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A BATALHA PERDIDA

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Por que os EUA já perderam a batalha contra a China? Porque sua outrora robusta base industrial foi esvaziada pela enorme terceirização que começou com a entrada da China na OMC em 2001. Os EUA dependem de fornecedores chineses para componentes essenciais, incluindo aqueles em seu arsenal militar — como parafusos e porcas para mísseis Tomahawk — tornando qualquer confronto logisticamente suicida. Essa vulnerabilidade não é acidental: enquanto os EUA priorizavam as finanças e a terceirização, a China dominava a indústria de médio e baixo custo, onde robôs e drones eficientes estão corroendo as fortalezas militares e industriais dos EUA. E as métricas antropológicas de Emmanuel Todd, como a mortalidade infantil mais alta que a russa e o declínio da fertilidade, ressaltam uma coesão social fragmentada, agravada pelo declínio educacional (agora há apenas 7% de estudantes de engenharia contra 25% na Rússia), tornando impossível sustentar a hegemonia unipolar. Quando isso começou? Desde 2010...

A LIGA MUNDIAL ANTICOMUNISTA

**A Liga Mundial Anticomunista (WACL) e a Gênese da Operação Condor** A Liga Mundial Anticomunista (WACL, do inglês *World Anti-Communist League*) foi uma organização influente durante a Guerra Fria, desempenhando um papel central na articulação de redes repressivas globais, incluindo o embrião da Operação Condor. Sua história conecta regimes autoritários, ex-colaboradores fascistas e ditaduras latino-americanas em uma cruzada anticomunista. ### 1. Origens e Fundação (1966-1967) A WACL foi criada em 1966, em Taipei, ou 1967, em Seul, dependendo da fonte, a partir da fusão de ligas anticomunistas regionais, especialmente a Liga Anticomunista dos Povos da Ásia (APACL). Suas raízes remontam à vitória comunista na China (1949) e à Guerra da Coreia (1950-1953), com forte influência de regimes conservadores como o Kuomintang de Taiwan e o governo sul-coreano. No contexto da Guerra do Vietnã e da doutrina de contenção dos EUA, a WACL surgiu para coordenar esforços anticomunistas transnacionai...

REFORMA ADMINISTRATIVA

  A Reforma Administrativa em Debate Hoje vamos falar da Reforma Administrativa , tema que voltou à pauta e tem mobilizado sindicatos em todo o país.  Há um risco real de precarização do serviço público, com impacto direto na vida de milhões de servidores e da população que depende deles. Houve um relatório do grupo de trabalho da Câmara , coordenado pelo deputado Pedro Paulo (PSD), já bastante criticado pelos sindicatos. Agora, novas informações surgiram, embora de forma fragmentada e sem transparência, o que aumenta a preocupação. O discurso da burguesia Um editorial recente do Correio Braziliense ilustra bem a narrativa dominante: fala em “privilégios”, “ineficiência” e “Estado inchado”. Esse discurso, repetido há décadas, ignora que o Brasil tem menos servidores proporcionalmente do que EUA e Europa, e que a ineficiência resulta sobretudo de baixo investimento e sucateamento deliberado . Enquanto isso, o verdadeiro gasto “inchado” está em outro lugar: Só em 20...

Ele é um cão

Robert De Niro, renomado ator e figura icônica da cultura americana, expressou sua indignação em relação a Donald Trump com palavras contundentes: “Ele é um punk, um cachorro, um porco, um charlatão, um idiota que não sabe o que diz, que não faz sua lição de casa, que não se importa, que pensa estar brincando com a sociedade, que não paga seus impostos. Colin Powell disse o melhor: ele é um desastre nacional, uma vergonha para este país”. De Niro lamenta que os Estados Unidos tenham chegado ao ponto de permitir que alguém como Trump, descrito por ele como um “idiota” e “bozo”, alcance tal proeminência. Em tom de revolta, o ator chegou a afirmar que gostaria de “dar um soco no rosto” de Trump, em resposta às declarações beligerantes do político. O historiador Leandro Karnal, em seu livro sobre a história dos Estados Unidos, destaca as incoerências e paradoxos da nação, mas enfatiza que a democracia americana sempre se sustentou em pilares inquestionáveis, que agora estão sendo sistemati...

MEU NOME É ISRAEL

 Eu sou Israel. Nunca perco a oportunidade de reivindicar a vitimização enquanto inflijo violência. Em 1947, as Nações Unidas me entregaram mais da metade das terras de outra pessoa. Um presente que não ganhei, de potências coloniais que não as possuíam. Eu aceitei. Meus vizinhos se opuseram. Chamei isso de guerra — e, no caos, comecei minha limpeza. Mais de 700.000 palestinos foram expulsos de suas casas — alguns fugiram, sim — mas muitos foram forçados a sair sob a mira de armas, suas aldeias arrasadas, seus nomes apagados. Então plantei pinheiros sobre as ruínas — para esconder a memória. Florestas onde antes havia casas. Parques sobre cemitérios. Eu as tornei verdes para que o mundo não visse o preto por baixo. Chamei isso de "reflorestamento". Eles chamaram de apagamento. Eu sou Israel. Nunca escolhi a paz — apenas o domínio.  Em 1967, lancei uma guerra preventiva e tomei Gaza, a Cisjordânia, Jerusalém Oriental, as Colinas de Golã e o Sinai. Afirmei que era por segurança...

SPINOSA

 Baruch Espinosa, filósofo holandês de meados do século XVIII, escreveu o Tratado da Emenda do Intelecto",  Espinosa fala em três formas de conhecimento: - Por experiência ou opinião. É baseado em percepções sensoriais diretas ou relatos de outras pessoas. É suscetível a enganos. Especialmente porque valoriza a parte em detrimento do todo. - Pela razão. É baseado na reflexão, que deriva do estudo metódico.  Exige identificação das causas e das relações gerais. É um saber de integralidade analítica. Cada tese se submete ao crivo epistemológico do observador-investigador. - Pela intuição. Essa é a forma mais elevada de conhecimento. Captura a essência das coisas, permitindo uma compreensão profunda da realidade. Veja bem, não é o achismo ou a ideia do vidente místico. Muito pelo contrário.  Peço licença para elencar algumas ideias do companheiro Espinosa para clarificar os conceitos. - O conhecimento verdadeiro liberta da escravidão das paixões. - A razão é o caminho p...

O BRASIL TEM ARMAS DE DESTRUIÇÃO EM MASSA?

📢 “O Brasil tem armas de destruição em massa.” Essa frase soa absurda, quase uma fake news. Mas vale perguntar: será mesmo tão absurdo assim? Oficialmente, não. O Brasil é signatário de todos os tratados que proíbem armas nucleares, químicas e biológicas. Na prática, o país se apresenta como uma potência pacífica, que defende a desnuclearização do mundo e que faz da América do Sul uma zona livre de armas atômicas. Tudo muito bonito, muito diplomático. Mas vamos olhar de outro ângulo. O Brasil domina o ciclo completo do urânio, tem tecnologia de enriquecimento própria — coisa que nem todos os países conseguem —, e está construindo um submarino nuclear. Isso não é pouca coisa. Significa que, se quisesse, o país poderia cruzar a fronteira tecnológica e se transformar, em poucos anos, em potência nuclear. E aqui está a contradição: o Brasil abre mão da bomba em nome de uma posição moral no cenário internacional. Mas, num mundo em que Índia, Paquistão, Coreia do Norte, Israel e até potênc...