A crise financeira mundial e a escola austríaca


Dois elementos essenciais para se entender a atual crise financeira mundial: 
1) O monopólio da emissão de dinheiro e numerário eletrônico, sem lastro, pelos bancos centrais das nações; 
2) Os bancos centrais são remanescentes de um modelo financeiro estatizante, monopolista, oligárquico e intervencionista. 
O princípio de funcionamento dos bancos centrais é a reserva fracionária bancária (percentual mantido no banco central, a modo de conta corrente, pelos bancos privados). Antigamente, tal reserva era feita em ouro e tratava-se do lastro, da garantia real do valor do dinheiro, do trabalho e do capital dos indivíduos e instituições.  O início da crise atual começou quando os planos de Alan Greenspan, então presidente do FED, nos EUA, tentava conter a bolha das ponto.com (final dos anos 90). Tudo piorou após o acidente das torres gêmeas (urdido e levado a cabo pelo globalismo islâmico, em 2001). O FED e o Banco Central da UE (União Européia), movidos por forte comoção   pública (retiradas bancárias), inundaram os mercados de dinheiro novo: crédito novo a juros baixos e longo prazo para liquidez. Como todo governo gasta mais (déficit) do que arrecada (impostos) e não pode aumentar tributos sem correr risco eleitoral, opta, em momentos de crise, pela monetização e aumento da inflação. Através dos bancos centrais, o Estado passa a negociar mais e mais dívidas públicas com os bancos privados. Os bancos começaram a emprestar para qualquer um e todo mundo (subprime). Consequência: os setores imobiliários, securitários e de investimentos explodem em todo o mundo (só na Espanha construíram mais de um milhão de imóveis, neste período). Foi a chamada 'grande bolha imobiliária'. O enorme e artificial crescimento do setor imobiliário logo passa a sofrer pela falta de matérias primas (setor desprezado). Aumentam-se os juros e o calote aumenta, já em 2007. Em 2008, os bancos começam a quebrar. Foi a maior quebra da história (maior que a da crise de 29). O FED (Reserva Federal, empresa privada, pertencente à dinastia bancária Rothschild) passa a socorrer os bancos podres (Lehman, AIG etc) através de numerário eletrônico (dinheiro sem lastro). Não se permite que o livre mercado e a concorrência justa quebrem os bancos e seus acionistas. Nesta situação, qualquer governo torna-se sócio da autoridade monetária central globalista (Banco Mundial, FED, City of London, Banco Central da UE, FMI etc). A conta será paga com o aumento de impostos pela população. Em 2010 a monetização já se transformara em dívida pública. 
Conclusão: estamos imersos e nos aprofundamos ainda mais no grande monopólio financeiro globalista! Ele é, na sua essência ideológica, capitalista para si e socialista para os demais. Caracteriza-se pelo aumento ininterrupto do controle estatal da economia, contínua expansão de créditos podres ou assistenciais, contínuo endividamento da população economicamente ativa, contínuo aumento de impostos, contínuo déficit previdenciário, inflação contínua, juros crescentes e achatamentos salariais. É o oposto do chamado, no Brasil, de liberalismo (governo mínimo, livre negociação de contratos, livre-mercado, concorrência, aumento contínuo de poupança, volta do padrão-ouro, ou seja, o capitalismo 'saudável'). Trata-se da maior concentração de renda da história e da gradual tendência a um empobrecimento geral das massas (incluindo os EUA e a UE). O capitalismo, como Von Mises o entende, está desaparecendo. O que temos é um oligopólio totalitário globalista (umas poucas dinastias bancárias) monopolista e comunista (estatista). Como entender esta contradição? Fácil, o capitalismo das dinastias (que controla as maiores corporações) é monopolista e privado, lutará para que o povo, a sociedade, a civilização etc, sejam, por princípio, socialistas. Procura destruir soberanias e nacionalidades à vontade, impede a liberdade do livre mercado e a concorrência salutar. No Brasil, atualmente sob um governo socialista, tem-se a quase absoluta   submissão ao consórcio bancário globalista. Prevê-se 'crescimento zero' no Brasil. Ainda há tempo para lutarmos por nossa iniciativa e liberdade. A escola austríaca de von Mises é a única capaz de explicar a contento o que estamos vivendo: http://www.mises.org.br/FilesUp.aspx?type=99

Comentários

  1. Davi Salles
    Ontem, à(s) 22:31

    Nossa, não concordo quase nada com esse texto. Primeiro o uso de comunismo como economia onde o papel do estado é grande. Não concordo nem um pouco com esta definição. Existiram diversas sociedades comunistas com pouco estado, assim como capitalistas com estados determinando toda as relações econômicas. Comunismo não tem haver com o papel do estado, mas com a propriedade dos bens de produção.

    Segundo é a ideia que o padrão ouro é solução para a expansão monetária, a expansão monetária para não ocasionar inflação precisa ocorrer na mesma proporção das ofertas de produtos (todos os produtos) e não só o ouro. Nesse caso você poderia ter inflação (como houve na espanha quando trouxe toneladas e toneladas de metais preciosos da américa latina) como poderia causar deflação, caso não se produza ouro na mesma velocidade da expansão da economia.

    Meu terceiro ponto é mais uma questão de opinião, o capitalismo passa por crises desde seu surgimento, sempre ocorreu crises no capitalismo e culpar todas as milhares de vezes que ocorreram crises no capitalismo nas polítcas governamentais é por muita fé na importância do governo e achar que os outros agente econômicos são perfeitos e/ou são pequenos demais para afetarem a economia.

    Os liberais acreditam na Lei de Say, que toda a oferta gera sua própria demanda, assim se eu abro uma fábrica de sapato, contrato pessoas para trabalharem na minha fábrica, compro máquinas, pagos fornecedores e todo aquele dinheiro investido volta como demanda para a minha fábrica de sapato. Seria verdade se não existisse poupança, mas no momento que o dinheiro que investi saí da economia e passa a ser poupado (isso se dá por que os agente econômicas, capitalista, estão com um mal pressentimento do futuro e ao invés de produzirem mais, preferem poupar pois não acreditam que venderão seus produtos fabricados) a conta não se completa. No momento que o capitalista segura a expansão da oferta, diminui o crescimento econômica, emprego e etc. o que acaba gerando uma contração também da demanda e se continuar assim pode levar a uma resseção.

    A única forma de colocar a culpa toda no governo é considerar que o governo é o único agente econômico que tem controle sobre a poupança e a despoupança, o que não é verdade.

    Meu quarto ponto é sobre o estado criar ou incentivar monopólios, pode ser que alguns estado o façam, mas muito mais o faz o próprio capitalismo, é da natureza do capitalismo os oligopólios. É a forma como as empresas crescem no capitalismo, elas compram suas concorrentes menos sucedidas e vão dominando seus mercados, aumentando o market-share. Não são os estados que fazem, é o próprio capitalismo. No momento que os oligopólios estão formados se torna impossível (ou praticamente impossível) para que uma nova empresa entre no mercado, por diversas razão, mas a mais simples e obvia dessas razões são as economias de escalas.

    Bem, adoraria convencê-lo de que a capitalismo é bem melhor explicado pelos economistas heterodoxos, que conseguem ver tanto as falhas como sucessos das economias de mercado e não acreditam como os mais "liberais" econômicos nas propriedades quase mágicas do sistema capitalista, e se agarram a teorias abstratas como mandamentos, quase uma questão de fé.

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  2. Helder Araujo
    00:15
    Olá, bom, primeiro deve-se dizer que jamais houve nação comunista sem ditadura, sem estado hegemônico, sem partido único e sem banco central. Exemplos: URSS, Rússia atual, China atual, Cuba, Sudão, Coréia do Norte. Queira apontar um único país onde haja comunismo sem ditadura e sem banco central, por favor. Desculpe, mas não posso concordar com a sua ideia em relação à poupança. Não é poupança que causa recessão, é o próprio sistema bancário central e os governos estatizantes que causam, então dentro deste sistema , é claro que prejudicam a pequena poupança.
    Ao dizer comunismo (ou socialismo num sentido mais europeu) referi-me totalmente à prática do comunismo real implantado na URSS e não às teorias de Marx (que Lenin, Trotsky e Stalin adoravam).
    Acho que houve uma certa confusão entre o que chamei de capitalismo e o que chamei de liberalismo. O conceito de Mises sobre liberalismo nada tem que ver com capitalismo monopolista e a disseminação do banco central nas nações (que cresceu a partir do capitalismo monopolista global). O banco central é implantado de cima para baixo e sempre sob o controle monopolista das dinastias bancárias (há farta documentação sobre isso). O que Mises chama de capitalismo não é o que os economistas heterodoxos chamam. O que ele chama de capitalismo é o LIBERALISMO (não é o que se entende por liberalismo nos EUA que é = a socialismo ou esquerda). O liberalismo (de Mises e da escola austríaca) cresceu a partir de sociedades comerciais protestantes, fraternas, prósperas, com micros e pequenas empresas, com emissão de moeda própria, lastreadas em ouro e sem juros gananciosos, tudo verdadeiramente comunitário, livre, concorrencial, criativo e autoregulador (porisso sofreram grandes perseguições por parte dos monopolistas e fugiram para os EUA) É óbvio que coloco o monopolismo bancário globalista de um lado e o capitalismo liberal de outro.
    Veja o caso de Hong-Kong, onde o capitalismo ocorre de maneira livre, descentralizado, concorrencial, sem intervenção governamental etc....É isso o que chamo de capitalismo e não o que acontece no Brasil. No Brasil tem-se todos piores vícios como impostos excessivos, estado gigante e perdulário, metade da população ativa na informalidade, salário mínimo ridículo, assistencialismo estatal, exploração ideológica etc.
    Foi isso que eu chamei de modelo capitalista monopolista com governo de esquerda, não sei se deu prá concordar com isso.
    abs

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  3. Davi Salles
    07:28

    Esse capitalismo é tão real como o comunismo verdadeiro. Nunca existiu nem um, nem outro.

    Não fui eu Que sugeri a idéia de poupança causadora de recessão, foi Maynard Keynes, Para muitos um dos mais inteligente economistas.

    Achei Que formalidade no emprego e política de salário mínimo só serviria Para atrapalhar as "leis" de mercado.

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  4. Helder Araujo
    10:53
    Davi, as leis de mercado, hoje em dia, são feitas mais pelo governo do que por empresas privadas. Politica econômica é o resultado da relação entre governo e grandes empresas clientes (petrobrás, vale, ambev, empreiteiras etc).

    No Brasil o governo já domina mais da metade de toda a atividade econômica, por isso eu chamei o governo brasileiro de comunista e estatizante pois é assim que entendo estes fenômenos. Poderia dizer: maior o estado, maior o comunismo e estagnação (crescimento zero, pibinho, aumento de tributos etc), menor o estado maior o liberalismo e a atividade privada (micros, pequenas, livre-mercado, livre concorrência etc). É claro que a superestrutura capitalista-globalista-monopolista é determinante na relação entre governo e empresas e cerceia, dificulta a atividade liberal das pessoas comuns..

    Voltamos sempre à velha questão teórica sobre o comunismo. Não sei o que te ensinaram na Faculdade. Quase todo o ensino brasileiro nos últimos 50 anos é marxista e, portanto, ultrapassado. O que eu posso te dizer, a partir de leituras é que o 'comunismo' é o regime implantado por um grupo de revolucionários (a maioria, intelectuais burgueses judeus, quase nenhum proletário ou camponês) na URSS. Este é o único 'comunismo' que se conheceu no século XX pois a oligarquia burocrática apropriou-se do termo 'comunismo' vendendo a ideia de união fraterna das classes quando impunha, na realidade, uma terrível luta de classes.
    Você diz que nunca existiu, eu digo que existiu e foi um genocídio estatal policial, onde tudo era resolvido através de matanças e trabalhos forçados. O comunismo se espalhou através de agentes (mantidos pelo governo russo), formação, informação e contra-informação ideológica etc. O surgimento de partidos comunistas, socialistas, democrata-sociais, de esquerda, de centro-esquerda etc, ocorreu EM TODO O MUNDO (desde a década de 1920 e aumentou muito mais após a 2ª Guerra). Países comunistas são a Coréia do Norte, a China, a Rússia e Cuba (são herdeiros da tradição ideológica soviética e fanático-ortodoxos em relação à economia, à banco central, à intervenção econômica, à protecionismo etc). Nestes países o liberalismo quase não existe, já em Hong-Kong existe plenamente....

    Confusão ocorre porque a filosofia de Marx mescla teoria e prática (práxis) como inseparáveis. Teoria, filosoficamente (e na Ciência também), é a reflexão final sobre toda uma prática exaustivamente testada. Marx visou a transformar o mundo através de uma evolução puramente materialista e econômica. Despreza a religião, a cultura, o direito, os costumes, a linguagem, ... a própria civilização. É a perversão do materialismo dialético e a negação da história (niilismo). Marx é, na filosofia, um pensador importante mas de 2ª classe. Escreveu várias obras com dados defasados (no mínimo uns 30 anos). Por exemplo, quando na Inglaterra os operários já tinham casa, salário, férias, previdência, boas condições sociais, familiares, profissionais, educacionais ... simplesmente Marx preferiu ignorar estes avanços, em nome de sua organização (Marx também foi jornalista, ativista etc). É interessante ver que o grande Marx que apregoou o maravilhoso comunismo renegou o próprio filho (que teve com a própria criada). Bom...

    Quanto à capitalismo do tipo liberal, certamente existiu nas comunidades protestantes inglesas e holandesas e que depois prosseguiram práticas limpas (cristãs) nos EUA. O que prejudicou a hegemonia do capitalismo do tipo liberal nos EUA (que ainda segue bastante forte) foi o controle da moeda (causa real da guerra de independência) pelos bancos anglo-europeus. No fim das contas o FED tornou-se uma instituição PRIVADA (presta serviços ao governo), externa e globalista (desde Rockfeller).
    Veja que J. P. Morgan ao morrer só detinha 15% dos ativos de seu próprio banco (o 'restante', 85% era controlado pelos Rothschild europeus).

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