Instalação inca-venusiana

Adorno, teórico da Escola de Frankfurt, escreveu sobre a 'música nova', exaltou Schoenberg, criticou Stravinsky, detonou a tradição tonal, colocou tudo o de que não gostava (tudo o que não fosse Schoenberg ou de Schoenberg) no mesmo enorme balaio de gatos. Daí que a reprodução-execução da 'música fácil', para o consumo imediato, os arranjos, adaptações, paráfrases, muzaks e lounges da época, zarzuelas, duetos estudantis, chansonetas sensuais, os alegres singspiels, os suspiros rubatosos, os pianistas dos salões, cabarés, boates, cafés-concertos, dancings, 'gafieiras vienenses', shopperias berlinenses, o folclore regional,  as danças e cantos camponeses etc, TUDO acaba se confundindo, na ânsia marxista de Adorno, com as grandes obras de Tchaikovsky, Sibelius, Fauré, Richard Strauss, Ravel, Villa-Lobos, Elliot Carter, Vaughan Willians, Max Reger, Mahler, Rachmaninov e outros grandes. Tudo o que é tonal é igualmente decadente e corruptor para Adorno, daí que exalta a dissonância total como a grande sacada musical para destruir o universo burguês e a tirania do mercado. Agora, 100 anos depois, ainda temos de aguentar os happenings da USP e cia, as maquininhas eletrônicas espertas, a instalação de 'novos sons' eletroacústicos, irrepetíveis, programas com bulas bem sacadas, citações de Deleuze, Derrida, Foucault, Marcuse, Adorno, Horkheimer, Benjamin, Brecht na cabeça, a putada toda. Para tais inca-venusianos as verbas correm fartas.

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