'Comida na mesa' e ambientalistas de carteirinha


  
Meu sobrinho, engenheiro sanitarista e ambiental, Gabriel Sampaio:

Caro tio Helder,
Pelo pouco que participo desta rede social tenho visto que suas opniões, vão de encontro as minhas, sendo que você vem baseando suas opniões calcando-se em pessoas com claros interesses de manterem sua hegemonia, econômica e cultural. Eu por outro lado concordo com o meu primo Caetano, e vejo que não se pode confiar, no grupo abril, globo, e tantos outros que formam opnião de tantos brasileiros, de analfabetos a doutores. Uma das pessoas que eu mais respeito no pais, pelo seu exemplo na vida politica escreve todas 6sfs na folha e essa eu faço questão de ler:

Fato e opinião

Há um pensamento arrogante, derivado de um positivismo rudimentar, que prega a superioridade dos fatos objetivos sobre as opiniões, consideradas meras suposições subjetivas. Aí esconde-se uma esperteza: os fatos são cuidadosamente selecionados para comprovar uma opinião já formada com base em interesses, estes, sim, muito objetivos.

Os que contrariam tais interesses e contestam a escolha dos fatos são levianamente desqualificados como ideológicos e radicais. No debate sobre o ex-Código Florestal, cabe perguntar aos idólatras dos "fatos":

1) É fato que o agronegócio (cuja importância na macroeconomia e no comércio internacional ninguém nega) não é que coloca "comida na mesa" do povo brasileiro, que 60% da cesta básica é garantida pela agricultura familiar, também responsável por 7 em cada 10 empregos no campo?

2) É fato que existem mais de 140 milhões de hectares de áreas degradadas, improdutivas ou com baixíssima produtividade e que é possível dobrar a produção agrícola e o rebanho bovino sem desmatar novas áreas, bastando agregar tecnologia simples e disponível?

3) As propriedades com menos de quatro módulos fiscais (na Amazônia são 400 hectares) nem sempre coincidem com a agricultura familiar, que muitas são agregadas à pecuária ou às empresas agrícolas?

Se assim for, as reformas no código perdem a justificativa de defender os pequenos agricultores e, de fato, atendem ao interesse de grandes empresas. Mesmo porque, entre as mudanças feitas, há fatos que vêm sendo omitidos.

O art. 67 dispensa imóveis menores que quatro módulos fiscais de recuperar reserva legal desmatada até julho de 2008. Isso é anistia. O Ipea calcula que 3,9 milhões de hectares deixarão de ser recuperados.

O art. 63 abre várias exceções que anistiam desmatamento ilegal em topos de morro e encostas, e o art. 61-A oferece as mesmas bondades, dependendo do tamanho do imóvel, a quem desmatou ilegalmente margens de rios, nascentes, olhos d'água, lagos e veredas.

Quem não foi anistiado, ainda pode usar 50% de plantas exóticas (comerciais) para recuperar áreas degradadas (artigos 61-A 13 e 66, parágrafo 3º).

Nos mangues e apicuns, as áreas degradadas não serão recuperadas e novas áreas podem ser ocupadas com criação de camarões e loteamentos urbanos (art. 11-A). A mata ciliar deixa de ser contada a partir do ponto de cheia do rio e muda a definição de "topo de morro", reduzindo, em alguns casos, até 90% da área protegida.

A liberdade de pensamento é uma das maiores conquistas de nossa preciosa democracia. O código deixa de ser florestal, torna-se um sistema de concessões para a ocupação predatória de quem quer aumentar terras em vez de agregar tecnologia. Vai na contramão do século 21 e é um retrocesso.





Minha resposta:
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Gabriel, você já está chegando com uma posição de ser contrária à minha, de ser contrário à 'abril', 'globo' etc. O que você diz sobre pessoas querendo garantir hegemonia econômica e cultural pode cair como uma luva sobre você mesmo... Pense! Você vê Marina Silva como alguém puro, iluminado, bem-intencionado, ao lado dos pobres e oprimidos e contra a 'elite' e os 'malvados capitalistas', rs. Então, vamos a ver...!

Falemos...primeiro, tenho postado aqui e coletado material para o blog que iniciei (Música e Política) para testar minhas músicas e ‘experimentar’ alguns ensaios críticos, adversos ao governo atual. Caetano e mais uns amigos e parentes temos debatido, argumentado, escrito nossas opiniões e ideias etc. Nossos posts são abertos, francos, destemidos e sobretudo, honestos. Então, veja, e lembre-se, por favor, ninguém está interessado em demonizar o outro (eu não estou!), ou colocar o assunto de forma partidária, ideológica ou absoluta.
Para mim o que vale são os fatos reais a nossa volta, suas causas, as ações e objetivos observáveis, cognoscíveis, de pessoas e coisas, principalmente, debater as ideias e as motivações uns dos outros.

Marina Silva é uma ambientalista, aparentemente, do tipo radical, inimiga dos ruralistas, das grandes empresas e da elite que ela demoniza. Vou discutir somente a introdução e o item 1 da lista da Marina Silva:

Marina escreve:

Fato e opinião
‘Há um pensamento arrogante, derivado de um positivismo rudimentar, que prega a superioridade dos fatos objetivos sobre as opiniões, consideradas meras suposições subjetivas. Aí esconde-se uma esperteza: os fatos são cuidadosamente selecionados para comprovar uma opinião já formada com base em interesses, estes, sim, muito objetivos.
Os que contrariam tais interesses e contestam a escolha dos fatos são levianamente desqualificados como ideológicos e radicais. No debate sobre o ex-Código Florestal, cabe perguntar aos idólatras dos "fatos"...’:

Comentarei aqui a introdução acima e o item 1 (abaixo) de Marina Silva:
Marina critica uma suposta arrogância dos que, herdeiros de um positivismo rudimentar, pregam a superioridade dos fatos objetivos sobre as opiniões, consideradas como meras suposições subjetivas. Como Marina já tem uma coluna regular na Folha, que Gabriel elogia, infere-se que suas opiniões, sempre à disposição dos leitores, recebem adesões e críticas de variados tipos e preferências. Chama os seus críticos de idólatras 'dos fatos'!

Marina apresenta 'um fato':
1) É fato que o agronegócio (cuja importância na macroeconomia e no comércio internacional ninguém nega) não é que coloca "comida na mesa" do povo brasileiro, que 60% da cesta básica é garantida pela agricultura familiar, também responsável por 7 em cada 10 empregos no campo?

A ‘comida na mesa’ aí deve ser na mesa da Marina, né? A Marina diz que o agronegócio, cuja importância na macroeconomia e no comércio internacional ninguém nega, não é que coloca "comida na mesa" do povo brasileiro, que 60% da cesta básica é garantida pela agricultura familiar, também responsável por 7 em cada 10 empregos no campo. É uma visão distorcida 'dos fatos', romântica e veja bem, quase completamente errada ou falsa.

Provarei meu argumento:
Dados de 2010 ( IBGE, IBAMA, INCRA, FUNAI, CNA ...) apontam que, cerca de 85% da população brasileira é urbana e ocupa cerca de 11% do território (zona urbana, cidades). Marina diz que não é o agronegócio que põe comida na mesa de 168 milhões de brasileiros! Quem põe então? ela responde: 'é garantida pela agricultura familiar! Pode-se concluir que ela afirma ser, a 'comida na mesa', 
60% da agricultura familiar e 40% do agronegócio? Claro que não. Lembremos, também (faz parte da conta), que 15% da população brasileira (população rural oficial) vivem em 28% de terras agricultáveis ou sob pecuária. Veja, a Marina diz que quem põe 'comida na mesa' (60%) de 196 milhões de brasileiros é a agricultura familiar! Depois, pessoas pensantes criticam-na e ela evoca os tais 'interesses' que apresentam 'fatos' objetivos, interessados! Eu digo o contrário, porque quem põe comida na mesa dos brasileiros todos é, realmente, o agronegócio exportador-'explorador'! 
Veja, o chamado 'agronegócio' está cada vez mais empenhado em planejar as pequenas lavouras. A Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), lançou o objetivo de se chegar ao ‘desmatamento ilegal zero’(projeto Biomas). Grandes empresas do setor agroindustrial respondem hoje por boa parte das pesquisas que são feitas sobre a produtividade (com assessoria da Embrapa). A chamada agroindústria não vem comprando terras há um bom tempo já. O agronegócio está cada vez mais INTEGRADO ao médio e, sobretudo, ao PEQUENO proprietário, aquele da cesta básica. Garante-se a produção, do arrendamento até a compra final. Deve haver, neste momento, uns 10 milhões de brasileiros dentro das propriedades, lavrando, arando, colhendo, plantando... Se considerar o transporte, o comércio, os serviços, vai somar uns 18 milhões de brasileiros (população rural oficial = cerca de 30 milhões de brasileiros). Basta que se diga que dois terços da mão de obra agrária brasileira está comprometida com o agronegócio. Remeto aqui à artigo da Folha de 6 de novembro: "Cidades brasileiras que tinham os piores indicadores de emprego, renda, saúde e educação entre 2000 e 2009 conseguiram melhorias nesses setores, mas ainda vão levar 26 anos, a contar de agora, para alcançar um elevado grau de desenvolvimento. Há, porém, uma exceção: o Centro-Oeste. Apoiada na expansão da fronteira agrícola e seu impacto no emprego, a região saiu de um patamar de desenvolvimento similar ao do Norte e Nordeste e se aproximou do Sudeste. Tal retrato pode ser extraído do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, um indicador preparado por economistas da federação das indústrias fluminenses. O levantamento faz um raio-X do país com base em três indicadores: renda e emprego formal, saúde e educação. E se assemelha ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), divulgado pela ONU na semana passada. Encabeçada por Barueri (SP), a lista dos 15 municípios com os mais altos níveis de desenvolvimento tem 14 cidades paulistas. A hegemonia quase absoluta é quebrada por Lucas do Rio Verde (MT), na oitava posição. O município é um dos mais dinâmicos do cinturão da soja de Mato Grosso, maior produtor do país e pólo da agroindústria que processa o grão, além de sede de uma ampla rede de frigoríficos. Mais duas cidades de Mato Grosso estão entre as cem mais desenvolvidas: Primavera do Leste e Sorriso. As três apresentam evolução rápida no item emprego e renda – impulsionados pelo bom preço da soja e dos demais grãos no exterior e as sucessivas safras recordes. A pesquisa mostra que o efeito da renda maior no Centro-Oeste se irradiou, via tributos, para os cofres das várias cidades dos Estados, que passaram a prestar melhores serviços públicos.
Isso se traduziu em bons índices em educação e especialmente em saúde nesses três municípios, diz Júlio Miragaya, pesquisador do Conselho Federal de Economia"
A área destinada à agricultura no país é estimada em 59.846.619 hectares (dados do IBGE). Área destinada a grãos perdeu algum espaço, mas tem havido recorde de produção.

Crítica de Reinaldo Azevedo, que, NESTE CASO, eu endosso: Quando dona Marina Silva, com seus xales telúricos e sua voz de beata do apocalipse, quer reduzir ainda mais a área plantada no país, recomendando aos agricultores que 'produzam mais' em área menor, o que dizer? Isso já está em curso. Os EUA, que têm uma das agriculturas mais produtivas do mundo, colhem 2,922 toneladas de soja por hectare. O Brasil, 3,106 toneladas. Dona Marina Silva e seus fiéis sabem como gastar o dinheiro produzido pelas commodities agrícolas. Ela não tem aula a dar nessa área, como se vê". Coloquei a crítica para melhor posicionar os ‘idólatras dos fatos’, segundo Marina Silva.

Marina e ambientalistas de carteirinha, de umas 300 ONGs na Região Norte (é bom lembrar que só tem uma ONG na região Nordeste...) querem mesmo é PUNIR os pequenos proprietários de terra, os lavradores, a agricultura familiar, roceiros, com multas, penas, caso plantem em 'áreas de preservação permanente'. O objetivo das ONGs (um dos esportes prediletos de Marina é defender esta gente abjeta do Banco Mundial e da ONU) é mesmo a expropriação e o domínio de nosso território (60% preservado e intocado!). 

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