O OURO DOBRA O IMPERIO DESMORONA

Quando o ouro dobra: a regra que prevê o fim dos impérios

Você já se perguntou por que, agora que o valor do ouro dobrou de US$ 2.000 para US$ 4.000 em menos de dois anos, a grande mídia permanece tão silenciosa?

Quando o preço do ouro dobra em relação à moeda dominante, as grandes potências ou impérios entram em declínio.

Não se trata de uma mera coincidência, mas de uma certeza matemática, ligada à desvalorização das moedas e à perda de confiança nos sistemas financeiros.

Isso não só gera caos, como também desencadeia a maior transferência de riqueza da história da humanidade, onde poucos ganham enquanto a maioria perde.

Vou tentar explicar com exemplos históricos:

Primeiro, lembre-se da regra básica: “Quando o ouro dobra de valor, os impérios caem”.

E isso não é alarmismo, é apenas história, mas o que é realmente importante é a transferência de riqueza que se segue.

Aqueles que compreendem esse padrão podem se posicionar para criar riqueza geracional, enquanto outros vão à falência.

Vamos embarcar nesta jornada através do tempo para ver como esse padrão se repetiu em Roma, Espanha, França, Grã-Bretanha e agora nos Estados Unidos.

Comecemos por Roma; aí reside a clara origem deste ciclo.

A principal moeda era o denário de prata, introduzido por volta de 211 a.C., com 95% de prata pura (cerca de 4,5 gramas).

Durante quase 300 anos, manteve-se estável e confiável em todo o império.

Mas, como sempre acontece com os governos, eles começaram a gastar mais do que arrecadaram.

Sob imperadores como Nero (por volta de 60 d.C.), o teor de prata caiu para 90%, depois para 85% sob Trajano, para 70% sob Cômodo e para 50% na dinastia Severa, no início do século III d.C.

A crise do terceiro século foi o ponto de ruptura: por volta de 250 d.C., o denário continha menos de 5% de prata; era basicamente cobre com uma fina camada de prata.

As pessoas perceberam: os soldados exigiam pagamento em ouro. Os preços subiram mais de 1.000% em décadas.

Áureo, a unidade monetária básica de ouro da Roma antiga e do mundo romano.

Um áureo de ouro, que inicialmente valia 25 denários, passou a valer milhares ou milhões na época em que Constantino introduziu o sólido.

O ouro duplicou e multiplicou-se em relação ao denário, sinalizando não prosperidade, mas um colapso da confiança.

Houve caos político: 20 a 26 imperadores em 50 anos (235-285 d.C.), todos com mortes violentas.

O império foi dividido, o comércio entrou em colapso, os impostos aumentaram e, em muitas regiões, voltou-se ao escambo.

Cícero reclamou que ninguém sabia quanto valia seu dinheiro, e um imperador como Caracala disse que somente ele deveria ter dinheiro para dar aos soldados.

Em resumo, a desvalorização da moeda levou à duplicação do preço do ouro e ao fim do Império Romano como o conheciam.

Vamos continuar com a Espanha no século XVI…

Estamos falando daquele império que, na época, era uma superpotência mundial graças às suas colônias e frotas carregadas de tesouros.

Eles traziam ouro e prata do Novo Mundo: mais de 200 toneladas de prata por ano de minas como a de Potosí, na Bolívia.

O historiador Earl Hamilton documentou como isso causou a "revolução dos preços": na Espanha, os preços quadruplicaram entre 1500 e 1600; na Europa, aumentaram seis vezes em 150 anos.

Embora adotassem o padrão-ouro e prata, o aumento maciço da oferta monetária sem crescimento na produção de bens e serviços gerou uma inflação brutal.

Os pobres não conseguiam acompanhar; os preços dos grãos, da lã e dos aluguéis dispararam.

Filipe II endividou o país com guerras, entrando em incumprimento em 1557, 1575, 1596 e 1607 (quatro vezes em 50 anos), com dívidas que ultrapassaram os 60% do PIB.

Para piorar a situação, eles desvalorizaram moedas como a moeda de cobre em 1566 e 1641, prometendo reformas que nunca cumpriram.

O valor do ouro e da prata dobrou em relação aos salários. As elites se protegeram com bens tangíveis, mas a classe média e os pobres foram devastados pela inflação.

A Espanha perdeu sua hegemonia, e os Países Baixos e a Grã-Bretanha assumiram o controle.

Mais uma vez, a duplicação do preço do ouro não representava riqueza, mas sim um sinal de que o império estava chegando ao fim.

Agora, a França antes da Revolução.

No final do século XVIII, a monarquia estava afundando em dívidas devido a guerras como a Guerra dos Sete Anos e ao seu apoio à Revolução Americana.

Em 1789, o governo revolucionário emitiu "títulos de propriedade", supostamente garantidos por terras confiscadas da Igreja.

Parecia uma boa ideia, mas eles imprimiram sem controle: mais de 45 bilhões em seis anos.

Uma moeda de ouro Luís de Ouro valia 15 libras em 1790; em 1795, seu valor havia caído para 600, uma queda de 40 vezes.

O ouro dobrou e multiplicou-se.

A hiperinflação destruiu as poupanças da classe média; os salários ficaram estagnados e houve revoltas por causa do pão em Paris.

A confiança evaporou-se, levando à violenta Revolução, ao Reinado do Terror (com dezenas de milhares de executados, incluindo o rei e a rainha) e ao caos até que Napoleão tomou o poder.

Mais uma vez, a duplicação do ouro em relação às reservas "alocadas" não representava prosperidade, mas sim o clamor do mercado de que o sistema estava entrando em colapso, culminando na queda de um império.

Vamos passar para a Grã-Bretanha…

O padrão se repete nos séculos XIX e XX.

A libra esterlina era a moeda de reserva mundial, lastreada em ouro, com Londres como seu centro financeiro. Mas guerras e dívidas a levaram à falência.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914), suspenderam o padrão-ouro para aumentar os custos de impressão. Tentaram restabelecê-lo na década de 1920, mas a confiança nunca retornou.

Após a Segunda Guerra Mundial, exaustos e dependentes de empréstimos americanos, eles desvalorizaram a libra em 30% em 1949 (de US$ 4,03 para US$ 2,80).

Em termos de libras esterlinas, o valor do ouro dobrou.

Um membro do Parlamento admitiu: o valor extra do ouro foi para bolsos privados, não para o Estado.

Crises contínuas nas décadas de 1950 e 1960 corroeram ainda mais a confiança; outra desvalorização em 1967 quebrou o London Gold Pool.

Em Bretton Woods (1944), o dólar substituiu a libra como âncora global.

A duplicação do padrão-ouro marcou o fim do domínio financeiro britânico; o império cedeu lugar aos EUA.

E agora, chegamos aos Estados Unidos…

É aí que o padrão toma um rumo perigoso.

Após a Segunda Guerra Mundial, o acordo de Bretton Woods (1944) fixou o dólar ao ouro a US$ 35 por onça, e outras moedas ao dólar.

Inicialmente funcionou, mas na década de 1960, os déficits e a impressão excessiva de dinheiro levaram as nações a resgatar dólares por ouro, esgotando as reservas.

O London Gold Pool (1961) tentou manter o preço, mas entrou em colapso em 1968, criando um mercado de dois níveis.

Em 1971, Nixon fechou a "janela de ouro" (proibindo novas conversões) e impôs uma tarifa de 10% para pressionar por reavaliações.

O preço do ouro subiu de US$ 35 para US$ 68 em 1973 (dobrando de valor), e o sistema de Bretton Woods entrou em colapso.

Hoje, o ouro dobrou de valor novamente: de US$ 2.000 por onça, há dois anos, para mais de US$ 4.000.

Amigos, não é que o ouro esteja subindo, é que o dólar está se desvalorizando.

Os bancos centrais compram quantidades recordes de ouro (2022-2024), enquanto a dívida dos EUA ultrapassa os 37 biliões de dólares, com défices anuais de 2 biliões de dólares.

Compras de ouro por bancos centrais globais em toneladas métricas versus depósitos oficiais estrangeiros mantidos sob custódia pelo Fed.

E é por isso que vemos o JP Morgan chamando isso de "comércio de desvalorização": os investidores recorrem ao ouro e ao Bitcoin para se protegerem da desvalorização das moedas fiduciárias.

É o mesmo sinal: confiança em queda, império em declínio.

Mas por que isso sempre leva ao colapso?

Este é o mecanismo:

Os governos prometem mais do que arrecadam (bem-estar social, gastos militares, etc.), então emitem dívida que o banco central monetiza (imprime dinheiro), diluindo o poder de compra.

É aí que entra em jogo o roubo invisível por meio da inflação (senhoriagem).

E então o "efeito Cantillon" afirma que o dinheiro novo vai primeiro para as elites (bancos, governos), que compram ativos tangíveis baratos. E quando ele chega até você, os preços já subiram.

A inflação beneficia os devedores (que pagam com dólares desvalorizados) e prejudica os credores/poupadores.

Este é o ciclo:

Gastos excessivos e dívidas.

Impressão.

A moeda se desvaloriza.

Quem poupa perde, quem deve ganha.

As elites compram ouro, terras e bens tangíveis.

A confiança desmorona. Portanto, o ouro duplicado faz parte do mecanismo, e não é apenas um sinal.


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