Osho entrando nas nuvens brancas (reedição de post de 07 de janeiro de 2013)

 "Eu andei pela cidade abandonada de Rajneeshpuram e vi coisas inacreditáveis. O 'quartel general' de Anand Sheela era um conjunto de trailers adaptados, verdadeira colméia de portas secretas e túneis escondidos. O seu quarto privado era um posto de comando com equipamentos eletrônicos de escuta. Havia microfones ocultos em todos os cômodos, espalhados por toda a comunidade de rajneeshes. Os aposentos  de Bhagwan, bem aparelhados, tinham mangueiras de óxido de nitrogênio ao lado de sua cama. O aposento estava rodeado por enormes banheiros com múltiplos chuveiros" (Jim Weaver, ex- Congressista Americano).


Rajneesh falou desde bem jovem, a partir de um nível de inteligência e de conhecimentos excepcionais. Sua presença magnética, inspirada, hipnótica, encantava as multidões de ouvintes. 
Rajneesh alterava facilmente o nível de percepção de centenas de indianos. Demolia facilmente a tradição religiosa hindu e aplicava novas técnicas. Foi influenciado por muitas leituras de Krishnamurti, do Taoismo, da filosofia Zen (Lao Tzu, Chuang Tzu, Bashô...), do Sufismo, Alan Watts, Gurdjieff (grande influência). O sábio, considerado um santo pela tradição indiana, Ramana Maharshi, foi chamado de Bhagwan por seus discípulos, o que era uma declaração espontânea de carinho. Por seu turno, Acharya (primeiro título de Rajneesh) simplesmente declarou que todos deveriam passar a chamá-lo de Shree Bhagwan (mestre divino, abençoado etc). A mudança de nome foi um momento de mutação em sua vida: 'Bhagwan Shree Rajneesh' ('Divino Mestre da Lua') e ocorreu assim: após passar por uma profunda crise existencial, teve uma experiência de iluminação espiritual ou 'satori' (mestres brâmanes afirmaram ser uma manifestação do 'tamoguna' ou 'laya', experiência altamente negativa, dissipadora, egocêntrica etc). Passa três anos dormindo, quase o tempo todo, dia e noite. De repente, começa a agir, viajar, a dar palestras libertárias como professor de filosofia, pela Índia (em Raipur Sanskrit College e na Jabalpur University). Logo se muda do pequeno apartamento em Bombaim para um amplo espaço em Poona, Índia, 1974. Atuava agora no plano mais mundano e prático. É 'adotado' por ricos patrocinadores da comunidade jaina: "Rajneesh nos dá a oportunidade de pecar como nunca, só que ele não chama isso de pecado" (ex-sanyasin, John Ephland). E vêm os publicitários, fotógrafos, businesmen, alfaiates, editores, agentes, banqueiros, mídia, marketing etc. Criava-se uma nova mística em torno de Rajneesh. Aos discípulos foi dada a missão de trazer mais discípulos, de preferência, os bem nascidos! Em torno de Rajneesh surge uma sólida e bem sucedida empresa. A riqueza material vem rapidamente. "O que vocês dizem é verdadeiro, mas o que eu digo, umas poucas 'mentirinhas úteis' está bom para o nível deles" (Rajneesh falando para o seu círculo mais íntimo de sanyasins, em Poona, Índia, 1975, segundo Christopher Calder, ex-discípulo)
   A comunicação com sua comunidade era sempre catártica. Palavras inspiradas, ditas de modo pausado, constante, como representando um sábio ancestral, pareciam vir ao encontro de uma nova expectativa, de uma NOVA ERA. A comunidade crescia e lhe entregava, de bom grado, todos os bens. A própria consciência era entregue, de todo o coração, com a benção do guru. Nas entrevistas, 
expressava-se sempre como se tudo não passasse de um jogo divertido, natural etc. Foi o início da comuna orgiástica! Devo ter lido uns 12 ou mais livros de Rajneesh (todos que minha mãe e irmão compravam, e outros que eu mesmo adquiria). Creio que, quando ainda era 'o Rajneesh', os livros eram exatamente iguais àquilo que ele ditava ou palestrava. Ler Rajneesh, para o novato, tábula rasa, é sofrer lavagem cerebral, virar revolucionário! O garoto logo crê estar salvando o mundo e vivendo a era de aquário. As religiões institucionais, a moral tradicional, o 'sistema' civilizatório são duramente criticados, expostos negativamente, idéias libertárias, 'progressistas', são inculcadas com ampla argumentação, de maneira expositiva, convincente, irônica, espirituosa. É comum a citação de estórias zen, sufis, intercaladas com piadas ilustrativas, para gerar o riso, a distensão, a entrega, o alívio. Os sanyasins  coletavam, para uso do guru, todo tipo de piadas (muitas foram tiradas da Playboy). 
   Rajnesh tem sido considerado por seus críticos como um moderno sofista. Distorce as idéias tradicionais através de uma contra-argumentação, e impõe a novíssima espiritualidade, contudo o faz, aparentemente, sem que pareça estar impondo idéias novas, que nasceriam unicamente de sua própria iluminação. 
As idéias de Rajneesh apresentam-se como uma solução libertária para os problemas humanos, mas os seus pensamentos apontam sempre para a sua própria experiência, suas percepções privilegiadas etc. Reitera, sistematicamente, sua própria liberdade em relação à influência que causa. 'Leitmotivs' (palavras-chave) são recorrentes: 'grande sabedoria', 'consciência sem limites', liberdade do conhecido' (expressões de Krishnamurti), 'sabedoria da insegurança', 'vivendo e fluindo no agora', 'apenas sendo', 'existindo como um nada' etc.  

   Os seus problemas de saúde começaram ainda antes de ser expulso da Índia. Segundo o laudo médico, Rajneesh estaria sofrendo da 'Síndrome de Fadiga Crônica'. Os sintomas são: fadiga, alergias, febres baixas constantes, fotofobia, dificuldade de ficar de pé, insônia, dores no corpo, hiper-sensibilidade a cheiros e produtos químicos. Seus guarda-costas (com suas metralhadoras Uzi, israelenses), sempre presentes após a tentativa de homicídio, cheiravam os visitantes ilustres (Calder). À fraqueza de seu sistema imunológico somou-se a diabetes tipo II, asma e severas dores nas costas. Os seus males decorreriam da fraqueza geral do sistema imunológico (há quem afirme que foi um dos primeiros aidéticos). Rajneesh afirmava que a hipersensibilidade física era 'um desequilíbrio psico-orgânico causado pela iluminação espiritual'. "Rajneesh estava constantemente doente, desde o tempo em que o encontrei pela primeira vez, em 1970, até sua morte, em 19 de Janeiro de 1990. Ainda nos anos 70, Rajneesh já reclamava das tonturas, ao ficar de pé. Durante os últimos meses de sua vida em Poona, passava, quase todo o tempo, em completa inconsciência" (Calder). Calder foi taxado (por outros sanyasins) como o 'ego ferido do discípulo traidor'. Na mística rajneeshiana, o ego deve ser destruído e colocado à disposição do guru (nisto não difere em nada dos outros gurus, rs). Na tradição indiana, o guru responsabiliza-se completamente pelo discípulo, mas Rajneesh rompeu completamente com isso. Além de Calder, críticos conhecidos são Hugh Milne, Satya Barti Franklin, Deeksha Grazia Mori, James Gordon, Julian Lee, Kate Strelley e muitos outros (neste artigo, sem pretensão alguma de esgotar tamanha polêmica, apresento alguns pontos de vista de uns poucos críticos). 

 Rajneesh começou a usar drogas prescritas, sobretudo Válium (Diazepan). Passou a tomar a dose máxima recomendada de 60 miligramas por dia. O excesso causa stress e efeitos hipnóticos. Inalava ainda, após tratamento dentário,  o óxido nitroso (N20), misturado com oxigênio puro. O gás é conhecido como o 'gás do riso' (ou hilariante), sedante e anestesiante. Afirmou aumentar sua criatividade (Parmatha escreveu sobre o uso de óxido nitroso por parte de Osho). O óxido nitroso aliviava a sensação de exaustão. No começo do uso de remédios, aparentemente, as drogas não prejudicaram seu raciocínio e memória. Mas no Rancho de Oregon, nos anos 80, costumava urinar nos corredores, como os viciados em heroína e bêbados fazem, mas é que estaria 'inebriado com a percepção divina'. 

 Seu olhar adquiriu um brilho perigoso, estava excepcionalmente exigente, experimentava com os sanyasins, parecia uma criança ... danada! A espontaneidade da criança tornava-se  feitiço; a inspiração, inteligência maquiavélica. Maria Grazia Mori (Deeksha) afirma que o 'santo' era muito cruel e manipulador: ...'descobri, dolorosamente, que ele não era um iluminado de modo algum'... (The Oregonian, Julho, 1985). Era sempre visto com Sheela, dirigindo algum de seus carrões. Aderira ao 'american way of life', de modo voraz: Rolls Royces, chapéus caros, roupas finas, relógios chiques, jóias caríssimas, aparelhos eletrônicos etc. Rajneesh passara a pressionar os sanyasins, exigia atos estranhos, arriscados. Comportava-se exatamente como o admirado Gurdjieff (Rajneesh pode ser considerado o maior discípulo do mago armênio). Colocava os sanyasins em situações difíceis, perigosas, penosas. Muitos se recusavam e abandonavam a comuna, por isso, Sheela mantinha listas negras para os defectores, anotava dados pessoais em relação ao tráfico de drogas, participações em subornos, em orgias, em conspirações etc. Os advogados, também sanyasins, defenderam a tese de que os problemas seriam todos causados por Sheela, sem que o guru jamais soubesse de nada (há um famoso  e condenado político brasileiro....). Ora, as ações da discípula seriam para proteger o sábio das agruras do errático comportamento humano. Mas Deeksha conta que Sheela tinha provas (fitas gravadas) de que todas as ordens vinham diretamente de Rajneesh, e que ela apenas obedecia cegamente as instruções de seu libertador! As fitas, no fim das contas, não foram utilizadas como prova no processo judicial. 

 Sanyasins chegavam da Índia e de toda parte. Boatos se espalhavam como fogo na palha. Era preciso salvar o guia do complô dos 'falsos sanyasins' (queriam tomar posse de sua fortuna). As autoridades, moradores, a CIA, todos fariam parte da trama. O fato essencial para a justiça foi o de que a linha de ataque dos sanyasins, bem armados, obedecia cegamente as ordens, e isto foi a ruína de Rajneesh nos EUA (assim como fora anteriormente na Índia). Rajneesh se tinha como um 'ser iluminado' e o mencionava, sistematicamente, uma certeza psíquica atávica, a de que era um ser iluminado, isento de qualquer responsabilidade externa, prevalecia sobre todas as tentativas de ser enquadrado pela primitiva lei tradicional.  Esta sua convicção (de ordem intelectual) mesclou-se a uma formidável capacidade de manipulação. Pode-se afirmar que Rajneesh podia agir (a exemplo de muitos outros gurus) como uma força centrífuga poderosa, que arrasta os demais consigo, em uma sua visão irresistível (existe farta descrição deste estado na vastíssima literatura espiritualista oriental). Sabe-se, através da tradição, que até que se atinja a 'libertação espiritual', um ser pode cair do 'alto da torre' (o tema do 'iogue decaído') e virar o 'aprendiz de feiticeiro'. Maior o poder, maior a queda e corrupção! A influência gurdjieffiana de Rajneesh sobre a comunidade de rajneeshes foi, certamente, ampliada pela inalação de N2O mais o Diazepan, desencadeando uma paranóia esquizofrênica (coisa impensável para um iluminado). Como explicar a série de contravenções, gradativamente piores, que se sucediam, em cadeia, na comuna? Tais delitos (tentativas de assassinato de autoridades locais, controle ilegal e violento de eleições, batelada de processos jurídicos contra os 'inimigos', vigilância secreta sobre a própria comunidade, bioterrorismo em massa etc) teriam sido perpetrados pelos sanyasins, furiosos, sob ordens implacáveis. A especulação e  a aquisição de terras eram outras demandas... Tudo ocorreu, é fato, no entorno rural da famosa comuna do Rancho Rajneesh, no Oregon, EUA. 

  Rajneesh passara a ver conspiração em tudo:  acusava a CIA, exaltava Hitler e Stálin, clamava contra o governo dos Estados Unidos, clamava virulentamente contra a raça judaica, usurária etc. Recusava-se a conceder o sanyas a homossexuais, acusando-os, então, de serem não-humanos, de propagadores da aids. De repente, exigia que o sexo fosse feito com protetor (já era bastante conhecido como o 'guru do sexo'). Foi a época em que situações de sexo livre e drogas se tornaram banais nas comunas. Acusações de prostituição, abortos, trabalho escravo estenuante, loucas orgias, esterilizações, drogas ..., acusações vinham de toda parte. No Rancho, a promiscuidade sexual era total, a pedofilia era usual, garotas perdiam a virgindade e engravidavam, criancinhas praticavam felação e relações completas com adultos, orgias etc. Doenças transmissíveis infectaram 90% dos sanyasins, então optou-se pelo aborto e  pela esterilização. O Mestre, de repente, mudava tudo, idéias repentinas, novas ordens, contra-ordens, adaptações, rituais de cura, de purificação, invocações, novas técnicas!  Em meio ao mar de denúncias, Rajneesh considerou a fuga para a URSS, visando à mescla de sua forma autoritária de espiritualidade  comunitária (centrada totalmente em si) com o comunismo russo (centrado totalmente no absoluto poder de coerção do estado ideológico-policial). Rajneesh chegou a pregar pelo assassinato de Gorbachev, porque este 'estaria mudando a Rússia para o capitalismo', ao estilo Ocidental, em vez de implantar o novíssimo ‘comunismo espiritual’. A experiência do guru com o LSD piorou ainda mais a sua saúde. 

 O fato, puro e simples, é que os problemas  de Rajneesh foram criados por ele mesmo, não foram uma conspiração do governo norte-americano que o acolhera, inicialmente, de boa vontade. Houve a acusação, o processo e a prisão. Os problemas com a comunidade do entorno da comuna foram  bem sérios. Moradores de Oregon contam que, até hoje, nunca recuperaram seus negócios (restaurantes, lanchonetes etc) após a contaminação, com veneno (salmonela, drogas biológicas etc), mais de 750 pessoas. Problemas com vistos, com a imigração, com o fisco, para piorar, apareceu um aborto, cometido antes, na Índia, de uma relação anterior de Rajneesh, a qual repudiara. Rajneesh não era mais bem-vindo nos EUA.

 O médico que examinou Rajneesh, durante o período de seu aprisionamento, atestou sua fragilidade, talvez devido à abstinência de Válium. Uma câmera de vídeo de segurança registrou-o nos EUA (foi deixado sozinho numa sala de espera) e o que se vê não é absolutamente um homem bem-aventurado, mas um homem aborrecido, revoltado. 

  Rajneesh, anunciou,  anos depois (Poona, 1987), ter sido envenenado com Thalium e radiatividade (nos dias de confinamento nos EUA), contudo, jamais houve a queda de pelos, cabelo, barba etc, pelo contrário, manteve a linda barba de mago até a morte. Jamais se responsabilizou por coisa alguma. A humilhação e queda de Rajneesh na América (35 acusações, sentença de dez anos de prisão) foi negociada, obteve sursis e a expulsão dos EUA. O rei dos Rolls-Roices (planejava, ironicamente, ter 365, um para cada dia do ano), declarou ser ‘Jesus crucificado por Ronald Reagan’. Ele, que tantas vezes falara admiravelmente sobre Jesus, o 'louco de Deus'... mas seria a loucura de Jesus da mesma fonte que a 'loucura' de Rajneesh? Tudo é 'da lei' (Aleister Crownley). 

 Rajneesh parece ser a encarnação do guru libertário, viciado em medicamentos sedantes, e que se autodestrói fisicamente. É duro aceitar isso após ser picado pela mosca dourada de seus livros ou ter sido sanyasin. Como é que um guru iluminado  não saberia o que seus sanyasins faziam, como afirmam até hoje? Os sanyasins encontravam no guru o incentivo e a justificativa moral para as  'celebrações', já que tudo é 'advaita'! A filosofia de Rajneesh é dar vazão a qualquer coisa que se queira. Espécie de hedonismo existencial, calcado em uma nova interpretação da vida. Mas não há nada de novo sob o sol, o hedonismo é tão antigo quanto a humanidade. 

  Ramana Maharshi assim se expressou sobre a liberdade e o desejo: "tentar alcançar um estado de plenitude e paz através da indulgência em relação aos desejos, é como tentar apagar um incêndio usando gasolina". 


  Osho, que ditara dezenas de livros, que chegou a ter mais de 30 mil fiéis sanyasins (estimativas atuais), perambulou ainda, por muitos países, mas todos recusavam-no! Até no Recife, Pernambuco, esteve!. Somente a sua Índia natal o recebeu de volta. A Índia tem mesmo o dom do perdão, da assimilação, da síntese e da superação! Estaria uma mente brilhante e sagaz destruída? O Mestre libertário, capaz de eletrizar multidões, de fazer-se seguir por toda a parte, de fazer a sua implacável crítica aos males do nacionalismo, do capitalismo, da religião, da civilização judaico-cristã, greco-romana, estava se calando. O arauto da nova era mundial tornara-se  o criador de mais uma exótica igreja indiana: o Osho Meditation Resort, em Poona, Índia (tem a reputação de ser a mais sensual e festiva comunidade do mundo). O rajneeshismo foi um caso de polícia, já o oshoísmo atual (sob o controle de Jayesh) é uma comuna xique, merchandizing new age para  consumismo e turismo sexual (para entrar, exige-se o teste de HIV). O próprio Rajneesh afirmou (entrevista disponível) que tivera relações sexuais com centenas de discípulas, mas que sua fragilidade física não lhe permitiu mais tais expansões. 


  Em 1998, no prefácio do livro ‘Books I have loved’, o dentista pessoal de Rajneesh, Swami Davageet, diz que este ditou três livros sob a influência do óxido nitroso: Books I have loved, Glimpes of a Golden Childhood e Notes of a Madman. Referindo-se ao uso de óxido nitroso, Rajneesh afirmou que ‘na verdade, nitrogênio e oxigênio são os elementos básicos da existência, podem ser de muita utilidade, mas por certas razões os políticos são contra químicas de todos os tipos, de todas as drogas...'. Ma Anand Sheela, a poderosa secretária pessoal de Rajneesh, e que pagou na prisão pelas loucuras da época da comuna americana, afirmou publicamente no programa de notícias da CBS, ‘60 minutes’, que Rajneesh tomava 60 miligramas de Válium todo dia. Hugh Milne, chefe da guarda pessoal de Rajneesh, confirmou o uso de Válium por parte de Rajneesh. Swami Devageet confirmou o mesmo fato. O FBI disse que Rajneesh era viciado em óxido nitroso. O fato foi publicado nos EUA (‘The Oregonian’ e ‘The New York Times’). Rajneesh referiu-se a si mesmo como ‘O Buda da mangueira de borracha’, por estar sempre inalando óxido nitroso, através da mangueira de borracha. Alguém com a enorme capacidade de Rajneesh poderia servir de exemplo para a busca do divino e da iluminação espiritual? Em 1985, Rajneesh, publicamente, afirmou que todas as notícias e projeções sobre ele eram falsas, que era 'um homem totalmente ordinário, comum', mas aproveitou para apregoar que 'somente ele estava desperto' e que todos os demais permaneciam dormindo, no sono da ignorância. 

 Será lembrado como o 'guru do sexo', por uma parte significativa de historiadores e críticos, que dirão: 'mais um falso guru', explorando crédulos e enriquecendo! Mas os seguidores prosseguirão amando-o, negando as acusações, imunes às 'calúnias', transtornados, de alguma forma, pelo contato com o enigmático ser! Nos tempos finais, 1988, após ataques cardíacos, mudou de nome novamente (Gautama Buda, Zorba Buda etc). Renegou o 'Bhagwan' ('o jogo acabou' , afirmou...). Até que, três meses antes de falecer,  ficou apenas Osho (teve o cuidado de transferir os direitos autorais para o novo nome). Mas muitos jovens, atualmente, não associam Osho a Rajneesh. Consta que suas últimas palavras foram: 'Deixem-me ir, meu corpo tornou-se um inferno para mim'. Rajneesh despertou grandes paixões e controvérsias no século XX. Muitos que se entregaram confiantemente a ele se perderam na vida, outros deram a volta por cima. Osho paira além das nuvens negras e brancas das dualidades humanas. Exemplo do sonho e do pesadelo humano pela transcendência.

  Osho clama lá do espaço sideral: 'cada um faça o que quiser, como quiser e se quiser, responsabilize-se por si mesmo, siga alguém ou não siga ninguém, mas seja livre por si mesmo!' Será que a essência do ensinamento de Osho não seria não se responsabilizar por coisa alguma, ou ser responsável se quiser, tanto faz? Na Bíblia há uma frase assim: 'Vós o conhecereis por seus frutos'!

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