Para onde vai o RAP?

RAP é um modo de dizer, de falar, de contar, de ‘bater’ no ouvido a estória, o conto, a ideia. ‘To rap’ seria algo como ‘captar o ouvinte com a retórica das ruas’. No século XX, década de 60, já era o modo usual dos comícios políticos da Jamaica, logo vira uma forma de protesto, de ativismo político, transplantado para Nova Iorque.

Os rappers falavam da violência, da opressão, de amores dolorosos, de ser vítima do sistema excludente, de reagir, de fazer acontecer a revolução. No período subsequente ao ‘maio de 68’ foi ‘música do gueto’, canto de guerra, protesto, música engajada, da justiça social, dos direitos civis dos negros norte-americanos. Gangues tinham menestréis que cantaram raptos, rapinas, contaram as guerras das facções, entoaram os feitos da ‘guerrilha urbana’.

O RAP, política, cultural e sociologicamente considerado, foi parte da ‘crítica de tudo o que existe’ (expressão ligada à famosa Escola de Frankfurt, verdadeira moda dentro das universidades mais chiques e caras dos EUA).

O RAP foi logo domesticado pela cultura (ou contracultura) industrial de massa, ganhando um contorno mais ‘consciente’, aburguesado, comercial. RAP é ‘um dos cinco pilares do HIP-HOP’, movimento em boa parte promovido por Quincy Jones. Virou ‘rhime and poetry’ (rima e poesia) e se espalhou pelo mundo.

No Brasil o RAP foi ‘comido’ pelo ‘funk ostentação’.

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