Dante Mantovani na FUNARTE

Dentre todas as Artes, é a MÚSICA que mais efeitos imediatos e profundos causa na alma humana. Tem o poder de nos levar para dentro de nós mesmos, para cima, para o alto, para Deus; ou pode nos levar para fora, para o mundo, para baixo, para os instintos e paixões mais degradantes. Certas músicas produzem melancolia ou tristeza, outras, entusiasmo, júbilo, outras mais, despertam ideias, desejos, intenções, estados de ânimo, elucubrações mentais. Aristóteles cria que “pelo ritmo e pela melodia nascem uma grande variedade de sentimentos”, ou, “a música pode ajudar na formação do caráter” (Aristóteles, apud W. Matt – Le rock’n roll, instrument de revolution et de subversion culturelle, Sherbrooke, Quebec, pag 6). A Música, dentro da mitologia grega, como também do ocultismo, da alquimia e da astrologia, é uma arte de COMANDO, daí seu ‘regente’ Marte, entidade mitológica, conduz vastos grupos à vitória na guerra ou à destruição mútua e terrífica. Platão acreditava de tal modo no poder da música que dizia ser possível conquistar ou revolucionar uma cidade com a mudança de sua música, e considerava a educação musical a mais poderosa forma de pedagogia pois introduz na psique da criança, desde a mais tenra infância, o amor à beleza e à virtude. Também alertou: “toda inovação musical é prenhe de perigos para a cidade toda” (Platão, República, Livro III).

Ninguém comanda mais a psique das vastas juventudes de hoje em dia do que a música comercial de massas. Há músicas para tudo e qualquer coisa, está em toda parte e em qualquer lugar. Murray Schafer criou até mesmo o conceito de ‘paisagem sonora’ para designar os sons presentes em todo e qualquer ambiente, de qualquer época, contexto e cultura. Por exemplo, os sons associados a um castelo medieval, muito diferentes dos sons presentes em uma praça pública francesa do século XIX, ou um estádio de futebol brasileiro com suas torcidas barulhentas, os sons presentes em uma casa comum de bairro da periferia do Rio de Janeiro etc. Cada cenário pode ser reconstituído para as mais variadas finalidades artísticas (cinema, audiovisual, propaganda etc), lugares e épocas distintas se associam a certos gostos, costumes, preferências estéticas, éticas, morais, religiosas etc. Nós temos músicas para todo tipo de finalidade e intenção, a música ambiente (muzak, lounge, música “ao vivo” etc), comercial (rádio, internet, TV, celular etc), espetacular (show de rock, pop etc), edificação espiritual (concerto, orquestra, sinfônica, música de câmara etc), cerimonial (hino, banda militar, casamento etc), religiosa (litúrgica, gregoriano, oratório, missa etc). Cada lugar e época tem ‘a música que merece’, não se tem a mesma sensação ouvindo uma marcha fúnebre ou um pancadão pornô, num show de heavy metal será ‘normal’ haver pessoas eufóricas, drogadas, dispostas a se perderem de si mesmas num turbilhão de sons acachapantes, num ritual coletivo despersonalizante.

A histeria da juventude foi muito bem estudada quando do fenômeno Beatles, os serviços de inteligência, CIA e MI-6 à frente, produziram um vasto material sobre a engenharia social e o controle psíquico de multidões, lucrativa forma de exploração e controle das massas. As elites do show business começaram a cotar suas vendas de hits e sucessos na faixa das centenas de milhões, até mesmo bilhões de discos vendidos, suporte já superado pela facilidade da internet e do celular. A estandardização, os efeitos fáceis e estereotipados, refrões que parecem gemidos orgiásticos se tornaram a regra geral. Uma bestialização requintada, com o farto uso de símbolos da ‘nova era’, tornou-se lugar comum. Os shows dos pop-stars são rituais satânicos acontecendo ali mesmo no palco, ao vivo, para deleite e submissão de vastas multidões. 

Compare o show alucinante do rock, forma artística que remete ao ato sexual como algo transgressor e puramente exibicionista, com o ambiente da música de câmara erudita, por exemplo. Nesta, o sentimento é completamente diferente, os ouvintes querem sentir, ouvir e “ver” a forma musical, atentos a cada nuance harmônico-melódica, ao jogo da interação harmoniosa dos timbres; o ritmo não é a bate-estaca usual da música comercial de massas, mas sublimado nas sutilezas das divisões rítmicas, agógicas, das frases, da respiração musical, em suma. A emoção é interiorizada, consciente e reflexiva, o oposto de um sentimento coletivo de submissão das platéias, pelo contrário, é uma interiorização musical que reforça o sentimento de individualidade, de diferenciação, de valorização de si sobre a realidade indiferenciada.

Rock faz mal? Não necessariamente. O rock é um mundo de gêneros, da balada romântica de Procol Harum, Peter Cetera, Phil Collins ao demonismo insano de Marylin Manson, Danzig, Abruptum (são muitas bandas ligadas à possessão demoníaca), há um mundo de diferenças. 

No período mais conhecido como ‘Modernismo’, às vésperas da I Guerra Mundial, artistas europeus exaltavam a guerra, a violência e o uso desenfreado das máquinas (Futurismo), manifestos exaltavam a loucura e a feiúra (Dadaísmo, Surrealismo, Expressionismo etc). Artistas iconoclastas advogaram pela destruição da tonalidade (centro sonoro capaz de gerar movimento e repouso sobre si mesmo) e sua substituição por um sistema inteiramente artificial, cuja maior serventia foi servir de fundo ao gênero trash, aos filmes de terror. O dodecafonismo dominou os departamentos de música universitários de TODO O MUNDO OCIDENTAL, paulatinamente a isso, a música comercial de massas cresceu assustadoramente, pois a tonalidade não é algo que possa ser simplesmente descartada. A divisão entre uma música ‘intelectualizada’ e uma música de massas se tornou um abismo. 

Mal nos damos conta da enorme influência dos partidos comunistas e da maior máquina de propaganda que o mundo já conheceu, o KGB soviético, para a disseminação das drogas, do rock, do dodecafonismo, da subcultura e mídia de massa. Em sua obra, Rhythm, Riots and Revolution, David Noebbel mostrou os bastidores das gravadoras, das rádios, dos shows, nos EUA das décadas de 40, 50 e 60, a influência das ideias comunistas foi corroendo, subvertendo e, literalmente, destruindo gerações de jovens, rebeldes sem causas, seguidores 'do Che', viciados, abortistas, ateístas, ativistas, esquerdistas. Um fenômeno interessante ocorre no mundo acadêmico brasileiro, onde é, rigorosamente, PROIBIDO dissertações e teses anti-comunistas, enquanto uma extremo-imprensa esquizofrênica incentiva, abertamente, toda uma sub-cultura da agenda “progressista”, esquerdista, globalista e consumista.  

Não chega a surpreender que um importante músico, o maestro e escritor Dante Mantovani, designado para a presidência da FUNARTE, neste dia 02 de dezembro de 2019, já esteja sendo atacado pelo ‘Globo’ ou pelo globalista Marco Antonio Villa (mais conhecido como ‘marco, o vil’), como um ‘nazifascista’, termo preferencial dos inimigos da cristandade e detratores dos brasileiros de bem.  Dante Mantovani é a pessoa que vai trazer Villa-Lobos de volta, que vai recuperar a banda do coreto, o coral da escola, a orquestra de cordas do morro, o samba de raiz, a música regional, a poesia de sarau, o canto gregoriano, o conservatório de bairro, o choro e as orquestras populares, e vai deixar os lobões, os veludosos, os vis e os invejosos a ver navios. Não precisamos mais de ‘música eletroacústica’ para meia dúzia de jêgnios premiados com jabutis, rouanets e fapesps. Queremos nossas bachianas de volta!

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