OS EUA ESTÃO IMITANDO O MODELO CHINÊS
Trump está transformando guerras comerciais em extorsão corporativa, erodindo os pilares do livre mercado para imitar o controle estatal chinês.
O dólar está perdendo sua aura de segurança, forçando os EUA a um capitalismo nacional onde o governo escolhe vencedores e perdedores.
A repressão financeira e o mercantilismo estão retornando: preservação da riqueza em detrimento dos retornos, em um mundo dividido por blocos econômicos.
Em uma mudança histórica, o governo Trump em seu segundo mandato está acelerando a erosão do capitalismo de livre mercado nos Estados Unidos ao adotar táticas de intervenção estatal que lembram o modelo chinês.
Por meio de negociações diretas com gigantes como Nvidia, AMD e Intel, o governo está exigindo participação nos lucros, participações acionárias e "ações de ouro" em empresas estratégicas, priorizando a segurança nacional e a competição com a China em detrimento da liberdade empresarial.
Esse intervencionismo, justificado como necessário para repatriar capital e fortalecer a reindustrialização, marca o início do fim de um sistema baseado em fluxos livres de capital, promovendo um nacionalismo econômico que divide o mundo em blocos rivais.
A morte lenta do capitalismo de livre mercado é evidente nas políticas de Trump, que transformam o protecionismo em controle direto sobre corporações importantes nos setores de semicondutores, minerais essenciais e aço.
Inspirada pelos desequilíbrios globais pós-1994, como a indexação do yuan ao dólar, essa abordagem responde à fuga de investidores estrangeiros dos títulos do Tesouro, forçando opções como austeridade, inflação ou crescimento forçado por meio de investimento estrangeiro direto.
Especialistas como Russell Napier alertam para um retorno ao mercantilismo e à repressão financeira, onde os governos controlam os fluxos de capital para inflar a dívida, priorizando a coesão social e a defesa em detrimento de altos retornos, ecoando o período pós-guerra.
A intervenção de Trump em empresas como Nvidia, AMD e Intel está acelerando a transição para o capitalismo nacional, imitando o modelo chinês e minando a tradição de livre mercado nos Estados Unidos.
A repressão financeira e o mercantilismo são inevitáveis devido aos desequilíbrios globais, com governos repatriando capital por meio de tarifas, controles e ações estatais para reduzir a dívida e incentivar a reindustrialização.
Essa mudança divide o mundo em blocos econômicos, com um sistema liderado pelos EUA de dólares restritos e um chinês lastreado em ouro, intensificando a desglobalização e os riscos geopolíticos.
Os investidores devem priorizar a preservação do patrimônio evitando títulos, o supervalorizado SP 500 e outros ativos supervalorizados, optando por ouro, ações de valor, diversificação em economias emergentes como Cingapura e mantendo posições de dividendos durante 15 a 20 anos de volatilidade.
Embora dolorosa para os poupadores, essa "dor econômica seletiva" pode beneficiar os trabalhadores da classe média com crescimento estável, mas gerará incerteza para os mercados globais e criará precedentes de extorsão estatal.
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