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PAZ FORÇADA

**A "Paz Forçada" e a Dependência de Terras Raras: Implicações Geopolíticas e Econômicas em 2025** No cenário geopolítico contemporâneo, a dependência de potências ocidentais, como Estados Unidos, Israel e Europa, em relação à China para o fornecimento de terras raras tem emergido como um fator determinante na estabilização de conflitos globais, promovendo o que se pode denominar uma "paz forçada". Este fenômeno, aliado a dinâmicas econômicas como a fraqueza do dólar e o aumento do déficit fiscal nos EUA, molda as perspectivas para os mercados no segundo semestre de 2025, com implicações significativas para a economia global e o equilíbrio de poder. ### Fatores Econômicos e a Estabilização dos Mercados Três elementos principais sustentam uma perspectiva otimista para os mercados financeiros no curto prazo. Primeiro, a depreciação contínua do dólar americano, um fenômeno historicamente associado ao estímulo do crescimento econômico global e à valorização de ativos de...

Brzezinski

  **A Relevância de *O Grande Tabuleiro Mundial* de Zbigniew Brzezinski na Geopolítica Contemporânea** Zbigniew Brzezinski, renomado politólogo e estrategista geopolítico de origem polonesa naturalizado estadunidense, é uma referência central para compreender a política externa dos Estados Unidos no período pós-Guerra Fria. Nascido em Varsóvia, emigrou para o Canadá após a invasão da Polônia em 1939, formou-se na Universidade McGill e obteve doutorado em Harvard, onde iniciou sua carreira acadêmica antes de lecionar em Columbia e Johns Hopkins. Como conselheiro de segurança nacional do presidente Jimmy Carter (1977-1981), Brzezinski desempenhou papel decisivo na normalização das relações com a China, nos Acordos de Camp David e no apoio aos mujahidin afegãos contra a ocupação soviética. Sua obra seminal, *O Grande Tabuleiro Mundial* (1997), publicada poucos anos após o colapso da União Soviética, oferece uma análise estratégica para a manutenção da supremacia global dos EUA em um m...

O DECLÍNIO DA DOUTRINA MONROE

A Nova Ordem Multipolar e os Corredores Geoeconômicos: O Declínio da Doutrina Monroe O cenário geopolítico contemporâneo, também profundamente geoeconômico, reflete a ascensão de uma ordem mundial multipolar, conforme destacado pelo *Financial Times*. Novos corredores econômicos, que conectam a Ásia Central à América do Sul, simbolizam essa transformação, desafiando paradigmas tradicionais de poder global. Um dos fatores que alimentam as tensões regionais, como o recente conflito de 12 dias entre Israel/União Europeia e o Irã, está relacionado ao corredor geoeconômico liderado por Rússia e Irã, com acesso ao Oceano Índico. O Irã, peça central na arquitetura econômica dos BRICS, fortalece sua relevância com a recente conectividade ferroviária com a China, consolidando sua posição como eixo estratégico do bloco. Na América do Sul, as dinâmicas geopolíticas também se intensificam. As críticas públicas do ex-presidente norte-americano Donald Trump ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula ...

Militares Brasileiros

 **Os Militares Brasileiros e a Democracia: Uma Análise Crítica das Contribuições de Maria Celina D'Araujo e Celso Castro** **Introdução** A relação entre os militares e a política no Brasil é um tema central para compreender a dinâmica geopolítica do país, especialmente no contexto da redemocratização pós-1985 e das tensões que persistem na consolidação democrática. Maria Celina D'Araujo e Celso Castro, renomados pesquisadores do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC/FGV), oferecem contribuições fundamentais para essa análise, examinando o papel das Forças Armadas na política, na sociedade e na defesa nacional. Este artigo, fundamentado em suas obras, adota uma abordagem científica e crítica para explorar como os militares brasileiros têm se posicionado na democracia, os desafios do controle civil e as implicações geopolíticas de sua influência, com ênfase em uma perspectiva dissertativa e formal. **O Papel dos Militares na Transição Demo...

ROTA CHINA-IRÃ

Dois fatores geoeconômicos importantes contribuíram para a guerra do genocida israelense Netanyahu contra o governo islâmico do Irã: as rotas ferroviárias que conectarão Pequim a Teerã e Pyongyang a Moscou. Em meio à fumaça espessa da guerra, Genevieve Donnellon-May (GDM) opinou no SCMP sediado em Hong Kong em 18 de junho que os “bombardeios israelenses são mais um desafio ao novo corredor ferroviário China-Irã, quando “semanas antes dos ataques aéreos, uma nova rota comercial terrestre foi lançada para ajudar o Irã a contornar sanções e promover suas ambições regionais”. O novo corredor ferroviário China-Irã tem 10.400 km de extensão, partindo da cidade chinesa de Xi'an — nota: uma cidade predominantemente islâmica que conheço muito bem e onde estão localizadas as famosas estátuas dos Guerreiros de Terracota — e isso reduz a duração logística para 15 dias, em comparação aos 40 dias do transporte marítimo. O GDM comenta que “esta é uma rota ambiciosa” que atravessa “Cazaquistão, Uz...

GUERRA É UM NEGÓCIO

 Aqui estão os comentários sobre cada uma das frases apresentadas, mantendo uma análise objetiva e concisa, com base em informações disponíveis e uma perspectiva crítica: 1) **"A guerra é um negócio como outro qualquer"**      A frase reflete uma visão cínica, mas com fundo de verdade em certos contextos. Guerras frequentemente envolvem interesses econômicos, como controle de recursos, contratos de reconstrução ou vendas de armas por indústrias bélicas. Empresas como Lockheed Martin e Raytheon lucram bilhões com conflitos, o que sustenta a ideia de "negócio". No entanto, reduzir a guerra apenas a um empreendimento econômico ignora suas complexidades humanas, políticas e éticas, como o sofrimento das populações e as motivações ideológicas ou geopolíticas. 2) **"Quem governa os EUA e boa parte do mundo são as gestoras de passivos, BlackRock, Vanguard e State Street"**      Essa afirmação exagera, mas aponta para uma influência significativa. Bl...

O CESSAR-FOGO" TOTAL E COMPLETO EXISTE NA MENTE DO PATO DONALDDO

1. **Cessar-fogo Anunciado e Sua Fragilidade** Na noite de 23 de junho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um cessar-fogo "completo e total" entre Israel e Irã, descrito como o fim da chamada "Guerra dos 12 Dias". Este anúncio, feito através da plataforma Truth Social, foi inicialmente recebido com otimismo, com Trump parabenizando ambos os países pela "resistência, coragem e inteligência" em aceitar a trégua. No entanto, a fragilidade deste acordo ficou evidente quando, menos de oito horas após sua decretação, tanto Israel quanto Irã violaram o cessar-fogo, com relatos de novos ataques. Israel justificou suas ações como uma resposta a supostas provocações iranianas, enquanto o Irã, por meio de seu chanceler Abbas Araghchi, negou a existência de um acordo formal, condicionando qualquer trégua à interrupção total dos ataques israelenses até as 4h de Teerã (21h30 de Brasília, 23/06/2025). Essa violação mútua reflete a dificuldade...