E salve o Heitor!
Texto da minha filha, Sefirah, sobre a chegada do Heitor, meu neto, dia 13 de julho, 2020, às 02:25, na Praia Grande, SP 👇
" Heitor nasceu em casa e muita gente me perguntou: como assim? Conta direito isso aí.
Para mim não era surpresa porque há alguns anos lia a respeito e também tenho amigas que viveram a experiência. Mas para muitos (a maioria, creio) é uma doidera, coisa louca (ou de louco mesmo), perigoso, estranho, "coisa de bicho grilo", desnecessário ou apenas "diferente".
Vou contar, então, como foi a nossa experiência :) Já que é um parto que envolve todos do lar.
Antes de mais nada: o parto domiciliar planejado é seguro, é bom (tem o mínimo de intervenções possíveis) e exige uma equipe preparada para isso. Há riscos? Sim. Há riscos num parto hospitalar? Sim. Tudo deve ser ponderado. Em todas as vias e formas de parto há riscos diferentes, prós e contras.
Acima de tudo: o parto domiciliar deve ser planejado e um desejo da mulher e da família.
Eu descobri o ELAS, grupo de obstetrizes (parteiras) que realizam partos domiciliares (PD) na baixada, quando estava no meio da gestação, no começo da pandemia.
Elas já realizaram mais de 500 partos por aqui :)
São incríveis e muito profissionais 🤗
Além delas, fiz o pré natal com a Dra. Lívia Lopes Franzini (que acompanhou o meu primeiro parto ❤️), em São Paulo, e depois com a Dra. Maria Virgínia, em Santos. Maravilhosas e essenciais. A obstetra também estava ciente do meu planejamento e me ajudou no processo.
Mas que processo?
Para ter um PD é necessário que a gravidez seja de baixo risco e ter todos os exames de pré natal (que são muitos) normais, do começo ao fim da gestação. Alguns dos meus exames, no final, deram alterados e eu precisei seguir a risca todas as recomendações para reverter a glicemia e hemoglobina. Foram quase dois meses de disciplina e tudo entrou nos eixos.
O relato:
Dia 12/07/20, domingo, por volta das 19h, as contrações começaram. Estavam bem tranquilas, mas ritmadas (a cada 2/3 minutos). A equipe recomendou um banho quente longo para ver se elas se manteriam, diminuiriam ou aumentariam. Segui fazendo as atividades normais (janta, arrumação, brincar com Helena...) e depois tomei o banho quente de 30/40 minutos.
Estava combinado que a minha irmã viria quando eu avisasse que o parto estava próximo, mas ela resolveu vir no dia 12 à noite - mesmo sem eu avisar - porque achou que deveria. 💙 Ela chegou às 22h.
Colocamos Helena para dormir perto da meia noite propositalmente. Eu tinha certeza que Heitor estava a caminho e seria na madrugada. Já adormecida eu contei a ela que pela manhã conheceria o irmão.
Obs: Helena dizia que queria estar conosco, em casa, no dia da chegada do irmão, mas que preferia ficar no quarto, sem ver nada. Ela dizia: "quero estar com vocês, em casa, mas só me chamem quando o bebê estiver limpo e arrumadinho." 😁
Continuando...
As contrações pararam e dormi 50 minutos ao lado de Helena.
1:00 acordei com uma contração. Dessa vez mais forte que aquelas primeiras. A cada 1/2 minutos. Avisei a equipe, que informou que estava a caminho de casa.
Entre 1:00 e 2:00 tomei o banho mais longo da minha vida, bem quente e foi a hora que tive quase todas as contrações do trabalho de parto ativo. De 1 em 1 minuto com 1 minuto de duração cada. Ouvi todas as músicas de uma playlist muito especial que montei com músicas indicadas por muitas amigas, mães, mulheres que admiro 🤍
Obrigada, gente. Foi perfeito!
Cada música me ajudou a concentrar, aliviar as contrações e me conectar totalmente com a vinda desse menino. Eu estava consciente e realmente tranquila. Acho que até transmiti essa tranquilidade ao Jefferson, meu marido, e à Marina, minha irmã. Ambos ainda dormiam rs. Saí do banho e o interfone tocou. Era a Grazi, doula.
Minha irmã levantou e lembro dela perguntar: Tá tudo bem? Eu: "Tá. As contrações estão mais fortes e curtinhas".
Jefferson começou a cuidar da Paçoca, já que ela pula de alegria em todos que chegam e também acendeu umas velas que pedi, só para o ambiente ficar mais aconchegante mesmo :) Fui para a sala.
2:00 a doula chegou
2:15 as enfermeiras
2:20 senti a contração mais forte de todas e foi quando pensei: ele vai nascer em instantes.
Fui em direção ao banheiro e lá estava @Driele, uma das enfermeiras, terminando de colocar a touca e arrumar toda a vestimenta necessária/de segurança por conta da pandemia.
Ela disse: e aí, Sê? como está?
Eu: ele vai nascer agora.
Foi o tempo de agachar e as duas parteiras se posicionarem para recebê-lo ❤️
Às 2:25, do dia 13 de julho de 2020, com exatamente 40 semanas, nasceu Heitor. Empelicado (dentro da bolsa).
Caminhei até a cama com ele ainda ligado em mim pelo cordão e lá ele prontamente se acomodou em meu colo e mamou. Recebemos todos os cuidados, com muito amor, que duraram até 6:00.
Jefferson cortou o cordão umbilical quando ele já não pulsava mais há um tempo, Heitor foi pesado (3.960kg), medido (52cm), também foi verificado pulmão e batimentos, entre outros cuidados. A placenta também nasceu no tempo dela e com tranquilidade.
Eterno carinho pela equipe e aqui incluo todos:
-Meu grande companheiro, Jefferson Teixeira, que segura TODOS os reggaes comigo sem esmorecer, e viveu pela segunda vez a experiência do nascimento (e renascimento) ao meu lado. Acho que, se pudesse, dividiria a amamentação também. Sem o apoio, entrega e participação dele seria impossível.
-As obstetrizes do @elas_parto @driele_alia e @rosemarypereira8305 . Brilhantes desde o primeiro contato. Vibraram comigo cada etapa do pré natal e receberam Heitor com todo profissionalismo e carinho.
-A @grazi.partheos , doula, que nos orientou previamente, apresentou o Gentlebirth, nos ensinou técnicas naturais para alívio das contrações e exercícios para o melhor posicionamento do bebê. Foram muito importantes.
-Minha irmã, @mari.diel que trouxe uma energia positiva e familiar num momento tão importante. Nossa conexão é única.
-Agradeço também à Carol, da @pelvedemulher ,que nos ensinou a massagem pélvica. Super útil. Zero laceração :)
Vale ressaltar que o parto do Heitor foi exatamente como imaginei. Fiz algumas visualizões em que o nascimento seria de madrugada, com Helena dormindo, e rápido, mas a tempo de vivencia-lo e da equipe chegar. A primeira visualização eu fiz com uma amiga querida, @fernanda.reid . A segunda numa sessão de acupuntura com a @draveracristina mãos mágicas. E a terceira com o app @gentlebirthbrasil . Recomendo tudo: as visualizações (poderosas ao meu ver), a acupuntura para tranquilizar e induzir o parto naturalmente e o app do Gentlebirth, que tem meditações guiadas para as diferentes fases da gestação.
Ainda no sábado, 11, dissemos ao Heitor: "filho, este será nosso último domingo exclusivamente com Helena.". E assim foi. Ele esperou vivermos um domingo incrível com sua irmã. Ensolarado e com direito a banho de mar. Há 4 meses que eu não dava um mergulho revigorante nas águas salgadas.
Heitor nos presenteou antes, durante o seu nascimento e depois, trazendo calmaria ao nosso lar e uma grande leveza à minha maternagem e à paternagem de seu pai.
Que delícia! Que sorte a nossa! "
" Heitor nasceu em casa e muita gente me perguntou: como assim? Conta direito isso aí.
Para mim não era surpresa porque há alguns anos lia a respeito e também tenho amigas que viveram a experiência. Mas para muitos (a maioria, creio) é uma doidera, coisa louca (ou de louco mesmo), perigoso, estranho, "coisa de bicho grilo", desnecessário ou apenas "diferente".
Vou contar, então, como foi a nossa experiência :) Já que é um parto que envolve todos do lar.
Antes de mais nada: o parto domiciliar planejado é seguro, é bom (tem o mínimo de intervenções possíveis) e exige uma equipe preparada para isso. Há riscos? Sim. Há riscos num parto hospitalar? Sim. Tudo deve ser ponderado. Em todas as vias e formas de parto há riscos diferentes, prós e contras.
Acima de tudo: o parto domiciliar deve ser planejado e um desejo da mulher e da família.
Eu descobri o ELAS, grupo de obstetrizes (parteiras) que realizam partos domiciliares (PD) na baixada, quando estava no meio da gestação, no começo da pandemia.
Elas já realizaram mais de 500 partos por aqui :)
São incríveis e muito profissionais 🤗
Além delas, fiz o pré natal com a Dra. Lívia Lopes Franzini (que acompanhou o meu primeiro parto ❤️), em São Paulo, e depois com a Dra. Maria Virgínia, em Santos. Maravilhosas e essenciais. A obstetra também estava ciente do meu planejamento e me ajudou no processo.
Mas que processo?
Para ter um PD é necessário que a gravidez seja de baixo risco e ter todos os exames de pré natal (que são muitos) normais, do começo ao fim da gestação. Alguns dos meus exames, no final, deram alterados e eu precisei seguir a risca todas as recomendações para reverter a glicemia e hemoglobina. Foram quase dois meses de disciplina e tudo entrou nos eixos.
O relato:
Dia 12/07/20, domingo, por volta das 19h, as contrações começaram. Estavam bem tranquilas, mas ritmadas (a cada 2/3 minutos). A equipe recomendou um banho quente longo para ver se elas se manteriam, diminuiriam ou aumentariam. Segui fazendo as atividades normais (janta, arrumação, brincar com Helena...) e depois tomei o banho quente de 30/40 minutos.
Estava combinado que a minha irmã viria quando eu avisasse que o parto estava próximo, mas ela resolveu vir no dia 12 à noite - mesmo sem eu avisar - porque achou que deveria. 💙 Ela chegou às 22h.
Colocamos Helena para dormir perto da meia noite propositalmente. Eu tinha certeza que Heitor estava a caminho e seria na madrugada. Já adormecida eu contei a ela que pela manhã conheceria o irmão.
Obs: Helena dizia que queria estar conosco, em casa, no dia da chegada do irmão, mas que preferia ficar no quarto, sem ver nada. Ela dizia: "quero estar com vocês, em casa, mas só me chamem quando o bebê estiver limpo e arrumadinho." 😁
Continuando...
As contrações pararam e dormi 50 minutos ao lado de Helena.
1:00 acordei com uma contração. Dessa vez mais forte que aquelas primeiras. A cada 1/2 minutos. Avisei a equipe, que informou que estava a caminho de casa.
Entre 1:00 e 2:00 tomei o banho mais longo da minha vida, bem quente e foi a hora que tive quase todas as contrações do trabalho de parto ativo. De 1 em 1 minuto com 1 minuto de duração cada. Ouvi todas as músicas de uma playlist muito especial que montei com músicas indicadas por muitas amigas, mães, mulheres que admiro 🤍
Obrigada, gente. Foi perfeito!
Cada música me ajudou a concentrar, aliviar as contrações e me conectar totalmente com a vinda desse menino. Eu estava consciente e realmente tranquila. Acho que até transmiti essa tranquilidade ao Jefferson, meu marido, e à Marina, minha irmã. Ambos ainda dormiam rs. Saí do banho e o interfone tocou. Era a Grazi, doula.
Minha irmã levantou e lembro dela perguntar: Tá tudo bem? Eu: "Tá. As contrações estão mais fortes e curtinhas".
Jefferson começou a cuidar da Paçoca, já que ela pula de alegria em todos que chegam e também acendeu umas velas que pedi, só para o ambiente ficar mais aconchegante mesmo :) Fui para a sala.
2:00 a doula chegou
2:15 as enfermeiras
2:20 senti a contração mais forte de todas e foi quando pensei: ele vai nascer em instantes.
Fui em direção ao banheiro e lá estava @Driele, uma das enfermeiras, terminando de colocar a touca e arrumar toda a vestimenta necessária/de segurança por conta da pandemia.
Ela disse: e aí, Sê? como está?
Eu: ele vai nascer agora.
Foi o tempo de agachar e as duas parteiras se posicionarem para recebê-lo ❤️
Às 2:25, do dia 13 de julho de 2020, com exatamente 40 semanas, nasceu Heitor. Empelicado (dentro da bolsa).
Caminhei até a cama com ele ainda ligado em mim pelo cordão e lá ele prontamente se acomodou em meu colo e mamou. Recebemos todos os cuidados, com muito amor, que duraram até 6:00.
Jefferson cortou o cordão umbilical quando ele já não pulsava mais há um tempo, Heitor foi pesado (3.960kg), medido (52cm), também foi verificado pulmão e batimentos, entre outros cuidados. A placenta também nasceu no tempo dela e com tranquilidade.
Eterno carinho pela equipe e aqui incluo todos:
-Meu grande companheiro, Jefferson Teixeira, que segura TODOS os reggaes comigo sem esmorecer, e viveu pela segunda vez a experiência do nascimento (e renascimento) ao meu lado. Acho que, se pudesse, dividiria a amamentação também. Sem o apoio, entrega e participação dele seria impossível.
-As obstetrizes do @elas_parto @driele_alia e @rosemarypereira8305 . Brilhantes desde o primeiro contato. Vibraram comigo cada etapa do pré natal e receberam Heitor com todo profissionalismo e carinho.
-A @grazi.partheos , doula, que nos orientou previamente, apresentou o Gentlebirth, nos ensinou técnicas naturais para alívio das contrações e exercícios para o melhor posicionamento do bebê. Foram muito importantes.
-Minha irmã, @mari.diel que trouxe uma energia positiva e familiar num momento tão importante. Nossa conexão é única.
-Agradeço também à Carol, da @pelvedemulher ,que nos ensinou a massagem pélvica. Super útil. Zero laceração :)
Vale ressaltar que o parto do Heitor foi exatamente como imaginei. Fiz algumas visualizões em que o nascimento seria de madrugada, com Helena dormindo, e rápido, mas a tempo de vivencia-lo e da equipe chegar. A primeira visualização eu fiz com uma amiga querida, @fernanda.reid . A segunda numa sessão de acupuntura com a @draveracristina mãos mágicas. E a terceira com o app @gentlebirthbrasil . Recomendo tudo: as visualizações (poderosas ao meu ver), a acupuntura para tranquilizar e induzir o parto naturalmente e o app do Gentlebirth, que tem meditações guiadas para as diferentes fases da gestação.
Ainda no sábado, 11, dissemos ao Heitor: "filho, este será nosso último domingo exclusivamente com Helena.". E assim foi. Ele esperou vivermos um domingo incrível com sua irmã. Ensolarado e com direito a banho de mar. Há 4 meses que eu não dava um mergulho revigorante nas águas salgadas.
Heitor nos presenteou antes, durante o seu nascimento e depois, trazendo calmaria ao nosso lar e uma grande leveza à minha maternagem e à paternagem de seu pai.
Que delícia! Que sorte a nossa! "
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