns experimentos promissores, a fusão fria ainda não foi reproduzida de forma consistente em diferentes laboratórios, o que gera muitas dúvidas sobre sua viabilidade.
* Desacordo com a teoria: A fusão fria desafia muitas das leis conhecidas da física, o que torna difícil para muitos cientistas aceitarem essa ideia.
Prever qual país será o mais poderoso do mundo em 2025?
Vamos considerar uma série de fatores econômicos, militares, tecnológicos, políticos e geopolíticos.
Até outubro de 2023, os Estados Unidos eram a nação mais poderosa do mundo, com base em seu poderio militar, influência econômica, avanços tecnológicos e presença global.
No entanto, a China tem se destacado como um forte concorrente, com um crescimento econômico acelerado, investimentos em tecnologia e uma crescente influência geopolítica.
Fazendo um resumo rápido podemos dizer que:
1. Estados Unidos: Mantêm uma forte liderança em inovação tecnológica, poder militar e influência cultural.
2. China: Com seu crescimento econômico contínuo e investimentos em áreas como inteligência artificial e infraestrutura global (por exemplo, a iniciativa Belt and Road).
3. Rússia: Apesar de desafios econômicos, mantém uma presença militar significativa e influência geopolítica.
4. União Europeia: Como bloco, possui uma forte economia e influência política, enfrenta desafios internos crescentes.
5. Índia: Com uma economia em rápido crescimento e uma população jovem, pode aumentar sua influência global.
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